Quem acompanha atentamente a relação dos parlamentares, ministros, governadores, executivos e até prefeitos que receberam doações e propinas da Odebrecht fica com a impressão de que a empresa é uma caridosa mãe detentora de uma inesgotável mina de dinheiro.

Mas, analisando bem, não é assim. A empreiteira baiana não passa de uma repassadora de recursos tirados do povo, através de obras superfaturadas, fraudes em licitações e beneficiadora de medidas de isenção de impostos aprovadas por deputados e senadores no Congresso Nacional, o balcão de negócios públicos-privados.

Para entender melhor, roubado mesmo foi o povo, mas poucos têm consciência política disso. A grande maioria  fica alarmada com o derrame de tanta grana, de milhões e mais milhões em mochilas, malas, mesadas com reajustes e contas bancárias em bancos nacionais e estrangeiros. Na verdade, a Odebrecht não tirou nada dela. Em conluio com os políticos, roubou do povo para se tornar mais poderosa.

Outra face que a mídia deixa de mostrar é que, com as delações divulgadas, indiretamente as campanhas eleitorais foram financiadas com dinheiro público, só que de uma forma bem sacana e escrota mesmo, como sempre fizeram há anos com o povo otário que é conduzido às urnas como gado ao matadouro.

Amigo, Índio, Decrépito, Todo Feio, Mineirinho, Roxinho, Angorá, Drácula, Frei Chico e mais animais do grande Zoológico Tupiniquim repudiam as “delações mentirosas” e dão a mesma resposta padrão de que todas as doações foram legais e registradas na Justiça Eleitoral, a grande máquina de lavagem de dinheiro.

Aliás, tudo não passa de invencionice e imaginação de quem não tem nada para fazer já que todos negam as acusações e ninguém pediu nada a ninguém, nem sabia que tinha “saldo amigo” na conta. São todos “canalhas”, e “sou inocente e honesto”, aliás, o mais honesto de todos brasileiros.

A promiscuidade é tão escancarada que o cara recebe uma mesada e logo depois exige reajuste. E que reajuste! O trabalhador aplaude com a bandeira de seus sindicatos e centrais! Vida longa e confortável aos safados!

Alguém aí vai se habilitar a confessar que recebeu e pediu doações para se eleger ou se perpetuar no poder, escorado nas costas do povo? Dou minha vida em sacrifício, se possível queimado numa fogueira como na Idade Média, se alguém aparecer para se redimir da roubalheira!