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:: ‘Notícias’

SARAU A ESTRADA PROJETA SEU CD

Uma comissão formada por Jeremias Macário, Vandilza Gonçalves, Marta Moreno, Baducha, Dorinho e Jhesus se reuniu nesta quinta-feira (dia 19), no Espaço Cultural A Estrada, para traçar os primeiros passos concretos de criação e gravação do “CD Sarau A Estrada” com até 20 faixas que vão contar a história do evento cultural que está completando oito de existência.

Dentre outras decisões, ficou acordado que o CD será totalmente autoral e contará com vários estilos musicais, inclusive regionais, além da linguagem literária através de declamação de poemas, causos e textos que sempre ilustraram e fizeram parte dos nossos saraus. Uma faixa será gravada ao vivo e, possivelmente, será uma música do cantor e compositor Dorinho em parceria com o jornalista Jeremias Macário, autor da letra.

O material, que pretende ser inédito em Vitória da Conquista pelo seu conteúdo eclético e de formato dinâmico pela variedade das apresentações, será gravado no estúdio de Baducha e terá a participação dos fundadores e frequentadores mais assíduos do Sarau, desde 2010. Na sua primeira etapa, cada artista irá arcar com a gravação da sua obra.

HISTÓRIA DO SARAU

Para a abertura da mídia ficou também definida a apresentação de um texto de um minuto que irá relatar a história do Sarau e o propósito da impressão do CD como documento-memória da nossa atividade cultural colaborativa que reúne amigos e já discutiu vários temas, como Cordel, cultura nordestina, Geraldo Vandré, Castro Alves, Venicius de Morais, Raul Seixas, movimentos revolucionários de 68, educação no Brasil e tantos outros.

Não necessariamente nesta ordem, as faixas seguintes serão ocupadas pela música “Na Espera da Graça”, do cantor e compositor Walter Lajes e letra de Jeremias Macário. O próprio Walter entrará com outro trabalho, exclusivamente seu.

Dorinho cantará duas canções musicadas por ele com letra de Jeremias e Jhesus irá declamar dois causos em faixas diferentes. Baducha e sua esposa Céu ficaram encarregados de duas músicas autorais, bem como a cantora Marta Moreno com sua linda e suave voz.

O filósofo e professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb, Itamar Aguiar, declamará um poema ou falará sobre o Sarau e o CD. Mano Di Souza e sua esposa Cleide vão gravar duas obras musicais em conjunto, ou separados.

Temos ainda na programação o cantor e compositor Moacir Mocego com suas músicas próprias, Vandilza, Regina Chaves, Nadir e o fotógrafo José Carlos D´Almeida com declamações de poemas, fechando o CD com um causo curto de Dorinho, contador de histórias como nosso amigo Jhesus.

Cada causo, poema ou texto vão ter duração máxima de dois minutos, reservando quatro minutos para os musicais. Para custear a gravação no estúdio, os artistas de causos e poesias contribuirão com R$30,00 cada um. As músicas com voz e violão, R$50,00 e instrumentada, R$100,00 para cada obra.

Os indicados ao CD do Sarau já podem começar a preparar seus trabalhos musicais e declamações dos poemas, devendo entrar em contato com nosso amigo Baducha no telefone 98852-4775, Jeremias através do número 98818-2902 ou pelo grupo com Marta ou Vandilza, para confirmar suas participações e marcar horários de gravações.

 

VAMOS TOMBAR AS MURIÇOCAS DE JUAZEIRO COMO PATRIMÔNIO MATERIAL!

Que beleza curtir Juazeiro da Bahia com seus 140 anos debruçado ao lado do “Velho Chico”, com Petrolina de Pernambuco na outra margem, e ainda ter o pôr-do-sol no fim de tarde por detrás da ponte que liga as duas cidades! Que saudades do antigo bar “Vaporzinho” no cais que dava vida às noites etílicas e divertia tanta gente alegre tragando amor! Lá se foram os “vaporzinhos”, mas ainda tem os barquinhos cruzando o rio São Francisco na sua labuta diária de transportar os passageiros de lá pra cá.

Pena que encostaram o “Vaporzinho” num canto como um condenado criminoso qualquer, ou um ser contagioso! Mas, tudo isso me faz lembrar os velhos tempos de muitas farras com os amigos Renato, Bubú, Jorge sem carteira, “Toinho” que já se foi, Gilson que também partiu, Titio, Nivaldo com suas palhaçadas, amigas e namoradas Grécia, Rutinha, Regina, Tereza e tantos outros em bares e botequins. Quantas batucadas e presepadas de discussões acirradas, seguidas de reconciliações para outros esquemas e badalações! Tudo começava no bar de dona “Ritinha” até quando ela não se danava e botava toda aquela “molequeira” pra fora.

Naqueles invernos e verões quentes de quarenta anos atrás, as muriçocas de Juazeiro já estavam de olho em nós, mas, na falta de coragem e destemor, o álcool que nos jogava no sono profundo dos braços de Orfeu era uma arma poderosa e infalível para encará-las, se é que se pode falar assim. No outro dia o estrago já estava feito pelo corpo, mas ninguém se importava e nem xingava as danadas que faziam e ainda fazem suas moradias nos esgotos a céu aberto.

Para os desavisados visitantes que inocentes não sabiam e nem sabem como enfrentar os bandos que em tropas tramam seus ataques para se alimentar de sangue dos humanos, aquilo era e ainda é tormento e desespero. Um coitado viajante contou-me, certa vez, que na sua primeira noite numa pensão acordou debaixo da cama com o rosto todo inchado. As vampiras em trabalho de equipe derrubaram o homem e chuparam todo seu sangue. Não teve mais ânimo e saiu fugido da cidade como se corria de um fogo cruzado dos cangaceiros de Lampião. O estranho ficou irreconhecível.

É mesmo verdade as histórias das centenárias muriçocas de Juazeiro, que o diga meu caro primo Washington Macário de Oliveira, técnico, fiscal e inspetor de meio ambiente do Inema, que ainda continua no encalço incessante dos prisioneiros de pássaros no sertão Bahia, com seus disfarces de detetives que deixam a turma da CIA de queixos caídos.

Apresar de todo seu cuidado e proteção em favor dos animais, sem falar aqui do seu mal-estar de tanto ver o “Velho Chico” no seu leito de morte, um dia vi o primo irado em sua casa com uma raquete matando as pobres muriçocas indefesas, pulando de um lado e do outro, suado de tanto exercitar. O esforço não impedia que elas atacassem em bandos de nuvens sem fim. A briga era feia, mas nada adiantava a matança.

Fiquei horrorizado com aquela cena. Se não me engano foi no mesmo dia e noite que me convidou, no Bairro Castelo Branco, para tomar uma gelada no bar do seu amigo. Pelas tantas da noite, lá foi eu para mais uma de suas armadilhas, e nem me lembrei das “bichinhas” irritantes que zunem no seu ouvido lhe deixando com os nervos em frangalhos. Não sabia que elas adoram forasteiros, e os nativos ficam tranquilos quando eles aparecem em seus territórios. Só assim conseguem umas tréguas temporárias e ainda gozam de nós chegantes.

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A SUPREMACIA DO FUTEBOL EUROPEU

Carlos Albán González – jornalista  

Antes das finais da 21ª Copa do Mundo, realizada na Rússia, o jornalista Jeremias Macário fez algumas observações sobre a supremacia do futebol da Europa em relação ao praticado nas Américas, em particular no Brasil. Sigo o caminho traçado pelo colega e amigo para colocar minha visão a respeito desse abismo entre os dois continentes, fruto de diversos fatores, do caráter socioeconômico à miscigenação e à moralidade administrativa.

O domínio europeu no futebol deverá aumentar nos próximos anos. A previsão foi feita pelo esloveno Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, eleito em setembro de 2016. “Com infraestrutura e as condições cada vez melhores estamos colocando quatro seleções nas semifinais do Mundial. Nossa vantagem – a última conquista sul-americana, com o Brasil, ocorreu em 2002 – é atestada nos campeonatos com equipes sub 20 e sub 17, em torneios de clubes, e, principalmente, na administração das finanças”, admitiu o dirigente europeu. A vitória da França em Moscou ampliou para 12 o número de títulos mundiais da Europa, contra nove das Américas.

 

Em maio de 2015 um carro de combate anticorrupção passou por cima do futebol no mundo. O Comitê de Ética da FIFA afastou por oito anos a Joseph Blatter, presidente desde 1998 da entidade maior. A punição foi estendida a Michel Platini, o ex-jogador da França que se encontrava à frente da UEFA. Ambos estão em liberdade – o Blatter chegou a ser visto nos estádios da Copa, nos últimos dias.

 

Os ventos da moralidade, infelizmente, não atravessaram o Atlântico para varrer a corrupção aqui no Brasil. Quando irrompeu a onda anticorrupção na Europa e nas Américas, os cartolas, com exceção de José Maria Marin, preso na Suíça e aguardando a sentença condenatória em Nova Iorque, permaneceram impunes. Como não houve empenho das autoridades brasileiras para lhes dar um castigo continuam a mandar na CBF. O sucessor de Marin, Marco Polo Del Nero, afastado temporariamente do cargo pela FIFA, usou de uma manobra ilegítima para colocar uma marionete no seu lugar.

 

Os cartolas da Conmebol (sul-americana) e Concaf (norte-americana e Caribe) não tiveram a mesma sorte. Em maio e dezembro de 2015, por ordem do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, trabalhando em parceria com a justiça suíça, foram presos e respondem a processos por suborno e formação de quadrilha.

 

O atual presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez, que tomou posse em janeiro de 2016, vem procurando reabilitar o nome da confederação. A pedra no seu caminho é a entidade brasileira, cujo presidente, Antônio Carlos Nunes da Silva, 80 anos, um ex-cabo da Aeronáutica e coronel reformado da Polícia Militar do Pará, foi chamado de traidor e ignorado na Rússia pelos seus colegas sul-americanos, por não ter atendido a uma orientação da Conmebol.

 

A CBF mostrou mais uma vez que não se recusa abrir o cofre quando se trata de agradar àqueles que lhe são úteis. Além dos 120 familiares dos jogadores brasileiros, passaram quase um mês na Rússia, com todas as despesas pagas, dezenas de “passageiros do voo da alegria”. Presidente de fato da entidade, Del Nero optou por ficar no Brasil, onde tem certeza de que não fará companhia na prisão ao seu amigo Marin.

 

Eleitores fieis aos três últimos cartolas que ocuparam a direção  da CBF, os 27 presidentes de federações estaduais foram convidados a ocupar um assento no alegre vôo, mas apenas 16 viajaram, entre eles o conquistense Ednaldo Rodrigues, que há quase 20 anos preside a Federação Bahiana de Futebol (FBF).

 

Poder econômico e miscigenação

 

Os salários altíssimos, pagos em dólares e em euros, enchem os olhos de todo garoto pobre desta parte do mundo, a partir dos primeiros chutes numa bola. Neymar é o exemplo para muitos pequenos brasileiros, e, por que não, para os seus pais, que sonham em deixar a periferia das cidades. Por outro lado, os clubes, com dívidas elevadas, almejam surgir um jovem e promissor atleta para colocá-lo à venda. :: LEIA MAIS »

O QUARTETO LAXANTE E ARQUIVADOR

“No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise” – Dante Alighieri, escritor italiano.

Toda nação clama por honestidade, o fim da corrupção e das mordomias, menos desperdício do dinheiro público e mais investimentos na educação, na saúde e na segurança. O povo acorrentado num pelourinho chamado Brasil está cansado de ser chicoteado. A democracia sangra neste tempo de caos e fizeram do voto uma arapuca com enganoso alpiste onde os mesmos serão eleitos.

Em contrapartida, o legislativo, o judiciário e o executivo fazem deboche com “projetos venenos” dos agrotóxicos, “pautas bombas” de mais gastos, votações de mais cabides de empregos nas estatais e o laxante do solta políticos e empresários bandidos – ladrões, sob o comando de um quarteto  arquivador de processos que tudo faz para anular a Operação da Lava Jato.

De forma escancarada, sem nenhum pudor, com seus truques jurídicos de araque, os ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Marco Aurélio de Mello e Lewandowski se juntaram para libertar presos criminosos investigados e condenados pelo Ministério Público, Polícia Federal e toda força tarefa da Lava Jato, alimentando o verme da impunidade que tem colocado o país de joelhos.

O arroto das sentenças de solturas coincidiu com a euforia da Copa do Mundo, justamente quando a seleção brasileira ainda estava ganhando, e os atos espúrios abriram brechas para que um desembargador suspeito cometesse o desatino de mandar libertar o ex-presidente Lula, passando por cima de um colegiado superior. Simplesmente, o magistrado aproveitou a cancela aberta para fazer passar o dono da boiada.

Nós queremos um Brasil melhor, mais justo e sem castas privilegiadas que ganham 150 a 200 mil reais por mês, enquanto o pobre padece para receber mil reais num regime trabalhista escravagista, e o aposentado abrevia sua morte com um benefício miserável. Eles da elite nobre burguesa cupim insistem no contrário para permanecerem no bem bom, depenando o país que é motivo de chacota lá fora no exterior.

Escorados em suas benesses, vivendo em mansões e palácios, eles têm mil recursos nas brechas das leis, arquitetadas pelos mesmos para se livrarem dos roubos e crimes praticados contra a nação. Os próprios executores dessas leis beneficiam aos seus e gozam de altas mordomias e distinções como o auxílio-moradia com gastos de um bilhão de reais até o final deste ano.

São altamente perigosos e matam milhares de crianças, jovens e idosos por ano nas filas e corredores de hospitais por falta de assistência médica e através da violência bruta nas grandes cidades, originária da ignorância e da miséria que prosperaram no Brasil porque eles meteram a mão nas verbas da educação. No lugar, mandam tanques, fuzis e metralhadoras de extermínio sumário.

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SEM PLANEJAMENTO E DISCIPLINA NÃO SE VAI MUITO LONGE NA VIDA

É meu caro amigo jornalista Carlos Gonzalez, que tanto pesquisa e escreve sobre nosso pobre futebol, sem disciplina a coisa desanda, como aconteceu com a seleção na Copa deste ano na Rússia e na de 2014 aqui mesmo no Brasil diante da Alemanha quando tomou de 7 x 1.

Primeiro começa com o oba-oba da mídia esportiva, principalmente da Rede Globo que, ao invés de fazer jornalismo, dá uma de torcedor enchendo a cabeça dos brasileiros de que tudo está bom, ganhando só de times fracos.

Com raras exceções de alguns colunistas mais sérios e profissionais, só se ler e se ouve bobagens elogiosas de que o time tem bons jogadores e que o técnico está antenado. Os torcedores, as maiorias emotivas e pouco racionais ficam eufóricas e acreditam que desta vez vai.

Outro fator é a falta de cultura de planejamento e disciplina como o europeu, e até mesmo dos asiáticos e africanos, tanto que atualmente não tem mais seleção besta e ingênua como antigamente há 20 ou 30 anos. Houve uma evolução geral, e o Brasil, como os outros países da América do Sul, ficaram pra trás.

A única coisa que o brasileiro sabe fazer é torcer contra a Argentina quando enfrenta outro país, e não olha para seu próprio umbigo. Vi muita gente me criticar porque queria que os hermanos também saíssem vencedores.

O raciocínio é que os argentinos são nossos adversários e também se colocam contra nós. A mesma coisa fazem quando Uruguai joga contra outro time. Chamo isso de complexo de inferioridade e falta de senso de territorialidade. “Se não der para nós, que também não dê para eles” – é o pensamento que norteia a maioria.

O resultado todos viram. Depois das quartas, a Copa Mundial virou uma Eurocopa só deles, provando que o nosso futebol é mesmo inferior ao dos europeus. Na Copa de 2014 só a Argentina foi para a final com Alemanha, e todo Brasil torceu contra o país sul-americano.

Eufóricos e manipulados pela mídia, os torcedores, lá no fundo, dão provas de que não confiam na seleção. Preferem que o time mais fraco ganhe do mais forte quando este será seu próximo adversário. Foi o caso da Bélgica que enfrentou o Japão. Sem disciplina e organização iria cair mais cedo ou mais tarde. Enquanto o Brasil não tiver estes requisitos, dificilmente irá para uma final.

No passado, o futebol sul-americano com toda sua suingada era bem superior ao europeu. Aí, os dirigentes de lá começaram a importar jogadores do Brasil e de outros países. Aperfeiçoaram o esporte e hoje se superaram. Para encher o ego da seleção, sempre dizem que o Brasil é o favorito e o melhor.

A seleção entra na onda do já ganhou, acompanhada de mulheres, filhos, tios, tias, gatos e papagaios e os jogadores esquecem de se concentrar num só foco que é vencer e ser campeão da terra. Asn últimas copas estão aí para comprovar a falta de planejamento e disciplina.

 

EDUCAÇÃO FOI O TEMA DO SARAU A ESTRADA NA NOITE DO ÚLTIMO DIA 7

Foi bastante proveitosa a noite do sábado dia 7 de julho do “Sarau A Estrada” com o tema “Educação: Por que nunca foi prioridade”? O evento foi mais uma vez aberto pela Academia de Letras de Vitória da Conquista na pessoa do seu secretário Evandro Gomes de Brito.

Logo após falou o jornalista e escritor Jeremias Macário que agradeceu a presença de todos que compareceram ao “Sarau Colaborativo” para mais uma discussão acalorada de professores e estudantes. Jeremias fez algumas pontuações sobre o setor no Brasil, cujos investimentos e as metas estão emperrados.

O jornalista citou, na ocasião, que o país deveria investir até cinco vezes mais do que aplica atualmente para melhorar o cenário da educação pública das creches ao ensino médio – segundo estudo lançado para Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Destacou que nos recursos para creches em período integral é onde está a maior disparidade.

Quanto às metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação, 16 das 20 estão estagnadas ou tiveram regressão nos últimos quatro anos, de acordo com relatório de acompanhamento do plano feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

Os debates foram aprofundados por cerca de duas horas com as falas dos professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Uesb, Itamar Aguiar e Jovino Moreira que, pela primeira vez nos deu a honra de participar do nosso Sarau.

Falaram também os professores Valdívia  Araújo e Benjamim Xavier, Karine, José Carlos, o aluno Mateus Lopes (grande tocador de violão) e outros como Regina Chaves dando seus testemunhos em salas de aulas, ou fazendo observações sobre o atraso em nossa educação no Brasil e seus problemas do dia a dia.

Esteve ainda presente o vereador e educador Coriolano Moraes que não pode ficar por muito tempo em nossos debates por causa de compromissos profissionais. Assinalamos também as presenças de Rosânia Gomes Birto, Tânia Gusmão, Jordano Bruno Andrade, Rita de Cássia Andrade, Renata Soares, Rose Prado, o fotógrafo José Silva, Jhesus Oliveira, o contador de histórias que sempre está abrilhantando nossas festas, a cantora Marta Moreno, sempre prestativa, Juracy Gusmão, conhecido como Juracy Ypsilone, o homem das cantorias, Pablo Gusmão, Jurandy Gusmão e Maria Del Carmem (Alejô).

Na última noite do dia 7, a maioria esteve no nosso Sarau Colaborativo, sempre recepcionado pela anfitriã dedicada da casa, Vandilza Gonçalves, pela primeira vez e todos saíram entusiasmados com o que viu, prometendo retornar aos próximos. O Sarau, em termos de participação, sempre esteve se reforçado com gente nova trazendo suas contribuições.

Depois das discussões, o pessoal relaxou a tensão na música e na declamação de poemas e piadas variadas, acompanhadas de uma cerveja gelada, um vinho e tira-gostos que todos trazem como forma de colaboração de sustento do Sarau, que já tem um novo tema sugerido pela consultora Karine. No final, lá pela madrugada, todos caíram numa deliciosa buchada feita pela nossa querida Vandilza, para forrar o estômago.

Sem data ainda marcada, todos concordaram que o assunto do próximo evento será a colonização de Vitória da Conquista, a formação do seu povo, cultura, artes e desenvolvimento político e econômico do município nos últimos anos, incluindo aí as necessidades e carências atuais.

Nem é preciso mais dizer que foi uma noite memorável em clima fraternal, todos respeitando as opiniões diversificadas sobre os mais variados assuntos, não somente no campo da educação, tema central do evento, como na política e na cultura em geral.

SÃO JOÃO DE RAÍZES TRADICIONAIS E TRANQUILIDADE AINDA É EM PIRITIBA

Valeu a pena o grande esforço para curtir aquele São João tradicional de raízes nordestinas, tão escasso e bem sossegado, sem confusão, ao estilo antigo de um arraial na roça. Estava em Juazeiro da Bahia e no sábado, na véspera da festa, decidi com minha esposa Vandilza Gonçalves viajar de ônibus do tipo pinga-pinga para Piritiba, no Piemonte da Chapada Diamantina.

Para matar as saudades dos velhos tempos logo cedo pegamos um ônibus de Juazeiro até Senhor do Bonfim, cerca de 130 quilômetros. De lá outro para Jacobina passando por Antônio Gonçalves, Pindobaçu, Saúde e Caem num estrada totalmente esburacada onde o poder público estadual não dá a mínima atenção. De Jacobina até Piritiba, atravessando Miguel Calmon, foi outra maratona de aventura, mas chegamos no destino por volta das 16 horas.

A partir daquele momento, mesmo estafados, tudo foi festa a começar da casa dos primos Roquinho, Leucia, Luane, Róssia e Dilton que nos receberam com muita alegria e disposição, com comidas e bebidas típicas do período junino, sem contar a recepção de outros amigos como o próprio Dalmir.

À noite, todos caíram no forró da Praça Getúlio Vargas, do “Arraiá Capim Guiné” onde sempre me lembro dos velhos tempos de moleque jogando bola no chão de cascalho, nos primeiros anos de emancipação da cidade, entre final dos anos 50 e início dos 60. Pena que não encontrei como meu amigo e companheiro cantor e compositor Wilsson Aragão que se apresentou no palco dia antes de ter chegado à cidade. Longa vida ao nosso grande talento musical piritibano.

Com bandas tradicionais de pé de serra da região, bem diferentes daquelas sertanejas, arrochas e axés porcarias que cobram quantias altas do povo, a praça estava lotada com mais de 15 mil pessoas balançando o corpo e no ritmo animado do forró. O que mais me impressionou foi a tranquilidade de todos na festa, sem brigas, e a decoração de casas de taipa, bonecos e expressões da vida do homem nordestino. Fiquei contagiado com aquele clima fraternal de que tanto necessitamos nos dias atuais.

Foi mais um São João memorável, desses que faz a gente se sentir mais otimista e crente de que nem tudo está perdido neste país que sempre primou por destruir nosso patrimônio cultural com misturas estrangeiradas. As noites foram tranquilas com total segurança para todos, e durante os dias a Prefeitura Municipal manteve as programações tradicionais dos concursos de quadrilhas e apresentações populares da terra da farinha da mandioca.

Entre as comidas típicas, licores e quentões, não faltou o beiju feito à moda antiga das casas de farinha. No domingo à tarde, a Praça Getúlio Vargas estava praticamente lotada para uma das atrações esperadas que se repete todos os anos em Piritiba. Trata-se da célebre Corrida de Jegue que diverte visitantes e participantes da atividade.

Pelo calor humano e receptividade aos turistas de várias partes, principalmente de Feira de Santana e Salvador, Piritiba ainda realiza um dos melhores São João da Bahia onde todos brincam sem medo, longe da violência das grandes cidades. Na madrugada, muitos seguem a pé para suas casas como fizemos de sábado para domingo, como se estivéssemos em outro Brasil, longe da violência e das notícias trágicas.

Roquinho e sua esposa abriram as portas de sua casa aos parentes e amigos num clima festivo e cativante ao ponto de quase esquecermos de curtir as ruas festivas do São João de Piritiba que continua deixando uma boa impressão aos visitantes. O colorido das barracas na praça, a música junina e sua gente hospitaleira deixaram saudades e o testemunho de que ainda existe São João autêntico no Nordeste.

MUNDIAL DIVIDE A TORCIDA BRASILEIRA

Carlos Albán González – jornalista

O Brasil tem hoje o segundo maior contingente de torcedores estrangeiros em território russo. A Fifa revela que os norte-americanos – sua seleção não foi classificada para a Copa deste ano – adquiriram 80.161 entradas para os jogos, seguidos dos brasileiros, com 65.863 ingressos, superando países com maior potencial econômico e mais próximos do maior evento do futebol no mundo, como Alemanha, Japão, Coréia do Sul, Espanha, Austrália e França.

Os números revelam um absurdo contra-senso, porque, como todos nós sabemos, o Brasil, mergulhado em corrupção e retrocesso, que envolvem governantes, políticos, empresários, juízes, servidores públicos e dirigentes esportivos, está se afundando cada vez mais no fosso da desigualdade social e econômica.

Esse aumento do abismo entre ricos e pobres ficou evidente na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada no final de 2017. Segundo a pesquisa houve há cinco anos uma redução da fatia dos mais pobres, graças aos programas sociais, como o Bolsa Família, que alcança hoje 13,7% das famílias no país – 28,4% no Nordeste.  No entanto, nos últimos dois anos o Brasil despencou 19 posições no item desigualdade social elaborado pela ONU, figurando hoje entre os dez mais desiguais do mundo. O exemplo mais evidente é o de que os 5% mais ricos detêm o mesmo rendimento dos 95% restantes.

Esses mesmos brasileiros que enfrentaram 30 horas de voo até Moscou ou São Petersburgo, onde o Brasil fará os dois últimos jogos da primeira fase – o primeiro será em Rostov-do-Don, são os mesmos que deixaram no primeiro trimestre deste ano 5 bilhões de dólares em viagens ao exterior, um aumento de 10,2% em relação ao mesmo período de 2017.

Pacotes de viagem com permanência de duas semanas na Rússia, incluindo o aéreo, com saídas de São Paulo e Rio de Janeiro, foram vendidos no ano passado, quando o dólar não sofria altas diárias por conta dos especuladores, por 18 a 35 mil reais, dependendo do tipo de hospedagem e dos longos deslocamentos no interior do país.

Os preços para os ingressos custam dez vezes mais do que os praticados na Copa de 2014. O mais barato (categoria 3, atrás das metas), utilizado na fase de grupos, vendido no Brasil a R$ 30, está sendo negociado a US$ 105 (cerca de R$ 404). O mais caro, para a partida final, talvez ainda possa ser adquirido por US$ 7.040 (R$ 27 mil). Alimentação e hospedagem têm preços equivalentes aos nossos. O metrô, o mais antigo e um dos melhores do mundo, é o meio de transporte mais utilizado dentro das cidades. O trecho Moscou-São Petersburgo, com 700 km, é coberto em 3h40 no trem-bala, por R$ 635; Moscou-Rostov-do-Don), com 15h34,custa R$ 473.

Desinteresse

Moradores de uma rua do bairro Real Copagre, em Teresina, tomaram uma decisão inusitada, em protesto contra a situação política do país, aliada às constantes denúncias de corrupção: as paredes e muros da rua foram pintados com de azul e branco, as cores da Argentina, além de bandeiras do país vizinho. A ideia teve o apoio de 90% dos moradores, que contribuíram cada um com R$ 25 para compra do material e a contratação de um pintor.

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METAS ESTAGNADAS E A FALTA DE MAIS RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL

Há muitos anos os textos sobre educação no Brasil só nos deixam deprimidos, tristes e decepcionados. São só índices negativos, e os planos desgarrados do contexto sempre fracassam porque não existe prioridade para o setor. Quando vamos escrever sobre o tema apresentando dados positivos, na certeza de que iremos ter um país bem melhor com justiça e igualdade social?

É uma interrogação que fica e ainda não temos uma luz no final do túnel que vislumbre boas perspectivas. É muita evasão escolar, e muitos jovens deixam o ensino médio sem saber ler e escrever. Nas competições e nos concursos, só desilusão e vergonha aqui dentro e lá fora, principalmente nas disciplinas de português e matemática.

Esse negócio de país alegre e feliz, como visto no exterior, é um mito. Como ser alegre e feliz sem uma educação de primeira? Não temos a imagem de uma nação séria, mas cheia de paradoxos, e em muitos casos até servimos de piada. Na falta de uma educação mais sólida, a nossa cultura se esvai, e não passamos de papagaios e marionetes imitando a dos outros.

INVESTIR CINCO VEZES MAIS

Agora mesmo, estudo lançado para Campanha Nacional pelo Direito à Educação registra que o Brasil deveria investir até cinco vezes mais do que aplica atualmente para melhorar o cenário da educação pública das creches ao ensino médio. O cálculo foi feito pelo Custo Aluno-Qualidade Inicial e leva em conta gastos para formação e valorização de professores, despesas com água, luz e outros tantos materiais necessários.

Nos recursos para creches em período integral é onde está a maior disparidade. Anualmente seriam necessários R$21.280,12 por aluno para custeá-las em áreas urbanas. Hoje o valor pago por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é de apenas R$3.921,67.

Para o ensino Fundamental, o cálculo feito estima que o valor deveria dobrar em cidades, e quase triplicar no campo. No ensino médio, o valor atual precisaria aumentar pelo menos 50%, passando de R$7.240,02 para R$19.167,47. Para a educação de jovens e adultos, os R$2.413,34 atuais necessitariam ser elevados para R$8.366,17.

De acordo com a estudiosa no assunto, Luciana Allan, do Instituto Crescer, o primeiro passo para o país avançar com qualidade do ensino público é contar com diretrizes educacionais claras, guiadas por um planejamento estratégico com metas para curto, médio e longo prazos, além de promover a avaliação periódica dos resultados. Fica claro que mais dinheiro é imprescindível, mas não é tudo. Tem que ser bem investido.

METAS NÃO AVANÇARAM

Relatório de acompanhamento do plano feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) constatou que das 20 metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), 16 estão estagnadas ou tiveram regressão nos últimos quatro anos.

Com vigência de 2014 até 2024, o PNE conta com 20 metas para todos os níveis da educação, do infantil ao superior. Destas, ao menos três têm prazos intermediários já vencidos.

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AS CONTAS COM RESSALVAS E OS ALTOS GASTOS COM PUBLICIDADE

Com 23 recomendações e ressalvas, inclusive advertência de que cometeu “pedalada fiscal” e infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal, as contas do Governo Rui Costa (PT), referentes a 2017 foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado, mais um órgão vitalício peso pesado pago pelos contribuintes para encostar coligados políticos. Com a base montada, no legislativo as contas passam tranquilamente.

Num estado ainda pobre em educação, saúde, tão desigual e carente de saneamento e segurança, o governo gastou no ano passado R$162 milhões com propaganda e publicidade, um crescimento de 28% em relação a 2016, um absurdo para uma inflação em torno de 6% e um desempenho praticamente zero do Produto Interno Bruto (PIB), sem aumento salarial para o funcionalismo público. As universidades estaduais pedem socorro.

O conselheiro-relator Pedro Lino destacou na “pedalada fiscal” o fato do governo ter deixado R$1,6 bilhão em Despesas de Exercícios Anteriores (DEA), ou seja, os empenhos de contratos feitos para serem honrados em 2018. Isto significa que o estado gastou mais do que arrecadou e constitui crime de responsabilidade fiscal.

A auditoria do TCE mostrou quase R$1,6 bilhão em DEA, o que representa 3,87% da despesa total empenhada em 2017. A irregularidade estaria ferindo o Artigo 37, inciso 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal. De 2013 a 2017, o montante em Despesas de Exercícios Anteriores só fez crescer. O custo com pessoal ultrapassou 90% do limite legal dos gastos.

Outro item sempre pago pelo povo que fica desfalcado em suas necessidades diz respeito às isenções fiscais concedidas a empresas para se instalarem aqui por um punhado minguado de empregos. Muitas delas, depois de certo tempo, vencido o prazo das benesses, fecham as portas e se mudam para outro lugar. Outras dão calote, como a chinesa JAC Motors que nem abriu sua fábrica em Camaçari e levou a bolada.

Em 2017, o estado concedeu um total de R$2,8 bilhões em isenções fiscais e renunciou outros R$16,1 milhões, não informados pela Secretaria da Fazenda. Segundo advertência de Pedro Lino, isso demonstra falta de transparência, ausência de planejamento e de critérios para concessão, fiscalização e avaliação de incentivos fiscais concedidos.

O valor de R$2,8 bilhões, de acordo com a conselheira Carolina Costa, equivale a 83% do piso a ser investido em saúde e educação. Portanto, é preciso fiscalizar e controlar o custo-benefício destas operações de transferência de incentivos fiscais, conforme recomendaram estes conselheiros em seus pareceres.

Outras ressalvas dizem respeito ao pagamento por ofício, sem prévio empenho, relativo às contraprestações de contratos de Parcerias Público-Privadas no total de R$355 milhões, e o fato do estado não ter executado as emendas parlamentares impositivas (sou contra este artifício político no legislativo) a que têm direito os 63 deputados estaduais. Os governos são assim: Quando estão fora criticam e quando estão dentro fazem o mesmo de seus opositores. Todos farinha do mesmo saco.

 

 





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