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:: 16/fev/2021 . 21:48

O EXAURIDO CAMPEONATO BAIANO

Carlos Albán González – jornalista

“Qual o principal acontecimento dessa semana no mundo do esporte?”. Se a pergunta for feita a um torcedor de futebol em Vitória da Conquista a resposta, certamente, será uma provável definição do Campeonato Brasileiro de 2020, domingo, no Maracanã, com o jogo Flamengo x Internacional. Um número menor de aficionados manifestará preocupação com a queda do Bahia para a segunda divisão. Uma certeza eu tenho: ninguém vai lembrar que o secular Campeonato Baiano, o segundo mais antigo do país, depois do Paulista, está em campo, sem público, por força da pandemia. Poucos têm conhecimento de que dia 28 de maio o Vitória da Conquista encerrará suas atividades oficiais de campo na presente temporada.

A idolatria pelo que vem de fora não é uma particularidade do conquistense. Antes da chegada da televisão as potentes ondas das rádios do Rio e São Paulo já “faziam a cabeça” dos torcedores de todo o Nordeste, com exceção de Salvador, Recife e Fortaleza, onde os times locais ainda empolgam. Com as obras de ampliação da Fonte Nova o Bahia disputou uma edição do Brasileiro em Aracaju. Na oportunidade, assisti a mobilização dos sergipanos, recepcionando os times do eixo Rio-SP no aeroporto e torcendo contra os baianos no “Batistão”. Numa recente pesquisa feita em Conquista, o Bahia ficou em quinto lugar, depois de Flamengo, Corinthians, Palmeiras e Vasco.

Vejo nisso tudo uma nódoa na personalidade do nordestino, melhor observada no uso de camisetas, torcidas organizadas, lojas de souvenir e fogos de artifício. Na Espanha, mas propriamente na região da Galícia, não se vê alguém exibindo as camisas de Real Madri e Barcelona. Esse regionalismo se acentua quando é mais evidente o sentimento separatista de catalões e bascos.

Com um calendário apertado e a falta de interesse da CBF e das federações, os estaduais caminham para o desaparecimento. Sem o Galícia, Ypiranga e Botafogo, que juntos somam 22 títulos estaduais, o “Bahiano” deste ano terá 51 partidas, disputadas entre 17 de fevereiro e 23 de maio, com transmissão da TV Educativa (UESB, no Sudoeste), Serão 10 os participantes (Bahia (equipe alternativa), Vitória, Vitória da Conquista, Fluminense e Bahia de Feira de Santana, Jacuipense (Riachão do Jacuípe), Juazeirense, Doce Mel (Ipiaú), Atlético (Alagoinhas) e Unirb (Mata de São João).

Na fase preliminar, com apenas jogos de ida, serão classificados os quatro semifinalistas e descartado o último colocado, que passa para a série B. Os times mais bem qualificados estão garantidos nos torneios nacionais, mas só em 2022. Os representantes baianos nas competições organizadas pela CBF em 2021 já estão definidos: Brasileirão B – Vitória: C – Jacuipense; D – Atlético, Bahia de Feira e Juazeirense; Copa do Brasil – Bahia, Juazeirense e Atlético; Nordestão – Bahia e Vitória. O futuro do Bahia (fica na A ou cai para a B?) no Campeonato Brasileiro será definido nos jogos contra Fortaleza e Santos.

No ano passado, o Doce Mel, clube apoiado por uma indústria de alimentos de Ipiaú, despertou a curiosidade dos torcedores. Agora é a vez do Unirb, campeão da 2ª. Divisão em 2020, fundado há dois anos. Está vinculado à Faculdade Regional da Bahia, com sede em Mata de São João, criada em 2002. Suas 17 unidades estão distribuídas na Bahia, Sergipe, Piauí, Alagoas, Ceará e Rio Grande. Os estádios de Ipiaú e Mata não foram aprovados pela FBF. Os jogos de Doce Mel e Unirb serão levados, respectivamente, para Conquista e Alagoinhas. Como o mesmo problema, a Jacuipense mandará seus jogos em Pituaçu.

Como já foi mostrado, o Vitória da Conquista não tem nenhum compromisso oficial a partir de junho. No ano passado esteve perto do descenso no torneio local e não fez boa campanha no “Brasileirão” da série D. Vai ter que melhorar sua participação nos jogos do estadual, para voltar em 2022 ao cenário nacional. A tabela beneficiou o alvi-verde, que fará cinco jogos em casa e quatro fora.

Dia 20/02 – 16 hs – Vitória – Barradão

Dia 28/02 –   16 hs – Fluminense – Feira

Dia 03/03 – 20h30 – Doce Mel – Lomantão

Dia 07/03 – 16 hs – Bahia – Lomantão

Dia 14/03 – 16 hs – Jacuipense – Feira/04

Dia 21/03 – 16 hs – Juazeirense – Lomantão

Dia 04/04 – 16 hs – Bahia de Feira – Lomantão

Dia 17/04 – 16 hs – Unirb – Alagoinhas

Dia 28/04 – 19h30 – Atlético – Lomantão

A programação completa e o regulamento podem ser acessados no portal da FBF.

 

 

 

AS AGLOMERAÇÕES E A FALTA DE INVESTIGAÇÃO CONTRA OS EGOÍSTAS FURA-FILAS

Todos finais de semana existem aglomerações de festas com sons altos nos bares e restaurantes nas imediações da Avenida Olívia Flores, em Vitória da Conquista, e a Prefeitura Municipal e a polícia militar não têm agido com firmeza para acabar com a zoeira desses animais suicidas.

A situação em Conquista só tem se agravado com uma média de 100 casos por dia, e os leitos de UTIs já estão com ocupação acima dos 90%. Na Bahia, o governador Rui Costa tem alertado para um risco de colapso nos hospitais, incluindo as principais cidades, como Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Jequié e Vitória da Conquista.

Sem investigações contra os fura-filas

Além da falta de medidas restritivas por parte da prefeita em exercício, temos que conviver com o absurdo dos fura-filas das vacinas, que não são poucos em nossa cidade. Infelizmente, não temos aqui uma promotoria e uma justiça eficientes para investigar as irregularidades ocorridas no município e punir esses párias da sociedade dentro da lei, com todo rigor.

Precisamos também de uma mídia eficiente para denunciar a Secretaria da Saúde e toda essa gente que se vacinou como profissionais que estão na linha de frente no combate ao vírus. Não é porque a pessoa é medica que deve ser vacinada, sem contar trabalhadores do setor administrativo de unidades de saúde que foram vacinadas.

Lamentavelmente, não temos um comando central do Ministério da Saúde para colocar ordem e regras definidas que sejam obedecidas, e aí, cada estado e prefeitura faz o que bem quer. A verdade é que o esquema de vacinação no país virou uma bagunça. É como uma casa sem chefia onde cada membro almoça e janta em horários diferentes e faz o que o que lhe der na telha.

Diante da falta de organização central e da observância às prioridades, muitos estão sendo injustiçados e foram passados para trás por elementos egoístas que procuram levar vantagem em tudo, os mesmos que abrem a boca para falar em solidariedade e aparecem nas tvs e nas redes sociais fazendo doações de alimentos e brinquedos em época de Natal.

O aumento populacional e as epidemias

Só para ilustrar o atual quadro de pandemia no mundo, vamos citar aqui o historiador Geoffrey Blainey, em seu livro “Uma Breve História do Mundo”. Em sua obra, ele fala do crescimento dos povos a partir do cultivo de lavouras e da criação de animais domésticos. Com isso, a população na terra aumentou drasticamente, talvez por volta de 10 a 8 mil anos a.C. Nessa época, estima-se que a população girava em torno de 10 milhões de habitantes. De acordo com o pesquisador, por volta de 2.000 a. C existiam 90 milhões de pessoas e 300 milhões no tempo de Cristo.

Sem recurso e conhecimento da ciência naquela época, é de se imaginar, e os próprios estudos confirmam, muitas epidemias levavam mais da metade da população. Hoje temos a ciência na mão e cerca de 10 bilhões de humanos. Mesmo assim, milhões (perto de três) já tiveram suas vidas ceifadas pela nova pandemia da Covid-19. Ainda tem muita gente terraplanista que nega a ciência.

Por muitas vezes, o crescimento do mundo era refreado pelas epidemias. Sem saber, os nômades levavam vantagens em termos de saúde. “Por estarem com constante mudança, deixavam para trás os dejetos que produziam. Por usarem pouca roupa, em climas tropicais, ficavam mais expostos à luz solar, que impedia e proliferação de germes. Por não possuírem animais, eram alvo de menor número de doenças. Por outro lado, na nova ordem, a aglomeração de pessoas nas cidades aumentava o risco de infecção”.

Enquanto a nova forma de vida proporcionava mais alimentos, fazendo acelerar a população, também fomentava vírus que, periodicamente, diminuía o número de habitantes. O trato com os animais expôs as pessoas a determinadas doenças. Por exemplo, como assinala o historiador, a tuberculose pode ter vindo através do leite da vaca e das cabras domesticadas; o sarampo e a varíola foram transmitidos do gado para as pessoas que cuidavam dele, pela ordenha ou ingestão da sua carne; uma forma de malária provavelmente veio das aves; e a gripe, dos porcos e patos.





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