Soneto do jornalista Jeremias Macário

A geleira se derrete e o planeta treme e aquece;

O ancião olha o chão rachado e faz a sua prece;

O verde vira inferno nas carvoarias lambuzadas;

Queimadas matam as matas pra entrar manadas.

 

Furacões e tempestades retorcem vilas e cidades,

No flagelo de povos esmagados nas calamidades,

E o ranger das placas explodem fogo e terremotos;

Numa terra arrasada de pestes e famélicos mortos.

 

Rios secam poluídos de metais vertendo sangue;

O mar avança no galope dos ventos da noite fria,

E o pintor do mangue risca a paisagem que existia.

 

Raios e meteoritos deslizam entre a estrela guia,

E Deus recria outra esfera com raiz forte e sadia,

Recompondo os seres para cumprir sua profecia.