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:: 30/jan/2021 . 0:12

A MALDIÇÃO DA COVID-19 NO BRASIL

FEZ BEM O GOVERNO DO ESTADO NÃO DAR PONTO FACULTATIVO NOS DIAS DE CARNAVAL QUE NÃO MAIS VAI EXISTIR. NÃO FAZ NENHUM SENTIDO. É UMA FORMA DE INIBIR AGLOMERAÇÃO NAS LIVES DESSES CARNAVALESCOS ENDINHEIRADOS QUE NÃO RESPEITAM ESSA TRAGÉDIA DE MAIS DE 220 MIL MORTES.

O ano passado foi da Covid-19, e nesse 2021 (Feliz Ano Novo!) ainda vai ser dela e mais da vacina. Infelizmente, ainda estamos todos nós dominados por estes assuntos, como uma maldição que se abateu em nossas vidas. Por mais que nos esforcemos, ainda não há como nos libertar dessa angústia, desse pânico, dessa depressão, desse desespero e desse medo horrível que nos ronda no dia-a-dia. De máscaras, mais parecemos terroristas aterrorizados contra um inimigo invisível.

Irritados, com os nervos à flor da pele, estouramos com o outro ao nosso lado, com discussões políticas ideológicas que roubam o nosso racional do fazer pensar de esquecer do ódio e da intolerância. Nas redes social, mesmo em meio a uma pandemia mortal, as pessoas se autodestroem em xingamentos e falta de amor, com discriminação, atos de racismos, homofobias e falsas notícias.

OS PIORES DA RAÇA

Tudo isso nos faz ser os piores da raça que nem respeitam as mais de 220 mil mortes causadas pelo inimigo do terror. Nos faz ser cruel e insensíveis com a dor profunda daqueles que perderam seus entes queridos. A mão que afaga, é a mesma que soca e esmurra quando ainda tem gente que fura a fila das vacinas e só pensa em salvar sua vida. É o máximo da covardia de uma consciência morta. Ele só pensa em sua aorta e em seu sopro. Não importa que o outro deixe de respirar.

Pelas ruas, nos ônibus e nos metrôs, uma multidão ainda segue suas vidas amedrontadas para sobreviver. Os seres humanos, desumanos, mais parecem robôs teleguiados, um olhando cismado para o outro e pensando quem está contaminado. Outros, como brucutus das cavernas, preferem negar a ciência e se aglomerar nas farras. A maioria é jovem. Pena que não lhe ensinaram a pensar, e anda por aí em nome de uma falsa liberdade.

A maldição da Covid-19 estampou a cara de milhões (mais de 50) que viviam e ainda vivem abaixo da linha da pobreza. Criou as filas quilométricas de angustiados e ansiosos nas portas dos bancos por um auxílio emergencial. Espalhou a morte e também o salve-se quem puder. Separou muita gente do convívio diário familiar. Tivemos que engolir as saudades e armazenar as lembranças nas entranhas dos nossos porões.

Ela nos pegou no pior momento de um país dividido pelo rancor do “somos nós contra vocês”. Os falastrões demagogos nos incitam à raiva. Como se fosse um castigo pelos nossos pecados, o povo ficou órfão de um governo que não cuida de seus filhos, numa pátria sem comando. Ele espalha mau exemplo por toda parte. Milhares de potenciais suicidas seguem seus passos, ouvindo sua doutrina da desgraça e da destruição.

É momento de reconciliação. É momento de perdoar e de abrir nossos corações para combater os maiores inimigos que, entre estes, estão os que tripudiam dos protocolos da ciência, fazem deboches das recomendações de isolamento e distanciamento e agridem a mídia negando as informações. Nós nem calculamos, mas, além do inimigo Covid, temos outro maior que se alimenta da nossa insensatez e irracionalidade.

Se queremos mudar de governo, temos que processar uma grande mudança em nós mesmos, senão não haverá nenhum sentido. Quero viver em um país que não me envergonhe. No livro “O Fim do Homem Soviético”, de Svetlana Aleksiévitch, tem a passagem de um testemunho que diz “Eu não votei nesses canalhas, votei em outros canalhas”.

Sinto medo de sermos todos uns falastrões. Gritamos nas praças; fazemos manifestações nas ruas; protestamos e depois voltamos para os nossos celulares para ficar na internet. Estamos vivendo pelas leis de Darwin onde a prosperidade é só para os fortes.

Nesse país, os fracos perecem no meio do caminho, e outros nem chegam à metade. O filósofo Heine certa vez se expressou que semeou dragões e colheu pulgas. Aos seus seguidores, Karl Marx disse que só sabia de uma coisa, que não era marxista.

 





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