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LANÇAMENTO DO MUSICANTE 2022

Foi lançado nesta sexta-feira (dia 1/07), num café da manhã, no salão Rafiki, o Musicante 2022 – 2º  Festival de Música Estudantil do Sudoeste Baiano, com as presenças dos deputados federal e estadual, Waldenor Pereira e José Raimundo, respectivamente, o diretor do Núcleo Estadual de Educação, Ricardo, o presidente do Conselho Municipal de Cultura, Jeremias Macário, professores, estudantes e demais convidados da sociedade conquistense.

O evento é uma promoção do Núcleo Territorial de Educação-NTE20, cuja diretora é a professora Nellyne Celene, com apoio financeiro da Secretaria de Educação do Estado e emendas parlamentares de Waldenor e José Raimundo. O concurso do festival, como qualquer outro, segue suas regras de seleção, e os vencedores serão premiados com verbas e troféus.

A solenidade de lançamento foi encerrada pelo cantor e compositor Evandro Correia e Igor de Brito, vencedor da primeira edição do Musicante, realizado de forma presencial e virtual em 2021, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, quando contou com a participação de 24 municípios da região sudoeste e 51 escolas.

O 2º Musicante deste ano será totalmente presencial no mês de novembro, no Centro de Cultura, devendo contar com maior número de inscritos, conforme previsão da diretora do NTE, Nellyne Celene, que se mostrou muito entusiasmada com a adesão dos estudantes ao Festival Estudantil, um sucesso de público.

Na ocasião, do lançamento do 2º Musicante, falaram os deputados Waldenor e José Raimundo enaltecendo a cultura e a arte que, segundo eles, foram mutiladas no atual governo federal, inclusive com o fim do Ministério da Cultura, mas reafirmaram que sempre sobreviverão às dificuldades do tempo.

PELO VISTO, A FOME E A MISÉRIA SE ACABAM LOGO APÓS AS ELEIÇÕES

Sem muitos comentários sobre a proposta do capitão-presidente de aumentar o auxílio de 400 reais para 600; conceder mil reais mensais aos caminhoneiros; e aumentar a ajuda ao gás de cozinha para as famílias pobres. Tudo isso só até o final do ano, bem próximo às eleições.

É uma cara de pau mesmo! Trata-se de uma atitude explícita de compra de votos, em conluio com um Congresso Nacional desmoralizante e corrupto. Pelo visto, a fome, a inflação e a miséria se acabam logo após as eleições. A saída desses parlamentares vendidos é votar um decreto de emergência.

Será que o nosso povo vai engolir mais essa safadeza? O Bozó e sua turma de cínicos acreditam que sim, porque eles estão confiantes que na fome de mais de 30 milhões de brasileiros será fácil comprar esses eleitores com um mísero prato de comida.

Enquanto isso, o nosso Brasil cada vez mais se afunda nos escândalos do Ministério da Educação e agora do ex-presidente da Caixa Econômica Federal, o assediador sexual das mulheres funcionárias, um psicopata na gestão de uma estatal.

Como sempre, todos são inocentes, ninguém viu, ninguém sabe e ninguém fez nada. O silêncio dos brasileiros continua a compactuar com toda essa bandalheira, em nome da desgraça dos desamparados e ignorantes. É uma psicopatia geral que tomou conta do país.

Com tudo isso acontecendo, ainda tem deputado que critica quem fala mal do Brasil lá fora. Gostaria de saber dele e de quem se sente incomodado se, no momento atual, existem coisas boas para se dizer aos estrangeiros?

O capitão vem há tempos tentando golpear as eleições, dizendo que as urnas não são confiantes e que vai haver fraudes. Tudo isso é uma trama armada por ele e os militares, com o propósito único de praticar irregularidades eleitorais e ficarem impunes.

Vem muito mais coisa absurda por aí nessa campanha, e seus atos criminosos vão passar incólumes pelo Tribunal Superior Eleitoral que terá receio de agir porque ele vai apelar de que está sendo perseguido. É um script montado por ele para ficar livre, para fazer o que bem entender.

 

 

O CABRITO PERDIDO A BERRAR

Estava eu a clicar imagens da caatinga do sertão norte da Bahia, no distrito de Carnaíba, em Juazeiro, quando me deparei com um cabritinho perdido e agoniado a berra, incansavelmente, à procura da sua mãe. Fiquei compadecido com aquela cena e falei com o dono do rebanho para conduzi-lo até o seu grupo e se juntar aos seus, no que ele respondeu que era assim mesmo, e que no final da tarde todos estariam juntos.  Os bodes e as cabras vagam pela vegetação rasteira e seca se alimentando de alguma coisa e sempre terminam se encontrando num ponto para o pernoite. O cabrito berrava desassossegado com sinais de cansaço e estresse e me olhava com ar de desespero. Fiquei a imaginar uma criança a chorar perdida numa multidão das cidades grandes quando se perde de seus pais. No mesmo dia ela é dada como desaparecida e, na maioria das vezes, leva muito tempo para ser encontrada, ou nunca mais. A dor da perda e de se sentir só é a mesma, mas no campo os bichos conseguem pelo sentido da intuição e do faro a se achar. Ainda bem, pensei comigo, que ali não existia predadores perigosos como em outros biomas da nossa natureza. Sai por ali e acolá tirando outras fotos e não mais ouvi os berros sofridos do cabritinho. Certamente sua mãe veio ao seu socorro, ou ele mesmo conseguiu se juntar a ela.

CONTRASTE

Autor Erathósthenes Menezes, do livro “O Poeta do Mulungu”

Obra resgatada pelo professor Durval Menezes

Aqui, a dor a lancinar, fremente,

Um triste peito, aflito, suspirando,

Além um outro a delirar, contente,

Tendo de amores a alma transbordando.

 

Aqui, um Creso a rir, indiferente,

Tendo um sabor de glórias, ouro e mando,

Além, um outro, da ventura ausente,

Roto, na rua, triste, mendigando.

 

Num lar, festas, um mundo de esperança,

Já noutro lar a brusca morte lança,

O dardo agudo, cheio de terror.

 

É passageira, pois, e indefinida,

Esta balbúrdia que se chama vida

Em que se enlaçam a alegria e a dor.

Conquista, 22 de agosto de 1981

UM EMPREENDIMENTO ARROJADO EM PLENO SERTÃO DO NORTE DA BAHIA

Em pleno sertão seco do norte da Bahia, no distrito de Maçaroca, distante 60 quilômetros de Juazeiro, onde predomina o árido do sol durante todo o ano, mas de terra farta em frutas, alimentadas pelas águas do Rio São Francisco, nasce um arrojado empreendimento movido a energia solar, voltado para a prestação de serviços nas áreas do lazer, esporte, entretenimento e do turismo.

Quem está erguendo este projeto visionário (quase concluído), que vai engrandecer mais ainda a cidade de Juazeiro da Bahia, é o empresário Rosemberg Macário, proprietário do conjunto de restaurante e posto denominado de “Folha Seca”, muito conhecido dos viajantes, turistas e caminhoneiros de todas as partes do Brasil que ali sempre fazem suas paradas para degustar uma boa comida caseira sertaneja, descansar e ainda comprar algumas lembranças artesanais da terra e do estado.

O movimento é intenso dia e noite naquela paisagem seca catingueira, cortada pela BR-407 onde as cabras e os bodes pastam tranquilamente nas margens da pista, especialmente no trecho de 120 quilômetros entre Senhor do Bonfim e Juazeiro. Em breve essa movimentação vai ser mais constante e procurada quando da inauguração desse novo conjunto de equipamentos, possivelmente prevista para ainda este ano.

Um dos destaques que certamente será mais apreciado e inédito na Bahia será a conclusão de um campo oficial de futebol com grama mista (sintética e natural) que só existe no estádio do Palmeiras, em São Paulo. Além de uma pista de corrida, será erguida uma arquibancada com capacidade para três mil pessoas.

Com outras instalações em torno, o campo se completa como um centro de treinamento para equipes profissionais de futebol que irão disputar partidas em Juazeiro, bem como a prática de outros esportes, tudo isso no sossego de lindas paisagens cinzentas e verdes da nossa caatinga do semiárido baiano onde ainda sobrevoam o carcará e o gavião.

De acordo com Rosemberg, já estão prontos três chalés de dois quartos com um de casal e outro com três camas para cinco a seis pessoas, sala de estar e cozinha. Em outra área foi construída uma pousada com dez apartamentos, todos eles com duas, três e quatro camas completos com televisão, internet, ar condicionado, frigobar, banheiros e outros móveis de uso pessoal.

Ainda fazem parte do conjunto, salão de jogos, um salão de eventos para seminários, simpósios e reuniões corporativas, com capacidade para 150 a 200 pessoas. O usuário vai conta também com uma área de restaurante, academia, dois vestiários para duas equipes com oito banheiros, piscina semiolímpica e um parque de diversão para crianças, uma pista de coper de 1.200 metros que ficará pronta nesses trinta dias, um campo gramado para futebol soçaite para oito pessoas de cada lado e outro oficial cuja grama está sendo instalada, ambos com modernos refletores, além de quadra de tênis, futevôlei e futebol de areia.

Segundo informações do próprio empresário, será acrescentado à piscina, próxima aos chalés, um tobogã com quarenta metros de altura para entretenimento dos visitantes, inclusive destinado a crianças, jovens e adultos. Toda área construída terá cerca de 600 metros de fundo por 200 de frente. Para atender toda essa demanda, o local contará com um extenso estacionamento para veículos.

 

 

PREFEITA PROMETE REALIZAR FEIRA LITERÁRIA E APOIAR CRIAÇÃO DO PLANO DE CULTURA

Em audiência com representantes do Conselho Municipal de Cultura, nesta terça feira (dia 28/06), a prefeita Sheila Lemos prometeu realizar, ainda neste ano, a Feira Literária de Vitória da Conquista, e se colocou solidária e disposta a apoiar a criação do Plano Municipal de Cultura e da Fundação Cultural a partir de uma conferência pública, sem data ainda para acontecer.

Participaram da audiência, o presidente do Conselho, Jeremias Macário, os secretários de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Eugênio Avelino (Xangai) e da Educação Edgar Larry, o chefe de gabinete Lucas Dias, o vice-presidente do Conselho, Mateus Amaral, a conselheira Rosa Aurich, o coordenador da Secretaria de Cultura Alexandre Magno e outros conselheiros indicados pelo poder público.

Na ocasião, a prefeita apresentou ações visando a preservação do patrimônio histórico cultural, como o Teatro Carlos Jheová e o mercado de artesanato, a revitalização do Cristo de Mário Cravo, bem como a transformação da Casa Glauber Rocha em um museu interativo. Sobre a questão de mais recursos para a cultura, Sheila Lemos afirmou a intenção de alocar mais verbas, mas que, no momento, os problemas com a saúde têm impedido dar uma maior prioridade ao setor.

Segue na íntegra o documento entregue à prefeita, assinado pelo presidente do colegiado e pelos conselheiros Rosa Aurich e Mateus Amaral:

Do: Conselho Municipal de Cultura

Para: Excelentíssima Sra. prefeita Sheila Lemos

Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista

Documento: Audiência do dia 28/06/2022

O CMC, em suas pautas de trabalho, tem colocado em discussão as nossas principais preocupações em prol da nossa cultura conquistense, e solicitamos da V. Excelência o devido empenho, dentro do possível, para que se junte a nós nessa luta:

– POR UMA CONFERÊNCIA PÚBLICA E UM PLANO MUNICIOAL DE CULTURA (CRIAÇÃO DA FUNDAÇÃO CULTURAL DE CONQUISTA), UM GRANDE LEGADO PARA O MUNICÍPIO.

– PELA REFORMA DO TEATRO CARLOS JEHOVAH E DO MERCADO DE ARTESANATO. UM PALCO QUE ESTÁ FAZENDO MUITA FALTA AOS ARTISTAS.

– POR UMA DEFINIÇÃO DE USO DO ANTIGO CINE MADRIGAL COM GESTÃO DA SECRETARIA DE CULTURA, TURISMO, ESPORTE E LAZER.

– PELA REFORMA INTERNA DO MONUMENTO DO CRISTO DE MÁRIO CRAVO.

– PELA INSTALAÇÃO DO MEMORIAL GLAUBER ROCHA EM SUA ANTIGA CASA NA RUA 2 DE JULHO.

– POR MAIS RECURSOS PARA NOSSA CULTURA E MAIOR VISIBILIDADE AO CONSELHO.

Deliberar, normatizar, consultar e fiscalizar as atividades culturais do município são papéis fundamentais do Conselho Municipal de Cultura (CMC), criado pela Lei Complementar número 2.106, de 11 de outubro de 2016, com base no Sistema Municipal de Cultura de Vitória da Conquista.

Nesse sentido, contando com apoio do poder público, esse novo colegiado, eleito para o biênio 2021/23, tem procurado trilhar por essa linha, no esforço de fortalecer e resgatar nossas tradições e feitos culturais que tanto enalteceram Vitória da Conquista aqui e lá fora através de seus grandes talentos de renome estadual, nacional e internacional, como Glauber Rocha, Elomar Figueira, o próprio Eugênio Avelino (Xangai), nosso secretário de Cultura, Turismo Esporte e Lazer, dentre  tantos outros.

Senhora prefeita, nesse curto período em que estamos à frente deste Conselho, temos nos deparado com várias questões da maior importância para a cultural da nossa cidade e que, se solucionados, irão impulsionar o nosso setor em todas linguagens artísticas, deixando um legado histórico incomparável no cenário político e administrativo cultural.

Sem partidarismo (a cultura é a nossa política), os novos membros deste CMC estão imbuídos na luta pela maior visibilidade deste órgão, tão cobrado pela classe artística no exercício de suas funções e, para atingirmos este objetivo, temos certeza do prestigioso apoio da sua administração, tendo em vista a relevância da cultura para o desenvolvimento do ser humano e geração de emprego e renda.

Acima, senhora prefeita, elencamos seis itens principais que têm sido pautas constantes das nossas reuniões mensais, preocupações estas que rogamos à vossa excelência a maior atenção no atendimento destas reivindicações. Sabemos dos limites orçamentários, mas a cultura tem seu lugar de grande importância na comunidade. Sem ela, perecem nossas tradições, nossa história e nossa identidade como povo.

PLANO MUNICIPAL DE CULTURA

Estamos travando uma das principais lutas que é a construção de um Plano Municipal de Cultura através da realização de uma Conferência Pública, com a consequente Fundação Cultural de Vitória da Conquista. Esse plano irá nortear as diretrizes básicas da política cultural para todo ano, não somente as festas de São João e Natal, mas contemplar todas linguagens, como a literatura (Feira Literária), as artes plásticas (Salão de Artes), o teatro, a dança, o audiovisual e o cinema, a música (Festival), a cultura popular, dentre outras.

A criação da Fundação trará inúmeros benefícios para o município, como o maior poder de credibilidade na arrecadação de recursos de outros organismos nacionais e internacionais, inclusive para o nosso Fundo Cultural que, no momento, se encontra com baixa verba para atender as demandas dos nossos artistas atrás de novos projetos e editais.

TEATRO CARLOS JHEOVAH E OUTROS

Quantos aos outros itens assinalados, senhora prefeita, por si só já dizem tudo quanto a relevância de serem implementados. Um deles é sobre uma posição mais concreta com relação à reforma do Teatro Carlos Jheovah (construído na década de 1980), interditado há cerca de dois anos e que tanta falta está fazendo aos artistas da cidade pela sua própria especificidade. O conjunto (mercado de artesanato) é mais um patrimônio que precisa ser preservado e conservado, e não extinto, como pensam alguns.

Outro equipamento de suma importância é o Cristo de Mário Cravo. Conforme relatos da família e de amigos do artista já falecido, conhecedores do assunto, o monumento está a necessitar de uma urgente reforma em sua parte interior, a qual vem sendo corroída pelo tempo. Caso contrário, pode ocorrer um desmoronamento, impossível de ser recuperado.

Quanto aos outros pontos destacados em nosso documento, como a utilização do Cine Madrigal, que pode servir como mais um teatro para a cidade, a instalação do Memorial Glauber Rocha e mais recursos para nossa cultura dando maior visibilidade ao nosso CMC, também merecem toda atenção, e esperamos da senhora prefeita que esteja sintonizada com nossos propósitos e possa atender aos nossos anseios.

Sem mais a constar, agradecemos toda sua atenção, e temos certeza que também está imbuída em resgatar a nossa cultura, uma luta de todos nós.

 

 

ESTRADA DE ANAGÉ PARA TANHAÇU ESTÁ TODA ESTOURADA E PERIGOSA

A única coisa mesmo que se pode dizer é que é uma vergonha lamentável o estado da BA-142 ou 152, de cerca de 60 quilômetros, que liga o entroncamento de Anagé para o distrito de Suçuarana, em Tanhaçu. Existem trechos que estão intransitáveis onde a vegetação alta e seca da caatinga invadiu a pista.

Para quem não conhece, essa via se situa na região sudoeste, distante 60 quilômetros de Vitória da Conquista, talvez uma das piores da Bahia, e que recebe um grande volume de veículos, como vans, ambulâncias, carros particulares e carretas com cargas pesadas. Todo esse movimento diário vai em direção a Conquista, no bate e volta pela manhã e final da tarde, transportando milhares de pessoas, inclusive doentes.

A passagem por essa estrada, na maioria dos casos obrigatória, se transformou num tormento e estresse para os motoristas e passageiros que levam quase duas horas nos solavancos e tombos entre uma buraqueira danada e sem acostamento, correndo perigo de vida.

Senhor governador, tenha piedade desse povo sofrido e conserta logo essa estrada, não fazendo tapagem de buracos com borras de asfalto! Aliás, essa BA, de Anagé para Suçuarana, é famosa por estar sempre cheia de buracos, animais na pista, sem sinalizações e sem acostamento. Nela já morreu muita gente.

Estamos sabendo, conforme informações, que o Governo do Estado vai começar em breve os trabalhos de conserto. Esperamos que não seja mais uma obra eleitoreira, daquelas para enganar nosso povo sofrido, com tapagens de buracos ou uma camada fina de asfalto que logo se derrete com as chuvas e os carros.

Sempre fazem isso, tanto que em pouco tempo a estrada volta ao mesmo estado precário. Por ser bastante transitada de que vem da região (Contendas do Sincorá, Ituaçu, Ibicoara, Barra da Estiva e Mucugê), o serviço tem que ser de qualidade asfáltica, com acostamentos largos e sinalizações, para suportar o movimento por muito tempo. Normalmente superfaturam ou fazem uma maquiagem com poucos recursos, o que no fim resulta em mais gastos porque logo tem que começar tudo novamente. É o dinheiro do contribuinte sendo jogado fora.

Nessa BA-142, existem partes onde os veículos rodam em ziguezague, com riscos de acidentes graves, sem contar a vegetação de espinheiros que tomou conta de parte da pista. Transitar por ela à noite só em casos de maior necessidade e urgência de vida ou morte.

Não entendemos como o governo estadual deixa uma BA chegar nessas condições lamentáveis! Será que é de propósito para aproveitar a proximidade das eleições e ganhar mais uns votos? Se é isso, trata-se de mais uma politicagem onde a população é engabelada e manipulada, como sempre neste país dos coronéis do poder.

 

ANIMAIS NAS RUAS

Em qualquer cidade que você visita, sempre se encontra animais abandonados nas ruas e até mesmo nas estradas. Em Juazeiro não poderia ser diferente, como neste flagrante que cliquei no Bairro Castelo Branco. Cavalos passeavam tranquilamente no trânsito, num visível perigo de acidentes para motoristas e transeuntes. Aqui em Vitória da Conquista se depara também com a mesma cena de equinos pastando em praças e atravessando ruas e avenidas. Cachorros abandonados são mais frequentes de se ver, pois os donos, muitos sem condições de alimentá-los, costumam jogá-los em qualquer esquina ou ponta de rua. Os bichos ficam a vagar com fome e todo tipo de doenças, a maioria em estado deplorável que termina morrendo em qualquer canto. Existem leis que protegem e incriminam quem maltrata os animais, mas, como todas elas, não são cumpridas no Brasil. Funcionam somente na teoria, e os responsáveis quase sempre não são punidos, nem respondem a processos.

O “VELHO CHICO” E O MEU SERTÃO

Mais uma vez peguei estrada para Senhor do Bonfim, Jacobina e Juazeiro, e aqui nessa terra de João Gilberto, pedi minha benção ao “Velho Chico”, como sempre faço, e fiz minha oração para que o homem se regenere e pare de tanto maltratá-lo. Agora ele está até robusto porque São Pedro mandou chuvas, mas basta uma estiagem para aparecer as pequenas ilhas rodeadas de areias. Suas margens se estendem até longe, e as embarcações têm dificuldades de navegar. Nada de revitalizá-lo, e os especialistas, pesquisadores e ambientalistas dão suas sentenças de que o “Velho Chico continua morrendo. Um dia, ele vai deixar de existir, e os ribeirinhos dele vão dar suas despedidas, com saudades das épocas de muitos alimentos.

Para mais distante, adentrei na paisagem do meu sertão das juremas, dos espinheiros, umburuçus, umbuzeiros, xique-xiques, dos cactos e mandacarus onde usei minhas lentes para extrair imagens da sua beleza, inclusive do pôr-do-sol diferente do que qualquer outro local. Aqui, tudo é diferenciado e só existe no Brasil da caatinga. As cabas vagueiam soltas entre a vegetação e, às vezes, o cabritinho se perde da mãe. Ele berra quando se sente só, mas a natureza é sábia para proporcionar o encontro com seus irmãos. O sol bate forte e os calangos cortam com destreza os espinhos.

Nos distritos de Maçaroca e Carnaíba, onde o trem cortava o sertão transportando passageiros e cargas, a velha linha férrea está abandonada há anos. Os vagões viraram sucatas que estão sendo roubadas para seus diversos usos e vendidas para receptadores. A linha com dormentes apodrecidos e as pequenas estações caindo aos pedaços (muitas deixaram de existir) me fazem lembrar dos tempos de menino quando saia de Piritiba para passear em Senhor do Bonfim. Bons tempos que já se foram dos telégrafos, dos movimentos dos passageiros com suas bugigangas e malas e dos cobradores de fardas alinhadas com seus quepes para furar os tiques das viagens. Das janelas ia apreciando a paisagem e o trem roncando nas curvas como cobra, apitando para avisar sua próxima chegada. Tudo era festa e algazarras!

O PEQUENO PRODUTOR RURAL SÓ LEVA “FERRO” NA MÃO DO ATRAVESSADOR

Em visita ao meu sertão de Juazeiro conheci uma roça de um pequeno produtor rural na labuta da terra para tirar o pão de cada dia e, mais uma vez, constatei nesse gigante do meu país que ele trabalha para sustentar o atravessador. O governo faz sua propaganda que ajuda a todos com água e outros meios para sua evolução, mas nem todos têm acesso por causa da burocracia.

Tive uma prosa em sua plantação de pimentão e criação de umas cabrinhas, e ele, o nosso Jorge Rodrigues Lima contou as suas dificuldades para manter a sua lavoura. No momento, ele e mais um ajudante estavam fazendo sua colheita e esperando o caminhão para pegar a produção.

Várias caixas (engradados) já estavam cheias e perguntei quanto custava cada embalagem daquela com mais de cem pimentões e, quando respondeu entre 10 a 12 reais, sinceramente não acreditei ao memorizar que no supermercado, na base do peso, quatro ou cinco unidades custam seis a sete reais.

E por quanto o atravessador vende no Ceasa? Em torno de 25 reais, meu senhor. O pimentão ou outros hortifrutigranjeiros rodam o Nordeste, e quando chegam ao consumidor, está na “hora da morte”. Este esquema de exploração persiste há anos e nunca se acaba porque é assim que funciona o sistema capitalista perverso.

Além do aumento absurdo dos combustíveis, essa rotação de mão em mão contribui também para alimentar a perversa inflação em nosso país. Tem o ditado de que o rio só corre para o mar. O grande produtor de alimentos em geral tem sua estrutura e é quem mais recebe subsídios do Tesouro Nacional, que é nosso.

São esses pequenos sofridos que mais alimentam o povo, e não esses empresários que mandam seus produtos para o exterior e comercializam em dólar. Esses nem estão aí para os milhões de brasileiros que passam fome. Com suas bancadas no Congresso Nacional, recebem polpudas verbas com baixas taxas de juros para quitar o débito em cinco ou mais anos.

O nosso simples pequeno produtor com quem conversei, fez seu poço artesiano por conta própria para irrigar sua terra, além de outros benefícios e compra de agrotóxicos para combater as pragas, sem nenhuma assistência.

Disse não ter procurado os órgãos do governo por causa da burocracia infernal, sem falar na demora para ser atendido. Sua produção mal dá para a sobrevivência da sua família, mas não cresce para ampliar sua roça.

Essa é a realidade de milhares, enquanto a propaganda bonita de muita água e fartura mostra programas que só atinge o médio e o grande que possuem outro poder para ser beneficiado. É a imagem da concentração de renda nas mãos de poucos em o aprofundamento das desigualdades sociais, também no campo agrícola.





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