Venho aqui em nosso espaço fazendo uma série de comentários sobre a “História do Povo Cigano”, do grande estudioso no assunto, o acadêmico britânico, Angus Fraser. É um povo alegre, mas sua história é muito triste porque sempre viveu em correrias desde os primeiros séculos da cristandade. Alguns pesquisadores concluíram que os ciganos vieram da Índia, do Hindu (Hindi), tomando como base sua língua Romani e seus costumes das tribos daquele país. Em suas andanças pelos Balcãs, pela Grécia e por toda Europa Ocidental e Oriental eram chamados de os “Egípcios” e até sarracenos. Acolhidos no início como peregrinos, logo depois, entre os séculos XV ao XIX foram tremendamente discriminados como inúteis, preguiçosos, trapaceiros e vagabundos, como uma praga que tinha que ser exterminada. Em vários países e impérios foram torturados, esquartejados, presos, degolados, marcados em ferro e acometidos de outras atrocidades, simplesmente por serem ciganos. Foram escravos por mais de trezentos anos na Romênia, como os negros africanos, e jogados nas galés. No período nazista, mais de meio milhão foram sacrificados e exterminados como os judeus. Sempre quiseram impor o sedentarismo num povo de estilo nômade. Os preconceitos e as rejeições continuaram no pós-guerra (Segunda Guerra Mundial) e ainda persistem até hoje. Os ciganos, com seus espíritos festivos, estão associados à música e aos cavalos (fotos), seus companheiros nos negócios e no transporte de um lugar para o outro, mas também lidam com a metalurgia, o artesanato e com a leitura da mão, ou da sina, no caso das mulheres.