Em nome do holocausto praticado por Hitler (1939-1945), o mundo vem assistindo estarrecido um verdadeiro extermínio dos palestinos na Faixa de Gaza por um governo nazi-sionista de extrema direita judaica que se estabeleceu em Israel, transformando a pequena região mais densa em população do mundo num cemitério de crianças. É uma das maiores catástrofes humanitária já vista nos últimos tempos.

Todo esse terror e barbárie, iniciado a partir de sete de outubro com o ataque do Hamas, conta com o beneplácito apoio dos Estados Unidos, da ONU (Organização das Nações Unidas), que perdeu sua voz, força e poder, e de grande parte do ocidente europeu. A palestina tornou-se uma zona de carnificina humana que a história está registrando. Os maiores culpados são aqueles que não criaram o Estado da Palestina, em 1948, ao lado de Israel.

Há 75 anos, quando foi instituído o Estado de Israel (o território estava sob domínio da Inglaterra) pela ONU, logo após a Segunda Guerra Mundial, depois da ocupação dos judeus numa guerra de terrorismo, os palestinos foram empurrados para a Faixa de Gaza, sem autonomia e, de lá para cá, vêm sendo perseguidos e massacrados impiedosamente pelo exército israelita.

Os primeiros humanos chegaram à região por volta de seis mil anos atrás. Há cinco mil anos, os primeiros assentamentos foram estabelecidos no local, e em torno de 1.400 a.C. durante o domínio egípcio do Levante (Fortaleza do Egito), a cidade se tornaria na atual Gaza que começou a se desenvolver.

Com o fim do domínio egípcio, em 1.200 a.C., Gaza foi conquistada pelos filisteus, a Filisteia. Logo depois foi tomada pelos israelitas, pelos assírios, babilônicos, persas, gregos e romanos. Em 70 a. C., os romanos fizeram um dos piores massacres da sua história nesse território, talvez o mais cruel pelo general Tibério, um dos mais aterrorizantes de todas as guerras onde os mortos eram comidos pelos abutres e a cidade foi toda cercada. Conta que com fome, famílias e mães sacrificavam as crianças para se alimentarem.

Com a divisão do Império Romano, no século IV, Gaza passou a fazer parte do Império Bizantino. A cidade foi convertida ao cristianismo e conseguiu prosperar. No século VII, a região foi conquistada pelos árabes. Sob o controle dos califados, tempos depois, Gaza foi atacada pelos Cruzados e mongóis. Esteve também nas mãos dos aiúbidas e mamelucos.

No século XIV, gaza experimentou seu último período de prosperidade. Após a Primeira Guerra Mundial, os ingleses se apropriaram do território. Um ano depois do Estado de Israel, em 1949, a Faixa de Gaza foi estabelecida e se tornou palco de conflitos que ocorrem até os dias atuais. Os judeus invadiram a região na Guerra de 1967 (Guerra dos Seis Dias), instalaram colônias, impuseram pelas armas seu poderio opressivo e construíram um muro de separação.

Se hoje fosse um país, com 365 quilômetros quadrados, seria o terceiro mais populoso do planeta, com cerca de 2 milhões e 400 mil habitantes. Com esta brutal invasão dos judeus, os números (nem sempre são precisos) os bombardeios na Faixa de Gaza já mataram cerca de 11 mil palestinos, mas pode ser bem maior. As maiores vítimas são as crianças, cuja maioria vive em campos de concentração com seus pais, como na época do nazismo.

É muito irônico os judeus hoje falarem em paz e justiça e que não toleram discriminação e preconceitos quando, ao mesmo tempo, jogam bombas contra os palestinos, dizendo que o alvo tem sido somente o Hamas. Fazem suas propagandas de vítimas declarando que o Brasil é um país acolhedor.

Li um texto do filósofo Peter Pál Pelbart onde ele diz ser judeu húngaro e que por sorte não vive na Hungria e nem Israel, acrescentando ter renunciado o passaporte de cidadania de ambos. Peter descreve ainda a escalada xenófoba e fundamentalista de Israel ao longo dos últimos anos, e que nada parece mais abjeto do que o fascismo.

O filósofo condena os 55 anos de domínio sobre os palestinos e que o “Bibi” exerce um papel de carrasco que se diz herdeiro das vítimas do nazismo. A violência praticada contra os palestinos, em sua visão, se naturalizou para o Estado de Israel.

O húngaro faz um relato amplo sobre o triste passado do nazismo quando judeus, judias, ciganos, artistas e intelectuais foram vítimas do genocídio de Hitler e lamenta o ocorrido, mas afirma ser uma pena que esses fatos estejam reaparecendo através de práticas semelhantes por um governo extremista de Israel.

Peter Pál faz um histórico sobre o judeu errante, uma figura vista como negativa de estrangeiro infiel traidor, cujo objetivo era corromper a cultura, sempre suspeito de um complô, que representava um perigo para a civilização ocidental. Tem também segundo ele, o chamado nômade que não carece de terra e vive nas margens do império, do deserto e no exílio. Este subverte os códigos.

Ele fala dos primeiros judeus que chegaram ao Brasil na época colonial e, por motivos de perseguição da Inquisição, tiveram que simular como cristãos novos. Cita que a primeira sinagoga no país foi construída em Recife por judeus sefaraditas de origem portuguesa durante a invasão holandesa, entre 1630 a 1654.

Em sua longa narrativa sobre seu povo, aponta ainda a comunidade que aportou no Brasil no século XX, vinda do Leste Europeu e que aqui criaram um grupo unido no Bairro Bom Retiro, em São Paulo, onde deixaram muitas obras beneficentes.

No entanto, reconhece que o Estado Judeu de hoje com o primeiro ministro Bibi Nethanyan não é mais uma terra prometida de paz e justiça. Os judeus de hoje, em sua opinião, se acham arrogantes, superiores, como se fossem os eleitos de Deus.

Para Peter, houve uma grande guinada direitista que defende governos autoritários, diferente do judeu diaspórico. Nessa linha, cita os grupos de extrema direita que se tornaram seguidores do governo passado numa clara referência ao ex-presidente Bolsonaro, com instinto perverso, colonialista que venera o Estado e a supremacia do exército.   Nisso, ressalta o efeito dos judeus brasileiros com o candidato do capitão, com propagandas inspiradas no marqueteiro Goebbels que assessorou o nazista Hitler.