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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PARA QUEM?

Tema de redação do vestibular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb, em entrevista a um canal de televisão da cidade, o professor Adão Albuquerque deu uma aula ou uma lição para a própria mídia e até mesmo para nutricionistas que, em reportagens, recomendam que as pessoas mantenham uma alimentação saudável, quando esquecem das profundas desigualdades sociais existentes no Brasil. Até parece que aqui é uma Suíça Baiana, ou Brasileira! Só se for em Vitória da Conquista!

Em meu blog www.aestrada.com.br, que eu o chamo de minha tribuna ou ágora, sempre tenho feito comentários dessa natureza quando assisto matérias sobre o assunto, mostrando o colorido das feiras onde o profissional fala das frutas, cereais, hortaliças e das verduras que mais devem ser consumidas, com base em seu teor de proteínas, vitaminas, ferro, zinco, potássio, fósforo e outras propriedades químicas que contém numa alimentação saudável. O pobre coitado deve imaginar que estão querendo gozar com a cara dele.

Como o professor Adão, fico cá comigo a pensar quantos nesse Brasil do Mapa da Fome, de 30 milhões vivendo na pobreza entre a extrema e a aguda, dependentes de doações e do Bolsa Família, podem ter uma alimentação saudável, quando comem o que aparecer, e muitos que nem fazem um almoço ou uma janta? O tema da redação é para uma camada da elite de brasileiros que têm um bom poder aquisitivo de compra.  Até a classe média baixa não tem condições de acompanha essa orientação.

Como falar em alimentação saudável para um povo faminto, que vive em casebres e favelas, num amontoado de esgotos a céu aberto, que até há pouco tempo estava nas filas do osso e ainda milhares de moradores de rua que catam restos de comida no lixo? É até uma insensatez e um paradoxo que, infelizmente, a nossa mídia deixa de questionar. Trata-se de uma linguagem capitalista que afronta a nossa pobreza.

Ter uma alimentação saudável nos faz lembrar dos países nórdicos (Suécia, Dinamarca, Noruega, Reino Unido), da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. Do outro lado oposto carente, nos remete também ao continente africano, a América do Sul e algumas nações asiáticas que sofrem de grave deficiência alimentar, enquanto os ricos estão mais preocupados em fabricar armas para guerrear, navegar em iates luxuosos e em foguetes para conhecer o espaço sideral.

Além da questão social, no Brasil existe outra grande incoerência: Somos um país rico em alimentos, principalmente em grãos e carnes, mas destinados à exportação. O agronegócio empresarial dos desmatamentos não pensa em botar comida na mesa do brasileiro. Com suas máquinas potentes nos campos a perder de vista, cheios de agrotóxicos, seu esquema é lucrar em dólares.

A agricultura familiar, ainda pouco assistida, especialmente por causa da burocracia dos bancos privados e oficiais, ainda é o setor da produção agrícola que coloca o alimento em nossas mesas e bem mais saudável, inclusive orgânicos. Mesmo assim, só poucos são beneficiários e têm condições financeiras de acesso. Então, é difícil falar em alimentação saudável num país tão pobre e medíocre.

Outro problema similar à discussão em referência à redação do vestibular é quando a mídia aborda a questão da saúde no Brasil ao entrevistar médicos que falam da importância da prevenção em fazer exames rotineiros, no sentido de combater com antecedência doenças crônicas. Com o sistema precário do SUS que temos, somente poucos podem fazer regularmente esses procedimentos.

O acesso às novas tecnologias e às inovações na medicina é para uma minoria de abonados pertencentes às castas brasileiras que todos sabem quais são elas. Quantos pobres lutam na justiça para conseguir uma vaga de internação para fazer uma operação de média e alta complexidade? A Constituição do direito à saúde para todos só funciona na teoria.

Acho engraçado e até hilário, para não dizer uma piada, quando um jornalista ou um profissional da saúde manda que as pessoas procurem seu médico e não adquiram remédios nas farmácias sem receitas, como se cada um tivesse esse privilégio de ter um “doutor” para si. No SUS você marca um exame de tomografia ou mamografia, por exemplo, e passa mais de um ano na fila de espera.

Vamos mostrar a realidade como ela é, parodiando o nosso dramaturgo Nelson Rodrigues (A vida como ela é), do complexo de vira lata, e não ficarmos enganando, fazendo um jornalismo burguês num país de tantas desigualdades sociais, de violações dos direitos humanos, de tantas injustiças, falsidades, mentiras políticas e mediocridades. Alimentação saudável para quem? Só se for para os mesmos de sempre.

 

APEGO AO PODER

Carlos González – jornalista

Três anos à frente do município de Vitória da Conquista não foram suficientes para que a prefeita Sheila Lemos aprendesse os malabarismos da política. Poderia ter chamado para assessorá-la nessa complicada matéria um dos “catedráticos” – e não são poucos – do seu ex-partido, o MDB, ou do atual, o União Brasil. Preferiu seguir o caminho sinuoso do seu antecessor e padrinho político Herzem Gusmão.

O administrador público não deve considerar seu adversário como inimigo, atitude de quem se apega ao poder. No seu primeiro ano de governo, o ex-petista Herzem não quis conversa com os governadores Jaques Wagner e Rui Costa, ambos do PT. Seu lema era “ódio ao Partido dos Trabalhadores”. Preferiu recepcionar em Conquista os irmãos Vieira Lima, o ex-deputado Roberto Jefferson e o ex-presidente Jair Bolsonaro, todos condenados mais tarde pela Justiça, sendo que dois deles foram “hóspedes” da penitenciária da Papuda.

Num intervalo de três semanas, em outubro de 2020, milhares de eleitores em Conquista trocaram de camisas – no futebol seria como um torcedor do Flamengo passasse a se emocionar com o Fluminense. Herzem, ex-petista de carteirinha, que havia perdido no 1º turno para Zé Raimundo (PT), “virou o jogo”. O resultado foi contestado na Justiça pelos perdedores.

Aquelas pessoas que têm acesso aos corredores e salas da prefeitura afirmam que a repulsa de Sheila pelo PT e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é maior do que a do seu antecessor. Há poucos dias a população conquistense teve uma prova: sua prefeita não foi ao encontro do governador Jerônimo Rodrigues, da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e da secretária estadual de Saúde, Roberta Santana. Nem há menção da visita no boletim diário do município.

A saúde, assim como a educação, não deve estar vinculada – o que não aconteceu no governo de Jair Bolsonaro – dessa nojenta política partidária. A ministra não se deslocou de Brasília para pedir votos para o candidato petista, o deputado Waldenor Pereira, nas eleições de outubro. Veio trazer benefícios (20 leitos de UTI, 12 ambulâncias para o SAMU e recursos estimados em R$ 22 milhões) para uma população que clama por melhor assistência médica e hospitalar. Ninguém pode negar que Conquista vive uma crise social. Mas, ao que parece, ampliar o número de salas de aula e de postos médicos não dá votos.

Se amanhã um cliente entrar no estabelecimento comercial da sra. Sheila Lemos usando uma camisa com a estampa de Lula e a estrela do PT tenho certeza de que será atendido atenciosamente, como ensinam os manuais da boa educação entre pessoas civilizadas.

O desequilibrado Javier Milet, presidente eleito da Argentina, enviou sua futura ministra das Relações Exteriores a Brasília com um convite a Lula para sua posse. Meses antes, o portenho chamou seu colega brasileiro de corrupto, revelando claramente que daria início a uma briga de vizinhos.  A título de curiosidade, revelo aqui uma particularidade do Milet: trocou a camisa do Boca Juniors, “que andava numa fase ruim”, pela do River Plate. Os dois clubes são arquirrivais. Palmeirense declarado, Bolsonaro posou a bordo de um jet-sky com a camisa do Corinthians. Sintomas de desequilíbrio emocional.

Inaugurar obras dos antecessores ou tomar para si resoluções alheias é comum entre os políticos. Bolsonaro foi o presidente que mais deu curso a essa condenável prática. Em 23 de julho de 2019, o ex-capitão esteve em Conquista participando da inauguração do Aeroporto Glauber Rocha. Numa placa feita às pressas constam os nomes de Bolsonaro e Herzem. Ambos não colocaram nem um tijolo no novo terminal aeroviário.

Sheila já deu a largada em busca dos votos do conquistense: aumento da verba publicitária e um maior endividamento do município (empréstimos no valor total de R$ 165 milhões feitos em três anos). Nessa corrida vale “pegar uma ponga” naquilo que o governo federal tem no momento em benefício da nossa população.

Um folder inserido no Diário Oficial do Município convidava os fazedores de cultura daqui a fazer suas inscrições para ter acesso aos recursos provenientes da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar 195, de 8 de julho de 2022). Os menos esclarecidos podem imaginar que se trata de uma iniciativa da Prefeitura de Vitória da Conquista, cuja marca está bem visível no convite. Não há menção ao Ministério da Cultura (atenção ministra Margareth Menezes), o verdadeiro responsável pela ajuda àqueles que não puderam dar continuidade aos seus projetos devido à pandemia.

Nos próximos meses será amplamente divulgada uma deliberação do governo federal de natureza bastante popular. O Ministério das Cidades anuncia a construção de 1.800 unidades do programa “Minha Casa, Minha Vida”. A inscrição dos interessados estará a cargo da prefeitura conquistense. Quais os critérios que serão usados na indicação dos beneficiados? Esperamos que não se leve em conta o voto de quem sonha com a casa própria.

 

FEIRA LITERÁRIA DE ITAPETINGA CUMPRIU SUA MISSÃO DE INCENTIVAR A LEITURA

Com a realização de debates literários, palestras, simpósios, oficinas, exposição e lançamentos de livros de escritores locais e da região, inclusive de Vitória da Conquista, a I FLITA – Feira Literária de Itapetinga foi mais um encontro, entre tantos outros na Bahia, que contribuiu para o incentivo da leitura e a divulgação de obras de nossos autores, principalmente de novos talentos.

De 30 de novembro a 2 de dezembro, o evento contou com a iniciativa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb, Fundação Pedro Calmon, parceria da Prefeitura Municipal através da Secretaria de Educação, dentre outras instituições ligadas ao setor, como da Academia de Letras de Itapetinga.

Com um formato diferenciado, as atividades da I FLITA aconteceram em diversos pontos da cidade, como na Uesb, Vila Operária, Academia de Letras e na Concha Acústica onde os escritores apresentaram suas obras. Essa diversificação de lugares terminou esvaziando o público interessado em conhecer os trabalhos dos autores devido a questões de deslocamento.

Essa crítica foi feita pelos próprios escritores presentes numa reunião informal com os curadores Luciano, Sibely Nery e a própria Roberta Caetano que atenderam muito bem a categoria e prometeram fazer algumas correções no próximo evento. Uma delas será a de organizar a feira num só ponto da cidade, para facilitar uma maior participação dos interessados no sentido de atingir um melhor aproveitamento das palestras e dos lançamentos de livros.

Os escritores, editores, poetas, contadores de histórias, cordelistas, livreiros e demais profissionais da arte literária de um modo geral foram bem acolhidos pela Comissão Organizadora da FLITA, especialmente por Roberta Caetano (Beta) e suas colegas de trabalho que estiveram o tempo todo, com total dedicação e presteza, atendendo as demandas dos participantes.

Nossos poetas e escritores José da Boa Morte, que se deslocou lá da capital, Roger Luis e outros que se fizeram presentes, se sentiram satisfeitos com o atendimento dos curadores e assistentes do evento, apenas observaram que, por questões de logística, a Feira deveria ter sido concentrada num único lugar e não em pontos diferentes da cidade.

Foi mais uma Feira Literária realizada na Bahia (Vitória da Conquista também fez a sua em novembro) que significa uma injeção de ânimo em nossa cultura, contemplando todas as linguagens artísticas, inclusive a rapaziada e as mulheres do Hip-Hop que deram seu recado na Concha Acústica.

 

TEM AMOR E PAIXÃO NA BANCA DE REVISTA

(Chico Ribeiro Neto)

Mamãe Cleonice morava em Aracaju e uma vez levei pra ela oito livros de “Sabrina”. “Melhor amor não há”, ela me dizia sobre as histórias dos livros. “Tudo sem muita confusão, com final feliz, eu agora quero é ler histórias de amor água com açúcar, sempre um final feliz, eu quero ler é romance, muito romance”, dizia minha velha, que também adorava o clássico romance “Éramos Seis”, de Maria José Dupré.

Essa semana vi numa banca de revista velhos exemplares de “Sabrina”, “Júlia” e “Bianca”, a 1 real cada. Amarelados, os livros continuam rubros de amor e paixão.

Segundo o artigo “Qual a história por trás da série de livros Júlia, Sabrina. Bianca?”, de Luiz Antônio Ribeiro, postado no site jornalnota.com.br em 15/12/2021, “o nome já diz tudo: romance de banca de jornal. Uma literatura popular e acessível a todos, com preço baixo”.

“As histórias, todas de amor, com bastante sexo, corpos nus e aventuras exóticas entre passados conturbados e presentes pulsantes, fizeram que vidas de gerações de pessoas fossem transformadas para ter um pouco mais de alegria”, diz Antônio Ribeiro.

Segundo ele, “Sabrina” foi a primeira dessas séries a chegar às bancas de jornal. O sucesso foi tão grande que em 1978 a série “Júlia” foi lançada e no ano seguinte a série “Bianca”.

“A Nova Cultural continuou distribuindo Sabrina, Júlia e Bianca nas bancas até 2011. Depois disso passou a vender os livros da série apenas nos sites da editora”, segundo o blog livroseopinião.com.br. Sempre escritos por mulheres, os livros da série eram fornecidos à Editora Nova Cultural pela Harlequin Enterprises, do Canadá.

Segue um trecho de “Sabrina”, do livro “Irresistível Tentação”, de Amanda Browning, de 1996, na página 91:

“Lucas beijou cada centímetro de seu corpo, encantado com a perfeição e maciez. Depois, despiu-a e ficou nu também. Com um sorriso malicioso, ele disse:

– É sua última chance, gatinha. Se não é o que quer, fale agora e eu paro. Se continuarmos além deste ponto, será impossível.

– Se você parar agora, eu o mato, Lucas Canfield.

Os livros traziam no final chamadas para as próximas edições. Em “Bianca”, livro ”Sombras da Desilusão”, de Nicole Monet, de 1984, uma chamada para a edição 272, “O Conquistador”, de Ariel Berk: “A lembrança do corpo vigoroso e sensual daquele rude montanhês a consome de desejo”.

Outra chamada anuncia a edição 273, de “Bianca”, “Lago Encantado”, de Lynda Trent: “Amar e ser amada numa cabana perdida no meio da mata era tudo que ela sonhara!”

Alguns exemplares trazem no final um perfil da autora. Em “Júlia”, no livro “Experiência Ousada”, de Susan Napier, de 1996, o perfil da autora assinala que “ela nasceu eu Auckland, Nova Zelândia, no Dia dos Namorados, que se comemora em 14 de fevereiro (…) Quando não está escrevendo, gosta de ler e cozinhar, às vezes simultaneamente”.

“Desista!” Chad Walker diz a si mesmo. “Pare de sofrer por causa de Katherine. Se ela insiste em pensar que é frígida, deixe-a em paz com sua obsessão!” Mas, para Chad Walker, esquecer Katherine é impossível. Aquele corpo bonito e sensual o consome de desejo. (“Bianca”, livro “Sombras da Desilusão”, de Nicole Monet, de 1984).

Obrigado a “Sabrina”, “Júlia” e “Bianca”, vocês ajudaram a aliviar muitas dores e a conquistar novos amores. Alegraram corações solitários,

alimentaram novas ilusões e ajudaram a liberar muitas lágrimas represadas.

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

 

 

 

O ESCRITOR, O POETA E A MORTE

Escrever é um ato contínuo, um exercício da mente, utilizado também para manter o corpo e o espírito alimentados. Dá apetite e fome, como exercício físico, e serve para driblar a matreira morte, o ponto do fim existencial de todo ser vivo, especialmente o mais racional humano.

Pode até ser um assunto macabro que a grande maioria prefere fazer de conta que ela não existe. Melhor tocar a vida e esquecer dela, mas não temos como escapar. Vez ou outra, a dita cuja está sempre batendo em nossa porta.

Uns lutam mais que outros para sempre adiar o dia. Por injustiça social, o pobre entra em suas garras mais cedo que o rico por questão financeira mais baixa. Infelizmente, o dinheiro faz adiar a sua data nas mãos de bons médicos e especializados hospitais.

O escritor e o poeta, como o fazedor de arte, encontram sempre uma forma de enganá-la, como o bom malandro que enrola o dono do botequim para viver sua boemia. O poderoso e o avarento juntam mais e mais grana e nem lembram da sua fatídica vez. O poder na cabeça faz achar que estão livres.

Se faz parte da minha vida, escrevo para viver, e se parar eu morro. Já ouvi está frase de alguém, ou é minha mesmo, quando perguntado sobre a importância e o significado da escrita para si. Colar palavras, pesquisar, escarafunchar e viajar na imaginação das letras é uma sublimação. Me torna deus do olimpo.

Às vezes, sorrateiramente, ela bate em sua porta, como não quer nada, e o escritor, com sua perspicácia e astúcia manda ela retornar outra hora porque está a escrever, ainda iniciando ou no meio do texto. Ele está me enrolando novamente – matuta consigo a morte.

Não se conforma. Ela é persistente. Volta a bater na porta noutra oportunidade e, para sua decepção, escuta uma voz saindo lá de dentro da escrivaninha: Continuo a escrever e sem previsão de concluir a obra. “Volte outro dia, ou outra hora”.

– Este cara só pode estar achando que sou uma besta ou uma idiota – segue a morte remoendo suas ideias na procura de outra presa. O escritor, ou poeta, se sente revigorado por ter ganhado mais tempo e ter arranjado um meio de se livrar da danada. As ideias borbulham e fervem. Mete a cara na labuta dias e dias, inventa histórias, causos, contos, crônicas, romances e até poesias, tudo no sentido de quebrar essa corrente e se tornar imortal.

Ela demora, dar mais espaço porque o cara é duro na queda. Passa distante, olhar meio cabreira pela porta do escritor e segue sua longa jornada. É uma peregrina indigesta que ninguém quer cruzar pela sua frente. O melhor é cortar caminho para que ela não lhe aborde.

Algumas vezes, ronda seu quintal e percebe que o escritor ainda escreve pela madrugada a fora. -“Ele sofre de insônia?  Mais parece um lobisomem”. A luz está acesa e ela ouve o deslizar da caneta a rascunhar no papel e o clicar nos teclados do computa. Sua escuta é como um raio laser que penetra até paredes de aço.

– É um valente teimoso, do tipo sertanejo nordestino da terra árida, mas um dia, ou numa noite qualquer, pego ele desprevenido – assim pensa a morte, com seu bornal da dor da finitude. O escritor é vigilante e mal dorme, só cochila e assim vai empurrando ela para mais longe do seu alcance.

A HUMANIDADE PARECE HIPNOTIZADA DIANTE DAS TRAGÉDIAS E BARBÁRIES

A nossa humanidade parece reclusa e hipnotizada em seu retiro solitário e se agarra ao seu ritual de fé e religiosidade diante de tantas tragédias e barbaridades. Coloca toda essa desarmonia e desagregação humanitária nas mãos de Deus, como se Ele fosse um carrasco mentor dos castigos, quando o próprio homem é o ator e autor principal da destruição descomunal de si mesmo. Será que o humano perdeu seu rumo e se deteriorou de vez? Ainda existe recuperação para uma solidariedade humanística?

Existem os crédulos e incrédulos, estes em sua maioria. Um certo amigo simples comum me disse certa vez, com sua imaginação fértil do realístico-fantástico e fictício, que o nosso grande sol, que nos irradia de luz e vida, vai explodir em bolas de fogo que vão atingir a terra. Os sobreviventes dessa catástrofe apocalíptica, em sua visão profética, serão depois chamados de deuses do fogo.

A vida continua naquela correria de sempre no tudo pela sobrevivência, pela idolatria ao capital e ao consumismo. Cada um adota o modelo do si mesmo na busca da satisfação pessoal, do seu sonho, da felicidade, ainda que não seja tão real como se pensa. Estamos vivendo tempos sombrios que seguem o seu curso.

Pelas conquistas, a luta é mais travada no campo individual que coletivo. Faz-se de conta que tudo é normal e natural nessa conturbada vida passageira entre o nascer e o morrer. Praticamente não mais se reflete sobre a finitude, como se ela não existisse, daí a arrogância, o orgulho, a ganância e a prepotência. O outro ao lado, pouco importa se está bem ou não.

O trabalhador acorda cedo para bater o ponto, o pobre miserável do casebre e da favela, em meio ao tiroteio da bala perdida, passa fome e espera por uma campanha de doação. Os golpistas miram suas próximas presas, o poeta faz sua poesia, o escritor escreve seu livro, o filósofo sua análise, o psicólogo e o sociólogo seu prognóstico, o jornalista vive da notícia, o operário é escravo do patrão, os políticos e os governantes fazem seus conluios contra o povo, enquanto a tempestade da destruição leva tudo pela frente.

São tantos horrores ocorrendo ao mesmo tempo no planeta terra que este século XXI entra com a cara das trevas, apesar dos avanços tecnológicos (a inteligência artificial) e científicos em geral, muitos dos quais nos amedrontam. Do outro lado, vejo as pessoas hipnotizadas, como se nada estivesse ocorrendo de anormal.

Levantei hoje a pensar no que escrever nesse meu cotidiano da vida, e pela minha cabeça bateu esse turbilhão de fatos e acontecimentos, não dignos de louvor, que estão assolando a humanidade. Nos noticiários, as telas de televisão, as redes virtuais nos celulares, as rádios, outras mídias e ainda os jornais impressos (poucos leem) invadem nossos lares, escritórios, ruas e avenidas e até no campo com cenas apocalíticas.

Ouço muitos falarem de futuro ainda pior e sempre digo que já estamos navegando dentro dessa nave incerta descontrolada pelas turbulências, só que o labor extenuante da vida pela busca existencial não nos deixa enxergar que a humanidade está se autodestruindo. A impressão é que sou atraído a escrever sobre o aterrorizante e não olho o outro lado bom da história. Será que sou mesmo um terrorista?

Talvez seja assim um tanto trágico das novelas e peças gregas da antiguidade, ou o profeta das lamentações do Antigo Testamento. Que me perdoem, mas   é minha maneira única de ver esse conjunto de atos desumanos que nos chamam para estarmos sempre em eterna vigilância.

Muitas vezes, por ser mais cômodo, preferimos o silêncio e banalizamos o anormal diante das tiranias de mandatários opressores neonazistas que promovem massacres em massa, de políticos ditadores e extremistas eleitos por um povo em desespero que se agarra ao pior como tábua de salvação. Pula de um barco afundando para outro aparentemente seguro.

Após séculos de depredação, poluição, incêndios nas florestas e gases tóxicos no ar, a natureza se revolta na forma das bruscas mudanças climáticas, com terremotos, ciclones, tufões, tempestades de areias e um calor de até 50 graus. Colocamos tudo na culpa do El Nino, enquanto nós é que somos os “meninos” malvados do aquecimento global. A humanidade chegou ao ponto do irracional incorrigível porque se recusa a admitir o terror.

 

 

HISTÓRICA! SAUDAÇÕES TRICOLORES!

Era um 4 de novembro de 2023 num sábado à tarde quando terminaram os hinos nacionais e a bola rolou no olimpo do Maracanã no primeiro apito do juiz. A sorte estava lançada. Ave te César!

Em campo a disputa pelas Libertadores – uma homenagem aos nossos heróis da independência e da liberdade das nações da América do Sul – entre o Fluminense e o Boca Juniors, da Argentina.

No toc, toc do Flu, de passes curtos na pequena área, o coração do torcedor ficava mais apertado e começava a acelerar, nervoso com os olhos grudados na tela. A bola corre rasteira na grama como uma seta de pé em pé e, às vezes, ela voa como uma pomba para o atleta lá na frente amaciar a “criança” no peito ou na ponta da chuteira.

A plateia colorida é só poesia e plasticidade no estádio, com suas bandeiras, caras pintadas e cartazes de campeão. Gritos de incentivo, manifestações, apreensões e expectativa misturados entre crianças, jovens, adultos e idosos. Mulheres e homens numa só sintonia energética.

A multidão com a voz entalada na garganta para soltar pela primeira vez a histórica saudações tricolores de campeão internacional, especialmente os de idade mais avançada como é o meu caso. Será que vou para o outro além da margem sem esse título inédito? Como protesto, não vou pagar o barqueiro do rio e ele vai dispensar.

A bola insiste em não entrar. O ataque do adversário era como se fosse a angústia de um toureiro na arena ou de um gladiador romano no Coliseu. Me agarrava ao meu boneco “Pó de Arroz”, às cores da bandeira e a outros símbolos. “Aqui dorme um tricolor”. Do outro lado, a nossa investida e arrancadas dos meninos acendiam a fé e a esperança nos lances de se levantar da cadeira e sair levitando no ar.

O Flu envolve, atrai os argentinos, cutuca dali, de lá e cá, instiga com todo sangue e suor até que aparece a fatídica na medida certa para o Cano, com sua batida fatal de primeira empurrar a “menina” para o fundo das redes e fazer os corações “explodirem” num só ritmo de alegria e emoção. No entanto, o “inimigo” na “guerra” é impiedoso e não perdoa fazendo 1 a 1. Silêncio sepulcral, mas a crença continua grudada nas camisas verde, branca e grená.

O tempo parece se eternizar para uns e voar para outros. O técnico Diniz, ora pensativo, ora nervoso e alterado na linha divisória não para de passar instruções para Fábio, Marcelo, Nino, Samuel, Ganso, André, Braz e os outros companheiros de luta até que resolve mudar as peças.

O intervalo é como uma trégua que o general tem para montar suas estratégias e retornar com força total na hora de avançar e recuar. Estamos em plena segunda etapa, a mais decisiva e crucial. Os corações não aguentam mais até que ele chama o menino John Kennedy, nome de presidente, e com toda garra e pulmões profetiza que ele vai fazer o gol da vitória.

Os minutos vão se encurtando e a aflição chega ao seu pico. O nervosismo toma conta de todos, mas os jogadores permanecem em seu ritmo do toc toc, procurando deixar o Boca atordoado até a redonda arredondar nos pés do predestinado John, para mais uma vez, enfiar a danada teimosa no canto do goleiro.

Foi a maior explosão que já vi e senti, indescritível e sem palavras. As cenas de comemorações entre atletas e torcedores dizem tudo. Estava ali se aproximando a histórica saudações tricolores.

Agora era só esperar o apito final e levantar a taça. Parece que os segundos não passam e a aflição toma conta das nossas almas. O sangue corre rápido nas veias, o coração pulsa forte até o final da batalha, de é campeão das Américas, nesse 4 de novembro de 2023. Só nos resta partir para a disputa do mundial.

AS BOMBAS VÃO CONTINUAR A CAIR

Carlos González – jornalista

Passados os quatro dias dessa trégua, em que foram libertados, num primeiro instante, 13 reféns (mulheres e crianças), em mãos do Hamas, e 39 palestinos (menores e mulheres), confinados em prisões de Israel, os bombardeios israelenses ao norte e sul de Gaza serão retomados “com força total”. A promessa é do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallanti”.

Gallanti, que se refere aos palestinos como “animais humanos”, estava naquele momento repetindo as palavras do seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. A missão do seu exército nesse jogo, onde há apenas um time em campo, não é somente de eliminar o Hamas. Israel quer tornar realidade um sonho de quase 80 anos: estender suas fronteiras, ocupando inteiramente os territórios de Gaza e da Cisjordânia, ampliando as restrições impostas aos palestinos, como, por exemplo, a liberdade de ir e vir.

“Bibi” Netanyahu, que já ameaçou avançar sobre o Líbano, na perseguição ao grupo terrorista Hezbollah, não respeita as resoluções tomadas pela ONU e, muito menos, a Carta das Nações, da qual é um dos signatários. São frequentes suas violações aos direitos humanos, além de cometer crimes de guerra. Nas prisões israelenses há 7.200 palestinos, incluindo 88 mulheres e 250 menores, muitos deles sem culpa formada.

A participação da diplomacia do Catar foi decisiva para que as partes em conflito fechassem um acordo. Importante também foi a pressão dos Estados Unidos e dos familiares dos reféns ao governo do primeiro-ministro israelense, que se mostrava inflexível em negociar com o Hamas.

Nesse período de trégua, 200 caminhões entrarão por dia no norte da Faixa de Gaza, levando o que se convencionou chamar de ajuda humanitária para 2 milhões de pessoas que perderam tudo e não sabem para onde ir e o que lhes espera nos próximos dias.

Uma criança é morta a cada 10 minutos em Gaza. A informação é do diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Ninguém está a salvo em nenhum lugar”, revelou o dirigente ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo ele, o sistema de saúde do território palestino está “de joelhos”.

Ghebreyesus relatou a situação desesperadora do sistema hospitalar local: “Os corredores dos hospitais estão lotados com feridos e pessoas desabrigadas; médicos operando sem anestesia; necrotérios abarrotados” O complexo hospitalar Al-Shifa, o maior da região, suspendeu as cirurgias por falta de combustível para os geradores de energia elétrica.

Munição pesada de artilharia do exército israelense atinge diariamente as proximidades dos hospitais, sob a justificativa de que suas instalações servem de base para o Hamas, e que sob o piso dos prédios há uma rede de túneis utilizados pelo grupo terrorista.

A Faixa de Gaza, com 6,020 km2 e uma população 4,9 milhões de habitantes, se transformou em 45 dias num cemitério a céu aberto em terra arrasada, onde já morreram mais de 13 mil palestinos, vítimas dos bombardeios diários do poderoso exército de Israel. Na Cisjordânia, soldados e colonos israelenses já expulsaram mais de mil palestinos de suas terras. Os que se recusam a sair são assassinados. Aqueles que se sentem ameaçados pedem ajuda de fora, inclusive ao Brasil.

O ataque impiedoso do Hamas a civis israelenses na noite de 7 de outubro foi providencial para “Bibi”, alvo de protestos do seu povo, que o acusava de corrupção e de enfraquecer o Judiciário. No dia seguinte, ele iniciou a invasão de Gaza, ação que contou com apoio dos Estados Unidos, Grã Bretanha e França, sob o pretexto da necessidade de defender o país.

A comunidade judaica está aterrorizada na Europa. Seus membros receiam sair às ruas, mandar seus filhos à escola ou ir às sinagogas; a suástica é pintada  nas fachadas das casas e cemitérios israelitas são violados. A França e Alemanha registraram mais de 1.200 ocorrências de antissemitismo nas últimas semanas, com a prisão de 486 acusados.

No Brasil, ao contrário, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) conseguiu na Justiça censurar o jornalista Breno Altman, fundador do site Opera Mundi, que tem combatido o que ele chama de “regime de apartheid construído pela liderança israelense”. O jornalista, que é judeu, afirma que “a Conib, ao buscar me censurar, volta-se contra a liberdade de expressão e de imprensa, revelando as entranhas do autoritarismo típico da doutrina que professa”.

 

 

 

 

 

 

 

HAIKAI OU VAIKAI?

(Chico Ribeiro Neto)

Costumo escrever com frases graúdas, mas hoje enveredei pelas miúdas. Isso é haikai? Difícil responder. Melhor consultar o poeta Carlos Verçosa, autor de belos haikais, como este:

“destino

se digo um a

desatino”

Na dúvida, resolvi enquadrar meus versos na categoria Vaikai (ou Vai que cai). Aqui vão eles:

Ele disse rumbora

Trancou a alma

E jogou a chave fora

XXX

Se Ana Rica deve 14 milhões

O que pensa Chico Pobre

Com os seus botões?

XXX

Fiz um relógio da casca do caranguejo

Pra marcar os minutos

Das horas que não te vejo

XXX

Não sabe que fim se deu

Foi lembrar

Mas esqueceu

XXX

De tão furibunda

A mulher mordeu

Sua própria bunda

XXX

Menino pintão

Transformou a galinha

Num avião

XXX

Calor retado

Dormir nu

Ventilador ligado

XXX

Se lenhou

O último gole de cerveja

O garçom levou

XXX

Deu a notícia de imediato

E correu logo depois

Para criar o fato

XXX

Vê TV o casal

E só conversa

No comercial

XXX

Sargento lê e ouve da mulher:

“O jornal tá de cabeça pra baixo”

“Polícia lê como quer”

XXX

Não tem porém

Me diga moço

O mar vai ou vem?

XXX

Coisa sozinha

Velho cata um arroz

No chão da cozinha

XXX

Velho em fila do mercado

Xinga os preços

E o velho do lado

XXX

E aí Serafim?

Na hora do chega

Ela não tava a fim

XXX

Na hora da dor

Come um Sonho de Valsa

Ou uma Serenata do Amor?

XXX

Aí ninguém chama

Desliga o celular

E bota embaixo da cama

XXX

Vendo coração usado

Maiores informações

Com a vizinha do lado

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

 

 

 

“ESCÂNDALO”, BRADAM OS ARGENTINOS

Carlos González – jornalista

“Escândalo” foi o termo mais usado pela imprensa argentina para qualificar as agressões sofridas por torcedores do país vizinho nas arquibancadas do Maracanã. Claro, a Polícia Militar do Rio de Janeiro executou as ações violentas, mas quem foi o responsável por não separar as torcidas, como é normal em jogos onde a rivalidade tem a maior relevância. Há casos de partidas com torcida única, como os Ba-Vi em Salvador.

O que mais causou indignação dos argentinos foi observar nitidamente pela televisão que os policiais brandiam os enormes cassetetes contra uma minoria, quando os incidentes entre as duas torcidas, com ampla vantagem numérica de brasileiros, era generalizada. Alguns argentinos tiraram as camisas para não serem identificados, enquanto outros sangravam no rosto e na cabeça.

“Isso sempre acontece no Brasil”, exclamou Lionel Messi ao observar as cenas de selvageria. Liderando seus companheiros de seleção partiu em direção às arquibancadas, numa tentativa de ajudar seus compatriotas. O goleiro Martinez chegou a arrancar o cassetete das mãos de um policial.

A atitude de Messi, que chegou a colocar em dúvida a realização da partida, surpreendeu a todos, porque o melhor jogador do mundo, eleito pela FIFA, revelou em toda sua carreira um comportamento passivo, nunca se envolvendo em confusões dentro do campo. Em sua última apresentação em solo brasileiro Messi admitiu que não jogou bem, “porque estava mais preocupado com a segurança dos “hinchas” nas arquibancadas”.

Rodrigo Paiva, eterno assessor de imprensa da CBF, questionado sobre a ausência de divisão de torcida, explicou que o “o mando de campo é nosso, mas a organização do jogo é de responsabilidade do Consórcio Maracanã”. Acrescentou que “a CBF não é polícia para definir a estrutura de isolamento”.

Vamos acabar com essa falácia de apontar argentinos e uruguaios como catimbeiros e violentos. No jogo de ontem, o Brasil cometeu 26 faltas, muitas violentas (o uso do cotovelo no rosto do adversário virou uma prática comum entre nossos jogadores); a Argentina, 16. Os brasileiros receberam dois cartões amarelos e um vermelho (jornalistas patriotas não viram o tapa desferido pelo desconhecido Joelinton no rosto de De Paul).

Recentemente, Argentina e Uruguai (a rivalidade entre os dois países é muito grande) se enfrentaram pelas Eliminatórias no “alçapão” da Bombonera, em Buenos Aires. Assistida por mais de 70 mil torcedores, a partida terminou em paz, com vitória da seleção visitante.

Três derrotas consecutivas e o primeiro revés em eliminatórias no Maracanã. É preciso reconhecer que já não temos o melhor futebol do mundo; caímos ao nível de colombianos e equatorianos; praticamos um futebol cheio de faltas e atitudes antiesportivas, como a irritante “cera”; nossa seleção tem 90% de “estrangeiros”, desconhecidos para o torcedor; a Europa está mil anos-luz na nossa frente.

Durante os 25 minutos que a seleção da Argentina permaneceu no vestiário do Maracanã, determinada a não jogar, o dirigente que mais se movimentou no estádio, com o objetivo de reverter aquela situação, foi Claudio Tapia, presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina). A presença do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues não foi notada.

Segundo os críticos de Ednaldo na imprensa do Rio e de São Paulo, que o discriminam por ser nordestino, o ex-jogador da várzea de Vitória da Conquista estaria evitando “bater de frente” com os dois metros do seu colega argentino. “Uma vergonha! Ednaldo se acha o rei do futebol. Deveria deixar o cargo…”, bradou Galvão Bueno.

Para outros, Ednaldo ainda estaria em Salvador festejando o título do seu time, o Vitória, campeão da série B de 2023. Coincidência ou não, durante os 16 anos como presidente da FBF (Federação Baiana de Futebol), o dirigente avalizou 12 dos 29 títulos de campeão baiano conquistados pelo clube rubro-negro em 124 anos de existência.

 

 





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