:: 29/maio/2020 . 0:55
ABERTURA PRECIPITADA
Conforme determinação do gabinete do prefeito, o comércio de Vitória da Conquista começa a ser aberto nesta segunda-feira, mesmo diante do crescente número de contaminação do coronavírus devido ao baixo nível de isolamento social de um povo sem disciplina e consciência política, social e educacional, características próprias do brasileiro. Mesmo com os dois meses de fechamento, o movimento das pessoas nas ruas não caiu no nível desejado, principalmente na Travessa Ramiro Santos e na Praça 9 de novembro. Nesta segunda feira ela pode estar assim, como nesta imagem clicada pelo jornalista Jeremias Macário. As pessoas não temem o perigo, e cada um acha que o vírus só pega nos outros. Esquecem os lamentos, os choros e as lágrimas derramadas pelos parentes dos seus mortos. No Brasil, mais de mil ainda estão sendo infectados por dia. É um índice muito alto, mas os estados estão também abrindo o comércio. De um lado, o coronavírus matando e, do outro, a psicopatia de um governo que está levando o Brasil ao abismo. Vamos ter dias ainda mais terríveis e turvos. Esta abertura é precipitada e temerária. Nossa gente detesta seguir normas, e a fiscalização é deficitária. Vamos ver no que vai acontecer. Só nos resta rezar. A situação tende a piorar nesta terra Pau Brasil, tão maltratada e vilipendia por salteadores e bandidos.
VIAJANTE
Poema de autoria do jornalista Jeremias Macário
Vou tocando meu caminhão,
Cortando o asfalto desse chão,
Seguindo sem mais ninguém,
Vou levando a minha carga,
Para outro lugar do além.
Essa estrada maluca,
Queima a nossa cuca,
E vou assim nas retas,
Sumindo nas curvas,
Ouvindo as ondas longas,
E deixando vaga as curtas.
Vou por aí tocando,
Minhas duras lutas,
Nas frenéticas disputas,
Namorando prostitutas,
Conhecendo cidades,
Valentes e covardes.
Meu abrigo é a boléia,
Meu canto é da solidão,
Onde guardo a amada,
Levando minha carga,
De química e de feijão.
Pra bem longe vou rodando,
Sem saber quem eu sou,
E assim dirijo meu destino,
Rezando pro meu divino,
Com meu jeito de latino,
Sem rimar amor e dor.
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