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:: ‘Notícias’

LITERALMENTE NA LAMA

O fotógrafo José Carlos D´Almeida literalmente na lama garimpando uma foto inédita no Parque de Exposições, no último domingo, dia 2 de abril. Aqui o artista vai aonde a lama está para captar a imagem de uma cadeira enlameada pelas chuvas que caíram no último final de semana em Vitória da Conquista e estragaram o evento organizado pela Cooperativa Mista Agropecuária de Conquista. Tenho certeza que D´Almeida conseguiu uma boa foto extraída das lentes da sua poderosa máquina. Da lama também podem ser resgatados fatos positivos e coisas boas. Tudo depende do ponto de vista de cada pessoa. O nosso país, por exemplo,vive hoje num mar de lama, mas dela pode vir um Brasil mais limpo no futuro, dependendo da reação dos brasileiros.

AS CHUVAS ESTRAGARAM A EXPOSIÇÃO

Boas para o homem do campo e para a cidade que atravessa há um ano, pela terceira vez, o racionamento de água, as chuvas estragaram a Exposição Agropecuária de Vitória da Conquista, encerrada no último domingo e organizada pela Coopmac (Cooperativa Mista  Agropecuária de Conquista).

Foi muita chuva na semana e, principalmente, no domingo, reduzindo o movimento de pessoas no Parque de Exposição e, consequentemente, as vendas em geral. Muita gente desistiu de ir ao local e levar seus filhos para se divertir por causa do aguaceiro que foi constante do meado para o final de semana.

Conversei com muitos barraqueiros que lamentaram a queda nas vendas por causa do fraco movimento. O prejuízo, segundo eles que alugaram espaços entre 10 e 30 mil reais, foi inevitável neste ano. Estive no local entre 12 e 16 horas do domingo e nunca vi, em 26 anos do evento, tão reduzido movimento neste horário.

Embora vinda em tempo certo, especialmente para as lavouras e a labuta dos sertanejos, as chuvas foram tão intensas que a área central das provas de animais virou um lamaçal, impedindo qualquer atividade no local onde eram realizados os memoráveis rodeios e cavalgadas.

Mas não foi somente as chuvas que atrapalharam, a Exposição em si foi menor e com certa desorganização nos horários de abertura. Não sabemos ao certo se motivados pela crise econômica e o desalento político em geral, a Feira de Negócios foi bem menor, bem como o número de estandes de empresas de máquinas, veículos, selarias e outros produtos.

Apesar de tudo, o evento foi uma grande opção de lazer e negócios para os conquistenses, produtores locais e de outros municípios do estado que participaram das atividades.

Fora a Exposição Agropecuária que é realizada todos os anos, a extensa e privilegiada área do Parque é subutilizada no resto do ano quando poderia ser aberta todos finais de semana para bares, restaurantes, atividades de lazer e culturais, como exposição de artes e shows musicais com artistas da terra.  Para tanto, basta uma ação conjunta entre setor privado e poder público, beneficiando a cooperativa e toda sociedade.

 

INTERVENÇÕES DESNECESSÁRIAS

Quebrar, intervir de forma desnecessária e até demolir uma obra de um gestor passado da oposição são práticas condenáveis que, infelizmente, ainda existem no nosso Brasil de hoje entre prefeituras. Cada um que entra no poder público, seja engenheiro, arquiteto ou secretário de um determinado setor sempre acha que aquela obra está errada e deveria ser assim, ao seu belo modo de pensar.

Em quase todo mandato você vê uma ponta de rua, o visual de uma praça, um sinal de trânsito ou um equipamento público qualquer sendo desfeitos porque alguém entende que o certo só está em sua cabeça, mas esquece que uma simples intervenção significa gasto com o dinheiro do contribuinte.

Confesso que não captei as recentes intervenções feitas pelo novo prefeito de Vitória da Conquista, Hérzem Gusmão, no trânsito próximo ao Gancho, impedindo que os veículos que descem da Juracy Magalhães seguissem direto para o Hospital Samur. Outra modificação foi feita com a quebra de passeios na praça João Gonçalves, na avenida João Pessoa.

A mudança de preferencial para o motorista que vem do centro em direção a Juracy Magalhães, nas imediações do Samur, ficou mais complicada, sem contar que uma ambulância com destino ao hospital terá agora que fazer o retorno lá embaixo, em frente à loja de materiais de construção Comercial Ramos. Não entendi a melhora de gastar mais tempo para levar um doente para a unidade de saúde.

Na João Pessoa quebram metade da praça e fizeram um acesso para cadeirantes sem critérios. Certas intervenções em pequenos serviços já feitos por outras administrações terminam em desgaste político e não como pontos de aprovação para o novo gestor.

Sempre digo que Conquista é uma grande cidade, a terceira maior da Bahia, que precisa de grandes projetos de infraestrutura, inclusive de mobilidade urbana. Sem contar a barragem de abastecimento de água e o aeroporto, muitas praças da cidade foram abandonadas e deixaram de ser locais de encontros, prática para atividades esportivas, divertimento e lazer.

O CESTO ESTÁ TODO PODRE!

  Lembra-se do tempo em que se dizia que quando uma laranja apodrece num cesto o correto é jogá-la fora para que o resto não se contamine?  Pois é, só que agora todo cesto está podre, e a solução é jogar tudo fora. No Brasil dos absurdos, os fatos inusitados, de tanto se repetirem, deixaram de ser inusitados, e a mídia já não dá tanta cobertura como antes.

Os escândalos são tantos que não sobram mais espaços e tempo para cobrir tudo com o mesmo destaque. O tempo urge e o espaço é curto. O roubo e a gatunagem estão em todas as partes, órgãos dos governos, secretarias, entidades, corporações, empresas públicas e privadas, ministérios e nos três poderes que o leitor, o ouvinte ou telespectador ficam tontos com tantas informações. É um emaranhado pavoroso como o Inferno de Dante.

Alguns fatos não são tão comentados como deveriam, caso da prisão de cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro por acusação de recebimento de propinas, órgão que tem a obrigação de acompanhar e fiscalizar as contas do Governo, bem como ditar punições aos culpados pelas irregularidades.

Neste caso específico, o cesto estava todo podre e ficou sem quórum para reunir seus membros e tomar deliberações referentes a prestações de contas do Estado, inclusive da Assembleia Legislativa, cujo presidente foi também preso coercitivamente para responder possíveis fraudes no órgão.

Até há pouco tempo quando um militar, um funcionário público, um profissional de um setor qualquer ou um simples encarregado cometia um malfeito, desvio de conduta e corrupção mesmo, logo aparecia o chefe ou comandante para explicar que se tratava apenas de uma ovelha negra no rebanho.

Agora é todo rebanho que está envolvido, a começar pelos chefes, presidentes e governantes. No próprio Rio de Janeiro descobriu-se que todo comando de um Batalhão estava envolvido em falcatruas. Pelo andar das investigações da Lava Jato, não existem apenas 300 picaretas no Congresso Nacional como foi dito pelo ex-presidente Lula quando era deputado federal. O próprio virou réu em vários processos.

Pelas delações, todos receberam propinas do caixa 2, direta ou indiretamente via partido. Daí se conclui que todo cesto de laranjas está podre e precisa urgentemente ser jogado fora no lixo, ou enterrado em valetas profundas para que não restem vestígios de contaminação.

DOIS CASOS, DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS

Está mais que comprovado que no Brasil as leis não são iguais para todos. No rolo de julgamento entre juízes, o Tribunal Superior de Justiça, o TSJ, acabou por conceder prisão domiciliar a Adriana Ancelmo, esposa do Sérgio Cabral que se encontra preso em Bangu por ladroagem no governo do Rio de Janeiro.

No raciocínio lógico e humano, a lei que manda soltar a mãe que tem filhos menores para cuidá-los quando também o pai está preso, é mais que justa porque as crianças não têm culpa pelos crimes cometidos pelos pais. Até ai tudo bem, se não existissem milhares de detentas em presídios que estão na mesma situação e nunca foram beneficiadas pela mesma lei que soltou Adriana.

Este é um caso com pesos e medidas diferentes porque o pobre neste país é injustiçado por não dispor de recursos para contratar um bom advogado para defendê-lo. Ele acaba mofando nas masmorras medievais, e os filhos revoltados terminam virando bandidos, vítimas de um sociedade cruel.

Outro fato é que não se sabe a origem do dinheiro que é pago aos defensores de famosos e criminosos do colarinho branco. A grana é sempre suja. Cadê a Defensoria, o Ministério Público e a Comissão de Direitos Humanos que se calam diante de tamanha aberração e agressão?

O outro caso é também uma trama urdida entre as castas aristocráticas dos três poderes (judiciário, executivo e legislativo) contra a democracia formal que ainda resta, com métodos da Velha República que atingem mortalmente o povo.

Na véspera do julgamento da chapa eleitoral Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico pelo uso do caixa 2, alimentado por propinas de empreiteiras, fontes dão conta que o Tribunal Superior Eleitoral pode cassar a dupla e tornar a ex-presidente inelegível, mas o seu ex-vice não, porque ele não sabia de nada.

É muito irônico! Só rindo para não chorar! Parece o caso do sedutor malandro que ludibria a donzela de menor para a cama com alguns bombons e brinquedinhos em troca. Neste caso, a mulher é a sedutora de um marmanjo esperto que nada sabia do que estava acontecendo, quando Deus e todo Brasil sabiam de tudo, inclusive o Lula.

Na tramoia montada, o Temer inocente, coitado, também pode ser cassado na chapa, mas só ele ficaria elegível, podendo ser votado pelo Congresso Nacional numa eleição indireta. Ora, o cara mordomo que levou a presidência no impeachment tem maioria comprada. Isso sim, será o golpe fatal e vergonhoso na nação, com pesos iguais e medidas diferentes.

A CRISE NO ESPORTE OLÍMPICO

Carlos Albán González – jornalista

Oito meses após a realização da Rio – 2016, a cerimônia de premiação da 18ª edição do “Brasil Olímpico”, na noite da última quarta-feira (dia 29), não apresentou o mesmo brilhantismo dos anos anteriores. O clima entre os atletas e a plateia, apesar do discurso ufanista de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), organizador da festa, revelava a crise financeira que se abateu sobre o ilusório esporte amador, com o cancelamento dos investimentos que eram feitos pela Petrobras e por algumas empresas estatais, com a fuga de patrocinadores e a perda de visibilidade dos atletas na mídia. Entre os que apadrinhavam o esporte, apenas os Correios, esfacelado com um rombo de quase R$ 3 bilhões em suas contas, se fizeram presente.

Até mesmo o palco da cerimônia foi mudado, do suntuoso Theatro Municipal do Rio de Janeiro para o Palácio das Artes. A impressão que se tirava do ambiente era de que no local iria se realizar uma solenidade militar.  Mais de 80% dos atletas de 43 modalidades que subiram ao palco para serem homenageados ostentavam uniformes das três Forças Armadas, com as divisas de sargento, com destaque para as jovens marinheiras. O pugilista baiano  Robson Conceição, hoje profissional, ouro no Rio, após receber seu troféu, perfilou-se e bateu continência (para quem?).

Na sua fala, Nuzman parece ter esquecido de destacar o apoio das instituições militares ao esporte, através do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas, criado pelo Ministério da Defesa. Entre os 465 atletas que competiram nos Jogos do Rio 145 (31,2%) recebem os mesmos soldos de um soldado, cabo ou sargento (máximo de R$ 3,5 mil), com a obrigação única de treinar. Dos 19 brasileiros que subiram ao pódio 13 eram militares.

Vale lembrar que, no período da Guerra Fria, os países do Leste Europeu, em especial a extinta União Soviética, além da ex-Alemanha Oriental, aperfeiçoavam  seus atletas nas Forças Armadas, como uma forma de mostrar ao mundo o poderia do bloco socialista. Esse processo, condenado pelas nações ocidentais, sob a alegação de que seus adversários praticavam um falso amadorismo, mais tarde foi imitado pelos cubanos. Hoje, os norte-americanos concentram alguns dos seus melhores atletas em excelentes universidades, frequentadas, inclusive, por nadadores brasileiros.

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JOGO DE PALAVRAS DA ÓPERA-BUFA

Todos ficam contentes e abrem um sorriso largo quando leem projeções estatísticas de que nos últimos anos aumentou a média de vida do brasileiro e já estamos galgando a faixa dos 75 anos. Que bom! Estamos entrando no clube dos países desenvolvidos que cuidam bem dos seus cidadãos.

Mera ilusão! Como assim, se na outra ponta leio que o índice de desenvolvimento humano estagnou, a qualidade de vida só tem caído, a renda dos trabalhadores decresceu, o desemprego se eleva ao patamar de 13 milhões, a saúde continua precária e metade da população não conta com saneamento básico? E os mosquitos da dengue, da zica, da chikungunya e da febre amarela que deixam sequelas e matam?

É, deve ter muita gente aí escondida vivendo mais de 150 anos, ou tudo não passa de mais um jogo de palavras dessa ópera-bufa, como são as constantes mentiras e as promessas vãs. Falseiam de que estamos entrando no país do futuro, tão sonhado pelo refugiado alemão-austríaco Stefan Zweig, em “Brasil, país do futuro”. Enquanto isso, acompanho tristemente a morte de colegas, amigos e companheiros que nem alcançam os 70 anos.

“O Brasil tem que ser um país de todos os brasileiros. Não cabem mais privilégios a corporações que não priorizam o interesse nacional”. Esta frase, por incrível que pareça, foi dita pelo deputado federal José Carlos Aleluia na abertura do seu artigo publicado no jornal A Tarde desta semana, em que fala do projeto de lei da terceirização e da reforma trabalhista.

Quem afirma isto é justamente um membro do Congresso Nacional que não abre mão dos seus privilégios descomunais em detrimento de um povo amordaçado em caminho dos matadouros sangrentos. Suas mordomias são sagradas e ninguém ousa tocá-las. É irônico! Não precisa tripudiar tanto!

Seu colega, o Rodrigo Maia, sugeriu que a Justiça do Trabalho não deveria nem existir e se arvorou a dizer que há um consenso que esse processo de proteção na verdade gerou desemprego. É isto aí, a culpa é mesmo do trabalhador e não dos desastres de governanças e dos desvios de conduta dos políticos.

São jogos de palavras para fazer acreditar que vamos ter um futuro bem melhor e tranquilo com as reformas trabalhistas, previdenciária e outras medidas de cortes de gastos que atingem em cheio as áreas sociais mais necessitadas, como educação saúde e programas de inclusão.

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PARAMIRIM PROMOVE CULTURA NA PRAÇA

PARAMIRIM

Na noite deste domingo (26), uma diversificada programação infantil marcou o início do Projeto Cultura na Praça. O evento aconteceu na Praça Érico Cardoso e contou com ampla participação das crianças, que compareceram junto às suas famílias e abrilhantaram ainda mais a programação.

A Prefeitura de Paramirim está promovendo essa ação, com o objetivo de valorizar a cultura local e resgatar as tradições e os valores familiares.

Diversas brincadeiras fizeram parte da programação: caraoquê, dança das cadeiras, corrida de saco, caça ao tesouro, cabo de guerra, corrida com ovo.

Em plena era digital, se faz importante investir no resgate dessas brincadeiras tradicionais, pois além de constituírem excelentes atividades físicas, através delas as crianças ampliam os conhecimentos sobre si, sobre o mundo e sobre tudo que está ao seu redor.

O Projeto Cultura na Praça irá acontecer em diferentes praças da cidade com uma variada grade de atrações culturais que contemplem diversas faixas etárias.

 

TEMPOS SOMBRIOS E REACIONÁRIOS

Estamos vivendo no Brasil tempos sombrios e reacionários onde o grande capital e a elite econômica estão suprimindo direitos trabalhistas, humanos e sociais. O que vem por aí ainda é pior se a população não se conscientizar e se rebelar contra essa tranca que está levando a nação para a maior concentração de renda nunca vista na história.

Com as medidas reacionárias que estão brotando diariamente do Congresso Nacional na base da força por grupos claramente conservadores de direita e da extrema-direita, o nosso país está entrando no túnel das trevas no campo das ideias, fortalecendo mais ainda setores já privilegiados, em detrimento dos mais pobres e daqueles que já são oprimidos e aceitam a situação por ignorância.

O convencimento das elites retrógradas de que o quadro é de ajuste e melhora alimenta mais ainda o conformismo e caminha em paralelo com a neutralização das denúncias de corrupção da Operação Lava Jato e dos escândalos de fraudes e maracutaias que estouram todos os dias em diversos setores políticos e econômicos.

É bom frisar que esse processo de reformismo fascista de regressão das poucas conquistas sociais tem um discurso entranhado também no judiciário, além do executivo e legislativo que, como nuvens sombrias, invadem todo território com o argumento mentiroso de que estão fazendo o bem.

Com a crise moral e ética, que envergonha o Brasil, essa turma vem tomando posições estratégicas bem pensadas para reverter o caos em que seus membros se meteram com a prática de atos de corrupção e do recebimento de propinas. A promiscuidade também envolve a mídia, onde veículos de comunicação se vendem para apoiar governos em troca de anúncios, e ainda dizem que são jornalistas.

O pior de tudo nisso é que o outro lado dito de esquerda e honesta que confessa de pé junto e jura com o dedo cruzado que nada fez e nada viu, também está podre e fica sem moral para combater o crime e os criminosos de plantão. É uma gangorra esta zorra!

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POR QUE FAZEMOS O QUE FAZEMOS?

Aflições vitais sobre trabalho, carreira e realização

A filosofia não deixa de ser uma autoajuda no sentido de que é o pensamento que leva o indivíduo em sociedade a refletir sobre suas ações, decisões e como se comportar no cotidiano da vida, no trabalho e diante dos desafios que fazem parte da existência humana.

O livro do filósofo Mario Sérgio Cartella, intitulado “Por Que Fazemos o Que Fazemos?” nos leva a tudo isso e ajuda o ser a se conhecer, não apenas como um ter interessado unicamente em sobreviver nesse emaranhado de competição onde vale o levar vantagem em tudo.

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A obra, um presente carinhoso da consultora Karine em meu aniversário de 70 anos no último dia 11 de fevereiro – infelizmente, nos dias atuais não se dá mais livro de presente como se fazia há 30 e 40 anos- traz na abertura “Vida com Propósito!” um trecho do poema “Da Morte”, de Mário Quintana, que diz “Um dia …pronto!…, me acabo. Pois seja o que tem de ser. Morrer: que me importa!… O diabo é deixar viver!

É uma leitura prazerosa e até relaxante, mas que faz o leitor pensar no que faz e o que pode vir a fazer, ligando passado, presente e futuro. Cartella nos brinda com várias citações de filósofos pensadores e profissionais do trabalho, como do jornalista Aparício Torelli, o Barão de Itararé: “A única coisa que você leva da vida é a vida que você leva”.

Entre outros, o autor cita o pensador alemão Karl Marx, do século XIX, que falou da recusa à alienação como ideia de vida como propósito. Infelizmente, vivemos hoje num país de alienados que não compreende a razão do que produz, como bem definiu o filósofo alemão Hegel sobre o conceito de alienação.

Para Marx, a necessidade faz com que o indivíduo faça. Para isso, o espírito precisa se elaborar. Na concepção de Hegel, é o espírito que tem necessidade de se mostrar.

Segundo Cartella, Marx fazia uma distinção clara sobre o reino da vida; O da necessidade e o da liberdade, e é nesse ponto que o autor do livro afirma que “para ser um mochileiro é preciso ser livre de uma série de outras restrições”.

Na questão do trabalho, lazer, partilha, repartição e alienação, Cartella faz um retrospecto sobre o primeiro documento do papa Leão XIII, a Rerum Novarum, de 1891, que reivindicou uma jornada organizada de trabalho. Já o escritor francês Paul Lafargue reivindicava o direito à preguiça que consistia em se dedicar mais tempo à família.

Tudo isso é uma introdução do livro “Por Que Fazemos o Que Fazemos” para levar o leitor a se descobrir no que ele é e no que faz com consciência e não de forma alienada.

No tema “Odeio Segunda-Feira”, Cartella entende que a pessoa que se sente assim, não está cansada. “Na verdade, ela não está se encontrando naquilo que faz, precisa rever os propósitos que tem para aquilo que está fazendo.”

O autor ainda nos ensina que rotina não é monotonia. Para ele, a rotina consiste numa serie de procedimentos –padrão com os quais um processo se completa. O trabalho rotineiro é um trabalho organizado, estruturado. “A monotonia é a morte da motivação”!

Não simplesmente como um livro de autoajuda que se encontra aos montes nas livrarias entre os mais vendidos, que fala o tempo todo sobre competição e como vencer e sobreviver neste louco mercado, o filósofo Cartella abre as portas par um pensar mais sossegado e livre.

Ele procura fazer com que o leitor reflita sobre diversas questões da vida, como a origem da motivação, o que mais desmotiva, trabalho com significação, ética do esforço, valores e propósitos, por que fazer? E por que não fazer? Sobre o tempo e tantos outros assuntos cotidianos da vida.

Bem, o autor fala a língua dos filósofos da antiga Grécia (Sócrates, Aristóteles, Platão e outros) transportando-a para os tempos atuais. A leitura fez me lembrar das memoráveis aulas de filosofia  no período do curso Clássico do Seminário, quando ainda tínhamos uma educação de qualidade. O resto é só adquirir o livro e ler numa sentada só. É de fácil e compreensível linguagem.





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