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:: 8/jan/2015 . 22:41

CURTAS NA “AESTRADA”

O MENINO MAICON

Há mais de dois anos uma ação desastrada da polícia militar tirou a vida do garoto Maicon que brincava próximo à sua casa num bairro da periferia de Vitória da Conquista e até hoje seu corpo não foi encontrado para que seus familiares o enterrassem. Na época veio um agente de Salvador para esclarecer o caso que continua sem ser desvendado. Não houve punição para os culpados que não tiveram, pelo menos, a coragem de entregar o corpo aos pais do menino e confessar o erro. Esse pessoal é desprovido de consciência. O fato lembra a época da ditadura civil-militar (1964-1985) quando os torturadores desapareciam com os corpos dos presos políticos mortos pelas torturas. Como tantas outras brutalidades cometidas em Conquista, o caso do menino Maicon é mais um que caiu no esquecimento. Cadê a Justiça? O gato comeu.

PRAÇAS PÚBLICAS

FEIRA E SARAU 002

Com a exceção da Praça Tancredo Neves, que já foi das Borboletas e da República (não dá para entender a mudança de nome), as outras praças públicas de Vitória da Conquista, como a do “Gil” (Orlando Leite), Cajado, Murilo Mármore, Gerson Salles, Sá Nunes, do Forum e as demais da cidade necessitam de urgentes reformas e limpeza. Com lixos por toda parte, o aspecto é de abandono, sem contar que muitas delas servem de abrigo para moradores de rua. É lastimável a situação. Além de ter a função de lazer e de encontros entre moradores e visitantes, a praça, tanto cantada por artistas e declamada por poetas, deve ser a cara e o cartão postal de qualquer cidade. As praças precisam ser preservadas como locais de socialização e humanização das pessoas.

“HOSPITAL DO TORMENTO”

Se já era dor e sofrimento, nos últimos dias piorou o quadro de guerra arrasada do Hospital Regional de Vitória da Conquista com doentes que ficam nas macas das ambulâncias das cidades da região à espera de um acesso à unidade de saúde. É bom que se diga que, quando se fala em acesso, não é a um quarto do hospital, mas a um canto apertado nos corredores infectados e sujos. O Hospital de Conquista está mais para “Hospital do Tormento e dos Horrores”. Como já dizia o escritor João Ubaldo Ribeiro, o povo brasileiro está mais para ovino porque não reage a tanta humilhação. Morre berrando. Não existe saúde, mas sacrifício humano cometido pelos governantes irresponsáveis. Os enfermeiros e técnicos do Regional até que têm boa vontade para atender, mas não tem espaço para tanta gente, e a situação só faz piorar a cada dia que passa.

“SABER FAZER POLÍTICA”

Enquanto a saúde e a educação caem aos pedações e gente morre diariamente por falta de atendimento, lá no alto escalão dos governos os partidos, ou agrupamentos, brigam por cargos e “ensinam” que “isso é saber fazer política”. Em Salvador, por exemplo, o PDT e o PRB se aliam aos dois governos estadual e municipal ao mesmo tempo no loteamento dos cargos. Eles querem comer dos dois lados e o povo que se lasque. O PRB que apoiou Paulo Souto (DEM) ao governo, agora se acha no direito de receber cargos nas secretarias do PT de Rui Costa. Quem disse que “isso é saber fazer política” foi a deputada federal (PRB) Eron Vasconcelos. É muita cara de pau e cinismo juntos!

E A NOSSA ECONOMIA, HEM!

Na economia, estamos num buraco bem fundo e vai ser difícil sair dele. Mais uma vez as classes assalariadas vão ser as mais sacrificadas com os aumentos nas contas de energia elétrica, cortes em benefícios previdenciários, seguro-desemprego e outras conquistas. Lembra quando em campanha eleitoral dona Dilma disse que “nem que a vaca tussa” iria bulir nos direitos trabalhistas? Pois é, agora ela está fazendo o que disse que seu adversário faria se fosse eleito. Depois do rombo vem o arrocho. O crescimento do PIB vai ficar praticamente no zero; a inflação quase em 7%; a balança comercial (exportações x importações) com um déficit de 4 bilhões de dólares, sem falar do déficit da conta externa em 84 bilhões de dólares, tudo isso em 2014. A geração de empregos que há poucos anos chegou a 1,3 milhão caiu para 300 mil no ano passado, e a coisa está ficando mais feia ainda. Vem desgraceira por aí.

ITAMAR INDICA ORLANDO SENNA

Do blog Refletor Tal-Televisión Latina  http://refletor.tal.tv/ponto-de-vista/orlando-senna-o-fator-mariel

O FATOR MARIEL

O acontecimento mais importante de 2014, no âmbito latino-americano, foi o reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e EUA depois de 53 anos de ruptura e de um bloqueio econômico avassalador contra a ilha caribenha imposto pela superpotência. Um fato importante também no âmbito global, pelos novos cenários geopolíticos e geoeconômicos que isso vai suscitar. Entre os dois países significa, também, a superação da Crise dos Mísseis de 1962. A instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba, apontados para os EUA, fez a humanidade tremer, foi o ápice da Guerra Fria. Na verdade, a tensão entre os dois existe desde 1898, quando os EUA ocuparam Cuba por primeira vez, após derrotar a Espanha na disputa pela ilha.

Os cubanos receberam a notícia, no dia 17 de dezembro, durante sua maior festa religiosa, a de São Lázaro, padroeiro deles. Na cultura afro-cristã da ilha coexistem a santería, com referência central na religião iorubá e uma variedade de cultos afro-cubanos, e as religiões cristãs (como no Brasil). Nessa coexistência, São Lázaro é sincretizado com Babalu, ou Omolu, o orixá mais venerado por lá (é o deus da “doença e da cura”, a ponte entre os mundos material e imaterial, mortal e imortal). Foi durante essa festa de todos, com hinos nas igrejas e orikis nos terreiros, que os cubanos souberam que o fim de uma era estava começando a acontecer. A primeira mensagem que recebi a respeito, de uma amiga cubana, dizia o que muita gente estava gritando nessas celebrações religiosas: “es un regalo de Babalu” (é um presente de Omolu).

Obama vinha negociando a aproximação com Raúl Castro desde 2012 e enfrentava duas fortes pressões: a da poderosa comunidade cubana anticastrista de Miami, que há meio século exige a derrubada dos Castro e, a favor da aproximação, a dos empresários estadunidenses interessados nos bons negócios que a ilha proporciona, principalmente pela situação geográfica, e que estão sendo feitos por empresas europeias e brasileiras. A pressão empresarial se fez valer, somando forças com os muitos países que defendem a convivência pacífica entre Washington e Havana. Enquanto essas discussões esquentavam, Cuba fazia sua parte: a implantação de uma Zona Franca de grande porte, com saídas para Golfo do México e Atlântico Norte por um lado, Atlântico Sul pelo outro e a 7 mil milhas náuticas do Canal do Panamá, ou seja, do Pacífico.

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