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:: 2/jun/2021 . 23:38

OS COMERCIÁRIOS E O “SÃO VICENTE”

Não vou questionar aqui tecnicamente os critérios adotados de vacinação por grupos prioritários que são inúmeros, mas existem casos de categorias que nem são tanto urgentes, enquanto outras, como a dos comerciários, por exemplo, que já deveriam ter sido incluídos na etapa de imunização. Em Conquista, a aplicação da vacina por idade parou nos 60, se não me engano.

Também não vou aqui citar outra classe profissional, mas a impressão que se tem é que os comerciários não contam com nenhuma representação sindical para defender a inclusão desses trabalhadores entre prioritários. Se formos avaliar, eles estão diariamente em contato direto com clientes nas lojas, por assim dizer, na linha de frente.

Os comerciários são profissionais de poder aquisitivo baixo, que todos dias pegam ônibus lotados para o comércio, tanto de ida ao batente como de volta para casa. Durante todo dia de trabalho cansativo pegam lojas cheias no atendimento aos consumidores. Pode-se afirmar que eles são obrigados a enfrentar aglomerações.

Enquanto isso, outras categorias de menor risco de pegar Covid reivindicam a primazia da vacina, justamente porque têm entidades sindicais e conselhos mais fortes. Existe aqui em Conquista um sindicato dos comerciários que parece não funcionar. Saudades do nosso dileto amigo Guimarães, o “Guima”, que sempre estava lutando em defesa da classe!

Outro assunto que gostaria aqui abordar é quanto ao Hospital São Vicente da Santa Casa da Misericórdia de Vitória da Conquista. Quando cheguei a esta terra, em 1991, e até há poucos tempos, esta unidade de saúde era 100% SUS, e aí ela foi se privatizando até se tornar praticamente particular, com a participação de outros associados empresários do setor de saúde.

Nos últimos anos, somente um pequeno espaço é reservado para pacientes do SUS, e a maior parte para quem tem dinheiro. Diz-se que foi uma política adotada no sentido de evitar o fechamento do hospital. Mesmo que seja, é mais um erro cometido nesse país tão desigual de tanta pobreza e miséria.

Para completar, nesta semana, a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista anunciou a desativação de vários leitos destinados aos doentes de Covid, alegando corte de recursos federais, tudo isso num momento em que o índice de ocupação é alto, superior a 90% no caso das UTIs para tratar esse maldito vírus.

Diante dessa crítica situação, Vitória da Conquista agora só tem praticamente dois hospitais do SUS Covid-19, para atender a uma região de mais de 50 municípios, o que faz ainda agravar o quadro. Mesmo assim, as medidas restritivas foram afrouxadas pelo poder público municipal. Para completar, no feriado desta quinta-feira, os lojistas decidiram abrir suas portas, o que leva mais gente às ruas, tudo por mais lucros, em detrimento da preservação da vida.

 





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