O politicamente correto (uma linha ilusória e subjetiva) e as ações humanistas do bem não têm tanto espaço na mídia como as declarações dos brutos exterminadores do futuro quando mostram suas garras contra o meio ambiente, contra as conquistas da igualdade de gênero e raça e, de um modo geral, descarregam suas raivas homofóbicas, xenófobas e racistas, incitando a violência e atentando contra a vida.

Para estarem sempre em evidência, usando a controvérsia, os extremistas de plantão, como o Trump e seu filhote no Brasil, só para se situar nesses exemplos, usam diariamente as ferramentas dos veículos de comunicação (redes sociais, jornais, rádios e televisão) para permanecerem sempre visíveis e ganhar notoriedade popular. O mal tornou-se alimento principal dos brutos porque sabem que serão bem mais recompensados e chamam mais a atenção andando na contramão.

MAIS QUESTIONADORA

A mídia precisa ser muito mais questionadora em suas publicações, principalmente nesta era dos ultraconservadores onde muitas nações, através de seus representantes totalitários, optaram em adotar posições retrógradas, como ocorreu recentemente com a declaração extremista de países (o Brasil participou da lista junto com os Estados Unidos), mostrando suas presas homofóbicas em nome da família, da pátria e da vida.

Com seus factoides e mentiras, que vão se tornando verdade para o povo, Donald Trump comanda o extremismo e bate de frente contra a imprensa porque sabe que, com suas polêmicas, é evidência cotidiana confirmada e tem seus dividendos com mais acompanhantes, admiradores e apoiadores. Com suas atitudes masoquistas, sempre estão com suas tiradas tiranas contra a humanidade.

O Brasil tem o seu representante que reza em sua cartilha, desprezando o meio ambiente, tratando a Covid-19 como uma “gripezinha”, ideologizando a vacina e até incitando o povo para não a tomar. Ele segue o mesmo método bruto de xingar a imprensa e os jornalistas, até com ameaças veladas, para histerismo de seus seguidores da morte. E assim ele vai ganhando seu espaço na galeria dos estúpidos, soltando seus petardos em nome da “família, da vida e da pátria”.

São os exterminadores do futuro que vão conquistando seus avanços, dizendo para seus povos que esse é o caminho correto de uma boa moral, a qual para eles está degradada, mesmo discriminando, cortando direitos humanos, oprimindo, censurando a liberdade de expressão, destilando ódio contra os homossexuais, negros e todos aqueles seus contestadores, chamando-os de esquerdistas comunistas e inimigos da pátria. A estratégia deles é sempre estarem expostos na mídia, como o cara valente e corajoso que diz a “verdade”. Mas, qual mesmo a verdade?

CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

Como influenciadora e formadora de opinião (também pode deformar), a mídia tem seus grandes pecados, porque falta ao povo em geral, consciência política e discernimento de separar o joio do trigo. O povo gosta do que conhece, mas gosta também daquilo que é desconhecido e que é bom.  Faça um show de boas músicas de conteúdo e melodia e o povo vai apreciar.

No caso do Pelé, a mídia o trata como o super-herói da nação, afirmando que todos devem seguir seu exemplo, mas não mostra seu outro lado que chegou a renegar seus filhos com negras, e ainda apoiou a ditadura, só para não ir mais além no que tange ao seu comportamento como pessoa. Agora vem ai as homenagens a Maradona, e ela (a mídia) é capaz de pontuar que ele serve de exemplo para todos nós.

Ele, o Pelé, pode até ser considerado como um dos maiores esportistas do futebol mundial de todos os tempos (é questionável), mas não pode servir de exemplo para nossos jovens, para essa nova geração. Melhor seria ficar apenas com o Pelé, só como jogador. Este é só um exemplo, mas existem outros milhares que a mídia sai por aí criando como falsos heróis, reis, rainhas e príncipes. A música de péssima qualidade, a que deve mesmo ir para o lixo, tem várias personagens que são endeusados pela mídia.

No campo político, estamos diante de fatos estarrecedores de governantes que estão cometendo crimes contra a humanidade, com a complacência de uma grande parte da mídia que falha em seu papel de responsabilidade em criticar, denunciar, explicar, condenar e questionar. Não se pode ficar apenas no campo do factual, como se fosse apenas a divulgação de um boletim de ocorrência. A mídia precisa ser menos superficial e ter mais conteúdo.

No lugar de construir, de respeitar e valorizar a pessoa humana, de proteger a natureza e a vida, de amenizar a violência e combater a intolerância, o que temos como governantes são verdadeiros exterminadores do nosso futuro, do nossos filhos e netos. O bombardeio de palavras e declarações malignas é forte, e eles não tiram férias, crescendo o número de seguidores, enquanto as instituições (nem todas) vacilam em suas posições de protesto e movimentos para aniquilar essa onda de ideias medievais.