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:: 28/jan/2015 . 22:23

DO REMANSO AO RONCADOR

 

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Barqueiros se preparam para remar pelo Maribus

Olá Fernando, um dos bons barqueiros do povoado quilombola de Remanso, distante 25 quilômetros de Lençóis, que nos proporcionou descer pelo Maribus até o Roncador através de seus dois remadores mirins Ruan e Fabinho! A viagem de uma hora e meia foi só delícia por entre as baronesas, vitórias régias e os papiros, sem contar as matas em torno do “pantanal baiano” que fica na Chapada Diamantina nos municípios de Lençóis e Andaraí.

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Nossos simpáticos e atenciosos guias foram nos contando sobre a vida no Maribus, morada de jacarés, sucuris e outros animais dos lugares pantanosos que, infelizmente, não chegamos a vê-los. Não por  isso, porque tivemos a felicidade de se deleitar com as flores das plantas aquáticas, com o Martins Pescador e outras aves que habitam naquele paraíso.

Não economizamos nas fotos para registrar a natureza ainda em preservação e em harmonia com o homem. Até a casa de dona Val, um casarão antigo onde existiu até senzala (lembrei de Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre) andamos em trilhas e por dentro da água. É uma sensação indescritível!

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Na Casa Grande fiz amizade e bati um bom papo com “Pedrão”, ex-vereador e ex-prefeito de Andaraí. Contou histórias e ainda me incentivou a participar da Cavalgada do Pati, uma jornada de oito dias por vários municípios da região. Confesso que fiquei atentado e com água na boca!

Tomamos umas geladas e depois fomos tomar banho ali perto na cacheira de águas tranquilas e escuras. Não existe melhor remédio para o corpo e a alma! A fome bateu e aí decidimos almoçar no casarão de dona Val que faz uma comida saborosa e bem caseira.

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Mais uns papos com “Pedrão”, cheio de histórias, mitos e lendas da terra. À tarde subimos o Maribus com nossos dois pequenos e ágeis remadores. Depois de quase duas horas de barco, ao cair da tarde, lá estávamos novamente na comunidade de Remanso, um povoado de 54 famílias simples, mas trabalhadoras no campo, na pesca e com seus remos para bem servir aos visitantes turistas.

Para fechar o passeio com “chave de ouro”, seu Gerônimo, “o herói do sertão”, um senhor de idade, veio de carona em nosso carro até Lençóis contando histórias, causos e casos da comunidade quilombola onde ele também é membro desde quando nasceu. Vamos curtir mais em Poço Azul e Xique-Xique do Igatu.

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DO VALE DO CAPÃO AO POÇO DO DIABO

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Em Palmeiras, a estátua do garimpeiro

Sem o bem mais preciso que é a água para exibir toda sua beleza, em decorrência da seca, não foi possível visitarmos a famosa Cachoeira da Fumaça, mas lá estava, ao seu lado, a vila do Vale do Capão, em Palmeiras, com toda sua exuberância de paisagens encantadoras.

O local e sua gente receptiva e calorosa transmitem energia positiva, principalmente à noite quando tudo vira festa e alegria. Qualquer um se contagia com a magia do lugar e sempre volta outra vez. Tem turistas de toda parte da Bahia, do Brasil e do exterior, mas todos entendem a mesma língua de paz e amor da mãe natureza. A tradução é bem fácil, basta se sentir feliz.

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De lá conhecemos o Parque Municipal do Riachinho, no mesmo Vale, com sua fantástica paisagem que fascina o visitante. Um banho é sempre bem vindo ao som silencioso da cachoeira, para aliviar o cansaço da caminhada e relaxar a mente.

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Palmeiras é uma cidade pacata, mas se transforma com o barulho do movimento durante o carnaval, conforme relatam os moradores. Só não gostei da descaracterização do calçamento das ruas e das faixadas arquitetônicas dos tempos coloniais do garimpo. Para recompensar, a imponente estátua do garimpeiro, na Praça da Matriz, mantém viva a história daquela terra.

Pela BR-242, pesada de carretas vindas do oeste dos grãos, próximo ao Morro do pai Inácio, fizemos outra parada e descemos até o Poço do Diabo onde uma grande pedra tem o formato da garganta do dito cujo. O povo é sábio para dar nome às imagens feitas pela natureza, mas é maldito quando destrói sua fauna e sua flora deixando lixo por onde passa.

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Em Lençóis, subimos até os “Caldeirões do Serrano” onde poços d´água são verdadeiras piscinas de hidromassagens naturais. Um deles, o “Poço do Padre” é bem convidativo. Seu nome, segundo diz a lenda, foi dado porque o sacerdote de Cristo pulou do alto e se afogou. É que ele não sabia nadar e imaginou que o local era raso, conforme contou o nosso guia.

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Mais ao lado, nos deparamos na subida com o nobre Salão das Areias Coloridas, que são engarrafas e vendidas em lojas de artesanato. O espaço cercado de rochas por todos os lados passa a ideia que ali há milhões de anos houve um abalo sísmico e as pedras caíram umas sobre as outras formando um salão de areias. É só movê-las e aparecem diferentes cores.

Mais à frente, numa trilha de pedras por entre árvores, lá está a Cachoeirinha que, mesmo com pouca água, é um santuário prazeroso para mais um refrescante banho. Por ser tão tranquila, muita gente aproveita para dar uma meditada e pensar um pouco na humanidade do mundo atual.

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Sempre digo que não existe lugar feio na Chapada Diamantina. O mais difícil é saber qual o mais bonito de todos. Vale a pena o cansaço do corpo que se junta à leveza da alma. Nosso passeio continua pelo Maribus, Roncador (Lençóis), Poço Azul e o Xique-Xique do Igatu, em Andaraí.





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