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:: ‘Notícias’

O CAOS SEM O APORTE ECONÔMICO

Talvez eu seja o único jornalista e cidadão que há duas semanas vem alertando que as medidas de isolamento de ficar em casa para combater a pandemia tinham que vir acompanhadas de um imediato aporte econômico do Estado. Somente agora, com atraso, a grande mídia burguesa vem tocando no assunto, ainda de forma tímida subindo os morros.

O mandar ficar em casa é uma recomendação dos organismos de saúde, mas não pensaram nos milhões de brasileiros que vivem de uma renda mínima da informalidade, de comissões, do trabalho intermitente, autônomos, dos desempregados que fazem bicos e outras atividades para sobreviver e comprar o pão de cada dia, numa expressão mais simples e direta.

AS FAMÍLIAS POBRES

Não estou com isso sendo contrário ao isolamento, contanto que os governantes acionassem seus caixas para sustentar as famílias pobres que vivem nas favelas e em seus barracos vivendo na linha de pobreza, muitos das quais em plena miséria, sem dinheiro para o álcool gel e até sem água nas torneiras.

Somente agora, o governo federal está apresentando um conjunto de medidas para amparar esses milhões de brasileiros, mas, como tudo no Brasil é burocrático e demorado, não se sabe a forma, quando e como esse socorro   vai ser concretizado. Sem um urgente aporte econômico, o Brasil pode virar um território de caos social onde a fome pode falar mais alto que o vírus, e aí vamos ter mais vítimas.

Nesse bate boca político, científico e de economistas dando palpites, até agora só vemos falatórios demagógicos dos governantes, sem apresentar uma saída para atender o menos favorecidos. Nesse sistema capitalista selvagem e predador, numa catástrofe ou tragédia, os pobres são os mais atingidos. É lamentável dizer isso, mas só os fortes sobrevivem nessa selva de hipocrisias.

Nessa avalanche de informações, colocaram os idosos como se fossem únicos grupos de risco, quando, na verdade, todas as pessoas com doenças crônicas (diabetes, pressão alta, câncer, problemas coronários e outras), sejam jovens ou velhos, não estão imunes e podem perecer. Houve uma discriminação generalizada porque a maioria dos idosos entre 70 a 80 anos têm problemas de saúde e tomam remédios contínuos.

Essa mídia burguesa, que passou todo o tempo de costas para a pobreza, só faltou sugerir a criação de campos de concentração para os idosos. Nessa história existe muita hipocrisia e falsos heróis, criados por essa mídia. É verdade que os caminhoneiros estão nas estradas transportando alimentos e produtos para o abastecimento do mercado, mas não me venham com essa de que estão ali só com essa missão sublime de salvar vidas.

Eles são uma categoria que ainda têm a permissão de trabalhar, e estão também ganhando seu dinheiro para sustentar suas famílias e pagar as prestações de seus carros. Não existe essa de sacrifício pleno, sem benefício. E como ficam aqueles que nem estão podendo produzir alguma coisa para sobreviver?

Por último, a grande emissora Globo, que vem comandando os noticiários, com suas tendências de sempre, mostra um senhor esportista amador, como exemplo de ficar em casa, correndo tranquilamente em seu apartamento de classe média alta, confortavelmente bem tratado e alimentado, quando milhões vivem em barracos apertados, em becos estreitos e sujos, sem o mínimo de saneamento básico. Não se falou quanto esse senhor ganha por mês como aposentado e qual sua renda.

Eu também faço aqui meus exercícios diários em meu quintal apertado e ainda sou um privilegiado porque tenho um benefício merreca, mas muito longe daqueles que estão sofrendo, passando fome, privações e outras necessidades. No lugar deles, tenho que agradecer a minha situação, que não é boa financeiramente, mas vai dando para tocar a vida, sem a agonia e a miséria batendo todos os dias em minha porta.

JANGO E EU – MEMÓRIAS DE UM EXÍLIO SEM VOLTA

Melancolia, saudades da pátria, dos tempos da infância quando pouca coisa se entende dos acontecimentos, lembranças vividas num diário-romance, com passagens políticas desde o golpe de abril de 1964 até a morte misteriosa de seu pai, em dezembro de 1976, em “Jango e Eu – Memórias de um Exílio sem Volta”, escrito por João Vicente Goulart, numa linguagem simples, solta e descontraída, bem longe das amarras acadêmicas.

É um livro que eu diria bem prazeroso para se ler que se passa no Uruguai, na Argentina, Paraguai e tem uns fiapos interessantes na França, na Espanha e na Inglaterra. São narrativas espontâneas, algumas soltas, que, em pedaços, formam o todo de um tempo difícil que marcou nossa história brasileira. Não precisa que tenha vivido aqueles dias, nem que seja um estudioso do assunto da ditadura. Você vai compreender de uma maneira fácil como tudo aconteceu. O leitor faz um passeio relaxante em paisagens não repetidas.

Os grandes homens do século XX

No prefácio do livro, Tarso Genro lembra os grandes homens do século XX, com os generais Rondon e Lott, os políticos e intelectuais Luis Carlos Prestes, Jacob Gorender, João Amazonas, Juscelino Kubitschek, Leonel Brizola, Getúlio Vargas, Alberto Pasqualini, Anísio Teixeira, Carlos Nelson Coutinho, Antônio Cândido, Leandro Konder, Florestan Fernandes e, em especial, João Goulart, o mais avançado, democrático e tolerante.

Conta ainda sobre os trinta dias que ficou na fazenda de Jango, em Tacuarembó, no Uruguai, em 1972. Quase 40 anos depois assinou, como ministro da Justiça, a anistia de Jango. Destacou que Jango não era socialista, nem comunista e nem pretendia instalar uma ditadura no país. Pretendia implantar a reforma agrária nas terras situadas a dez quilômetros à margem das rodovias. Essa nunca foi feita no Brasil. Ele ainda fundou a Eletrobrás; reescalonou a dívida externa; limitou a sangria da remessa de lucros para o exterior; e abriu relações comerciais com a China, pois teve a visão de perceber o potencial daquele país.

Afirma Tarso Genro que o ex-presidente foi vítima brutal de difamações dos grandes veículos de comunicação, das arengas das forças armadas, da classe média e da ampla maioria da Igreja Católica. “A elite direitista detestava ele e o considerava traidor. Falava com os grandes chefes de Estado, como Kennedy, Fidel Castro e Mao Tsé-tung. Era um social democrata de esquerda num tempo “errado”. Apenas achava que o capitalismo poderia ser mais justo e evitou uma guerra civil”. O Brasil continuava submisso e atrasado dependente das matérias-primas na exportação. Sessenta anos depois permanece o mesmo quadro descrito por Tarso.

O prólogo da obra fala do desconhecimento dos fatos que atingiram o país a partir de 1964. O autor ressalta se sentir no dever de contar a história de seus dias de exílio junto ao pai Jango, sua mãe Maria Thereza e a irmã Denize. Ele relata o dia a dia de uma família refugiada no exílio político, se situando no período de 1964 a 1976 quando o pai morreu. “O exílio nos faz peregrinos”. Essa história real da América Latina (“Veias Abertas”, de Eduardo Galeano) “chegou até nosso cotidiano dentro de casa”

Tudo se inicia quando pisou em terras uruguaias. Mais e mais ditaduras fechavam o cerco. Recorda das constantes perseguições dos exilados, desaparecimentos e trocas de prisioneiros entre as ditaduras, como se fosse contrabando. “A liberdade é uma só” – dizia o seu pai.

Quando tudo começou

Tudo começou no dia 31 de março de 1964, na Granja do Torto, com os rumores do golpe. Os telefonemas eram cada vez mais alarmantes. Darcy Ribeiro, ministro-chefe do Gabinete Civil avisou que Jango estava no Rio de Janeiro. “Pela manhã já havia malas arrumadas para irmos direto para o aeroporto. Não pudemos levar tudo”.

 

Canta, em forma de diário, que ele (João Vicente), sua mãe e a irmã saíram apressados num avião da FAB, que não era o mesmo em que viajavam, em direção a Porto Alegre. Deixaram para trás pertences pessoais que nunca foram devolvidos, inclusive joias e documentos públicos e privados. Segundo o autor, o governo Jango foi o único que não preparou sua saída do poder. Depois tiveram que lhe devolver o patrimônio que havia sido bloqueado. O voo para Porto Alegre foi demorado. Jango ainda estava em Brasília, a caminho do Rio Grande do Sul.

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A GRANDE MÍDIA BURGUESA E O ÁLCOOL GEL

Somente agora, e de forma tímida, a grande mídia burguesa está saindo de seus estúdios de apresentação, de seus boletins diários e entrevistas com infectologistas, médicos e especialistas para mostrar o outro lado do álcool e gel. Refiro-me aos pobres das periferias que não têm condições financeiras nenhuma de adquirir o produto para se proteger do coronavírus, o Covid-19.

Não é só isso. Moradores pobres que vivem em favelas e barracos não têm nem água nas torneiras e sabão para lavar as mãos. Essas pessoas, há muito tempo, vivem aglomeradas em cômodos apertados, sem saneamento básico, onde todos dormem juntos. Os jornalistas devem sair de seus confortos dos computadores, subir os morros e atravessar a linha de pobreza para mostrar essa triste realidade.

Quando se manda que todos lavem as mãos com álcool e gel, a impressão que passa é que toda população brasileira, com profundas desigualdades sociais, pode comprar o material, que subiu de preço pelos gananciosos. Gostaria de indagar quem olha para esse povo e vai fornecer o álcool e o gel?

Há dias que venho fazendo essa observação, mas sendo criticado por muita gente. Passou do tempo dos veículos de comunicação cobrarem providências urgentes por parte do poder público (municipal, estadual e federal), e não ficar fazendo de conta que vivemos num país rico, sem esses terríveis desníveis sociais de calamidade pública.

Outro problema que já venho falando é quanto a situação dos desempregados, daqueles trabalhadores intermitentes, comissionados e dos informais que dependem do que produzem para comprar suas necessidades básicas, principalmente os alimentos do dia a dia.

Quem vai socorrer essa gente, da qual pouco a mídia comenta e entrevista, mostrando o quadro de penúria, principalmente agora? Não estou aqui para contrariar a recomendação de que todos fiquem em suas casas, mas existe uma tremenda omissão da imprensa que pouco noticia como esses brasileiros esquecidos vivem, estão vivendo e vão viver daqui para a frente para enfrentar a luta contra o Covid-19.

Existe um plano dos governantes para atender esses milhões que já vivem em plena pobreza, com a tendência de piorar mais ainda com o confinamento e a falta de dinheiro para se proteger do vírus e se alimentar? Até o momento, só demagogias, falatórios, discurso e nada de concreto.

Na verdade, não existe um plano para sanar esse problema, e a nossa mídia não explora esta questão que pode se transformar numa convulsão social e invasão de casas comerciais, mercados, farmácias e supermercados. Como solucionar o problema das pessoas que têm doenças crônicas e precisam de fazer hemodiálises, quimioterapia e outros tratamentos inadiáveis, sem o transporte para deslocamentos para cidades e clínicas que prestam esses serviços?

É um alerta que fica, e um apelo para que a mídia comece mais firme a noticiar essa situação que pode se tornar crítica e caótica, se não forem tomadas as devidas medidas por parte do poder público. Mais uma vez, vamos deixar essa gente de lado e fazer de conta que ela não existe?

 

AS CONSEQUÊNCIAS FINANCEIRAS

O fechamento do comércio em várias cidades do pais, inclusive em Vitória da Conquista, é uma medida para se evitar aglomerações, mas quando começar a faltar dinheiro aos empregados e àqueles que trabalham na informalidade, para adquirir os produtos de primeira necessidade, como alimentos e remédios? Quem vai socorrer essa gente do setor privado que vai ficar sem receber? Já pensaram nessas consequências? Se o comerciante não produz, não tem como pagar.

Os funcionários públicos das repartições vão receber sua grana no final do mês. E os outros, quem vai socorrer? O poder público vai distribuir cestas básicas e ajuda financeira? Com essa pandemia do coronavírus se espalhando, estamos numa encruzilha daquelas que “se ficar o bicho come, se correr o bicho pega”, ou entre a cruz e a espada.

As autoridades precisam trabalhar nesse plano de socorro. Caso contrário pode até ocorrer invasões em mercados e supermercados por comida. Depois vão chamar as pessoas de vândalos? Prendê-las? A situação é grave e precisa ser estudada para que não haja uma convulsão social.

Outro fato são as pessoas com doenças crônicas da região que precisam de fazer hemodiálises, quimioterapias e outros procedimentos urgentes nas clínicas da cidade. Sem vans e o transporte, como elas vão se deslocar de suas cidades? As vans não vão rodar com pouca gente porque financeiramente não vai compensar, e a maioria não tem condições de pagar um veículo particular.

A mídia passa todo o tempo repetindo notícias e divulgando decretos dos governos. Trabalha com números de casos e entrevistando infectologistas sobre higienização, mas não questiona este outro lado da história que pode acontecer quando as pessoas começarem a ficar sem dinheiro na mão. No caso do comércio, os repórteres entrevistaram os representantes do setor, mas deixaram de lado os comerciários, os que trabalham por comissões e os informais.

Nesse quadro crítico que se vislumbra, até quando o comércio pode continuar fechado? Pelas informações da área da saúde, essa pandemia ainda vai durar por um tempo. Fala-se em meses. De um modo geral, esses trabalhadores não têm fundos para aguentar nem um mês. Os servidores públicos vão receber, sem problemas, como se estivessem em férias.

A questão não é somente baixar decretos, mas montar um plano “B” para controlar as consequências que podem vir na frente. Todos acham as medidas acertadas, mas somente poucos refletem sobre as consequências para os mais necessitados que dependem de um dinheirinho para fazer sua feira, principalmente os desempregados que estão atuando na informalidade.

Está também na hora de convocar os psicólogos e os psicanalistas para tentar evitar que a população entre em pânico. Nessas ocasiões, o medo é a pior coisa, e uma mente amedrontada deixa o corpo debilitado. Por enquanto, só estão tentando cuidar do corpo. Acima de tudo, a mente precisa estar preparada para o que vier daqui por diante. Numa tragédia, é comum as pessoas partirem em manada, e aí termina morrendo mais gente no corre-corre, empurradas e pisoteadas.

ALARMES E COISAS INEXPLICÁVEIS

Não dá para tentar encobrir que o governo chinês não foi culpado pela disseminação do coronavírus (Covid-19) no mundo, que começou lá no final do ano passado. Por ser uma ditadura fechada, como qualquer outra faria, os primeiros casos foram abafados e escondidos até quando a situação fugiu de controle meses depois, e aí o vírus já havia feito um rastro de destruição em várias regiões do pais e transportado para outros vizinhos asiáticos.

Agora imagina se essa pandemia tivesse acontecido durante a ditadura civil-militar no Brasil, especialmente nos anos de chumbo do governo Médici (1969 a 74)! Certamente, por algum tempo, os generais teriam confinado o vírus em seus quartéis, e a sociedade teria o mínimo de informações. Mesmo assim, as notícias seriam censuradas. Naquele tempo, muitos casos dessa natureza tiveram sua divulgação proibida para a população.

E OS PAÍSES AFRICANOS?

Isso acontece em todas as ditaduras que, para não comprometer a governabilidade, seus governantes carimbam esses acontecimentos na lista dos arquivos de segurança nacional. Mal ou bem, estamos numa democracia de tempos de redes sociais onde as notícias correm como rastilho de pólvora, muitas das quais falsas, desencontradas, exageradas, incompletas, inexplicáveis e até em forma de pânico e demagogia.

Todos os dias recebemos um monte de notícias do coronavírus nos países europeus (Itália, França, Espanha, Portugal, Inglaterra e outros), asiáticos (Japão, China, Malásia) e dos Estados Unidos, mas nada com relação ao continente africano. Por lá o Covid-19 não passou? Por que esses países são excluídos do noticiário?

SEM ESTARDALHAÇOS

“O número de contaminados só faz crescer na Bahia” – diz em tom enfático uma repórter da TV. Isso em termos psicológicos só causa pânico e mal-estar na população. Passa uma sensação de terrorismo jornalístico quando a linguagem deveria ser outra.

Numa democracia, o jornalismo precisa ser feito com responsabilidade e sem estardalhaços, procurando ao máximo evitar o sensacionalismo em momentos críticos. Os programas mais parecem um show de espetáculos. A profissão de infectologista nunca esteve em alta.

Os apresentadores insistem o tempo todo que as pessoas fiquem em casa, lavem as mãos com álcool e gel e usem máscaras. Quase nada se fala que todos precisam se alimentar e têm outras necessidades para sobreviver. Por acaso os governos vão levar comida e dinheiro na porta de cada cidadão? Os pobres das periferias têm condições de comprar álcool, gel e máscaras? A grande maioria passa fome e vive em barracos sem o mínimo de saneamento básico. Isso o jornalismo não comenta e nem questiona.

Estamos chegando ao fim do mês quando uma grande leva de aposentados precisa ir aos bancos para tirar seu dinheirinho, para fazer a feira e comprar seus remédios. Vão proibir os idosos de irem aos caixas para sacar seus benefícios? O governo vai mandar levar o pagamento de cada um em sua casa?

O governador do Rio de Janeiro falou em distribuir cestas básicas para desempregados, idosos e os mais pobres. Não explicou como ele vai fazer isso. Vai montar um mutirão de funcionários com caminhões de produtos higienizados para entregar em cada porta? Ele já mapeou esse contingente, ou vai cadastrar cada um para receber os alimentos? Se for fazer isto, com certeza haverá aglomerações de filas.

SUBMISSÃO VERGONHOSA AOS EUA

Muitas medidas anunciadas não passam de demagógicas porque, não somente a União, mas a grande maioria dos estados está quebrada sem recursos nem para bancar a saúde se o quadro da pandemia piorar. Será que agora vai adiantar muito fechar portos, aeroportos e rodoviárias? Quem vai sustentar as perdas econômicas? Como as pessoas vão conseguir sobreviver sem dinheiro? Vamos entrar na pandemia da fome? Vão criar campos de concentração para os idosos?

O governo federal tomou a decisão de fechar os aeroportos brasileiros para a entrada de aviões de diversos países europeus, mas manteve a porta aberta para os norte-americanos onde lá a situação já é crítica em muitos estados. O ministro da Justiça tenta explicar e inexplicável, ou aliás, ficou bem escancarada a vergonhosa submissão aos ianques. Eles podem vir e contaminar os brasileiros.

Por que os governos não cancelaram o carnaval quando o vírus já estava contaminando muitos países? Tudo soa a demagogia, e agora, de maneira atabalhoada, e imitando outros países, querem se aparecer como salvadores da pátria quando não passam de alarmistas de plantão.

 

A PANDEMIA JORNALÍSTICA E O MEIO AMBIENTE NUM PLANETA DESGASTADO

O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DE UMA DESPOLUIÇÃO FORÇADA DA NATUREZA

Não há dúvida de que a situação da propagação do coronavírus, o Covid-19, no planeta já desgastado por doenças e desastres da natureza, provocados pela intervenção predatória humana, é muita séria e requer cuidados. No entanto, houve, desde o início, uma pandemia no noticiário jornalístico que criou pânico e histeria na população, com informações desencontradas e muitas outras que nem foram esclarecidas.

Na história da humanidade já ocorreram várias pandemias de vírus, pestes e doenças, como a bubônica no século XVIII e a gripe espanhola, em 1918, mas esta é devastadora e está fazendo a terra parar, como na música “No Dia Em Que a Terra Parou”, do místico compositor baiano Raul Seixas. A mídia tem o papel de fazer sua parte na divulgação, mas não sensacionalismo exagerados, na grande maioria, matérias demasiadamente repetitivas ao longo do dia.

As medidas de confinamentos e os decretos, muitos dos quais desastrosos, de fechamento de repartições, portos, aeroportos, rodoviárias, serviços de alimentação (bares e restaurantes), hotéis e de outras atividades batem em cadeias em nossas portas, e não se sabe aonde vamos chegar nos próximos dias. Por que não cancelaram o carnaval? Hipocrisia e falta de moral! A maioria individualista só pensa em abastecer suas dispensas. Tudo parece um apocalipse de final de mundo.

O MEIO AMBIENTE AGRADECE

De forma desordenada e abrupta, prefeitos e governadores tomam suas posições de fechamento de suas fronteiras e criam as mais diversas barreiras. Nessa histeria de paralisações, multidões, até poucos dias como formigueiros, estão deixando de circular e, consequentemente, emitindo menos gases tóxicos poluidores no ar, causando menos impacto ao meio ambiente, o maior beneficiário nessa catástrofe.

Nesse momento tão difícil, muita gente pode até achar irônica esta reflexão, mas o meio ambiente agradece em não estar recebendo tantas sujeiras, plásticos e outros bagulhos advindos do consumismo supérfluo. O certo é que está havendo uma despoluição forçada do planeta, com milhões de pessoas fora de circulação.

Esse é o outro lado da história, hoje focada quase que cem por cento no coronavírus, num país em desespero e sem estruturas para combater, controlar e atender às pessoas contaminadas. Sem recursos suficientes para testar e hospitalizar o contingente que cresce de infectados, os pobres, principalmente os idosos, serão as maiores vítimas dessa pandemia, como sempre acontece em ocasiões de tragédias e até mesmo através do aquecimento global. Vão confinar os idosos em campos de concentração?

Até quando a economia brasileira, já fragilizada, vai aguentar esse tranco de fechar os meios de produção e serviços? Como vai se sustentar com a abrupta queda na arrecadação, inclusive diante da necessidade premente de acudir a saúde com volumosos recursos? Não se sabe o que pode ocorrer nos próximos dias e até meses, como se comenta.

Como cidadão comum, queria aproveitar a oportunidade para fazer algumas considerações e indagações, e também expressar minha revolta com a atitude criminosa do capitão-presidente, que virou um simples fantoche no Quartel General do Planalto. Mesmo suspeito, num gesto irresponsável, se misturou aos seus amarelinhos correligionários (convocados por ele) na frente do Planalto.

Não dá para entender como ele foi o único a acusar negativo no teste do Covid-19 entre a comitiva infectada quando retornou dos Estados Unidos. Não se sabe muito bem os motivos dessa viagem à terra do Tio Sam (a mídia não explicou), quando o vírus já havia se alastrado na maioria dos países. Como um presidente diz ser um problema só dele em estar, ou não com o vírus? Em resposta, recebeu os panelaços da mesma classe que bateu para Dilma Rousselff.

MANIPULAÇÃO CIENTÍFICA?

Todos sabem que o coronavírus começou na China, mas até hoje não explicaram a sua verdadeira origem. Pode ter sido resultado de uma manipulação, ou experimento científico num laboratório onde alguma coisa deu errada e o “bicho” ganhou mundo através do pesquisador? Como ele surgiu? Ainda é um mistério a ser desvendado, mas a mídia não investiga esse outro lado. A verdade é que, por muito tempo, o governo chinês escondeu sua existência.

Por que até agora nada se fala da sua possível propagação nos países africanos? Essas nações não foram atingidas? Quanto à nossa realidade de país pobre e doente, não se vê mais notícias sobre os avanços da dengue, da chicunkuhya, da zica e de outras enfermidades. Não se mostra mais a precariedade dos hospitais públicos, e se algum deles está fazendo tratamento de algum doente da Covid-19. Os ricos e poderosos estão indo para o Sírio Libanês e para os particulares.

Todos os dias se vê, incansavelmente, as imagens televisivas (muitas distorcidas) de máscaras e o lavar de mãos com álcool e gel. Depois do lavar de mãos com todo aquele ritual, as pessoas não pegam mais em nada? Ficam imóveis? Qual a validade de tempo do produto para evitar a infecção. Vamos ter que passar o dia todo lavando as mãos? E o tempo de uso da máscara? Os governos vão ter que desinfetar, diariamente, todas as cidades brasileiras, o que é impossível.

Álcool e gel são as palavras mais usadas nessa avalanche de reportagens, e aí os oportunistas gananciosos desgraçados (acham que nunca vão morrer) aproveitam para estocar o produto e aumentar, assustadoramente, os preços para 30 e até 50 reais, inclusive numa máscara que custava cerca de cinco reais por unidade nas farmácias.

Infelizmente, a pandemia também serve para mostrar o lado cultural do colonizador nos termos estrangeirados, quando se podia muito bem se expressar em português, como o tal trabalho em casa, ao invés do “home office”, como se fosse mais elegante. Renegamos a nossa cultura para incorporar a do colonizador, e tome termos inglesados.

 

 

CÂMARA HOMENAGEIA AS MULHERES

Fotos do jornalista Jeremias Macário. Pronunciamento da vereadora Lúcia Rocha

Numa sessão especial bastante concorrida, a Câmara Municipal de Vereadores de Vitória da Conquista homenageou, ontem, (dia 11/03), o Dia Internacional da Mulher que aconteceu no último domingo (dia 08/03).

A vereadora Lúcia Rocha foi a autora da indicação em homenagem às mulheres e falou das conquistas do gênero feminino nos últimos anos, apesar de ainda se ter muito a avançar no âmbito político, trabalhista, econômico e social, numa sociedade ainda com a cara patriarcalista.

Em seu pronunciamento, Lúcia Rocha discorreu sobre sua trajetória de vida como mulher desde os anos 80, culminando com sua eleição para assumir uma cadeira no legislativo conquistense em 1992 onde permanece até hoje como parlamentar atuante.

Citou o nome de várias mulheres que galgaram seus espaços antes ocupados pelos homens, destacando a luta de Loreta Valadares que combateu a ditadura civil-militar de 1964 e sofreu torturas por defender a liberdade de expressão.

Os trabalhos foram abertos pelo presidente da Casa, Luciano Gomes, que passou o comando das atividades para sua colega Viviane Sampaio. Após a formação da mesa, composta por representantes de entidades das mulheres conquistenses, houve a apresentação do Coral de Libras que entoou várias músicas e foi bastante aplaudido pela plateia.

Os discursos, como já era esperado, foram focados na questão da violência contra as mulheres, que ainda persiste nos tempos atuais e do aumento de feminicídios registrados em Conquista, na Bahia e no Brasil durante o ano passado.

Na oportunidade, foi elogiado o trabalho da “Ronda Maria da Penha” em proteção às vítimas de espancamentos, principalmente por parte de seus companheiros. Foram denunciados também os abusos sexuais, inclusive contra menores, sofridos pelas mulheres e crianças.

A sessão especial, que acontece todos os anos, não se resumiu a homenagens, mas foi também uma forma de mobilização visando o reconhecimento da força da mulher na sociedade atual.

CAMINHADA DO BODE PELO AGRESTE NORDESTINO

Carlos González – jornalista

Livre do rebaixamento para a série B do Campeonato Baiano de 2021, o Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista, com a vitória no domingo diante do Fluminense de Feira de Santana, soma 7 pontos ganhos, com chances remotas de vir a disputar as semifinais do torneio deste ano. Mandando as suas partidas num estádio que não oferece o mínimo conforto à população da terceira cidade do estado, onde as condições climáticas, na maior parte do ano, são instáveis, o time conquistense foi incentivado em casa, nas três primeiras apresentações no Baianão, por apenas 3.413 torcedores, que deixaram nas bilheterias R$ 57.800, ficando o Conquista com R$ 4.924,02.

Contando unicamente com a ajuda financeira dos patrocinadores – o clube, acredito, ainda não foi buscar o apoio da Havan, que tem colaborado com o esporte nas cidades onde instalou suas lojas – e dos sócios, o Vitória da Conquista vai ficar por dois meses longe de sua torcida. O tempo vai permitir que a Comissão Técnica aprimore o elenco que vai disputar a série D do Campeonato Brasileiro, a partir de 23 de maio. A Prefeitura deve também aproveitar esse período para melhorar as instalações do estádio Lomanto Júnior – o gramado que custou R$ 1 milhão necessita de tratamento -, que vai receber atletas, torcedores e imprensa esportiva de outros estados, além dos nossos.

Depois de ouvir o choro dos seus filiados mais pobres (as classes C e D), reclamando que, a maioria dos seus profissionais, após realização dos campeonatos estaduais, de janeiro a março, ficam desempregados até o início do ano seguinte, a CBF decidiu ampliar para 64 o número de participantes do Brasileirão da série D, além de estender o torneio, com 26 datas, por seis meses.

Os 64 times serão divididos regionalmente, para evitar viagens longas, em oito grupos, com jogos de ida e volta. Significa que, cada equipe fará, no mínimo, 14 partidas. Após a primeira fase, com término em 4 de julho, os quatro melhores classificados de cada chave seguirão na competição. A final está prevista para 22 de novembro, qualificando os semifinalistas para a série C do próximo ano.

O Vitória da Conquista, Atlético de Alagoinhas e Bahia de Feira de Santana serão os representantes do futebol baiano. Incluído no grupo 4, o alviverde, em algumas viagens, vai trocar as baixas temperaturas do inverno conquistense pelo calor do Agreste nordestino. Na verdade, o habitat natural do bode, a mascote do clube. Seus adversários serão o ABC de Natal, Freipaulistano (Frei Paulo, Sergipe), Itabaiana (da cidade sergipana do mesmo nome), Potiguara (Mossoró, Alagoas), Jacyobá (Pão de Açúcar, Alagoas), Central (Caruaru, Pernambuco) e Coruripe (da cidade alagoana do mesmo nome).

Os jogos do Conquista no Lomantão estão programados para os sábados, às 20h20, exceto das 6ª e 10ª rodadas, diante do Itabaiana e Central, respectivamente, marcados para uma quarta-feira, no mesmo horário. Tabela do representante baiano na primeira fase do Brasileirão da série D:

23/5 – Coruripe (em casa)/6

30/5 – Freipaulistano

13/6 – ABC (em casa)

20/6 – Potiguar (em casa)

27/6 – Central

01/7 – Itabaiana (em casa)

04/7 – Jacyobá

11/7 – Jacyobá (em casa)

18/7 – Itabaiana

22/7 – Central (em casa)

01/8 – Potiguar

08/8 – ABC

15/8 – Freipaulistano (em casa)

22/8 – Coruripe

 

 

 

A VIA BAHIA FOI ALVO PRINCIPAL DA CÂMARA EM MEIO A BATE-PAPOS

As sessões da Câmara de Vereadores de Conquista se transformaram em bate-papos de encontro. A de ontem, dia 7/03, não foi diferente com muitas conversas paralelas, tanto dos parlamentares entre eles, como da plateia. Mesmo assim, o alvo das críticas foi a Via Bahia que, durante todos esses anos, não cumpriu com seus contratos de melhorias da BR-116 (Rio-Bahia) e ainda quer a renovação da concessão que foi cortada pelo governo federal.

Em Seu pronunciamento da Tribuna, o vereador Jacaré foi duro nas críticas contra a Via Bahia que nada fez no trecho de Conquista, como as construções das passarelas, dos viadutos no anel viário e a duplicação da rodovia entre Planalto e Bate Pé, sem contar outros serviços nesse corredor viário.

Comissão em Brasília

Na ocasião, informou que uma comissão da Câmara, formada por ele, o presidente da Casa, Luciano Gomes e Nildma Ribeiro, esteve semana passada em Brasília junto ao Ministério dos Transportes que prometeu realizar essas obras assim que outra empresa assumir a concessão, visto que o acordo foi definitivamente cortado com a Via Bahia. Ressaltou que, se a outra firma não fizer, que o governo federal faça.

Outros parlamentares, como Bibia, David Salomão e Cícero Custódio se juntaram às críticas contra a empresa. Por várias vezes, Custódio teve que interromper sua fala por causa do bate-papo avançado, inclusive com relação à Mesa Diretora e outros colegas que ficam conversando enquanto outro parlamentar faz seu discurso.

Mais no papel de prefeito do que de vereador, Álvaro Phiton fez rasgos de elogios ao prefeito Hérzem Gusmão, principalmente no tocante às suas ações na área da educação que, segundo ele, vem sendo levada a sério com bons resultados no ensino. Como mais uma das suas realizações, citou a inauguração de uma escola no bairro de Campinhos.

Em seguida, pediu licença da Mesa, como se fosse o próprio prefeito, para se retirar da plenária porque iria visitar o bairro Panorama para ver de perto os estragos provocados pelas fortes chuvas da madruga, que arrebentaram várias ruas da cidade.

O temporal, com relâmpagos e trovões, (choveu mais de 70 milímetros de água) provocou vários transtornos em Conquista, atingindo em cheio a Praça Bartolomeu de Gusmão. A tempestade arrastou carros, derrubou muros e alagou várias casas e lojas, sem falar que deixou ruas e avenidas cobertas de pedras que sempre descem da Serra do Piripiri.

O vereador Coriolano Moraes lembrou das comemorações do Dia da Mulher, neste sábado, dia 8 de março, destacando o aumento de feminicídios no Brasil durante o ano passado, e condenou os ataques diários contra as mulheres, incluindo os abusos sexuais e maltratos contra crianças e adolescentes. Bibia pediu mais atenção do poder público para a situação de precariedade do bairro de Nossa Senhora Aparecida e solicitou que a TV Sudoeste fosse lá registrar os fatos, ao invés de ficar fazendo picuinhas políticas.

Ainda sobre a questão da Via Bahia, que nesta semana fez uma reunião conclamando a comunidade a apoiar a continuação de sua permanência no contrato da BR-116 (compareceu pouca gente no encontro), Itamar Figueiredo, do Movimento Pró-Conquista, também endossa as críticas e apoia o seu cancelamento como concessionária porque durante todo esse tempo quase nada fez em benefício da região de Conquista.

Disse que os serviços de duplicação e viadutos do anel viário são muito importantes para o desenvolvimento da cidade e do município, especialmente agora com o novo Aeroporto Glauber Rocha. A duplicação, de acordo com os vereadores, fortaleceria o escoamento da produção, sem falar que evitaria os acidentes de trânsito com mortes que sempre estão ocorrendo em torno da cidade.

O CORONEL DAS DESCULPAS

Quem bate esquece, mas quem apanha, não. Dias desses vimos umas cenas de brutalidade de um policial desajustado esmurrando um jovem de menor em Salvador, se não me engano numa das ruas de Paripe ou Piripiri. O coronel deu suas justificativas costumeiras e chamou a mãe ao seu quartel para pedir desculpas pelo comportamento estúpido do militar.

O que me chamou a atenção foi que o coronel, comandante da Polícia Militar da Bahia, foi o mesmo que pediu desculpas à família do pintor de Dias D´Ávila que foi alvejado e morto por uma ação atrapalhada de seus subordinados. Isto aconteceu no ano passado e depois disso ninguém mais tocou no assunto.

Nesta semana ocorreu outro episódio idêntico de espancamentos em Salvador. Como todos já sabem, as vítimas são sempre negras e pobres das periferias, o que denota preconceito, racismo e homofobia, como foram registradas através das palavras proferidas pelo policial que nunca deveria ter vestido uma farda da corporação.

O caso Maicon

Fico aqui a imaginar, no primeiro fato a que me referi, por exemplo, como um cara daquele, que deu porrada no menino (as cenas são fortes), passou no concurso e no teste de psiquiatria! Será que ele perdeu e teve um QI (Quem Indica por fora). Falo isso porque conheci um fato assim.

No momento em que descrevo essas atitudes de violência desmedida e de tamanha ignorância, veio-me à cabeça o caso do menino Maicon aqui de Vitória da Conquista, que foi morto por policiais numa diligência atabalhoada. Primeiro, desapareceram com a criança. São quase dez anos e não se deu nenhuma solução para o problema. É mais um processo arquivado em nossa cidade, e a sociedade não se manifestou. Afinal, trata-se de uma família pobre e humilde.

Agora, pedir desculpas virou um marketing de relações públicas para dar condolências aos familiares e explicar, diante da mídia, que a instituição não tolera e nem compactua com esse tipo de abordagem brutal, e que vai apurar e punir os responsáveis. Nem é preciso dizer que tudo depois cai no esquecimento, e a imprensa pula para outra cena de tortura. Investigar mais o quê, senhor comandante? As imagens já dizem em tudo! Fosse comigo, ou com algum parente meu, dispensaria no ato as desculpas.

Nos últimos tempos essas práticas chocantes de violência contra os cidadãos civis, que têm seus direitos desrespeitados publicamente, e até mesmo de desvios de conduta dentro da corporação, se tornaram corriqueiras e comuns, e não mais fatos isolados e excepcionais como antigamente. Está havendo uma generalização, e a única coisa que ainda a pessoa tem coragem de clamar, entre choro e lágrimas, é por justiça, que quase nunca chega.

A instituição precisa ser repensada

Quero deixar bem claro que, quando faço essas críticas, não me julguem que quero colocar a polícia contra a população. Meu intuito é expressar meu pensamento, minha revolta e minha opinião (há anos que venho falando isso), de que esta instituição precisa urgentemente ser repensada, reformulada e recriada em outros moldes de atuação, com outra filosofia de trabalho. Não adianta discutir isso com um oficial. Sabemos qual é a resposta.

O nome “polícia militar”, como sistema de segurança, só existe no Brasil. Para começar, a corporação precisa criar e praticar o conceito de segurança pública onde não se confunda firmeza com abuso de poder e opressão. A lei para o policial do tipo banda podre é corporativa. Quando ele comete um ato “criminoso”, tem como penalidade o seu recolhimento ao quartel por uns dias e depois volta a atuar nas ruas. A prisão é ficar em seu batalhão.

Sabemos que a grande maioria dos policiais são originários de famílias pobres, negros e que passaram por vários tipos de discriminação. Quando o indivíduo cai dentro da corporação militar parece querer extravasar sua raiva e seus complexos justamente nos mais excluídos. Coloca-se na posição de empregado a serviço da elite, tida como patronal que lhe paga. Quanto a essa questão, a psicologia pode melhor explicar.

Para que servem os treinamentos que dão o passaporte para o policial trabalhar nas ruas e lidar com a população? São mais preparos de força e manuseio de armas e pouco de relações humanas, de como tratar o cidadão com respeito? Todos são considerados bandidos até que provem o contrário? Diante do quadro atual, prefiro ser assaltado por um bandido que ser abordado por um policial porque com este não tem diálogo. Vai logo no tabefe e acusa a pessoa de desacato à autoridade.

O que questiono são esses métodos de treinamento que têm gerado mais violência. Por que tanta resistência às mudanças para criação de uma nova polícia, a começar pelo nível de instrução e formação do candidato? Durante este tempo de preparação, o comando não percebe diferenciar o joio do trigo? Aqueles de caráter violento que não podem colocar uma arma na cintura e ir fazer diligências? Alguma coisa precisa mudar, para não ficarmos só nos pedidos de desculpas.





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