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OS POLÍTICOS, O POVO E OS “BUNDÕES”

Quem é mesmo o “bundão” que chama os jornalistas de “bundões” e de quebra envolve os mais de 115 mil mortos pelo coronavírus no país? Claro que só pode ser o próprio presidente sem compostura, que envergonha toda nação e no exterior, com seus rompantes descontrolados, que age como se fosse um psicopata.

É muito triste e doe muito ver isso sair da boca de um presidente que foi eleito pelo voto popular de uma democracia ainda cambaleante. Se fosse de um ditador, num regime de golpe sem o sacramento de uma eleição, até que seria compreensível e não causaria tanto estarrecimento. A pergunta que fica é que democracia é essa em que vivemos?

Encher a boca de soco

Como se não bastasse, esse mesmo capitão-presidente que, compulsivamente, insiste em dizer que é um atleta e continua a fazer propaganda da cloroquina, indo de encontro à ciência, ameaça encher a boca de um jornalista de soco e porrada, tão somente porque fez uma pergunta que não foi do seu agrado.

Sua atitude é de um ditador, de um autoritário e grosso sem nenhum preparo para ser um presidente da República, mesmo que ela seja chamada de banana. Na verdade, o soco que ele disse que queria dar bateu de cheio na boca da democracia. Se fosse um democrata, simplesmente ficaria calado e não responderia (seu direito), ou daria explicações ao povo que lhe elegeu.

Por falar em povo, boa parte, infelizmente, esculhamba com os políticos xingando-os de sujos, corruptos, ladrões, manipuladores, safados, mentirosos e outras coisas horríveis, mas é só se aproximar a temporada das eleições para cair dentro da campanha, como moscas em visgos. São oportunistas, com comportamentos de mau caráter, bem pior que os políticos com desvios de conduta. Essa banda é farinha do mesmo saco.

As imagens dos pré-candidatos fazendo aglomerações de campanhas antecipadas pelo interior, em plena pandemia, não negam que boa parte dessa população é podre e hipócrita, e só quer se aproveitar, não importando a preservação da vida nesses tempos de vírus mortal.

Os que estão ali compactuando com o político antiético, antes mesmo de ser eleito, são interesseiros que vivem às custas do dinheiro público da prefeitura, ou têm familiares em funções desnecessárias, mamando nas tetas do contribuinte. Muitos são até “funcionários” fantasmas, ou recebem favores e benesses do prefeito à reeleição, ou do vereador.

É lamentável ter que dizer isso, mas o mesmo povo que se enoja da política brasileira, como ela é praticada, sem seriedade e respeito às normas e leis, é o mesmo que se aglomera nas praças e ruas para defender o político transgressor quando chegam as eleições, e ainda sai na porrada e na violência contra adversários. Verdadeiramente, poucos têm consciência política e moral para criticar os políticos como estes que estão fazendo campanha aberta em plena pandemia e ainda fora de época.

Diante dos fatos e imagens que presenciamos, como do presidente “bundão” e das aglomerações do povo na torcida pelo candidato inescrupuloso, como ter esperança e acreditar num Brasil melhor, num futuro promissor de igualdade, honestidade e caráter? Como se orgulhar do seu país? Quem faz o bom, ou o mau político é o próprio povo que vende sua alma para o diabo.

 

 

AS INVENÇÕES E SUAS NECESSIDADES

Em “Armas, Germes e Aço – os destinos das sociedades humanas”, o cientista e autor do livro, Jared Diamond, no capítulo “A Mãe da Necessidade”, fala das grandes invenções, principalmente no século XIX, e explica que o invento é mais a mãe da necessidade do que o contrário. A grande maioria dos inventores toma emprestado a tecnologia de outros para concretizar suas ideias.

A difusão, segundo ele, depende muito das condições geográficas e ecológicas entre as sociedades, bem como das dimensões populacionais entre os continentes.  Ele cita o “Disco de Festos”, na ilha de Creta, por volta de 1700 a. C , como primeiro documento silabário impresso mais antigo do mundo. Os sinais do disco foram gravados na argila temperada por carimbos que tinham um sinal em baixo relevo, mas não foi propagado como a impressão de Gutemberg em razão de diversos fatores desfavoráveis.

A CONQUISTA ATRAVÉS DA TECNOLOGIA

Sobre a tecnologia, destaca o autor da obra, que na forma de armas e transporte, ela proporciona os meios diretos pelos quais certos povos ampliaram seus reinos e conquistaram outros povos. Quem fica para trás e rejeita as invenções termina sendo subjugado por outras sociedades inovadoras.

Para ele, os avanços tecnológicos parecem vir, de modo desproporcional, de alguns gênios especiais, como Johannes Gutemberg, James Watt, Thomas Edison e os irmãos Wright. Eles eram europeus ou descentes de emigrantes na América. Existem os casos de Arquimedes e outros gênios raros dos tempos antigos, mas não é somente o intelecto que conta na criação.

Muitas sociedades, principalmente as mais conservadoras, demoram para assimilar e aceitar as invenções. A sua pergunta é do porquê a tecnologia se desenvolveu em ritmos diferentes nos vários continentes. Existe a ideia comum de que a necessidade é a mãe da invenção, mas o cientista também entra pela vertente da premissa contrária.

No entanto, muitas invenções, de acordo com o biólogo e fisiologista, encaixam nessa visão da necessidade como a mãe. Como exemplo, cita o Projeto Manhattan, do governo norte-americano, em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial. O objetivo foi o de construir uma bomba atômica antes que a Alemanha nazista fizesse. Em três anos foi concluído a um custo de dois bilhões de dólares (hoje mais de 20 bilhões).

Outros exemplos dessa necessidade foi o descaroçador de algodão, inventado por Eli Whitney, em 1794, para substituir o trabalho demorado e cansativo de limpeza do produto. Outro caso foi a máquina a vapor, concebida por James Watt, em 1769, para solucionar o problema de bombear a água para fora das minas de carvão britânicas. Assim, em sua opinião, a invenção é quase sempre a mãe da necessidade.

Um exemplo claro é a história do fonógrafo de Thomas Edison, “a criação mais original do maior inventor dos tempos modernos”. Quando ele fez o fonógrafo, em 1877, publicou um artigo sugerindo dez utilizações possíveis, entre elas preservar as últimas palavras de pessoas no leito de morte e gravar livros para deficientes visuais. A gravação de música não estava entre suas prioridades.

Anos depois, Edison passou a vender fonógrafos, para serem usados como máquinas para ditar textos nos escritórios. No entanto, os empresários criaram as vitrolas automáticas. Só depois de 20 anos, o inventor admitiu, com relutância, que a principal utilidade de seu fonógrafo era gravar e tocar música.

Por outro lado, o veículo motorizado não foi inventado para atender a uma demanda. Quando Nikolaus Otto construiu a primeira máquina a gás, em 1866, os cavalos já supriam as necessidades do transporte terrestre há quase seis mil anos. Por ser pesada, com mais de dois metros de altura, a máquina não era mais aceitável que os cavalos. Só depois de 1885, os motores foram aperfeiçoados, levando Gottfried Daimler a instalar um motor na bicicleta, surgindo, então, a motocicleta a gasolina.

O povo continuou satisfeito com os cavalos e as ferrovias até a Primeira Guerra Mundial, quando o exército concluiu que precisava de caminhões. O intenso lobby pós-guerra convenceu o público da necessidade dos caminhões no lugar das carroças puxadas a cavalo.

“As primeiras máquinas fotográficas, de escrever e os aparelhos de televisão eram tão terríveis quanto a medonha máquina a gás de dois metros de Otto. Embora Watt tivesse projetado a máquina a vapor para bombear água para fora das minas, tempos depois a invenção estava fornecendo energia para as fábricas de algodão e impulsionando locomotivas e barcos.

O APERFEIÇOAMENTO DE OUTROS

A famosa invenção da lâmpada incandescente de Edison, em 21 de outubro de 1879, era um aperfeiçoamento de muitas outras lâmpadas patenteado por outros inventores entre 1841 e 1878. Do mesmo modo, o avião tripulado dos irmãos Wright foi precedido pelos planadores de Otto Lilienthal e a máquina voadora de Samuel Lasngley. O telégrafo de Samuel Morse foi precedido pelos de Joseph Henry, William Cooke e Charles Wheatstone. O descaroçador de Eli Whitney foi aperfeiçoamento de outras máquinas

Para Diamond, a tecnologia evolui de modo cumulativo, não em atos heroicos, e que a descoberta da maioria das utilidades de uma invenção ´é feita depois, e não sempre antes para satisfazer uma necessidade prevista.

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A POLÍTICA COMO A ARTE E A ALMA DO BEM GOVERNAR E DO LEGISLAR

Quando me lancei a pré-candidato pelo PSB a vereador a uma cadeira no legislativo de Vitória da Conquista recebi de imediato dois tipos de reações dos amigos, colegas e conhecidos de longas datas que conhecem minha trajetória de vida e como tenho me comportado dentro dos meus princípios de primar pelo caráter.

Uma delas foi de apoio integral por merecimento, competência e pelo que tenho feito e representado para a cidade ao longo desses 30 anos, principalmente no âmbito do jornalismo, da cultura e da arte. Depois do meu trabalho à frente da “Sucursal do Jornal A Tarde”, continuei fazendo e divulgando a cultura, sempre me posicionando como jornalista e cidadão sobre as questões envolvendo a cidade de Conquista.

A outra reação não nega a primeira, mas foi no sentido de que não entrasse nessa por ser muito sério, responsável e ético, pois a política no Brasil não passa de uma lama, uma sujeira e um meio de oportunistas se aproveitarem dos eleitores. Confesso que estou a refletir sobre tudo isso, ainda mais numa eleição em plena pandemia no Brasil que, em minha opinião, deveria ser prorrogada pelo Congresso através de uma PEC.

A politicagem sem escrúpulos

Sou sabedor e convivo com os dos dois lados, e me entristece o segundo que se bandeou para a politicagem de agrupamentos sem escrúpulos que deturparam o verdadeiro valor da política na sociedade como a arte e a alma do bem governar e legislar em benefício do povo, como era praticado na Grécia antiga e ensinada pelos filósofos Aristóteles, Platão, Sócrates e outros.

Infelizmente, no Brasil ela é tripudiada, desacreditada e rejeitada porque há séculos foi sendo e ainda está recheada de manhas, treitas e malandragens, se valendo da pobreza física e espiritual de educação e conhecimento das pessoas, que os nossos governantes lhes negaram, para fazer assistencialismo coronelista, sem falar na corrupção.

Dentro dessa panela indigesta, a política brasileira deixou de ser a arte do bem governar e legislar, para se deitar no coito sujo e doentio dos germes da enganação de promessas. da enrolação, da mentira e até da compra de votos com dinheiro e através de favores, refugiando-se na criminalidade e formação de quadrilhas.

No papel de executivo, o candidato, e até mesmo depois de eleito (nem todos), passou a prometer coisas que não são da sua alçada e da sua esfera como parlamentar. Muitos trocaram o legislar e o fiscalizar o poder público pelo fazer calçamentos porque o povo foi se acostumando nisso, e dá mais votos falar em obras do que ser o que deve ser dentro da sua função específica.

A inversão de valores

Na verdade, houve ao longo desses anos, uma inversão dos valores, onde o executivo passa o tempo legislando para “governar” e manter o poder, e o vereador, ou deputado, se ocupa de mostrar obras e benfeitorias através de indicações e emendas de verbas parlamentares. Nesse jogo, entram os conchavos que ele mesmo criou no seu cio legislativo.

Essa distorção foi tão aculturada e enraizada na nossa população que o eleitor, na grande maioria dos casos, quando se encontra com seu candidato, ou vai ao seu gabinete, procura-o mais para cobrar e pedir dele que faça uma obra, uma construção qualquer, uma ligação elétrica e de água em seu bairro, povoado ou distrito. Dificilmente reivindica leis em prol da sua comunidade, ou que ele investigue ou fiscalize as ações do prefeito.

A política, então, passou a ser a arte dos conluios, do troca-troca, do dá lá e do dá cá, das negociatas de aprovação de leis para ganhar cargos e recursos financeiros, dos favores a terceiros para faturar e superfaturar obras para ficar com uma parte, da sem-vergonhice, do meu pirão primeiro, da manipulação do eleitor, do palavreado rebuscado, da negação da sua função como legislador e da adoção do assistencialismo.

Diante de tudo isso, é que muitas pessoas me recomendaram a não ser pré-candidato, e outros me incentivaram para, se eleito, exercer o real papel de vereador e cumprir com o dever de defender os interesses coletivos da população em geral através de leis.

No geral, o político de hoje está mais preocupado em atender ao seu grupo que faz parte do seu lote, ou reduto eleitoral. Como nos tempos do coronel, a divisão é feita por lotes, por áreas demarcadas e se esquece do coletivo, daí o surgimento das diversas bancadas, menos a bancada do povo.

POR UM AUXÍLIO

E continuam as intermináveis filas nas agências da Caixa Econômica, como na foto do jornalista Jeremias Macário, tudo por um auxílio emergencial do governo federal que está usando o momento para fazer seu populismo com o dinheiro do próprio brasileiro trabalhador, desempregado e desamparado. Os milhões de invisíveis apareceram. É muito sofrimento e humilhação que não tem fim neste país, passando de governo a governo, que utiliza desse expediente de esmolas para se perpetuar no poder. Infelizmente, a maioria do nosso povo é inculta e sem consciência política para entender que os políticos se apropriam desse ponto fraco para manipular o eleitor nos momentos mais difíceis, como o que o Brasil está atravessando. O pior é que a nossa nação continua sendo massa de manobra por falta de educação, que eles próprios negam de propósito. Podem me chamar de pessimista, mas não acredito num futuro melhor enquanto permanecer essa política de deixar a população na miséria para dela se aproveitar.  Mesmo diante das dificuldades com o emaranhado burocrático (muitos passam o dia numa fila e voltam pra casa sem nada), esse povo acha o governo”bonzinho” e “caridoso”. É o mesmo que dar esmolas com o chapéu dos outros. É a tática de piorar mais ainda, negando o vírus e a ciência, receitando cloroquina e nem dando a mínima para as mais de 100 mil mortes, para capitalizar simpatia e aprovação com o auxílio emergencial. Não se enganem! Até quando vão abusar da nossa paciência?

DE PAI PRA FILHO

Autoria  do jornalista Jeremias Macário

Oh, Supremo Pai Eterno!

Agradeço sua passagem,

De viagem pra voltar à terra,

Onde fui chicoteado e crucificado;

Pedi pra afastar de mim esse cálice,

Quando me cuspiram na face,

Me julgaram ser rei dos romanos,

E duelei com o diabo no inferno.

 

Os terráqueos querem ser o Senhor,

Mandar foguetes para o espaço,

Pra desvendar o mistério universal,

Mas não passam de primatas do aço,

Adoradores das orgias e das armas,

Que criam ódio, intolerância e dor,

E nem cuidam da miséria de sua casa,

Onde espalhou a fome, o deus capital.

 

Querem criar a vida, algozes da natureza,

Que plantam germes e outras doenças;

Semeiam guerras como arte e beleza;

Atiram nas araras e derrubam as matas;

Pregam em seu Nome fanáticas crenças,

Sem caráter, mentem e fingem ser feliz;

E dizem que tudo foi Deus que assim quis.

 

Oh, Pai, essa humanidade não se une!

Nem no mortal coronavírus vendaval,

Onde os poderosos para ter imunidade,

Viram piratas de aparelhos respiratórios;

Injetam vírus nos chips dos computadores,

Para extrair pesquisas dos laboratórios,

E deixar os pobres sem a vacina da cura.

 

Oh, Pai, não me mande mais pra terra,

Onde a humanidade faz apologia do mal:

Tudo é comunista e vão me assassinar,

Como naquele Brasil da louca psicopatia,

De corruptos da matança pelo metal vil,

Que roubam a comida, a água e só dão sal,

Ainda deixam o povo analfabeto irracional.

 

Filho, meu, Você é a única salvação,

Para separar o honesto do ladrão,

Renovar o cálice com um novo vinho;

Fazer uma outra pregação da montanha;

Banir com a palavra os radicais extremistas;

Chicotear a pele desses imbecis racistas.

De couraça selvagem como porco-espinho.

 

Pai, seu mandamento foi-se ao vento!

E se perdeu na orgia bacanal do tempo;

Todos sempre estão a mudar de amor,

Que murcha mais rápido que a flor;

Não vou mais carregar essa pesada cruz,

Onde não existe no homem mais luz.

 

Veja lá, meu Pai, aquele tal Brasil,

Onde a empatia ao irmão dele sumiu,

E a multidão como boiada em manada,

Não mais sabe distinguir o errado do certo;

Seu ensino voa pelas areias do deserto,

E até sua Igreja mente pra seu rebanho,

Mais preocupada com o dízimo do ganho.

 

Meu Filho, pelo menos dê a cara por lá

Naquela pátria de malandragem a roubar,

Nem que seja pra clarear fundamentalista,

Que não acredita no saber do cientista;

Mistura religião com ganância capitalista,

E troca o emocional pela linha da razão.

 

Perdoe, meu Pai! Eles fingem que sou amado,

Preferem a intolerância e viver de armas na mão,

Se lá Eu for, serei como um intruso devorado;

Em defesa da justiça e da sua Santa Trindade,

Fui uma vez crucificado na terra de Salomão.

A ELITE OSTENTA SEU LUXO NUM PAÍS ALIENADO E SEM CULTURA

Longe do aquecimento presencial dos palcos musicais, dos teatros, do cinema, dos livros e dos eventos culturais que estão nos roubando, bem antes da pandemia, a elite aproveita o espaço vazio para ostentar seu luxo em seus carros “drive-thru” e “drive-in” (é tudo inglesado mesmo), para assistir a um filme, do qual nem aprecia, comprar presentes e a participar de casamentos pomposos, indiferente às mais de 110 mil mortes do coronavírus, que extermina mais a nossa pobreza.

Preferimos usar termos em inglês do que o nosso português, tão maltratado, e olha que nesses tempos do corona temos uma chuva torrencial deles. Todos acham bonito e chic, e até entortam a boca para pronunciar a língua do Tio Sam, menosprezando a nossa. A grande maioria da nossa gente nem sabe o que significa, mas tenta também seguir a onda e termina aportuguesando mesmo, sendo corrigido pelos “sabichões”. Oh quanta ironia!

Afronta à miséria

A mídia burguesa entra em cena para fazer seu show, cujas imagens aprecem como uma afronta à miséria e às desigualdades sociais de uma maioria pobre, desamparada e inculta que aglomerada padece todos os dias nas filas dos bancos, na ansiedade de pegar um auxílio emergencial que vem dando popularidade a um governo que está aniquilando nossa alma através da destruição do meio ambiente e do nosso patrimônio cultural. É outra ironia, pois o homem nega a ciência; faz pouco da doença dela aproveita para fazer seu populismo.

Não se enganem nem um pouco com essa emergência financeira burocrática destinada aos profissionais da cultura que lidam com a música, com o teatro, com a dança, com as artes plásticas, ou outras linguagens artísticas, porque o estrago já vem sendo praticado desde o início desse governo neoliberal e fascista que acabou com o Ministério da Cultura e agora está implodindo nossa cinemateca e vislumbrando criar um imposto à produção de livros. Sua intenção é não mais prestar apoio técnico e nem financiar a educação básica, se eximindo de sua responsabilidade.

Em cima dessa Covid-19 que já ceifou milhares de brasileiros e contaminou quase três milhões e meio de pessoas, o capitão-presidente propagandista da cloroquina, negacionista da ciência, e o Congresso Nacional conservador desacreditado estão querendo fazer suas médias, enquanto levam nossa alma, priorizando mais verbas para armamentos das forças armadas do que para a educação, além de deixar nua a nossa cultura. Sem ela, não há vida e não existe espírito ativo para contestar e protestar. Só o silêncio ensurdecedor de uma nação sem futuro.

Beneficiar o capitalismo

Na verdade, nem estão aí para o social e para o fortalecimento cultural. Estão mais preocupados em privatizar as estatais para dar dinheiro para o capitalismo e beneficiar os mais abastados. São vários os exemplos, e um deles está nos pequenos negócios criativos, de serviços e comerciais que não puderam ter acesso aos recursos prometidos porque não têm as garantias burocráticas devidas exigidas pelo sistema financeiro.

A cultura não quer viver de esmolas emergenciais populistas, mas de uma política merecida de incentivos, com recursos públicos para criar e manter seus projetos, de modo que possa caminhar com suas próprias pernas, e não ficar mendigando.

Esse é um dever primordial de todo governo, porque sem educação e cultura, não existe nação desenvolvida, nem povo consciente dos seus deveres e direitos, para reivindicar e não se deixar enganar com esmolas. Os músicos, os artistas em geral, os escritores, literatos, poetas, cineastas, artesãos e outros que lidam no ramo neste país já vivem em penúria há muitos e muitos anos. A estratégia é criar um Brasil de alienados imbecis e não de cabeças pensantes, e isso já está ocorrendo.

 

A POLITIZAÇÃO DA SAÚDE EM CONQUISTA

Carlos Albán González – jornalista

O julgamento político e administrativo de Herzem Gusmão Pereira está marcado para 15 de novembro. O foro, evidente, não será o Tribunal Penal Internacional, em Haia, nos Países Baixos, que deve avaliar as denúncias de crime contra a humanidade, feitas por quatro entidades brasileiras ao presidente Jair Bolsonaro, o mais recente mentor político e ideológico – os primeiros foram os irmãos Vieira Lima, condenados por enriquecimento ilícito –  do prefeito de Vitória da Conquista, que, há poucos dias, negou três vezes – o cristão certamente conhece o episódio bíblico “O Arrependimento de Pedro” – ser partidário do bolsonarismo. O corpo de jurados será formado pelos eleitores do município.

Os jurados/eleitores vão levar em consideração os acertos e erros cometidos por Herzem nesses quatro anos, na áreas da saúde, educação, mobilidade urbana, urbanismo, cultural, no acatamento à Lei de Responsabilidade Civil, na preservação do meio ambiente, nos esportes e entretenimento, nas ações sociais e, acreditem, na sua conduta religiosa, procurando, aparentemente, manter-se distante da Igreja Católica, cujos fieis viram com perplexidade o seu prefeito se ausentar, no dia 14 de dezembro passado, da recepção ao representante do papa Francisco na região, o arcebispo dom Josafá Menezes.

Com nove mil servidores nos seus quadros, a prefeitura de Vitória da Conquista foi buscar lá fora empresas de consultoria, que até o momento não justificaram as remunerações recebidas. Ao mesmo tempo, assessores dos primeiros e segundo escalões vivem apreensivos com as frequentes demissões.

A gestão de Herzem Gusmão foi marcada pelo favorecimento à classe rica e aos líderes neopentecostalistas – por uma questão de justiça vamos excluir batistas, metodistas e presbiterianos -, que foram os grandes fomentadores de sua candidatura. Não precisa ser analista político para se concluir que a maioria dos conquistenses colocou nas urnas o voto anti PT, como se deu em várias partes do país, e, dois anos depois, em nível nacional, com a eleição de Bolsonaro. Foi a maneira de se punir a cúpula do Partido dos Trabalhadores, acusada de peculato.

Como Herzem retribuiu os votos recebidos da classe “A” e dos evangélicos? A resposta foi dada através de decretos, devolvendo aos lojistas as vagas de estacionamento no Centro, prejudicando a maioria dos proprietários de veículos; com a reabertura açodada do Comércio e dos templos religiosos, acelerando o avanço da Covid-19, contrariando uma ordem do Ministério Público; deixando ao abandono os bairros da periferia e a zona rural, que hoje convivem com a lama, a sujeira e os buracos.

A partir de junho de 1997, com a promulgação pelo Senado da emenda constitucional, permitindo a reeleição do presidente, governadores e prefeitos, revitalizou em todo o país o sonho dos políticos de se manterem nos cargos, estimulando a corrompível compra de votos. Permanecer por mais tempo na prefeitura esteve sempre na imaginação de Herzem, devaneio que acompanha Bolsonaro .

Voltados para o inoportuno projeto da reeleição e pressionados pelos “defensores” da economia, os dois sonhadores ignoraram as orientações das autoridades sanitárias, permitindo o avanço da Covid-19, trazendo o luto e o sofrimento a 110 mil famílias – 88 de conquistenses – de brasileiros. “E daí?”, perguntam as pessoas que ironizam o distanciamento social, promovendo aglomerações nas ruas, no transporte urbano, bares e festas; que não impedem a entrada de ônibus clandestinos; que se mostram insensíveis às filas nas portas dos bancos; que percorrem as áreas mais carentes da cidade, na condição de candidatos a vereador, burlando a legislação eleitoral, distribuindo “santinhos” e fazendo promessas, que não serão cumpridas;  e que se revelaram incompetentes na prevenção e  combate à pandemia.

Ao se dirigir à população conquistense, no dia da posse, Hérzem Gusmão prometeu priorizar as iniciativas na prevenção, promoção e recuperação da saúde. Colocando Deus em suas falas, jurou fazer um governo de paz. Contudo, declarou guerra ao governo do estado, na tentativa de politizar a saúde. A primeira rusga teve como motivo a Policlínica – Hérzem queria indicar o gestor -, que hoje atende a 31 municípios do Sudoeste. Acusou o governador Rui Costa de transferir para os hospitais daqui os infectados pelo vírus, quando, na verdade, há décadas, dezenas de ambulâncias e vans, procedentes de cidades da região, do São Francisco e do Sul do estado, trazem pacientes para se tratar ou se internar nas unidades de saúde de Conquista. Os enfermos são encaminhados pelos colegas de Herzem, que não aplicam ou desviam os recursos destinados à saúde pública.

Na esteira da politização, o alcaide não menciona e, muito menos agradece, as ambulâncias destinadas a Conquista pelos deputados Zé Raimundo e Waldenor Pereira, ambos do PT, e Fabrício Queiroz (PCdoB). Birrento, como é qualificado pelos próprios correligionários, Herzem afrontou – sobrou até para um dos seus ídolos, o prefeito de Salvador, ACM Neto –  o governador porque não obteve a liberação oficial da cloroquina e seus derivados, medicamentos “receitados” por Bolsonaro aos contaminados pelo novo coronavírus, contrariando as autoridades sanitárias.

Herzem pegou um avião e foi a Brasília, onde tentou ser atendido pelo general Eduardo Pazuello (substituto de dois médicos no Ministério da Saúde). Seu interlocutor foi um funcionário de nome Cascavel, que não injetou veneno na comitiva da Bahia. Ao contrário, prometeu enviar milhares de caixas dos “milagrosos” remédios, ministrados até para as emas do Palácio Alvorada.

Se no julgamento de 15 de novembro Herzem Gusmão for absolvido pelos eleitores permanecerá por mais quatro anos na chefia do município. Se for considerado culpado, volta para casa, veste o pijama e espera por mais dois anos para pleitear uma vaga na Assembleia Legislativa, utilizando nesse período o que mais gosta: os microfones das rádios de Conquista.

 

 

 

OS GERMES SÃO MAIS INTELIGENTES QUE HUMANOS NEGACIONISTAS DA CIÊNCIA

AS CARACTERÍSTICAS COMUNS DE TRANSMISSÃO DAS DOENÇAS

“A escrita caminhou junto com as armas, os micróbios e a organização política centralizada como um agente moderno de conquista… Relatos escritos de expedições motivaram outras posteriores, pela descrição das terras férteis que esperavam os conquistadores”. Essa revelação é contada pelo biólogo Jared Diamond, em seu livro “Armas, Germes e Aço”.

Em sua exposição científica, cita que a escrita nasceu primeiro, de forma independente, no Crescente Fértil com os sumérios por volta de 3000 a.C. e na Mesoamérica, sul do México, antes de 600 a.C. Por difusão de ideias, no Egito (os hieróglifos), 3000 a.C., na China por volta de 1.300 a.C.  no vale do Indo, na Grécia e em Creta que podem ter sido também de modo independente. A escrita cuneiforme suméria é o sistema mais antigo da história.

Interessante é que a escrita maia é organizada de acordo com os princípios semelhantes aos dos sumérios e de outras escritas eurasianas nas quais os sumérios se inspiraram. Muitas outras sociedades desenvolveram suas escritas como na Índia, Grécia micênica, Creta minoica e na Etiópia.

O alfabeto cirílico (ainda usado na Rússia) decorre de uma adaptação de letras gregas e hebraicas feita por São Cirilo. Outro idioma, como o germânico, teve seu alfabeto gótico criado pelo bispo Ulfilas. As centenas de alfabetos históricos e atuais derivam do alfabeto semítico ancestral (da Síria ao Sinai) no segundo milênio a.C. No início, o conhecimento da escrita era restrita aos escribas a serviço dos reis e dos sacerdotes.

No entanto, a escrita alfabética grega se expandiu para além dos escribas e foi um veículo de poesia e humor para serem lidos nos lares. Por sua vez, a produção de alimentos foi essencial para a evolução da escrita como para o surgimento dos micróbios causadores das epidemias humanas.

POPULAÇÕES EXPOSTAS EM POUCO TEMPO

As doenças infecciosas têm várias características comuns, como de transmissão rápida e eficaz da pessoa contaminada para a saudável que está próxima, e com isso a população inteira fica exposta em pouco tempo. Outra característica são as doenças agudas num curto período onde as pessoas morrem, ou se recuperam rapidamente. Outra diz respeito aos felizardos que se recuperam e desenvolvem anticorpos que os deixam imunes por muito tempo a uma repetição da doença, possivelmente para o resto de suas vidas.

Segundo Diamond, a disseminação dos micróbios e a passagem rápida dos sintomas significam que todo mundo, em determinada população humana, é rapidamente contaminado e logo depois está morto, ou recuperado e imune. Como o micróbio só pode sobreviver nos corpos de pessoas vivas, a doença desaparece até uma nova leva de bebês atingir a idade suscetível até que uma pessoa infectada chegue do exterior para desencadear uma nova epidemia.

Ele cita, como exemplo, como essas doenças se transformaram em epidemias na história do sarampo nas ilhas do Atlântico chamadas Feroé, em 1781, e depois desapareceu, deixando os locais livres do sarampo até a chegada de um carpinteiro contaminado vindo da Dinamarca de navio, em 1846. Em três meses, quase toda população de Feroé (7.782) havia contraído a doença e morrido, ou se recuperado.

Estudos mostram que o sarampo tende a desaparecer em qualquer população inferior a meio milhão de pessoas. Só em populações maiores, a doença pode passar de um local para outro, persistindo assim até que um número suficiente de bebês tenha nascido na área originalmente infectada para que o sarampo possa voltar.

As doenças de multidão

Conforme seus estudos, as doenças de multidão não conseguiram se manter em pequenos grupos de caçadores-coletores e lavradores primitivos. No inverno de 1902, uma epidemia de disenteria levada por um marinheiro matou 51 dos 56 esquimós sadlermiuts, na região ática do Canadá. “Sarampo e outras doenças infantis têm maior probabilidade de matar adultos infectados do que crianças”.

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A VELOCIDADE E OS RADARES

Muitas avenidas de Vitória da Conquista já estavam a necessitar de radares e passagens eletrônicas, contanto que se retire metade desses infernais e absurdos quebra-molas da cidade, os quais irritam os motoristas e provocam prejuízos aos veículos, sem falar no gasto extra de combustível.

Sou a favor do emprego dessa tecnologia nas médias e grandes cidades, não dos escondidos radares nas estradas federais, sem nenhum sentido de redução de acidentes, mas com intuito de arrecadação fácil. Aqui em nossa Conquista, só discordo do limite de velocidade imposto de 50 quilômetros na Avenida Luis Eduardo Magalhães.

Nem sempre é a velocidade que provoca acidentes. Existem outros fatores que não vou aqui listá-los. Não sou especialista em trânsito, mas na Luis Eduardo poderia ser de 60 quilômetros, e não 50 com o carro praticamente na terceira para não exceder o limite. Na verdade, vamos rodar com 40 numa pista sem movimento de pedestres e ainda com descidas e subidas.

Nessas condições dos 50 quilômetros, vai existir aquela apreensão maior com o ponteiro quando estiver um pouco acima dos 40. Muitos vão ter que segurar o carro na terceira e ai vai acontecer uma lentidão exagerada no trânsito, com início de engarrafamentos em momentos de pico. Tem ainda a questão do consumo de combustível, tão caro nesses tempos atuais.

O mesmo vai acontecer na Avenida Perimetral, ou J. Pedral, com subidas e descidas acentuadas. Nas outras avenidas, como a Brumado, a Frei Benjamim e a Juracy Magalhães, já existe um certo limite de velocidade dos motoristas por conta do movimento de pedestres e bicicletas. Elas são mais planas, comportando o teto máximo de 40 ou 50 quilômetros.

Na Juracy Magalhães, por exemplo, a fiscalização precisa ser mais rigorosa com os motoristas que estacionam seus veículos numa faixa da pista, e ainda ligam o sinal de alerta como se desse o direito de não serem multados por infração. Essa prática tem sido uma constante ao longo da avenida, prejudicando em muito o fluxo no trânsito e ainda levando a riscos de acidentes.

Já que a Prefeitura Municipal vai utilizar a tecnologia correta recomendada pelo Conselho Nacional do Trânsito, seria o momento oportuno de demolir, pelo menos, metade dos quebra-molas, como nas avenidas Pará e Maranhão onde existem sinalizações horizontais e verticais. É necessário que Conquista deixe de ser a capital dos quebra-molas que, como o próprio nome já diz, só servem para quebrar carros e atormentar os motoristas.

O SARAU E A COVID-19

Há quase seis meses (o último foi no início de fevereiro – dia 7) que o nosso Sarau Cultural A Estrada deixou de ser realizado, de reunir nosso grupo, e nem é preciso explicar os motivos. Não posso falar por todos, mas acredito que os frequentadores estão com saudades dos nossos encontros bimensais todos os sábados, com aquela alegria fraternal, com aqueles abraços, descontração e, principalmente, dos temas abordados, das declamações de poemas e causos (Jhesus, Dorinho, Itamar e tantos outros), das piadas e das violadas cancioneiras da música popular brasileira com Mano Di Souza, Baducha, Moacyr Mocego, Walter Lages, Gabiru e outros tantos músicos e artistas visitantes. Tentamos recomeçar em agosto, mas houve posições contrárias, pois o tal coronavírus ainda não nos deu uma trégua. Diante dessa situação, não temos condições de fazer um sarau presencial, mas José Carlos deu a ideia de realizarmos um evento virtual para matarmos a saudade, talvez no próximo sábado à noite, dia 22, para quem estiver interessado num papo descontraído. No início do ano estávamos traçando um plano para comemorarmos os dez anos do nosso Sarau, completados em julho. Pena que tudo foi desfeito, e não sabemos se ainda vamos festejar esta data neste ano de 2020, tão importante para a nossa iniciativa cultural que começou em 2010 num encontro de amigos com o nome de “Vinho Vinil”, onde só entrava o vinho e só se ouvia os velhos e saudosistas vinis (bolachões) com aquelas lindas capas de boas músicas de grandes e eternos compositores e cantores. Da minha parte, sempre aos sábados, sinto um grande vazio no “Espaço Cultural A Estrada” quando decido, com a anfitriã da casa e minha esposa Vandilza, tomar um vinho e ouvir um som. Imagino todos reunidos naquele barulho e sempre pedindo silêncio para a fala, ou apresentação do artista. Lembro todos chegando com suas colaborações de bebidas e comidas, para incrementar nossos eventos que, de tão bons, varavam a madrugada.

 





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