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:: 8/abr/2015 . 23:13

A MANOBRA DA TERCEIRIZAÇÃO

O capitalismo, em toda sua história, desde a revolução industrial e bem antes disso, nunca defendeu posições que não fossem em seu próprio benefício. Ao longo desses séculos cedeu pontos ao trabalho pela própria evolução dos tempos, por pressão da classe operária e pela sua própria sobrevivência quando estouraram as revoluções socialistas.

Em plena crise econômica com ajuste fiscal e aumento dos tributos, o empresariado terceiro mundista brasileiro que não consegue ser competente aqui dentro e lá fora, manobra o Congresso para ampliar ainda mais a terceirização da mão-de-obra indo além da atividade-meio para a atividade fim.

Não resta dúvida que a lógica da terceirização de um modo geral é a redução dos salários dos trabalhadores. Uma empresa contratada sempre paga uma salário mais baixo que a contratante pagaria, mesmo que o funcionário exerça a mesma função e tenha o mesmo nível de instrução. Terceirização e escravidão andam de mãos dadas nesta exploração criminosa.

O palavreado mentiroso dos sindicatos e federações patronais é a de que a terceirização é uma realidade mundial e de que a medida alinhará o Brasil às economias de ponta. É achar que todo mundo é burro. Eles estão querendo mesmo provocar uma convulsão social neste país enfartado.

Não se esqueçam que a globalização também é uma realidade perversa nas sociedades desiguais onde os pobres ficaram mais pobres, aumentando mais ainda as desigualdades sociais e reduzindo as chances de distribuição de renda. Como já disse certo publicitário americano, não existe almoço de graça.

Aqui, o que temos é a bancada do empresariado de extrema-direita no Congresso ditando as regras à custa dos trabalhadores. Há anos, especialmente no período da ditadura militar, a classe empresarial sempre viveu montada nos subsídios do dinheiro público e nas concessões privilegiadas dos governos mandantes, como a famosa reserva de mercado que significou atraso tecnológico para o país.

Diante do quadro atual de queda na economia e perda de competitividade lá fora, por pura incompetência e usura, esta é mais uma manobra do capital para não reduzir seus gananciosos lucros; enfraquecer a representatividade e o poder de negociação dos sindicatos. Como defender um governo que se cala diante de tão clamoroso absurdo? E agora, como ficam os cooptados, como as centrais sindicais, UNE e companhia?

Conversa furado pra boi dormir de que a nova lei vai aumentar a formalização e a criação de vagas do trabalho. Muito pelo contrário, é o mesmo que abrir a cancela do desemprego e forçar o trabalhador a aceitar qualquer salário, se não quiser ser desempregado. É o mesmo que encurralar e colocar o operário contra a parede.

Esse negócio de alardear que agora a contratante vai fiscalizar a contratada se ela está pagando os direitos trabalhistas e previdenciários é outro grande papo furado. Tudo termina no “jeitinho safado brasileiro”. Com as medidas, vai desaparecer até o concurso público.

Diz uma das propostas que a administração pública pode contratar terceirizados, em vez de abrir concursos públicos, e será corresponsável pelos encargos previdenciários, mas não quanto as dívidas trabalhistas. Corresponsável! Parece piada!

No novo sistema, a terceirizada pode até subcontratar outra empresa para execução dos serviços. Agora vamos ter a privatização total da educação, da saúde, da segurança e de todos os outros setores e atividades profissionais. Já imaginou a redação de um veículo de comunicação totalmente terceirizada!

O CINEASTA MAIS SEXY DO MUNDO

Blog Refletor     TAL-Televisión América Latina.

Itamar indica artigo de Orlando Senna:

Há dez anos tive uma longa conversa com o excepcional cineasta grego naturalizado francês Costa-Gavras, em Salvador da Bahia, onde estávamos participando de um seminário. Já havíamos tido outras conversas em Havana e na Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba e, depois do encontro baiano, voltamos a nos ver algumas vezes em Paris. Mas a conversa na Bahia foi reveladora para mim, tanto para um entendimento mais fino da obra costa-gavriana durante o século XX como para suas cogitações e propostas para o século que estávamos começando a viver naquele momento. Jantamos juntos três vezes durante o convívio de uma semana e ele escolheu sempre o mesmo restaurante, Delírio Tropical, e a mesma comida baiana, do acarajé ao arroz de hauçá, com muito dendê e pimenta. Explicou: “os deuses afrobaianos são os melhores cozinheiros de todos os Olimpos e quem está dizendo isso é um grego”.

Costa, como é conhecido entre seus amigos e no meio cinematográfico europeu, é um cineasta fundamental na relação da arte com a política. Ou, como ele diria, da arte com a política, a história e a análise social, aspectos que conformam uma unidade indissolúvel em seu entendimento do binômio vida individual/vida coletiva. Para ele todo e qualquer filme é político e cinema é, antes de qualquer coisa, cinema (“um filme é um espetáculo popular, é arte e diversão”). Ficou mundialmente conhecido com seu filme Z, de 1968, narrando o assassinato de um deputado esquerdista na Grécia e, por tabela, a derrota das esquerdas e a vitória da contra-revolução em várias partes do mundo.

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