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:: 8/jun/2022 . 21:26

LIBERDADE DE IMPRENSA COM ÉTICA, RESPONSABILIDADE E COMPROMISSO

Sabemos que a liberdade de imprensa é a base da democracia. Não temos dúvidas quanto a isso. No entanto, precisamos refletir se isso basta, para carimbarmos de vez esse passaporte da democracia no Brasil, quando mais de 120 milhões de brasileiros vivem no limbo da insegurança alimentar e 33 milhões passam fome, até catando comida no lixo e penando na fila do osso.

Todo veículo de comunicação defende a liberdade de imprensa (Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, 07/06), mas muitos são tendenciosos na informação, principalmente as maiores empresas que sempre visam seus interesses particulares. Então, essa liberdade também tem falhas, e é necessário que reconheçamos isso.

Sempre digo que o direito à liberdade acaba quando não se tem ética e responsabilidade. Não devemos confundir alhos com bugalhos. Nesse sistema, a própria imprensa alternativa é esmagada. Isso também fere a democracia, que já é vilipendiada com as milhões de crianças raquíticas por falta de um prato de comida, pelo menos uma vez por dia.

Quando um jornal, emissora de televisão, rádio ou blog partidarizam na política, estão exercendo com independência e isenção essa liberdade de imprensa?  Uns acham que a mídia tem que tomar partido, mas não concordo porque ela tende a esconder o outro lado da verdade. Aprendi na faculdade que o básico é mostrar as duas faces, ouvir os dois lados, e até um outro terceiro. O pior ainda é quando se é refém e chapa branca do poder.

Todos os dias devemos brigar pela liberdade de imprensa, sem esquecer de questionar essa democracia mambembe que temos, onde diariamente os direitos constitucionais dos indivíduos são violados. A imprensa comete um grande pecado capital que é o esquecimento. As “suítes” não vão muito longe. São reportagens do tipo calças curtas.

Que democracia é essa onde a impunidade ainda se coloca acima dela? A justiça para os pobres está cega, muda e surda. Não falo aqui da cor da pele, porque seria discriminação. O problema maior do nosso país é social, falta de políticas públicas. Quando ela só funciona para os ricos, a democracia é flechada e sempre vive doente.

Atualmente, com esse governo fascista, retrógrado, destruidor do meio ambiente; que não se importa com a vida; estimula o fanatismo religioso e a violência policial, temos mesmo uma democracia? Fala sério! Talvez essa liberdade de imprensa seja o único baluarte que ainda está de pé, mesmo assim perseguida por um bando de lunáticos psicopatas.

Mesmo dentro dessa imprensa de hoje, temos bandidos jornalistas, sem formação e sem escrúpulo, que estão aí para disseminar o ódio, a falsa notícia e a desinformação, ao invés de informar. Aqueles que não são sérios devem ser repreendidos e condenados pelas associações e entidades sindicais, porque estes também cometem atentados contra a liberdade de imprensa.

Existem ainda os omissos que ficam no meio do muro, ou por falta de coragem ou porque são amigos dos protagonistas das barbáries. No caso particular dos ciganos, em Vitória da Conquista, por exemplo, onde a polícia militar escorraçou e matou muitos dessa etnia, a maioria da mídia ficou calada e até distorceu os fatos. Existem outros inúmeros exemplos aqui em Conquista, e todos sabem quais foram. Hoje são arquivos mortos.

Quando se fala em regulamentação, criação de um Conselho Nacional de Comunicação e outros dispositivos para corrigir desvios de conduta e falta de ética de profissionais, logo se vem com essa de mordaça. A categoria precisa se organizar melhor, separar o joio do trigo em nome de uma liberdade duradoura, longe das ameaças daqueles que levantam a bandeira da censura e da ditadura.

Até parece que estou aqui sendo advogado do outro lado nazifascista que está sempre metralhando contra a liberdade de imprensa e a democracia. Não é nada disso. Muito pelo contrário. Entendo, porém, que uma das maneiras de resistência contra esse fogo inimigo é fortalecer também o nosso jornalismo e repudiar a banda podre.

Mais do que nunca, está na hora de unir forças; montar estratégias; oferecer suporte de apoio e segurança aos jornalistas dos rincões mais distantes deste Brasil; realizar reuniões; estruturar os sindicatos; e sair desse cômodo individualismo do cada um que se vire. Somente dessa forma a liberdade de imprensa sempre será o alicerce da democracia, não essa tupiniquim à brasileira.





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