Depois da ponte, a fazenda Natal;

A casa azul, adiante, no caminho.

Na Avenida Baér, os carroceiros

Acomodam arreios e alimárias.

De calças curtas ou calção de banho,

Ia com o primo manco de menino,

Sempre de tarde, quando o sol morria,

Tomar banho no Poço do Curtume.

Moço cordato e companheiro que era,

Ensinou-me a nadar no calmo rio.

Comecei pelo nado-cachorrinho;

Logo braçadas e depois mergulhos,

Só voltando de lá no lusco-fusco,

Quando o sino dobrava Ave-Marias.

Poema do meu digníssimo professor na Faculdade de Jornalismo da UFBA e colega de redação do jornal “A Tarde”, Florisvaldo Mattos, o Flori, para os mais íntimos, nasceu em Uruçuca-Bahia, poeta, jornalista, exerceu cargos em vários jornais, como editor-chefe do Diário de Notícias e no A Tarde. Foi chefe da Sucursal na Bahia do Jornal do Brasil, editor do Caderno Cultural do A Tarde, premiado em 1995 pela Associação Paulista de Críticos de Arte como melhor do Brasil no quesito de Divulgação Cultural. É membro da Academia de Letras da Bahia. Dentre outras obras poemas publicou Reverdor (1965), Fábula Civil (1975), Mares Anoitecidos (2000), Galope Amarelo e Outros Poemas (2001), Poesia Reunida e Inéditos (2011) e participou de antologias poéticas nacionais e internacionais.