Poema de autoria do escritor e jornalista Jeremias Macário, que pode ser encontrado em seu livro “ANDANÇAS”

Dá para escutar o vento farfalhar no trigal,

No brandir das espadas na poeira da arena;

Ouvir o galope do corcel a milhas de distância,

Quando o silêncio visceral da morte,

Derrama seu líquido amargo da solidão,

Pelo corpo que não é mais seu.

 

Dar para sentir o salto veloz da fera,

A dilacera suas presas mortais,

Na garganta sanguenta da razão.

 

O líquido amargo expele sua fórmula,

E com toda calma arranca sua alma,

Para um outro além da dimensão,

Sem ao menos pedir a sua permissão.