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:: 14/jun/2022 . 23:26

E SE FOSSE UM CIVIL?

Por esse e por outros inúmeros fatos degradantes de arrogância, truculência, prepotência e mortes desnecessárias, sem falar dos malfeitos na corrupção de muitos elementos que nem deveriam vestir a farda, é que sempre tenho defendido que a Polícia Militar seja totalmente reformada e repensada como corporação de segurança do cidadão para qual função foi constituída há mais de 200 anos.

Claro que estou me referindo ao absurdo que ocorreu no último final de semana num acidente de carro no Bairro Santa Cecília, em Vitória da Conquista, onde estiveram envolvidos um motorista de aplicativo e um policial que saiu com um facão fazendo arruaças. Além da sua prepotência (deve ter logo anunciado que era um policial), o cara ainda danificou o veículo do rapaz.

Mesmo com a presença dos colegas de fardamento em viaturas, ele continuou com a arma branca em punho, criando um clima de terror e violência. O policial não foi contido, nem chamado a fazer o teste de bafômetro, conforme deveria ser o procedimento padrão para qualquer ocorrência desse tipo.

Como nada disso aconteceu, o comando soltou uma nota tão ridícula que é subestimar demais a inteligência dos outros, ou achar que todo mundo é burro. Diz a notificação que o teste não foi feito porque o agressor não faz uso de álcool ou outra substância ilegal. Ainda mentiu que, quando os colegas chegaram, ele não mais estava com a arma, o que não foi verdade.

Agora, imagine senhores, se no lugar do soldado fosse um civil qualquer. Seria prontamente dominado com armas de fogo apontadas para ele; obrigado a usar o bafômetro; espancado e algemado. Pelo que acompanhamos de outros casos de brutalidades policiais, o moço poderia até ter sido morto, com alegações de que estaria embriagado e fora de controle.

Para não fazer o teste, por acaso a polícia iria considerar que o civil não era usuário de álcool? O uso de uma arma, mesmo branca, já seria motivo para agressões e entendimento que ele estava bêbado. O policiamento diria de imediato que o “meliante” estava embriagado, entre outras acusações que já nos acostumamos ouvir por aí.

O corporativismo é uma coisa muita feia, mas que se tornou normal e bonita na sociedade atual, e até mesmo nas instituições apodrecidas de hoje. Infelizmente, a polícia é também fruto delas. Para agravar mais ainda a situação, reza o sistema que a polícia investiga a polícia. Todos estão carecas de saber que esse esquema não resulta em nada, e quem denunciar, sofre ameaças de morte.

Mais uma vez está comprovado que nosso país tem duas faces, uma dos oprimidos e outra dos opressores. A polícia também não deixa de ser uma oprimida serviçal a mando das castas maiores que estão no topo da pirâmide. Ela apenas desconta toda raiva nos civis pobres e indefesos.

Não é somente por essa cena lamentável que reafirmou minha visão de que a polícia militar (nome que só existe no Brasil) deve ser extinta e, em seu lugar, ser constituída outra, com uma nova filosofia de comportamento, com seu papel de segurança e respeito ao cidadão. É como uma casa velha caindo aos pedaços. Será que o dono deve reformá-la, ou derrubar para fazer outra?

 

 

 





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