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:: 29/jul/2020 . 21:59

VIRTUAIS E COM COMPROMISSOS SÉRIOS

Como já comentei dia desses, essas eleições municipais para prefeito e vereadores vão ser bem diferentes, de pouco contato presencial, reuniões e palanques limitados, e bem mais virtuais através das redes sociais, sem excluir a propaganda impressa em folhetos, “santinhos”, cartazes e carros de som.

Diante desse quadro nacional, com um governo federal negacionista da ciência e sem liderança, sem contar a falta de gestão de muitos governos estaduais e municipais para controlar a situação e a pobreza e o desemprego generalizados que dificultam o isolamento social, não sabemos ao certo quando tudo isso vai passar.

Com essas incertezas, vamos continuar na insegurança e na ausência de confiança para a aproximação mais pessoal durante a campanha, principalmente, com relação aos grupos mais vulneráveis, não somente idosos, como pessoas com doenças crônicas e, infelizmente, os mais pobres.

VOTE EM QUEM TEM COMPROMISSOS

Como vai ser mais virtual e com outros métodos, o eleitor tem que ficar ainda mais atento, pesquisar mais o candidato e votar em quem tem compromissos com a vida, com o meio ambiente, com a educação, com a cultura de sua comunidade e, especialmente, com o social. Tudo isso tem que ficar bem claro para o eleitor, sem esquecer da competência, do preparo para o cargo e da honestidade do candidato. É só analisar o passado de cada um.

Passou do tempo de dar um basta nos candidatos-vereadores que confundem seu papel de legislador com o de executivo e adotam aquela cultural coronelista do assistencialismo, confundindo e aproveitando da vulnerabilidade do eleitor.

A Câmara Municipal de Conquista, por exemplo, precisa de mudanças no sentido de legislar pelo coletivo da cidade, e não ficar cada um voltado, exclusivamente, para seu “lote”, atendendo e promovendo interesses particulares que, indiretamente, significa a compra de votos. Quem vota por favor está sendo vendido.

Nesse aspecto, no caso de Vitória da Conquista, a terceira maior cidade da Bahia, a Câmara de Vereadores precisa estar atenada e estruturada à altura do engrandecimento da cidade em termos de grandes projetos de infraestrutura, como a questão da água, da mobilidade urbana, do novo plano diretor urbano e definir uma política cultural para o município visando, sobretudo, a atração de mais investimentos públicos e privados para a geração de renda e emprego. O setor criativo sempre foi esquecido pelo poder público, como política secundária.

Mais uma vez, vai ser uma eleição de poucos recursos em que o candidato, pelo seu próprio perfil, tem que convencer o eleitor a votar em quem tem esses compromissos com a cidade, para exercer sua real função de vereador. Necessitamos de uma Casa com conteúdo e força, e não aquela que sempre diz amém para o executivo e faz vistas grossas no âmbito da fiscalização.

É tempo de mudar e eliminar quem é contra a ciência; excluir o fundamentalismo religioso; renegar os seguidores da morte; e, principalmente, que ainda conserva ideias preconceituosas, racistas e retrógradas, como defender intervenção militar e fere de morte a nossa democracia.

PARA ONDE CAMINHA A HUMANIDADE?

A minha interrogação é para onde caminha a humanidade? Não bastam as doações e as campanhas de cestas básicas quando se fixa somente no socorro material daquele momento de catástrofe, se não houver uma renovação dos espíritos. Ainda estamos num estágio muito atrasado quando ainda discutimos a cor da pele, a questão de gênero, as origens de cada indivíduo e quem é de direita ou de esquerda. Ainda estamos muito atrasados quando defendemos a opressão no lugar do livre pensar, sem atacar e violar o direito e a liberdade do outro.

Até há pouco tempo, e ainda hoje, mais raramente, tenho ouvido pessoas otimistas comentarem e dizer que a humanidade caminha para um termo de vivência solidária, com irmandade de fronteiras abertas para todos. Sinceramente, não é a paisagem que vejo, mas uma outra sombria, de governos extremistas, negacionistas da ciência, neonazistas, xenófobos, moralistas, racistas, fundamentalistas e nacionalistas.

Nem é preciso falar muito, mas quem ler e acompanha atentamente o passado tenebroso da história mais antiga e a recente, tudo parece nos levar àqueles tempos de trevas da Idade Média, do terror que foi o nazifascismo das primeiras décadas do século XX e do medo nuclear da guerra fria na polarização entre Estados Unidos e a União Soviética.

Violação dos direitos humanos

Pode até ser exagero, mas basta olhar para o comportamento segregacionista e extremista de um Donald Trump, de governos de linha dura e nacionalistas que estão se implantando na Europa, na Ásia, no Oriente Médio e no próprio Brasil, seguindo a mesma toada, para se chegar à conclusão de que estamos nos distanciando do humanismo desejado. Estamos sim, regredindo no tempo para um isolamento entre as nações, com o fim das liberdades e a violação dos direitos humanos.

Não consigo entender do porquê dessa onda mundial da negação da ciência, como na era da Inquisição, de tanta propagação de ideias retrógradas, atitudes racistas, desse nacionalismo de ódio e intolerância e radicalismo fanático religioso. Com a chegada desse coronavírus, a impressão que temos é que esse caminho extremista ao retrocesso se alargou e se escancarou mais ainda. Não acredito que o nosso planeta vá ser mais humano quando tudo isso passar.

Quando vejo um monte de gente dizer que as quase 90 mil mortes no Brasil pela Covid-19 é mentira da mídia, que o aumento dos desmatamentos e das queimadas no Pantanal e na floresta Amazônica é invencionice dos contras esquerdistas comunistas, que deve haver intervenção militar no Brasil e apoiar as mesmas posições preconceituosas e racistas do governo do capitão-presidente, em nome de uma falsa moral familiar e patriótica, não dá para pensar num futuro melhor.

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