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:: 7/nov/2014 . 23:05

LIXÃO DE ITUAÇU AGRIDE MEIO AMBIENTE

CARRANCA 043 - Cópia

 

Chamada de Portal da Chapada Diamantina na região sudoeste, Ituaçu, onde está localizada a Gruta da Mangabeira, uma das mais lindas do país, dá um péssimo exemplo de preservação do meio ambiente. O lixão está invadindo a pista que dá acesso a Barra da Estiva tornando feia e triste a bela paisagem das serras da Chapada, sem contar o impacto negativo que os resíduos provocam ao solo, à flora e à fauna.

Nos tempos atuais quando tanto se prega respeito à natureza e se condena a ação predadora do homem, não se concebe que uma cidade despeje todo seu lixo a céu aberto às margens de uma estrada, pior ainda quando se trata de um local de visitação turística como Ituaçu, conhecida pela Gruta da Mangabeira que atrai romeiros de várias partes do estado e do país.

CARRANCA 048 - Cópia

As árvores à beira da pista se transformaram em depósitos de lixos de todos os tipos, como plásticos, materiais orgânicos, sacos, papéis e papelões. É mais uma negligência do poder público que o Ministério Público e outros órgãos do meio ambiente precisam intervir para evitar maiores danos à natureza.

Situada no sudoeste baiano, entre a caatinga e uma vegetação da Chapada Diamantina com milhares de espécies vegetais, a cidade de cerca de 15 mil habitantes do cantor e compositor Moraes Moreira, do deputado eleito Benito Gama e onde Gilberto Gil morou quando criança não merece ser emporcalhada com lixões à beira da estrada. Aquilo é uma vergonha, e as imagens são desagradáveis!

CARRANCA 050 - Cópia

 

 

QUATRO ANOS DE ESPERA PELAS POPULARES

As irregularidades em obras e os escândalos de corrupção estão espalhados por todos os recantos deste país, envergonhando os brasileiros e aumentando as desigualdades regionais em todos os setores. Em nosso sertão do sudoeste baiano, precisamente em Tanhaçu e Ituaçu, há quatro anos que os inscritos no programa das casas populares esperam receber suas unidades.

CARRANCA 055 - Cópia

Por que das 263 casas populares previstas pelo Programa de Subsídio à Habitação (PSH) nos dois municípios citados, apenas 80 foram construídas, sendo que destas, 17 estão inacabadas? É isso que a Justiça Federal quer saber da União, do Governo da Bahia, das duas prefeituras e das instituições financeiras Economisa Crédito Imobiliário S/A e Banco Industrial e Comercial S/A (BicBanco).

Por meio de repasses de verbas da União às instituições financeiras, responsáveis pelas obras, o PSH viabiliza a aquisição de casas populares para famílias de baixa renda. A ação civil pelo atraso na entrega das casas populares está sendo ajuizada pelo Ministério Público Federal de Vitória da Conquista, que informa que a União repassou aos bancos R$1 milhão e 600 mil. Já o Estado da Bahia, quase R$700 mil.

Os prefeitos de Tanhaçu, João Francisco Santos (PT) e de Ituaçu, Albérico da Costa Brito Filho (PSB) alegaram para a imprensa que apenas doaram os terrenos. Em Tanhaçu, das 58 casas previstas, apenas 12 foram concluídas. Em Ituaçu, das 115 previstas, apenas 40 foram construídas.

O mais grave é que tem gente comentando por aí que os repasses do governo federal foram para a Fetag (Federação dos Trabalhadores Agrícolas). É mais uma caso grave de desvio de dinheiro que precisa ser apurado, mas tudo não fica no “vamos apurar, e os culpados serão punidos, doa em quem doer”.

O MANDACARU E A CARRANCA

CARRANCA 024 - Cópia

 

Na entrada da cidade de Juazeiro quem vem de Senhor do Bonfim pela BR, no lado direito, pouca gente percebe a imponente carranca que saúda os visitantes. Marca antiga dos barqueiros navegantes do Rio São Francisco para espantar os maus espíritos, lá está ela cravada numa pedra entre os galhos secos cinzentos da seca ao lado de um mandacaru, símbolo de resistência do sertão.

Quando o Velho Chico agoniza por causa da estiagem e pela ação predadora do homem que só faz dele sugar suas riquezas, o artista levanta sua arte em homenagem aos navegantes que dá vida ao rio e aos ribeirinhos, transportando gente e mercadorias de todas as partes, e faz isso em meio à caatinga, sempre castigada pelas secas.

CARRANCA 028 - Cópia

Num olhar rápido, o artista quis também ali, com seus traços, deixar a sua mensagem de que o sertão, além de forte, é também cultura e que precisa ser melhor tratado pelos governantes que só aparecem em tempos eleitorais. Mirando bem, lá na carranca está também a presença do bode, o animal mais resistente do semiárido que ajuda o homem a sobreviver às duras secas.

A obra passa uma imagem forte e impactante, erguida naquele rochedo, e creio que esta foi a intenção do artista. O mandacaru e a carranca, um esculpido pela natureza e a outra peça pelo homem, simbolizando harmonia que está faltando entre os humanos. Terra e rio, um convivendo com o outro, sem agressões. Os carros passam velozes, mas lá está o mandacaru e a carranca vigilantes do tempo.

 

O MOTOQUEIRO E O VENTO

Se nos grandes centros urbanos já é um perigo, imagine nas rodovias federais de movimento intenso de veículos leves e pesados onde o motoqueiro tem ainda que travar uma batalha constante contra o vento.

Pela lei de trânsito, a moto deve ocupar o mesmo espaço de um veículo de quatro rodas, mas, na prática, não é isso o que acontece. Nas cidades, os motoqueiros costuram e cortam de todos os lados levando a maior vantagem. Nas estradas acontece o inverso e são os veículos que levam a melhor.

Na estrada, o motorista do carro não suporta ficar no fundo de um motoqueiro e termina fazendo ultrapassagens perigosas, principalmente nas lombadas, por acreditar que existe espaço suficiente para se desviar de outro veículo no sentido contrário. Não se deve confiar nisso.

CARRANCA 032 - Cópia

Bem, mas não é nada disso que queria falar. Como viajante que gosto de pegar a estrada e apreciar as paisagens, nesta semana, na BR-324 (Juazeiro-Senhor do Bonfim) presenciei uma cena para mim inusitada de um motoqueiro pilotando seu “cavalo de aço” com as pernas para trás.

No primeiro instante fiquei meio confuso, mas ao me aproximar notei que o motoqueiro contorceu, esquisitamente, todo seu corpo quase deitado sobre a moto, não sei se para exercitar e aquecer os músculos ou se era uma forma de fugir do forte vento.

Só sei que cortava o sertão mais solitário que eu, se bem que desta vez a vantagem estava comigo, mas a coragem maior era a dele. De tão concentrado no tempo e no espaço, nem notou que passei com minha esquisitice de falar sozinho.





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