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FILOSOFIA, LEITURA E LADROAGEM

“Penso, logo existo”. Comecei a pensar com mais clareza e a compreender melhor a lógica das coisas quando iniciei meus estudos básicos de filosofia nos antigos cursos ginasial e no clássico no Seminário de Amargosa e de Salvador. As citações dos pensamentos dos grandes filósofos gregos me deixaram encantado e até hoje não me canso de revê-los nos livros. Eles me ensinam a aprimorar o conhecimento e o saber.

Passados muitos anos de luta e viver, hoje sinto-me triste e desiludido quando vejo um governo desastroso renegar o ensino daquela que é a mãe de todas as ciências, e ainda colocar a sociologia também como um estudo sem valor para os jovens. É como dizer que a partir de agora é proibido pensar no Brasil. As pessoas, há muito tempo, estão deixando de existir porque deixaram de pensar, como diz a lógica.

Serve para todas as profissões

Como disse um leitor de um jornal da capital, a filosofia ensina a pensar, e esse dom do pensar serve para todas as profissões. Mas, para o ministro do Bozó, ela tem pouca importância. Na sua ótica vesga, a prioridade é aprender a fazer contas, mas como fazer contas sem saber pensar? Os grandes filósofos como Arquimedes, Pitágoras, Aristóteles e outros foram matemáticos, astrônomos e inventores.

Diante de tantas insanidades nestes primeiros meses do governo do capitão, só posso pensar que o país está sendo conduzido por um bando de malucos. Como disse o leitor lá na frente, “o tempo é o senhor da razão” Em 341 a.C., o pensador grego Epicuro afirmou que todos são capazes de aprender filosofia em todas as idades, sendo ela um caminho para a liberdade.

O conhecimento filosófico é fundamental para o desenvolvimento humano e ensinar a interpretar melhor a vida, e até achar algum sentido para ela. Para a ignorância, a estupidez e o totalitarismo, a filosofia é um grande perigo. Entre a militarização e os astrólogos, o Ministério da Educação virou uma balbúrdia, e o grande chefe Bozó chama os estudantes e os professores de idiotas e inocentes úteis, repetindo os mesmos chavões da esquerda.

LEITURA

A perda pelo hábito da leitura no país levou o brasileiro a deixar de pensar e a engolir tudo que recebe como se fosse um pacote de verdade. Infelizmente, perdemos também a filosofia do ler. Uma prova é que o setor livreiro vive em crise, de acordo com a Câmara Brasileira do Livro. Estamos mais habituados à oralidade. Entre o primeiro bimestre de 2018, em comparação com o atual, as vendas de livros caíram 18% em volume e 19% em valor. Se serve de consolo, em Vitória da Conquista, conforme o movimento das livrarias Nobel, o valor de vendas entre 2017 e 2018 se equiparou, mais por causa da demanda por livros infanto-juvenil e de autoajuda.

Parece uma contradição, mas, graças à expansão digital, nunca se escreveu e se leu tanto, considerando o acesso fácil às redes sociais e aos textos em formato PDF. Se o célebre poeta clássico Eurípedes colecionava papiros, a substituição deste meio pelo livro também provocou problemas. No papiro, a leitura não tinha quebras de continuidade. Muitos devem ter questionado o novo invento.

Lidamos hoje com a competição dos impressos versus os meios digitais, só que o livro tem ao seu favor a confiabilidade. Além de ser documental, a mensagem impressa fica registrada. Uma gigantesca caixa digital de Pandora foi aberta espalhando o mal pelo mundo, com informações falsas e adulterações. Por outro lado, a leitura nas redes está mais limitada a títulos de manchetes e a pequenos textos, sem muito conteúdo.

LADROAGEM

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SAUDOSOS FUSQUINHAS

Foto do jornalista Jeremias Macário que flagrou com suas lentes a pose dos saudosos fusquinhas que fizeram sucesso no país no meado do século passado até o final dos anos 90 quando expurgaram do mercado. Quantas lembranças! Alguém ai pode até dizer: Ah seu meu fusquinha falasse! Namoros, traições e outras coisas. Quem da velha geração não teve um?

MALUCA LUTA

Poema do jornalista e escritor Jeremias Macário

Vida de estouro de boiada.

Mundo maluco de cão.

Luta de povo besouro.

 

Falso ouro enferrujado,

de sonhos cheios de pelos,

que viraram pesadelos.

 

A luta maluca de bravura,

vira loucura e até tortura.

 

Concebidos num caso por acaso,

a vida nunca teve sentido.

 

O vazio das perdas e a depressão,

são dos fortes a salvação.

 

O alienado não se deprime,

nem tampouco alcança o sublime.

 

Você não é obrigado a ser feliz,

nem portar cartão de crédito

do giz politicamente correto.

 

Rasgue sua carta de conduta,

e siga a sua maluca luta.

 

Engula o seu choro contido,

e devore seu sentido derretido.

 

Sua cidade é o seu inferno,

e não adianta se esganar,

porque aqui não existe eterno.

 

 

A morte é a negação do existir,

e o existir, um sonho passageiro,

porque você não passa de meeiro.

 

Nascemos todos no prejuízo,

esperando pelo dia do juízo,

com a promessa de ter um paraíso.

 

Mesmo que sejam os diabos,

os deuses são sempre endeusados

pelos seguidores idiotas dopados.

 

Você nunca vai vencer essa luta,

esquisita depravada conquista,

porque se agarra uma maluca,

a outra sempre está à vista.

 

A RETIRADA DO SENADO DOS ASSUNTOS MILITARES E A GUARDA PRETORIANA

Além de grande construtor do império, Augusto introduziu várias inovações e uma delas foi a criação de um destacamento, a guarda pretoriana (cohors praetoria), para proteger a sua pessoa, com um comandante-chefe permanente em Roma à sua disposição. Eram nove coorte e mais uma foi organizada. Em cada uma serviam mil homens pelo tempo de 12 anos e ampliado depois para 16. O prefeito pretoriano pertencia à classe equestre. Além da guarda havia três coorte da cidade (urbanae cohortes) que formavam a polícia militar. Havia ainda sete coortes de bombeiros e nela podiam ingressar libertos. O palácio do imperador era guardado por bárbaros, principalmente germanos, considerados como serviçais da casa imperial.

Outra inovação de Augusto foi a formação de um segundo exército, constituído de provinciais. com regimentos de cavalaria e infantaria, de mil ou 500 homens, comandados por oficiais romanos. Após 25 anos de serviços se tornavam cidadãos romanos. Essas tropas tinham uma situação inferior. A criação da marinha permanente foi outra inovação e parte da esquadra ficava ancorada em Misseno, no sul da Itália, e outra em Ravena, no Adriático. Participavam dela escravos, libertos ou provinciais. Tinham mais a função de caça aos piratas.

A principal inovação, entretanto, foi a retirada dos assuntos militares da competência do Senado e da assembleia popular, para o imperador. Não teoricamente, mas na prática o imperador tinha o controle completo das forças armadas. Os poderes proconsulares foram conferidos a Augusto pelo Senado de ano em ano, em 7.a.C., a fim de que ele pudesse governas as províncias. Nomeava o legado, os comandantes das legiões e os prefeitos que comandavam a cavalaria.

De acordo com Rostovtzeff, somente Augusto tinha autoridade para distribuir as tropas pelas províncias, fossem militares ou civis, incluindo a construção de estradas e pontes. O pagamento era feito pelo imperador e os soldados ganhavam a metade do que recebia a guarda pretoriana. Suas pensões eram pagas por ele mesmo. Foi criado um tesouro especial (aerarium militare), e Augusto contribuía com considerável parte da sua fortuna. Mesmo assim, todas as medidas não garantiam o abastecimento total das tropas, nem sua isenção política.

Na época, os cidadãos não pagavam impostos sobre as terras que possuíam na Itália. A única taxa era de 5% sobre o valor dos escravos e mais 5% sobre a herança, criadas por Augusto em fins de seu reinado em 6 d.C. da nossa era.

Durante o século I a..C., o Estado obtinha suas rendas, principalmente, com a guerra através da pilhagens feita pelas tropas. Durante as guerras civis, o chefes revolucionários seguiam o mesmo sistema e as tropas eram sustentadas com o confisco da propriedade do adversários políticos e pelos saques das províncias.

O HOMEM MAIS RICO

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PROTESTOS CONTRA CORTE NA EDUCAÇÃO E ASSISTENTES SOCIAIS DE TARJA PRETA

“O valentão não aguenta um tranco” –  foi o que proferiu o prefeito de Nova Iorque a respeito  do capitão- presidente, ou capitão Bozó, e isso ficou demonstrado nos primeiros protestos de rua contra os cortes na educação, quando o próprio chamou os manifestantes de idiotas e inocentes úteis, sendo conduzidos como massa de manobra. No entanto, pelo seu feitio de declarações alopradas e absurdas, sua reação não foi nenhuma novidade, e ainda colocou mais lenha na fogueira.

O movimento aconteceu em todas capitais e grandes cidades do país, como em Vitória da Conquista, que conseguiu colocar nas ruas cerca de cinco mil pessoas entre professores, estudantes, trabalhadores e outras categorias. Aqui na Bahia, as universidades estaduais estão também passando por apertos e reduções em seus orçamentos. Em Conquista, o movimento tomou as principais ruas e praças do centro, com cartazes, como os que diziam que educação não é mercadorias, e que gasto na educação é investimento.

Enquanto isso, ontem (dia 15/05), a Câmara de Vereadores em sessão mista prestou uma homenagem ao Dia do Assistente Social, e a classe entrou no recinto do plenário com tarja preta na boca em defesa dos direitos humanos e contra os atos de racismo no país. Os assistentes sociais também deixaram claro que querem mais respeito e consideração, com mais políticas públicas voltadas para á área social.

Ainda na Câmara de Conquista, que empossou o novo vereador Edvaldo Santos Ferreira Júnior, suplente de Gilmar Ferraz, que pediu licença para assumir a Secretaria de Agricultura do Município, a parlamentar Nildma Ribeiro elogiou o trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais e bradou contra a matança de negros e pobres. Na ocasião, também se posicionou contra a retirada de conquistas adquiridas ao longo dos anos pelas minorias, como as dos LGBTs.

Posse do novo vereador Edvaldo Ferreira Junior

CONTRADITÓRIO

Ao criticar estudantes que, segundo o capitão Bozó, não sabem a fórmula da água e são atrasados, como proceder com o corte de verbas na educação, afetando pesquisas e bolsas de especialização nas universidades? Não se trata de um ato insano e contraditório? Se o nível do ensino é baixo, então a educação necessita de mais dinheiro e prioridade, e não de cortes e contingenciamentos como alardeiam a turma do seu governo e aliados.

São absurdos encima de absurdos, e ainda coloca a culpa de tudo nos governos do PT. A sua maior ideologia é a do atraso de extrema-direita, fazendo tudo como forma de vingança contra as esquerdas, quando, na verdade, é o brasileiro em geral que será alvejado com a regressão do conhecimento e do saber, inclusive na filosofia e na sociologia.

Chamar os manifestantes de bandos de militantes e massa de manobra só faz piorar as coisas e irritar mais a população, cuja maioria votou nele. Essa grande maioria, que acreditava que na presidência ele iria mudar seu comportamento e a forma de agir, deve estar agora pensando que se enganou, ou foi mais uma vez iludido.

Nas primeiras manifestações de peso, o capitão Bozó fraquejou e demonstrou que continua no mesmo tom das declarações raivosas quando exercia o cargo de deputado federal, onde destilava sua ira contra as mulheres, gays e negros, principalmente.  Como uma pessoa reconhece que a educação no país é de baixa qualidade e, ao mesmo tempo, corta verbas do setor. O correto seria priorizar o ensino em todos os níveis para que ele saia do sucateamento em que se encontra.

Os estudantes e ´professores reagiram contra seus impropérios e  terminaram colocando mais gente nas ruas por terem se sentido ofendidos com seus palavrões de idiotas e inocentes úteis. Mostrou que nunca deveria exercer o cargo de presidente da República, para o qual fora eleito com o voto de raiva somente para estraçalhar com o PT que não manda mais em nada.

O governo e seus coligados argumentam que os cortes, ou contingenciamento (seja lá o que for), foram necessários porque a arrecadação caiu, mas logo na educação?  O próprio capitão foi para o Texas (estado racista dos EUA) com o dinheiro do povo, para receber uma homenagem, contestada à presença da sua pessoa em Nova Iorque.

Ninguém falou ou propôs cortar as inúmeras mordomias e privilégios dados às castas dos políticos do Congresso Nacional, das assembleias estaduais e das câmaras de vereadores municipais. No judiciário, as mamatas continuam intocáveis, e aumentou mais ainda os reajustes dos salários dos magistrados. Os marajás do executivo permanecem mamando nas tetas da nação. Por que logo o pau baixou na educação? Esperem que vêm mais horrores por aí.

 

UMA OPERAÇÃO URBANA PARA INSERIR CONQUISTA NO CIRCUITO TURÍSTICO (I)

O ex-prefeito Raul Ferraz, com sua experiência como executivo e político por muitos anos, nos manda um valioso trabalho apresentado à Prefeitura Municipal,  para a devida avaliação, principalmente agora que está se estudando um novo plano diretor e um ordenamento para a cidade de Vitória da Conquista. São sugestões que merecem ser escutadas e aproveitadas visando inserir Conquista no cenário turístico nacional, especialmente com a inauguração do novo aeroporto Glauber Rocha, mas tudo depende de uma decisão política. Por ser extenso, o estudo Operações Urbanas Consorciadas será publicado em três etapas. Acompanhe.

Raul Ferraz destacou ser  importante a implantação do Turismo em Conquista. “Não apenas para que a cidade fique mais bonita e atraente, mas para resolver o drama de tanta gente desempregada. O Turismo é a atividade que mais cria empregos no mundo moderno.  A opinião de cada conquistense é importante para melhorar essa proposta e transformá-la em uma reivindicação coletiva”. 

“Lei municipal específica, baseada no plano diretor poderá delimitar área para aplicação de OPERAÇÕES CONSORCIADAS”. Eis aí o que diz o caput do artigo 32 do Estatuto da Cidade – Lei nº 10.257/ 2001.Logo no seu § 1º a Lei esclarece o que é uma OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA. E diz:

  • 1º – Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo poder público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.

As Operações Urbanas Consorciadas são um instrumento de política urbana desenvolvido dentro do regime de parcerias e de altíssimo significado para a administração pública.

Quando se associam o Poder público e o setor privado é possível alcançar fins públicos com resultados benéficos para todos.

Da Lei específica que aprovar a operação urbana consorciada constará o plano da operação, nele incluindo o seu conteúdo mínimo. E, evidentemente, dele há de constar também a finalidade da operação.

Mas, antes mesmo de começar o processo legislativo a que será submetido, o projeto deve contemplar todas as linhas mestras que deverão compor a Operação Consorciada.

É propósito deste trabalho delinear a área a ser atingida e os objetivos a serem alcançados pela Operação Urbana.

Primeiro devemos ressaltar a sua grandiosidade. Não é um projeto qualquer. Trata-se de um empreendimento ambicioso que só pode ser enfrentado por uma cidade como Vitória da Conquista, acostumada a grandes desafios. A grande dificuldade não são os custos, pois estes serão diluídos.

Dificuldade maior será a formação, ou contratação de equipes capazes de elaborar um projeto dessa natureza e com o poder de convencimento das partes envolvidas. Vale como sugestão um CONCURSO de projetos, com prêmio ou prêmios predeterminados. O projeto vencedor deverá ser escolhido em Audiência Pública, com amplos e exaustivos debates.

A intervenção aqui proposta tem como objetivo maior colocar Conquista no circuito turístico nacional. E uma vez posta em prática, outras intervenções urbanísticas destinadas a valorizar o turismo, não mais dependerão de OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS, podendo ser resolvidas, diretamente, pelos próprios órgãos municipais, e com seus próprios recursos. 

Fotos do jornalista Jeremias Macário

DESCRIÇÃO DA ÁREA A SER ATINGIDA:

1 – Centro Histórico de Conquista, cuja recuperação vem sedo reivindicada há muito tempo. A área a ser delimitada para essa intervenção urbanística abrange a Alameda Ramiro Santos, a Rua Francisco Santos, a Travessa Adriano Bernardes, o início da Rua Monsenhor Olímpio, Travessa da Bandeira, a Rua Sete de Setembro e a Rua Ernesto Dantas. Além da Praça Nove de Novembro, que serve de convergência para todas essas vias públicas.

É por ali, perto da parte alta da Rua Ernesto Dantas, que começa a parte histórica da cidade. E é inegável que um dos grandes projetos para Conquista nos dias de hoje é a recuperação, ou requalificação daquela enorme área comercial, hoje defasada e que perde espaço para os novos centros que vão surgindo. :: LEIA MAIS »

OS ESQUECIDOS

Foto do jornalista Jeremias Macário, que mostra a cara miserável do nosso país onde milhões vivem hoje na extrema pobreza, enquanto as três castas do poder se divertem em suas mordomias ne privilégios em sua mansões. São os esquecidos retirantes que se movem de um lugar para outro e continuam sem teto, pão e a dignidade de viver como ser humano. A pátria só é amada quando ela cuida bem de seus filhos.

ETERNO AMORES

Poema do jornalista e escritor Jeremias Macário

Existe aquele amor sempre o eterno,

mesmo quando outro toma seu lugar;

é o amor que vira nódoa na sua alma,

e nem todo o tempo consegue apagar.

 

Existe o amor de amante arrebatador,

que seduz como a pedra de diamante;

corta e devasta como o cruel lenhador,

até arder de cio na Comédia de Dante.

 

Existe aquele amor piedoso e o terno,

o do platônico que nunca se esquece,

e o do verão que se aquece no inverno.

 

Existe o prostituto que não tem pudor,

o que diz que ama e que nunca amou,

e o do condoreiro no vôo do Condor.

 

OS INIMIGOS DA CULTURA

Como na ditadura civil-militar de 1964, estamos agora a acompanhar o amordaçamento da cultura, do livre pensar e do avanço das pesquisas no país, sobretudo através do corte de recursos na educação das universidades e institutos federais de tecnologia. Isso constitui a volta dos inimigos da cultura, especialmente na área de humanas quando o governo federal do capitão-presidente despreza os ensinos de filosofia e sociologia nas escolas.

A diferença é que tudo hoje está sendo feito às claras ainda num regime que se diz democrático, sem quase nenhuma reação dos agentes do conhecimento, como professores e estudantes, mas também dos brasileiros em geral que não se sentem indignados. As medidas, chamadas de contingenciamento, provocaram algumas manifestações isoladas, e o povo cada vez mais vai sendo tratado como manada.

PROFUNDO SONO

Com a decadência na área educacional que vem se deteriorando há quase um século pelos governantes que não querem uma nação instruída, o país caiu num profundo sono, principalmente por parte dos intelectuais e dos artistas que preferiram, comodamente, o silêncio.

Mesmo com a liberdade de expressão ainda nas mãos, os artistas que ainda detém certo nível de conteúdo em seus trabalhos, por exemplo,  recolheram-se em seus ninhos como se nada de grave estivesse acontecendo no Brasil.

Observei este fenômeno no recente Festival da Música, na pequena cidade de Nova Redenção, na Chapada Diamantina, do qual participei em parceria com um músico local. Das 24 apresentações, apenas uma ou duas letras abordaram a questão política e social do país.

O fato desse silêncio acontece nas esferas mais altas. Enquanto isso, os inimigos da cultura aproveitam a crise financeira e de identidade do brasileiro para mutilar ainda mais a cultura que já vive numa terra arrasada de lixo em praticamente todas as linguagens artísticas. A grande maioria das obras lançadas é medíocre e descartável, tanto na literatura como na música e no teatro, principalmente.

O “INSITAR” DO SR, MINISTRO

Diz o ditado que o povo tem o governo que merece, e é dele que aparecem dois ministros da Educação que nem sabem falar e escrever o português corretamente. O único princípio é acabar com uma ideologia de esquerda e impor outra de extrema, com sede vingativa de puro extermínio, sem olhar as consequências futuras para estas gerações de jovens e as novas que vêm por aí.

Como se não bastasse o primeiro ministro que se enrolou em suas atrapalhadas declarações, o seu substituto continuou na “arte” de lançar pedradas a torto e a direito, não somente na nossa língua mater. Sem o saber e sem o pão, o povo submisso como gado nem está aí para defender e lutar por uma educação e uma cultura de qualidades.

Recentemente, o próprio ministro da Educação, ao mandar um de seus recados a seus opositores de esquerda pelas redes sociais, escreveu a palavra incitar com “s”, ao invés do “c”. É uma vergonha, sr. Ministro! Deveria antes ter consultado o dicionário, ou aos seus “assessores”, para não cometer o “assassinato” contra a nossa língua.

A palavra incitar, sr, ministro, vem do latim “incitare”, e significa mover, instigar – incitar operários à greve, estimular, desafiar, provocar – andam… os belicosos mouros … os fortes portugueses incitando (Luis de Camões) – incitar cães, enfurecer-se, irritar-se.

É triste, mas a verdade é que estamos atravessando uma longa era de trevas na cultura. Com o deslumbre das novas tecnologias, ninguém quer mais saber de ler, de estudar, de pesquisar e de pensar. Na ignorância, passamos o tempo comendo lixo e mais lixo, e é dessa falta de conhecimento e instrução que se aproveitam os inimigos da cultura para deixar o povo ainda mais anestesiado.

Os malucos querem mesmo é que todo mundo ande armado nas ruas, como se estivéssemos no faroeste americano do bang-bang. Para o capitão Bozó e sua turma, a segurança se resume em todos andarem com armas na cintura, a polícia ter a ordem de abater e o fazendeiro o direito de matar. Não existem planos e projetos, a não ser acabar de vez com a cultura e o saber.

AUGUSTO, O IMPERADOR ROMANO QUE CONTROLOU O SENADO E O EXÉRCITO

Depois da guerra civil no triunvirato de Júlio César, Pompeu e Crasso, o sobrinho, ou filho de César divinizado, Otaviano Augusto, mesmo tendo recusado os poderes extraordinários, controlou o Senado, o exército, as províncias, restaurou o reino e fortaleceu como absoluto o império romano, introduzindo inovações e deixando um grande legado para seus sucessores. Governou como rei por mais de 40 anos e restabeleceu a paz.

Enfrentou a ambição de Marco Antônio e, pela sua obra, foi chamado de imperator Caesar Divi Filius (o imperador filho do divino César). A princípio, ignorou o desejo que o corpo de cidadãos tinha de manter sua posição privilegiada no império, e a alta posição atingida pelas duas classes dominantes da comunidade, os senadores e os cavaleiros (homens de negócios), conforme descreve o historiador M. Rostovtzeff, no livro “História de Roma”.

No período de 40 e 30 a.C., as camadas mais altas não desejavam abrir mão de suas posições privilegiadas e serem colocadas em pé de igualdade com a população das províncias. Falava mais alto o orgulho nacional da Itália. Otaviano derrotou Antônio compreendendo este sentimento e se comprometeu manter o predomínio político da Itália.

Sangue novo e restauração

O Estado romano necessitava de sangue novo e de restauração, mas não um novo Estado sobre as ruínas do antigo. Roma não estava morta, e ele tinha a missão de renovar sua antiga glória, mantendo sua posição privilegiada. Os primeiros dois anos que se seguiram ao término da guerra civil foram dedicados por Otaviano à aprovação de medidas.

Agora ele era o chefe do Estado romano, sem contestação para administrá-lo. Suas primeiras providências foram restabelecer as fileiras mais altas da sociedade e o corpo de cidadãos, bem como, restaurar a própria cidade. Em 29 a.C. reexaminou a relação dos senadores e expulsou 190 membros, em parte admitidos por César, mas que não pertenciam à classe senatorial. O Senado voltou a representar a mais alta nobreza romana.

Um ano antes, Augusto tomou uma série de medidas para purificar o quadro de cidadãos e assegurar a predominância de romanos e italianos. Incentivou que todos os cidadãos casassem e tivessem famílias, e que o sangue fosse puramente italiano. Foi proibido o casamento com libertos e   adotadas medidas para evitar a contaminação das classes superiores. Os senadores foram proibidos de se casarem com escravas libertas. Em 28 a.C. Otaviano iniciou sua tarefa de restaurar a capital. Não abandonou os poderes extraordinários de que gozava como chefe militar, em virtude do seu juramento de fidelidade.

Era hábito em Roma acrescentar Otavianus ao nome de Caio Júlio César. Preferia o título honorífico de imperator, conferido pelo exército, puramente militar. O nome Otaviano foi aceito para distingui-lo dos outros. Nas províncias, esse título ligou-se à ideia de natureza universal e ilimitada de seu poder. Ele pertencia à família dos Otávios.

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