QUANDO E O AGORA
Uma nova versão corrigida e lapidada pelo autor Jeremias Macário
Quando vim ao mundo bebê,
No caldeirão fervente cultural,
Do conhecimento e do saber,
Cada escritor, poeta e jornal,
Eram como torcida de futebol,
Pelas noites etílicas ao pôr-do sol,
Nas praças, esquinas e botequins,
De livro na mão aprendendo a lição.
Lá fora cartazes e faixas gigantes,
Os jovens enfrentavam a censura,
Com o livre amor, todos vibrantes,
Marchavam contra a tirana ditadura.
O agora rotula a nova geração,
Como embalagem fora do produto,
Entre painéis, construção e viaduto,
Os milhões contam seus seguidores,
No youtuber, twiter, face e zap-zap,
Entre códigos pq, mt, mentes cores,
Troca o ser pelo consumo do ter,
No lixo joga a nossa memória,
Rosna a língua e nada de história,
E ainda acha você um careta que ler.
Quando o sábio visita o agora,
Sente o vazio no sentido do existir,
Um humano sem essência de elixir,
Como uma planta que não flora.