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:: 25/jul/2022 . 23:08

RETOMADA DO SARAU A ESTRADA FOI UM SUCESSO EM NOITE INSPIRADA

Com o tema “Escravidão” na abertura dos trabalhos, comentado pelo professor Itamar Aguiar e o jornalista Jeremias Macário, a retomada do Sarau A Estrada, em nosso Espaço Cultural de mesmo nome, na última noite de sábado (dia 23/07), foi um sucesso total numa noite inspirada de poetas, contadores de causos, declamações, violeiros e cantores de renome nacional.

O artista Xangai (Eugênio Avelino) com seu Cuzco colorido andino e também mexicano na visão de outros, nos presenteou com lindas canções, inclusive de cancioneiros do Chile e da Venezuela, sendo acompanhado por Alex Santos e Baducha no violão. Os participantes do evento, mais de vinte, numa noite fria, mas esquentada pelo calor humano, ficaram encantados com a costumeira performance carismática do nosso violeiro-cantador conquistense, com seu canto apaixonante.

CASA DA CULTURA

Outro que apareceu com sua viola e seus causos foi o nosso Dorinho Chaves, representando a Casa da Cultura como diretor artístico, bem como não poderia deixar de vir o nosso cantor e compositor Manu Di Souza, com sua esposa Cleide e sua filha Maria Luiza. A nossa encantada cantora Marta Moreno também nos abrilhantou com sua arte. Outro que nos brindou com canções de Raul Seixas foi Alexandre Magno, com sua voz forte e vibrante.

O evento recebeu mais gente nova que se incorporou ao nosso Sarau, como o português poeta Luis Altério e sua esposa professora Lídia, a também esposa de Xangai, Carne Freire de Mendonça, nosso produtor cultural Afonso Silvestre, a professora Viviane Gama, que ficou impressionada com o acervo do nosso Espaço Cultural, ao ponto de sugerir seu tombamento pelo poder público, a esposa de Alex Santos e outros que aqui estiveram pela primeira vez.

Não poderia deixar de citar também as presenças de José Carlos, que já se tornou um grande frequentador e apreciador do nosso Sarau Colaborativo, a professora Céu, esposa de Baducha, os fotógrafos José Silva e José Carlos D´Almeida, Denis, o professor Jovino e nossa querida e simpática Tânia, dentre outros.

Como sempre, todos contribuíram para seu sucesso com comidas (tira-gostos) e bebidas, com destaque para o vinho, para combinar com o inverno, mas o principal da noite foi o bode cozido com andu e salada que saiu das mãos delicadas da nossa anfitriã Vandilza Silva Gonçalves. Como sempre, ela a todos recebeu com sua dedicação e carinho. O sabor da sua comida satisfez a todos depois de belas canções e declamações de poemas. No Sarau todos ganharam no intercâmbio do saber e da arte, o respirar de nossas vidas.

Depois de mais de dois anos de interrupção por causa da pandemia (o último foi realizado em fevereiro de 2020 quando completava dez anos de existência), o Sarau Colaborativo foi reiniciado com mais força ainda, como se fala no popular, com “pé firme”, tomando todas as precauções porque o vírus ainda não nos deixou. Foi uma reinauguração de alto nível com a troca de conhecimentos, ideias, discussões no âmbito cultural e um bom papo agradável e descontraído, num clima fraternal.

ESCRAVIDÃO

O tema “Escravidão”, além da apresentação de Xangai, foi a atração da noite quando o professor Itamar nos passou uma visão geral do que foi o sistema no Brasil, desde o ciclo do Pau Brasil e outros que vieram depois, como o da cana-de-açúcar, a mineração e o café, sem deixar de citar o da pecuária, que se utilizaram da mão-de-obra cativa.

O jornalista e escritor Jeremias Macário dissertou sobre dois temas mais específicos, que foram “Os Quilombos e as Torturas” que ocorreram durante os mais de 350 anos de escravismo em nosso país. As crueldades praticadas pelos senhores de escravos, apontadas pelo explanador e baseadas nos livros de Laurentino Gomes, chocaram as pessoas, principalmente as heresias do mestre de campo Garcia D´Ávila Pereira Aragão, da ilustre Casa da Torre.

Uma das particularidades é que no Brasil de hoje existem mais de 3.200 quilombos (dados da Fundação Palmares de 2019), com 1,2 milhão de moradores, dos quais mais de 80% vivendo na extrema pobreza. Esses quilombos ocupam 1,2 milhão de hectares de terra, área essa inferior as dez maiores propriedades do agronegócio no Brasil. Só a fazenda Piratininga, entre Tocantins, Goiás e Mato Grosso, se estende por 135 mil hectares.

No final dos debates, todos concluíram que a escravidão no Brasil contra o povo negro e pobre ainda permanece, de uma forma mais sofisticada, em pleno século XXI, com a fome e a exploração da mão-de-obra. Diante de todo esse quadro macabro e triste, foi lembrado que o Brasil foi o último do mundo a decretar a abolição da escravatura, uma vergonha para todos nós brasileiros.

 





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