A Bahia e Minas Gerais sendo arrasados pelas chuvas e ele de férias em Santa Catarina se aglomerando com seus malucos seguidores e declarando que não vai vacinar sua filha de 11 anos. Mais parece coisa do anticristo na figura de um Herodes que mandou matar as crianças na Judéia. O pior é que ainda fala em pátria amada.

Sem mais comentários sobre essa personagem amaldiçoada num Brasil que sofre hoje todos os tipos de mazelas. Sobre as chuvas torrenciais em pleno mês de dezembro, prefiro classificá-las como desastre ecológico ou desequilíbrio climático de tanto o ser humano castigar e poluir o meio ambiente. Sobe o nível do mar e as catástrofes varrem a terra, impiedosamente.

O pior em tudo isso é que são sempre os pobres os mais atingidos pelas tragédias, como dessa natureza que leva tudo pela frente e deixa um rastro de destruição e mortes. Nesses casos, a mídia foca na força das águas e nos alagamentos que expulsam os moradores de suas casas, mas existe um conjunto de fatores lá atrás que, somados um ao outro, agravaram mais ainda a situação. As consequências só poderiam ser desastrosas.

O homem pratica o mal contra a natureza e esquece do que faz. Na hora de pagar a conta sempre lembra de pedir socorro a Deus, e ainda diz que tudo está sob o seu controle, como se fosse Ele o causador da desgraça. Quando o temporal passa e as águas baixam, foi Deus que assim quis. É a cultura do homem religioso que não se previne.

Primeiro polui o ar de gazes tóxicos; despeja todo tipo de lixo no planeta para satisfazer seu consumismo desvairado; desmata as margens dos rios; levanta habitações em locais inadequados; constrói barragens de barro e acha que nunca virá o castigo.

Os governantes do passado e do presente continuam cometendo os mesmos erros, e o quadro só tende a piorar, com custos cada vez mais altos porque não se fez o devido controle lá na frente. Nessas horas, uns aparecem para capitalizar mais votos e outros somem, mas sempre quem leva a bordoada é o povo pobre que perde tudo, até a vida, mesmo com as ajudas que logo são relegadas.

Estava demorando a imprensa fazer seu sensacionalismo barato através de um “herói” dos resgastes, como do idoso em Itabuna que, sozinho e teimoso, insistiu em ficar dentro de casa, mesmo com a água subindo. Visivelmente uma pessoa desorientada e sem parentes para lhe cuidar. Não vi a repórter entrevistando algum filho ou neto do senhor que foi socorrido por alguns moradores.

Há quase 30 anos, ainda na atividade jornalística, acompanhei volume de chuvas desse porte, em 1992, quando testemunhei, como repórter, cidades como Guanambi, Ibiassucê, Caculé, Caetité, Malhada e outras invadidas pelas águas, mas não no final de ano.

Lembro o quanto foi difícil fazer as coberturas enfrentando correntezas de rios em cima de tambores e passando de barco quase no nível das copas das árvores, com cobras caindo dos galhos.  Registrei, com o fotógrafo José Silva, pontes caiando e bairros dentro d´água onde o povo chorava com as perdas.