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:: 28/nov/2019 . 23:10

COISA DO PASSADO

Como a máquina de datilografia e outros objetos de comunicação em desuso, assim foram os orelhões que viraram coisa do passado. Hoje servem mais como decoração nas praças, ruas e jardins das cidades. Quem não se lembra das fichas e dos cartões tão cobiçados e até vendidos para troca de refeições e utilizados para outras trambicagens? Era um terror esperar na fila para fazer uma ligação quando uma pessoa individualista (isso nunca deixa de existir na humanidade) passava 20 minutos ou mais falando. Quando não existia internet, o telefone público servia até para transmitir reportagens jornalística. Sou da geração de repórteres que passei muitas matérias para o jornal através do orelhão. Era uma tranqueira. Com a nova tecnologia, tudo tornou bem mais fácil, e o jornalista ficou mais  acomodado para investigar e questionar. A foto é do jornalista Jeremias Macário, em Vitória da Conquista.

VISÃO VARIADA

 

Poema de Jeremias Macário

Vi a magia dos faraós

conservar seus mortais,

com óleo de fino linho,

nas tubas de labirintos nós,

de seus imortais funerais.

 

Vi a mão divina de Deus,

descendo sobre as águas,

como luz rasgando o breu,

abrindo livre passagem,

para o seu povo Hebreu.

 

Vi no lenho da cruz,

um senhor a sangrar,

como o rei de Judá,

para salvar os homens,

e obedecer seu pai Alá.

 

Vi romanos no Coleseu,

com espadas a gladiar;

vi o deus Prometeu,

e a figura de Iemanjá,

nas profundezas do mar.

 

Vi e ouvi os pássaros,

cantando no meu quintal;

vi o gato nas telhas,

fazendo o miau, miau…

e o político cara-de-pau,

roubando nosso mingau.

 

Vi os poetas no sarau,

e jornalistas enchendo

as páginas de calhau;

e os periquitos famintos,

comendo meu milharal.

 

Vi os cafajestes de terno,

em pleno verão e inverno,

na pele de um lobo mau,

fazendo daqui um inferno,

como se tudo fosse eterno.

 

Vi soldadinhos de chumbo,

nos morros fazendo escambo,

nas praças todos marchando,

com caras pintadas de Rambo,

virando direita e esquerda,

na ordem do seu general.

 

Vi fotógrafos clicando,

para expor no varal,

e os carros velozes,

invadindo o sinal;

do além ouvi vozes,

do julgamento final.





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