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O DINHEIRO E A “MÁQUINA” SEMPRE FALAM MAIS MALTO NAS ELEIÇÕES

COM A MINHA DESISTÊNCIA NA DISPUTA POR UMA CADEIRA À CÂMARA DE VEREADORES, OPTEI EM APOIAR O NOME DE MOZART TANAJURA PELA SUA ÉTICA E CAPACIDADE.

Por mais que se fale para o eleitor que vote consciente no candidato, para que sua escolha não seja errada, é muito difícil essa advertência ser seguida em nosso país, devido a vários motivos por demais conhecidos, como, por exemplo, o baixo nível educacional. Mais uma eleição, agora municipais, onde falam mais alto o dinheiro e a “máquina” pública dos que estão no páreo pela reeleição.

Vamos particularizar o pleito em Vitória da Conquista fazendo referência aos 21 vereadores da Câmara (um número absurdo para nossa realidade) onde somente poucos contam com a competência para legislar e exercer seu papel, conforme é exigido por lei de um representante parlamentar. Sempre tenho dito que a nossa Câmara está num nível bem abaixo da posição da nossa cidade como a terceira maior da Bahia.

POUCA RENOVAÇÃO

Como acontece de quatro em quatro anos, não será dessa vez que vamos ter uma renovação digna e expressiva, com eleitos preparados e conscientes do seu dever para o cargo, principalmente em termos de conteúdo e seriedade. Logo de largada, sabemos os que vão ser reeleitos, porque a disputa é totalmente desigual para os novos, mas ninguém quer saber de uma reforma política.

É uma disputa que já começa com os 21 lá na frente, dobrando a curva para a reta de chegada. Para alcançar alguns e ficar entre os vencedores, infelizmente, conta muito ter uma boa grana para investir nesse curto tempo de propaganda. Ouvi gente falando aqui, em Conquista, em gastar um milhão de reais, o que não deixa de ser um chute, ou exagero.

Geralmente, quem vai “torrar” muito dinheiro para tentar ser eleito não é o candidato ideal, pois esse cara já entra na Casa com outras intenções, não de representar o povo e buscar melhorias para a comunidade em termos coletivos. No frigir dos ovos, a renovação que houver não vai significar real mudança. Tudo vai continuar como Dantes…

Muitos, inclusive faço referência à minha pessoa, desistiram de prosseguir na caminhada por questões financeiras, porque o núcleo regional do partido não dispõe de recursos para, pelo menos, ajudar seu filiado na divulgação do seu nome entre o eleitorado. Como o sistema é bruto, não adianta ter boas intenções e se considerar capaz para sua função.

Outro problema que me fez desistir foi a pandemia da Covid-19, sabendo que muitos inescrupulosos colocam sua candidatura acima da vida e passa por cima das leis porque sabem que não existe punição severa. A Justiça Eleitoral neste Brasil é uma das mais fracas, talvez a mais, no quesito rigor no cumprimento das regras.

Diante de tantas ilegalidades que se vê por aí, quando muito ela elege um bode expiatório e aplica uma multa, a qual nunca é paga porque se recorre. Essa Justiça não tem estrutura eficiente e até faz vistas grosas para quem age desonestamente com fake news, dinheiro ilegal por debaixo do pano, compra de votos nas madrugadas das noites, assistencialismo barato, dentre outras falcatruas.

Para ser bem realista, nunca foi uma Justiça confiável, desde os tempos iniciais da República e do coronelismo. Vale sempre a lei do mais forte. Como tive que desistir, embora com a vontade de marcar meu espaço e dar a minha contribuição leal, com ética na política, optei por apoiar o candidato Mozart Tanajura pelo seu passado de retidão e porque é uma pessoa preparada para representar nossa cidade no legislativo.

UMA HOMENAGEM À CIÊNCIA NA ARTE DO ESCULTOR ALAN KARDEC

Confesso que não consegui entender as críticas veladas e raivosas contra a escultura de um coronavírus e nele sendo aplicado uma injeção, ou uma vacina, feita pelo artista Alan Kardec, e que foi instalada nas imediações da Avenida Olívia Flores.

Muitos se expressaram nas redes sociais – e até aí é um direito de cada um – como um desrespeito e uma afronta aos mortos pela Covid-19, que em Vitória da Conquista está em torno de 140 pessoas e mais de 140 mil no Brasil.

NÃO COM ÓDIO E DEBOCHES

Em minha opinião, é uma homenagem prestada à ciência, aos médicos e aos técnicos da área de saúde que estão na linha de frente nos hospitais no combate à doença, e salvando vidas. De um modo geral, a arte é para ser vista e interpretada subjetivamente de várias maneiras, e é passível de críticas, mas não com manifestações de ódio, intolerância e até deboches, com memes.

O próprio autor da arte, um grande e talentoso escultor conquistense que tem dedicado toda sua vida a mostrar seu valioso trabalho, com recursos próprios, disse encarar as críticas com naturalidade, e que sua intenção foi puramente a de homenagear à ciência que está batalhando para encontrar uma vacina, ou medicamentos para acabar de vez com o vírus, de forma que a vida no planeta, de cerca de oito bilhões de habitantes, volte ao seu normal.

Alan, que é muito conhecido por suas polêmicas – e assim deve ser a vida inquieta de um artista – tem centenas, ou até milhares de obras espalhadas pela cidade que são apreciadas por muita gente. Como se não bastasse, em breve ele deverá entregar ao público o “Museu Kard” de esculturas, fruto do seu incansável trabalho de um operário abelha ou cigarra da cultura.

Infelizmente, não somente em Conquista, mas em todo nosso país, a nossa cultura tem sido jogada na cesta de lixo, censurada por moralistas dos “bons costumes” e até esconjurada. Arte deixou de ser reflexão da vida e da alma.

Essa gente das críticas ácidas, na sua grande maioria sem base fundamentada de conhecimento, não tem coragem de fazer cultura, não liga e nem dá importância para ela. Pouquíssimos hoje valorizam uma boa música, um bom filme, uma boa peça teatral, um poema, a leitura de um bom livro e, raramente, frequentam museus e salões de artes plásticas.

Nessa era de trevas, com odor podre medieval inquisitório ultraconservador, quase todos artistas hoje são vistos como comunistas esquerdistas que merecem ser queimados nas fogueiras. São espécies em extinção, como centenas de animais da nossa natureza. São pessoas que têm se mantido solitários nas trincheiras da resistência.

A SOLIDÃO DOS ARTISTAS

Como jornalista, pelo pouco que tenho feito pela cultura, escrevendo e elaborando minhas letras poéticas, me sinto vítima dessa solidão, onde meu produto tem o mínimo de valorização e merecimento. Também respondo como Alan, de que as críticas não me abalam. Muito pelo contrário, me dão mais forças para continuar na peleja.

Um exemplo disso são os nossos pioneiros vídeos de textos-poéticos que, com uma pequena equipe e um celular na mão (Jeremias Macário, Vandilza Gonçalves e José Carlos D´Almeida) vêm sendo realizados desde o início de março com a chegada da pandemia, e distribuídos para grupos de amigos, conhecidos, interessados e parentes. Com a colaboração financeira de algumas pessoas, conseguimos fechar um curta-metragem de pouco mais de 20 minutos.

Temos ainda o nosso “Sarau Cultural A Estrada” que neste ano completou dez anos de existência, produzindo conhecimento e troca de ideias. Com meus textos, tenho ouvido e recebido críticas invejosas de forte cunho ideológico, mas não é por isso que vou parar, e creio também que Alan está ainda mais inspirado para nos brindar com suas novas criações.

Neste Brasil de tantos retrocessos, arte hoje é destruir o meio ambiente, com derrubadas de árvores e queimadas; praticar a homofobia e o racismo; chamar o negro de escória; e defender que a terra é plana. Arte hoje em nosso país é acabar com o Ministério da Cultura, com a nossa cinemateca; apoiar a volta da ditadura; negar a ciência; e dizer que a Covid é uma “gripezinha”. Arte hoje é reduzir recursos do Ministério da Educação; roubar os cofres públicos e alimentar a corrupção com o fim da Força Tarefa da Lava Jato. Arte hoje é chamar os artistas de comunistas e bando de vagabundos imprestáveis.

CALDEIRÕES DE RAÇAS COM EXCEÇÃO DA CHINA QUE TEVE UNIFICAÇÃO PRECOCE

As seis nações mais populosas do mundo, com exceção da China, são caldeirões de raças que conquistaram a unificação política, e que ainda mantém centenas de línguas e grupos étnicos. A Rússia, um país eslavo, nem mesmo havia começado sua expansão além dos Montes Urais até 1582 – ressalta o cientista Jared Diamond, em seu livro “Armas, Germes e Aço”.

Índia, Indonésia e Brasil também são criações políticas, abrigando cerca de 850, 670 e 210 línguas, respectivamente. Somente a China revela-se política, cultural e linguisticamente monolítica. Foi unificada politicamente em 210 a.C. Ela só teve um sistema de escrita, ao passo que a Europa utiliza vários alfabetos modificados. Com mais de 1 bilhão de habitantes, mais de 800 milhões falam o mandarim, e outros 300 milhões sete outros dialetos.

CHINESES DIFERENTES

É bem verdade, que os chineses do norte e os do sul são geneticamente e fisicamente diferentes. Os do norte (mais altos, mais pesados, mais pálidos e olhos menores) são parecidos com os tibetanos e os nepaleses, enquanto os do sul, mais semelhantes aos vietnamitas e aos filipinos.

A Europa ocidental absorveu cerca de 40 idiomas só no período de seis a oito mil anos desde a chegada das línguas indo-europeias, como o inglês, o finlandês e o russo. A China tem também mais de 130 pequenas línguas, faladas apenas para alguns milhares. Por exemplo, os falantes do miao-iao (Cerca de 100 mil) são refugiados do Vietnã e levaram essa família de língua para os Estados Unidos, onde são conhecidos pelo nome de hmong.

Outro grupo é a austro-asiática que está espalhada pelo leste do Vietnã à península malaia e ao sul da Índia setentrional. Boa parte dessa fragmentação ocorreu nos últimos 2.500 anos e “está bem documentado historicamente”. Outros grupos étnicos chineses eram menosprezados e considerados como primitivos. A história da dinastia Zhou, de 1100 a 210 a.C. descreve a conquista e a absorção da maioria da população de línguas não-chinesas pelos Estados de falantes do chinês.

A China setentrional era originalmente ocupada por falantes do chinês e de outras línguas sino-tibetanas. Diz o autor do livro, que um motim linguístico deve ter passado sobre o sudeste da Ásia para o sul da China (Tailândia, Miamar, Camboja, Vietnã e Malásia).

Sabemos que o inglês não substituía a língua dos índios. Para acontecer isso, os imigrantes que falavam o inglês mataram a maioria dos índios por meio da guerra, homicídios e introduzindo doenças, sendo os sobreviventes obrigados a adotar o inglês,

PRIMEIROS CENTROS

A China foi um dos primeiros centros mundiais de domesticação de plantas e animais. As culturas mais identificadas eram o milhete ao norte, e arroz ao sul. Os sítios chineses pesquisados também continham ossos de porcos e galinhas. O búfalo-da-índia, o bicho-da-seda, os patos e gansos eram importantes. Os produtos posteriores incluem feijão, soja, cânhamo, frutas cítricas, chá, damascos, pêssegos e peras.  As contribuições ocidentais mais significativas para a China foram o trigo, a cevada, vacas, cavalos e cabras.

A tradição chinesa da metalurgia do bronze teve suas origens no terceiro milênio a.C., e acabou resultando na mais antiga produção de ferro no mundo, por volta de 500 a.C. Nos 1500 anos seguintes houve uma grande proliferação de invenções tecnológicas, como o papel, a bússola e a pólvora. Surgiram cidades fortificadas no terceiro milênio a.C., com cemitérios simples e suntuosos, mostrando as diferenças de classe.

A imensas muralhas urbanas de defesa, palácios e o Grande Canal comprovam que existiram governantes com mobilidades de forças populares. Relatos escritos das primeiras dinastias, remontando a Xia, também indicaram o grande potencial chinês, por volta de 2000 a.C.  Textos europeus dos tempos romanos e medievais descrevem a chegada da peste bubônica e da varíola, de modo que esses germes podiam ser de origem asiática oriental. A gripe dos porcos deve ter aparecido na China.

Os extensos rios que atravessam a China (O Amarelo e o Yang-tsé) facilitaram a difusão de culturas agrícolas e de tecnologia entre a costa e o interior. Todos esses fatores geográficos contribuíram para a unificação cultural e política precoce na China, ao passo que a Europa, com terreno mais acidentado, resistiu à unificação. A China desenvolveu um único sistema de escrita, ao contrário de outras civilizações.

As três primeiras dinastias Xia, Shang e Zhou surgiram na China setentrional no segundo milênio a.C. Escritas preservadas do primeiro milênio a.C. mostram que o chinês étnico já se sentia culturalmente superior aos “bárbaros” não-chineses. Os do norte costumavam considerar “bárbaros” até mesmo os chineses do sul.

Os Estados organizados pela dinastia Zhou do norte espalharam-se para o sul durante o primeiro milénio a.C., culminando na unificação política, em 210 a.C. O primeiro imperador Qin condenou todos os livros históricos por considerá-los inúteis e ordenou que fossem queimados. As históricas expansões para o sul dos birmaneses e laosianos completaram a sinificação do sudeste tropical da Ásia.

Até mesmo a Coréia e o Japão foram influenciados pela China, embora o isolamento geográfico garantiu que não perderiam seu idioma, ou a distinção física e genética, como aconteceu no sudeste tropical da Ásia. A Coréia e o Japão adotaram o arroz da China, o trigo, a cevada, a metalurgia do bronze e a escrita entre o segundo e o primeiro milênio a.C. “O prestígio da cultura chinesa ainda é tão grande na Coréia e no Japão que este país nem pensa em descarta seu sistema de escrita derivado do chinês”.

 

UMA AVE RARA E SÁBIA

Dizem que a coruja simboliza sabedoria, talvez por isso seja uma ave rara e difícil de ser encontrada em nossa natureza e no reino animal. Quando vista em algum lugar, bate logo aquela vontade de dela se fazer uma imagem como recordação, mais ainda quando se está com uma máquina ao lado. Não é fácil chegar perto, sem antes bater suas asas para outro ponto distante. Tive sorte dela se deixar ser fotografada pelas minhas lentes, mesmo com seu jeito cismado do tipo sertanejo matuto que demora para confiar no estranho. Além de ser uma curiosidade, a coruja não é muito de se enturmar e se relacionar com outras espécies. Não é de muito ajuntamento e aglomeração, como nos tempos atuais de pandemia. Pelo menos neste aspecto temporário, devemos seguir seu exemplo e sermos  sábios como a coruja, para evitar ser contaminado pelo vírus e passar para outros.  Em seu próprio habitat, e quando está sozinha, ela nos passa uma importante lição, de que sejamos observadores com o que acontece em nosso entorno. De qualquer forma, é um predicado de sabedoria. Apesar de chamar a atenção quando é vista em algum lugar, ela nem está ai para bonitezas onde faz seus descansos meditativos sobre o tempo, tanto que existe aquele ditado de que “quem gaba o toco é a coruja”. A coruja nos passa introspecção e nos faz pensar na vida, nos deixando mais leve e relaxado. Ao vê-la quieta, fico imaginando o que ela está pensando em fazer.

TAPA NA CARA

Poema de autoria do jornalista Jeremias Macário

Deixaram o corpo estirado na maca,

No corredor de um sujo hospital,

Não ganhou nem o seu funeral,

E eu, nem ao menos protestei,

Por nos tratar como bruaca.

 

Fizeram esculacho da nossa lei,

Escarraram em minha cara,

Nos surraram com reio e caiçara,

Na carne tremida pelo frio vento,

Da urina fedida do cru cimento,

E mais uma vez com tudo me calei.

 

A noite pode até ser uma menina,

Mas o dia é uma ave de rapina,

Entre chibatas nos espinhaços,

E rações nos tachos de melaços,

Lembram as épocas da coivara,

Que se acordava com tapa na cara.

 

O tempo que amacia e suaviza,

Também alisa e retalha a pele,

Penetra e endurece as juntas,

Torce e retorce o seu corpo,

E nos faz andar lentamente,

Até nos deixar seco indiferente.

 

 

 

 

O “CONTROLE” DA COVID EM CONQUISTA E O ÍNDIO-CABOCLO INCENDIÁRIOS

Na visão enrolada do secretário de Administração da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, a Covid-19 no município continua sob “controle”, mesmo com mais de sete mil pessoas que já foram infectados e o registro de quase 140 mortes, num período de praticamente seis meses. Enquanto isso, a flexibilização segue de vento em poupa, numa coligação com o comércio lojista (sua vice na chapa a prefeito manda na CDL) e o setor de serviços.

Por que a Secretaria de Saúde não se pronuncia sobre o assunto em Conquista, já que a questão é da sua competência, e não da Administração? Além do órgão público, é preciso que a mídia televisada, também ouça especialistas, como infectologistas, médicos e epidemiologistas, para dar um parecer independente sobre os números do coronavírus. No geral, as matérias são BOs (Boletins de Ocorrências). A mídia pouco questiona os fatos, e o público só recebe realizes.

Cadê as imagens de fiscalização?

Precisamos de outras versões mais balizadoras e analíticas, e não somente de um porta-voz oficial, com os mesmos pronunciamentos postados, e afirmando que os excessos cometidos, com relação aos relaxamentos, estão sendo fiscalizados. Como é mostrado em Salvador e outras cidades, cadê as imagens de fiscais combatendo as aglomerações em festas, bares e restaurantes, com barulheira e som alto nos finais de semana?

Assim, não dá muito para acreditar na situação somente ouvindo uma única versão do porta-voz oficial do poder público! No meu entender, a Covid-19, em Conquista, se mantém em aceleração, e o quadro pode ainda mais se agravar com a entrada oficial das campanhas eleitorais na corrida pelo poder no executivo e à Câmara de Vereadores. Não me atrevo a ir a um bar ou restaurante tomar a minha predileta cerveja com os amigos.

O ÍNDIO E O CABOCLO

Do âmbito regional ao nacional, assistimos, na última terça-feira, pela televisão, uma enxurrada de vexames e mentiras ditas na ONU pelo capitão-presidente que, por incrível que pareça (são os absurdos brasileiros), começa a ganhar popularidade, por conta dos auxílios emergenciais e dos seus cultuadores e idólatras ultraconservadores.

Diante da verborreia vergonhosa na ONU, a conta da depredação contra o meio ambiente sobrou para o pobre do índio e do caboclo que se transformaram em personagens incendiárias do Pantanal e da Amazônia, logo eles que ao longo desses séculos foram massacrados e dizimados pelos poderosos.

O que sobrou dessas etnias em nossas matas, está sendo empurrado para fora de suas terras, justamente pelos garimpeiros, grileiros e fazendeiros, os verdadeiros culpados pelas chamas que ardem a nossa mãe natureza. Ele acha que está enganando a quem? Certamente deve estar seguindo a cartilha do assessor de propaganda de Hitler, de que uma mentira contada mil vezes, vira verdade.

Poderia aqui elencar uma série de inverdades contadas aos brasileiros e ao mundo, como o controle da pandemia pelo governo federal, quando o vírus já ceifou 140 mil almas, e mais de três milhões já foram contaminados.

É muito duro ouvir que o Brasil é o país do mundo que mais preserva suas florestas e que mais soube conter o avanço da pandemia. Dá nojo e vontade de vomitar! Outras barbaridades foram pronunciadas, e até a mídia entrou no rol dos culpados pelos incêndios em nossos biomas.

O cara fala de democracia, mas defende a volta da ditadura, num governo que se aproxima claramente do fascismo; ameaça de forma agressiva a imprensa; comete crimes contra o meio ambiente, desmobilizando o Ibama e outros órgãos de preservação e, mesmo assim, ganha popularidade.

Poderia dizer que tudo está virado de cabeça para baixo, não fosse o caso de termos uma grande massa brasileira analfabeta, ignorante, sem conscientização política e, acima de tudo, pobre e miserável que “sobrevive” há anos de esmolas de cestas básicas. Poderia afirmar, lamentavelmente, que ele se apropriou da Covid para “comprar” o eleitor com o auxílio emergencial.

Basta um dinheiro no bolso, e o resto de ruim e destruidor é esquecido. Está comprovado que a miséria e a ignorância sustentam qualquer maluco no poder. É só soltar uma grana. Somos tão atrasados que ainda não saímos do coronelismo autoritário. O poder bebe da fonte da miséria e faz de tudo para que ela continue assim, dando voto.

O FUTEBOL SEM APITO E A COVID-19

Em meio a toda esta tormenta em que a nossa democracia corre um sério risco de ser engolida pelas ideias fascistas que encontraram um terreno fértil, criado pelos ressentimentos contra as esquerdas alopradas no campo da política, acompanhamos, nos momentos de descontração, um futebol insosso onde o juiz perdeu o apito com mudanças de regras que deixaram o esporte preferido dos brasileiros sem a “tesão” e o atrativo de antes.

Como se não bastasse ver o Brasil em chamas e garimpeiros fazendo protestos para que não haja fiscalização do Ibama contra as ilegalidades que estão envenenando nossa mãe terra e os rios, sem falar na expulsão dos nossos índios, temos uma multidão inconsciente que partiu para o relaxamento em relação à pandemia da Covid-19, que já ceifou quase 140 mil pessoas e continua matando.

VIDAS PERDIDAS NÃO SE RECUPERAM

O prefeito de Brumado, que insiste na volta às aulas neste final de ano, se junta às barbaridades, dizendo que o vírus não passa de uma panaceia e que a parada das atividades escolares também significa perda de vidas. Ora, um ano perdido de ensino pode ser recuperado, mas nunca uma vida que já se foi. Desde o início dessa “peste”, venho defendendo que neste ano fosse proibido a realização das eleições, o retorno às escolas e ao futebol.

Com relação a esta modalidade esportiva, que tanto empolga e cria polêmicas e discussões, as mudanças feitas nas regras foram para pior, como a substituição de cinco jogadores durante a partida, e essa tal criação do VAR que desmoralizou o árbitro em campo. A todo momento para o andamento da “peleja” a fim de rever jogadas. Marca-se um pênalti e volta-se atrás, e vice-versa. Ainda criaram as atais paradas técnicas.

Com toda essa confusão, sem público nas arquibancadas e jogadores sendo infectados pelo corona, o futebol ficou “pálido”, e a bola murchou, a não ser para aqueles torcedores fanáticos e doentes que chegam a declarar que seu time é a sua vida, coisa de cabeça oca que teve os neurônios queimados na falta de um sentido existencial.

Outra coisa que irrita no futebol de hoje é o número excessivo de faltas violentas, principalmente perto da pequena área do gol quando o adversário atacante está levando vantagem, ou deu um drible desconcertante na zaga. Ai, o “perna de pau” vem lá e bota para arrebentar, com uma tremenda rasteira. Deveria haver uma regra onde toda falta cometida nessas imediações do campo fosse batida de forma direta, sem barreiras. Só assim evitaria, ou reduziria o número de entradas faltosas. A “redonda” agradeceria voar e correr mais tempo nas quadro linhas, sem ser tanto perturbada e maltratada pelos brutos.

Sou Tricolor das Laranjeiras e já joguei futebol em minha juventude quando fui da seleção de Amargosa e do Seminário de Padre onde estudei, mas nos tempos mais recentes, confesso que estou perdendo aquele entusiasmo de antigamente, de tanto ver jogadores medíocres e mudanças nas regras, que só tiraram o atrativo e a empolgação do nosso esporte predileto que criava discussões calorosas, no bom sentido e com respeito.

O RETORNO DAS AGLOMERAÇÕES

Quanto à questão da Covid-19, é também lamentável o que vem ocorrendo com as pessoas que foram tragadas pelos negacionistas da ciência, e até defendem que a terra é plana. Voltaram-se às aglomerações e ajuntamentos nas festas e bares, sem os devidos regramentos recomendados pelos infectologistas e epidemiologistas.

Esses tipos de comportamentos irracionais, infelizmente, vão resultar no aumento das contaminações e de mais mortes, com a posterior obrigatoriedade de restrições e fechamentos da economia, o que significa prejuízos e sofrimento para os mais vulneráveis e pobres.

O capitão-presidente, que sempre fala em democracia, mas queria fechar o Supremo Tribunal Federal com tropas das Forças Armadas, vai à ONU e mente quando declara que os governadores e prefeitos são os maiores culpados pelas quase 140 mil mortes.

Ora, o Ministério da Saúde (dois ministros médicos deixaram a pasta para não trair seus juramentos), agora dirigido por um general (ele entende de armas), passa todo tempo fazendo propaganda da Cloroquina e é contrário a isolamentos. O próprio governo não dá exemplo quanto ao simples uso de máscaras.

Em conluio com a CBF, o próprio Ministério recomenda a abertura dos estádios de futebol ao público, onde se sabe ser impossível manter o distanciamento entre torcedores, especialmente no calor das partidas e dos xingamentos a juízes, adversários e ao seu próprio time quando está perdendo. Mesmo com a capacidade reduzida para 30%, vai ser inevitável as aglomerações nas entradas e saída, sem falar das ocasiões que se parte para a violência.

 

“COMO A CHINA TORNOU-SE CHINESA”

Quando os europeus chegaram em 1930 em nova Guiné ficaram surpresos ao ver paisagens semelhantes à da Holanda. Viram extensos vales completamente desmatados e pontilhados de aldeias, e campos drenados e cercados para a produção intensiva de alimentos. Os papuas das planícies e do litoral são aldeões que dependem muito do peixe, enquanto os que vivem em terrenos secos sobrevivem cultivando a banana e o inhame, complementando com a caça.

Em sua história, os habitantes da Nova Guiné sofreram vários golpes biológicos e geográficos que dificultaram seu desenvolvimento, como o fato das zonas centrais das montanhas serem as únicas áreas ideais para a produção intensiva de alimentos. A população nunca passou de um milhão até que os europeus levaram para lá a medicina e puseram fim às guerras entre as tribos.

NOVA GUINÉ NÃO PODE AVANÇAR

Com essas descrições o autor do livro “Armas, Germes e Aço”, Jared Diamond diz que, com cerca de um milhão de pessoas, Nova Guiné não pode avançar muito na tecnologia, na escrita e no sistema de política, como ocorreu no Crescente Fértil, na China, nos Andes e na Mesoamérica, com milhões de pessoas.

Antes de entrar no capítulo “Como a China Tornou-se Chinesa”, o cientista faz uma viagem por nova Guiné e afirma que ela tem a maior concentração de idiomas do mundo. Mil das seis mil línguas do mundo abarrotam uma área pouco maior que a do Texas. São divididas em várias famílias linguísticas tão diferentes como o inglês do chinês.

Ele fala dos vizinhos, como os aborígines australianos caçadores-coletores que quase nada tinham a oferecer aos papuas, bem como as ilhotas Bismarck e Salomão. Sobre a Indonésia, esta foi ocupada por produtores de alimentos originários da Ásia que de lá partiram para Nova Guiné e outras regiões.

Os chamados austranésios (origem da China) se estabeleceram nas ilhas oeste, norte e leste da Nova Guiné onde introduziram a cerâmica, as galinhas e, provavelmente, cães e porcos. Nos últimos mil anos, o comércio ligou Nova Guiné às comunidades mais avançadas de Java e da China.

Nova Guiné exportava plumas de aves e especiarias e recebia mercadorias, como artigos de luxo e porcelana do sudeste da Ásia. Isso não havia acontecido até 1511 quando os portugueses chegaram às ilhas Molucas e interceptaram os avanços da Indonésia. A colonização deixou um extermínio de mamíferos, tanto em Nova Guiné como na Austrália. O único mamífero domesticado de fora foi o cachorro da Ásia.

Diamond descreve a situação climática na Austrália, de terras estéreis e de secas implacáveis. Por causa desses fatores, a agricultura lá continua até hoje sendo um negócio arriscado. Algumas plantas como o inhame, o inhame branco e araruta são cultivadas em Nova Guiné, mas crescem também no norte da Austrália, que têm pastagens favoráveis aos cangurus. Os aborígines ficavam nas regiões mais úmidas e mais produtivas, mas os europeus os expulsaram de suas terras, com matanças generalizadas.

Mesmo com terras inóspitas, a Austrália conseguia fazer colheitas de sementes de milhete silvestre (família do sorgo), que era a base da agricultura chinesa antiga. As ferramentas usadas, como a faca de pedra e o rebolo eram semelhantes às inventadas de forma independente no Crescente Fértil. A situação geográfica limitou a população de caçadores na Austrália. Com isso, possuía bem menos inventores potenciais que os milhões da China e da Mesoamérica.

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AS INVASÕES DOS POVOS AUSTRANÉSIOS NA AUSTRÁLIA E NA NOVA GUINÉ

Em sua viagem de pesquisas pela Ásia, principalmente na Nova Guiné, o cientista Jared Diamond faz um relato sobre a influência dos austranésios (povos originários do sul da China) entre os povos em torno da Indonésia, da Austrália, Nova Guiné e em outras ilhas asiáticas do Pacífico até a Polinésia. Ele conta sua experiência fracassada para trilhar uma subida no deserto australiano a fim de conhecer umas pinturas rupestres, coisa que os aborígines faziam com facilidade.

De acordo com ele, a Austrália é o continente mais seco, mais plano, mais estéril e biologicamente mais pobre entre os outros. Assinala que foi o último continente a ser ocupado pelos europeus que dizimaram os nativos das terras mais temperadas e não chegaram a alcançar a parte mais desértica. Até o século XIX, ali abrigavam as sociedades humanas mais peculiares e a população menos numerosa de todos os continentes.

SEM MARCA DA CIVILIZAÇÃO

“A Austrália é o único continente onde, nos tempos modernos, todos os povos nativos ainda viviam sem qualquer marca da chamada civilização – desprovidos de agricultura, gado bovino, metal, arcos e flechas, aldeias povoadas, tribos centralizadas ou Estados”. Um explorador francês chegou a dizer que os australianos são a gente mais miserável do mundo, e os seres humanos mais próximos das bestas selvagens.

No entanto, 40 mil anos atrás, segundo Diamond, as sociedades australianas nativas levavam uma grande vantagem sobre os europeus e povos de outros continentes. Eles desenvolveram ferramentas de pedra e embarcações mais antigas do mundo. Em sua avaliação, os humanos modernos podem ter povoado a Austrália antes de habitarem a Europa Ocidental. Por que, então, os australianos não conquistaram a Europa?

Ele explica que na Era Glacial, o nível do mar baixou muito em relação ao atual (mar de Arafura) entre a hoje Austrália e a Nova Guiné. Quando as lâminas de água derreteram, há 12 e 8 mil anos, o nível do mar subiu muito. As sociedades humanas dessas duas massas de terra, antes unidas, se tornaram diferentes uma da outra. A maioria dos papuas da Nova Guiné era de lavradores e criadores de porcos. Eram politicamente organizados em tribos.

Diamond constatou que, 40 mil anos trás, essas travessias devem ter sido feitas em balsas de bambu, embarcações de baixa tecnologia, mas propícias para o alto mar, ainda utilizadas no litoral meridional da China de hoje. Só nos últimos milhares de anos encontramos indícios seguros na forma de aparecimento de porcos e cães oriundos da Ásia, respectivamente na Nova Guiné e na Austrália. Antes não existiam provas da chegada de seres humanos pela Ásia.

Quando os europeus começaram a colonizar a Nova Guiné, no final do século XIX, os nativos eram analfabetos, usavam ferramentas de pedra e não eram organizados em Estados, ou tribos centralizadas. Para Diamond, o povo australiano e o da Nova Guiné representa um enigma dentro de outro enigma. Os aborígines são diferentes dos europeus, por isso, muitos estudiosos consideraram um elo perdido entre os macacos e os seres humanos.

Milênios de isolamento, e as línguas modernas aborígines australianas e as do grupo principal da Nova Guiné (papuas) não revelam qualquer relação com outra língua asiática. “Estudos genéticos sugerem que os aborígines da Austrália e os montanheses da Nova Guiné são um pouco mais parecidos com os asiáticos modernos do que com os povos de outros continentes”.

Depois de 40 mil anos, os australianos continuavam caçadores-coletores, mas, o surpreendente é que o continente possui as mais ricas reservas de ferro e de alumínio do mundo, bem como de cobre, estanho, chumbo e zinco.

ASIÁTICOS FORA DA CHINA E O ISOLAMENTO

O pesquisador destaca que os primeiros colonos asiáticos da Grande Austrália tiveram muito tempo para se tornarem diferentes de seus primos asiáticos, que não saíram de casa, com trocas genéticas limitadas. Em sua análise, o tronco familiar original do sudeste da Ásia, do qual derivavam os colonos da Austrália, foi sendo substituído por outros asiáticos que se espalharam fora da China.

Os cabelos crespos dos papuas contrasta com o liso ou ondulado dos australianos. As duas línguas não têm relação com a asiática, nem entre elas. Todas essas divergências, de acordo com Jared, refletem o longo período de isolamento em ambientes diferentes. Estudos de pólen atestam o grande desmatamento dos vales, há cinco mil anos, indicando a destruição das florestas para a agricultura em Nova Guiné.

Como o inhame branco e a banana são nativas do sudeste da Ásia, supunha-se que outras culturas das regiões montanhosas da Nova Guiné vieram também de lá. Percebeu-se, entretanto, que os ancestrais silvestres da cana-de-açúcar, dos vegetais folhosos e dos talos comestíveis são espécies da Nova Guiné. O inhame branco é nativo da Nova Guiné e da Ásia. Admite-se agora que a agricultura surgiu nas áreas montanhosas da Nova Guiné pela domesticação local.

“A Nova Guiné, portanto, junta-se ao Crescente Fértil, à China e a algumas outras regiões como um dos centros mundiais de origens independentes da domesticação de plantas. Os três elementos estrangeiros na produção de alimentos das regiões montanhosas, conforme notaram os primeiros exploradores europeus, eram as galinhas, os porcos e as batatas-doces.

A CARA DA MISÉRIA!

A triste imagem é um flagrante “pipocado” das lentes da máquina do jornalista Jeremias Macário, que retrata a miséria em nosso país, piorando cada vez mais nos últimos anos. Pesquisa recente do IBGE registrou mais de 20 milhões de brasileiros que vivem hoje na extrema pobreza, o que quer dizer, passando fome, uma tremenda vergonha para o Brasil que não cuida de seus filhos. A foto é de moradores de rua, em Vitória da Conquista, na Praça Barão do Rio Branco, que se somam a outros milhares ou milhões espalhados em todo país. Na mesma situação, ou até pior, existem as milhares de famílias que vivem amontoadas em casebres  sujos, expostas aos esgotos a céu aberto, com crianças e idosos que dormem com a barriga vazia e acordam como mortos-vivos zumbis. Para piorar mais ainda o quadro, são os mais vulneráveis à pandemia. Já disse o poeta cancioneiro que “o Haiti é aqui”. Enquanto isso, o resto da nação menos pobre sustenta  várias castas nos poderes com suas mordomias de supersalários,  que ainda dão o luxo de roubar e não serem punidos. A maioria que foi presa pela Força Tarefa da Lava Jato, em estado terminal, está voltando para suas casas, para reorganizar suas quadrilhas de corruptos. Com todo esse quadro de miséria, o Brasil mantém um Congresso Nacional, 27 assembleias legislativas e mais de cinco mil câmaras de vereadores mais caros do mundo. É o paradoxo de um país rico que exibe para o mundo um dos piores índices em termos de desigualdade social. Tudo isso porque assassinaram a educação. Na falta dela, só ignorância, submissão, alienação, opressão e injustiças, que os governantes aproveitam para a perpetuação no poder. Mais pobreza e mais crianças nas ruas a chorar de fome! Todo essa situação só faz engrossar o caldo da violência. Os pobres geram mais filhos, e a fé na religião diz que foi assim que Deus quis. Triste Brasil! Oh quanta dessemelhança!





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