Alguém tem que dar uma descarga na privada da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pois o mau cheiro está insuportável. Há anos que os velhos cartolas, a começar pelo sr. Ricardo Teixeira, só têm deixado sujeira. Todo sistema do futebol, inclusive as federações, está anacrônico e suas dependências estão infestadas de ratos.

O Brasil só volta a ser o país do futebol, como se diz por aí batendo no peito, quando houver uma limpeza geral nesta privada. Não adianta gritar que é nacionalista e patriota, se a camarilha continuar mandando no maior esporte da nação. Por causa desse bando, o brasileiro voltou a carregar o complexo de vira-lata como dizia o escritor e jornalista Nelson Rodrigues.

Não se pode iludir as pessoas por todo tempo, e foi isso que a mídia esportiva, principalmente a rede Globo na voz de Galvão Bueno, tentou fazer com uma seleção chorona e emotiva que nem deveria ter dado os seis passos. Melhor que tivesse dado quatro passos, mas que saísse com dignidade e cabeça erguida.

Na realidade, essa mídia manipuladora, que só visa e visou a audiência e o lucro, fustigou o torcedor a acreditar que o time poderia chegar ao final da competição e ser campeão. A ficha só caiu depois do horroroso vexame contra a Alemanha, que continua fazendo seu marketing de bonzinhos e simpáticos para agradar os brasileiros. Se não existisse o mané, não existiria o malandro.

 Agora, essa mesma mídia esportiva fica induzindo o torcedor a ser contra a Argentina, que se for campeã passa a ter três títulos, enquanto a Alemanha fica com quatro. Desde o início da Copa criou-se essa rivalidade ferrenha de secar o vizinho e se esqueceu de jogar futebol. Jogue seu jogo e deixe o outro jogar, para ver quem é o melhor.

Como o sexto passo foi desastroso por conta de todo sistema podre e atrasado da CBF, a ideia é criar um clima de terceiro lugar como prêmio de consolação, numa espécie de tira-teima com a Holanda. A mídia esportiva neste país tem deixado muito a desejar em termos de crítica e transparência da verdade. Só tem se preocupado em dar satisfação aos patrocinadores.

Quando não se tem futebol e um técnico que transmita personalidade ao time, não adianta encher os pulmões de emoção e chorar. Quando uma instituição é corrupta e arcaica como a CBF, todo o resto é contaminado e fica sujeito ao fracasso, pois as escolhas não são bem feitas e merecidas. Isso serve também para a política. Fica difícil entender como o capitão de um time se isola dos companheiros e se recusa a bater um pênalti. É como um capitão do exército deixar seus soldados sozinhos numa batalha.

Aquela cena de Thiago Silva no final do jogo contra o Chile sentado na bola foi horrível, como o lance em que impediu o goleiro da Colômbia de lançar a bola. Aquilo me fez lembrar meus tempos de baba. Sem uma liderança, o time estava todo desajustado e não havia psicólogo que desse jeito.

Desde o início tinha quase 100% de certeza de que a seleção do Brasil, da forma que foi montada, não chegaria à final, mas só não contava que fosse tomar de sete. As explicações são todas fajutas, inclusive do capitão que disse ter se retirado para pensar na vida. É ridículo!

Não adianta ficar chorando no “pé do caboclo”, enquanto não for dada a descarga na privada da CBF, e quem pode fazer isso são os próprios brasileiros no papel de torcedores. A resposta é deixar de ser torcedor e não ir mais aos estádios, enquanto não houver uma renovação total na CBF, inclusive punindo os corruptos.

Nisso tudo aí, os menos culpados foram os jogadores. Sem um nível mais elevado de compreensão, para não serem apenas meninos obedientes subordinados fielmente às ordens de uma comissão “sargentona”, também foram vítimas do sistema.