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:: 1/maio/2020 . 22:13

OS ABSURDOS E AS “PÉROLAS” DE UM PRESIDENTE QUE ENVERGONHA O BRASIL

Desde que assumiu a presidência da República, há pouco mais de um ano, o capitão coleciona mais de uma centena de frases e palavras absurdas que vão de encontro às normas de conduta inerentes a um chefe de Estado, muitas das quais de cunho racista, homofóbicas e misóginas que deixam a nação estarrecida, menos os seus fiéis seguidores fanáticos.

A mídia vem registrando esses impropérios, denominando-os de “pérolas” que já podem se transformar num best-seller, coisas que prefiro chamá-las de deboches e outras de desdém contra o próprio povo. Até a ciência é contestada e ironizada por ele.

Em toda história brasileira, nenhum presidente ousou proferir tais barbaridades. Essas “pérolas” deixam o Brasil aqui e no exterior (envergonha o país) com uma imagem de brucutus primitivos do tempo da pedra lascada. Parece termos voltado à Idade Média, diante de tantos retrocessos.

Suas tiradas, muitas delas tiranas e grosseiras, de deixar qualquer um de “queixo caído”, não são novidades porque ele já era useiro e vezeiro quando deputado federal. Com seu tom agressivo e preconceituoso, ofendeu muitos colegas, correligionários e até quem votou nele. “Mudou até o curso da história” quando disse que não houve ditadura no Brasil no golpe civil-militar de 64, e sim uma democracia.

No cargo, se posicionou contra o meio ambiente (exonera quem faz o trabalho correto de repressão contra os depredadores), sugerindo transformar Angra dos Reis numa Cancun mexicana; estimulou o desmatamento e o garimpo na Amazônia e quer acabar com as reservas indígenas; discriminou os negros quilombolas, chamando-os de arrobas que não serviam nem para   reprodutores; e restringiu a fiscalização do Ibama.

Foi deselegante com a esposa do presidente francês e criou vários atritos diplomáticos com outros países. Seus ministros da Educação e das Relações Exteriores seguem suas pegadas racistas atacando governos da China e de Israel, com o qual fez acordos de parcerias, sem resultados. É um desastre que leva o país ao deboche e a ser uma piada no exterior.

Reportagem do “Estadão”, autoria de José Fucs, diretor do blog do Fucs, destaca que desde que a pandemia do coronavírus desembarcou para valer no Brasil, no início de março, com a multiplicação do número de casos graves e de mortes, (hoje mais de cinco mil), o presidente Jair Bolsonaro produziu uma série inesgotável de “pérolas” sobre a crise.

“Suas declarações ironizando a gravidade do problema, defendendo a massificação de medicamentos não aprovados pela comunidade científica e se insurgindo contra o isolamento social determinado por governadores e prefeitos em todo o País, tornaram-se tema recorrente dos principais veículos de comunicação do Brasil e do mundo.  A revista The Economist, por exemplo, chamou-o de “Bolsonero”,  e o jornal Washington Post o “elegeu” como o pior líder mundial a lidar com o coronavírus”.

“A seguir, você poderá conferir as principais frases de Bolsonaro sobre a pandemia. Neste período, outras compilações do gênero surgiram por aí. Mas, como a produção de “pérolas” presidenciais cresce em ritmo acelerado, o blog resolveu fazer uma nova compilação, atualizando a lista e incluindo uma breve retrospectiva do que Bolsonaro já falou sobre o assunto”.

Nessa compilação, estou acrescentando as mais novas, mas como o homem é um desastrado nato e “prodigioso”, existem muitas outras tiradas absurdas. Ora ele repele quem se manifesta a favor do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, dizendo fiel seguidor da Constituição, ora ameaça fechar as instituições quando é contrariado. Em seu rompante, acha-se acima da lei e não um súdito dela.

É bom rever as “pérolas”:

  • – “Eu não sou coveiro, tá certo?” (20/4)

“‘Não tem que se acovardar com esse vírus na frente” (18/4)

  • “Os Estados estão quebrados. Falta humildade para essas pessoas que estão bloqueando tudo de forma radical.” 19/4

“Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora essa questão do vírus” (12/4)

  • – “Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir” (10/4)
  • – “Esse tratamento (com hidroxicloroquina), que começou aqui no Brasil, tem que ser feito, segundo as pessoas que a gente tem conversado, até o quarto ou quinto dia dos primeiros sintomas” 8/4
  • “Há 40 dias venho falando do uso da hidroxicloroquina no tratamento do covid-19. Cada vez mais o uso da cloroquina se apresenta como algo eficaz” (8/4)
  • “Se o vírus pegar em mim, não vou sentir quase nada. Fui atleta e levei facada” (30/3)
  • “O vírus tá aí, vamos ter de enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, pô, não como moleque” (29/3)
  • “Alguns vão morrer? Vão, ué, lamento. É a vida. Você não pode parar uma fábrica de automóveis porque há mortes nas estradas todos os anos”. 27/3
  • “Não estou acreditando nesses números de São Paulo, até pelas medidas que ele (o governador João Doria) tomou” (27/3)
  • “Sabe quando esse remédio (hidroxicloroquina) começou a ser produzido no Brasil? Ele começou a ser usado no Brasil quando eu nasci, em 1955. Medicado corretamente, não tem efeito colateral” (26/3)
  • “O povo foi enganado esse tempo todo sobre o vírus” (26/3)
  • “O pânico é uma doença e isso foi massificado quase que no mundo todo e no Brasil não foi diferente” (26/3)
  • “O brasileiro tem de ser estudado, não pega nada. O cara pula em esgoto, sai, mergulha e não acontece nada.” (26/3)
  • “São raros os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos” (24/3)
  • “Não podemos nos comparar com a Itália. (…) Esse clima não pode vir para cá porque causa certa agonia e um estado de preocupação enorme. Uma pessoa estressada perde imunidade” (22/3)
  • “De forma alguma usarei do momento para fazer demagogia” (21/3)
  • “Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok?” (20/3)
  • “Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas. Tem um governo de Estado que só faltou declarar independência do mesmo” (20/3
  • “Não se surpreenda se você me ver (sic) no metrô lotado em São Paulo, numa barcaça no Rio. É um risco que um chefe de Estado deve correr. Tenho muito orgulho disso” (18/3)
  • “O que está errado é a histeria, como se fosse o fim do mundo. Uma nação como o Brasil só estará livre quando certo número de pessoas for infectado e criar anticorpos” (17/3)
  • “Tem locais, alguns países que já tem saques acontecendo. Isso pode vir para o Brasil. Pode ter um aproveitamento político em cima disso” (17/3)
  • “Eu não vou viver preso no Palácio da Alvorada com problemas grandes para serem resolvidos no Brasil” (16/3)
  • “Muito do que falam é fantasia, isso não é crise” (10/3)
  • “ E daí? Quer que eu faça o que? Sou Messias, mas não faço milagres” – ao responder a pergunta de um repórter sobre o que ele achava do Brasil ter atingido a marca de mais de cinco mil mortes do coronavírus.

“O isolamento social foi inútil” – em ataque aos governadores e prefeitos que não seguiram sua intenção de manter as atividades econômicas em pleno funcionamento no país.

 

DA SERRA JORRAM PEDRAS

Fotos aéreas de José Silva

Durante muitos anos, desde a construção da BR-116 (Rio-Bahia) na década de 1960, depredaram a Serra do Periperi, em Vitória da Conquista, e dela retiraram areia, cascalhos e pedras para edificação de casas e prédios. Eu e meu companheiro de trabalho jornalístico José Silva fomos testemunhos ainda na década de 90 quando aqui cheguei para a chefiar a Sucursal do jornal A Tarde. Fizeram um tremendo estrago na natureza, como os exploradores que dizimaram os índios e derrubaram as florestas. Na época fiz um trabalho de pesquisa sobre o problema, relatando tudo isso e contando a história de Conquista e da Serra, palco de muitas batalhas de derramamento de sangue, mas, infelizmente, o estudo não foi publicado por falta de patrocinadores. Quando existe agressão, o meio ambiente sempre dá a sua resposta à perversidade do homem. Hoje, quando chove jorram pedras e cascalhos da Serra do Periperi e tudo desce das enxurradas, alagando a cidade. Além da depredação criminosa, inclusive da parte do poder público, as invasões irregulares de casebres, sem nenhum ordenamento, contribuíram mais ainda para destruir a natureza e fazer desaparecer a fauna e a flora. Até início do século passado, há 100 anos, toda Serra era coberta por uma densa floresta. Hoje só existe um capão chamado de Mata Escura, também maltratada pela população. Com a exploração predatória, todos os minadouros desapareceram e poucas espécies de plantas e animais sobreviveram, mas estão em extinção.





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