Funcionário público qualificado não é sempre o que cumpre à risca as regras emitidas pelo chefe do poder ou por seu superior da área, mas aquele que sabe flexibilizar na hora correta para dar andamento e acelerar o trabalho. No caso particular, estou me referindo ao processo de vacinação em Vitória da Conquista que termina sendo emperrado por causa de determinada rigidez nas regras impostas.

No dia de ontem (22 de outubro) pela manhã, com meu cartão da Covid-19 completando exatamente seis meses da segunda dose (22 de abril) me dirigi ao Posto de Saúde da Vila América para receber a dose de reforço, mas fui barrado porque ainda não tinha completado 75 anos (faltam três meses). A fila estava pequena (cerca de 10 pessoas) e percebi que havia imunizantes sobrando.

Tentei convencer o funcionário que estava encarregado de averiguar a documentação de que a data de seis meses entre a segunda e a terceira estava correta, mas ele não cedeu ao meu argumento, mesmo tendo pouca gente na fila de vacinação. Apenas me disse que tinha que cumprir as duas regras básicas. Quero deixar bem claro que não estava ali querendo privilégios ou furar a fila de ninguém.

Ora, se já estava no local, na condição de idoso, e a demanda era pequena, por que não flexibilizar e adiantar mais uma vacinação? Caso houvesse 100 ou mais pessoas, iria entender que deveria cumprir a norma estabelecida da idade, para não tomar o lugar de outrem, mas não era a situação.

Como não fui acolhido na minha modesta argumentação, fui obrigado a retornar à minha casa sem receber a vacina. Muitas pessoas já passaram por esse mesmo problema e resolveram não mais retornar, o que significa um retardo na imunização contra o vírus, como vem acontecendo em Vitória da Conquista.

Em minha opinião, o que está faltando é mais entendimento e comunicação entre as equipes de vacinação. Nem estava me atentando para a idade, mas observando o prazo de seis meses estabelecido nas recomendações da ciência. Como a procura estava pequena e havia doses suficientes, seria até mais sensato adiantar a aplicação para avançar o processo e lá atrás não perder o medicamento por invalidez.

Conquista ainda está efetuando a dose de reforço para idosos a partir dos 75 anos, enquanto outras cidades, como Salvador, já planejam atingir o público jovem de 30 anos. Nesse ritmo, Conquista só vai alcançar esse grupo no próximo ano, principalmente com essa rigidez nas regras, deixando de vacinar uma pessoa por causa de uma pequena diferença na idade, com pouca gente na fila.