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QUEM ROUBOU, ROUBOU, E QUEM…

A Procuradoria Geral da República e o Ministério Público Federal estão derretendo a Força Tarefa da Laja Jato como neve ao sol. Os processos estão sendo arquivados pelos tribunais federais regionais, inclusive os de Lula, José Serra e de outros companheiros, como o próprio Temer. Lembra no que deu o caso do caçador de marajás? A história se repete com o caçador de corruptos.

O Tribunal Superior de Justiça e a Polícia Federal estão dominados, desviando as atenções para o governador do Rio de Janeiro (uma briga vingativa entre o grupo da família bolsonarista), e quem roubou, roubou, e quem ainda não fez isso, pode seguir em frente que as portas estão sendo abertas. Está vencendo a impunidade, como sempre no Brasil!

Não se surpreendam se lá na frente o Lula e o seu PT se coligarem com o bando do capitão-presidente e seus generais. As cachorradas nas ruas, dando seus espetáculos, continuam soltas e não são novidades. O chefe está calado e matutando em seu canto, assuntando a boiada passar com seus vaqueiros enquanto vai sendo poupado das acusações, numa tática armada pela Procuradoria Geral da República.

Por pressão, o coordenador da Força Tarefa Deltan Dallognol jogou a toalha, com a desculpa fajuta de cuidar de uma doença do seu filho. Engana que eu gosto! Como diz o ditado, nesse angu tem caroço. No arrastão, houve uma debandada geral dos procuradores que perceberam que a Lava Jato está se transformando naquele trabalho idiota de enxugamento de gelo, ou melhor, num Lava Gelo.

O BRAÇO DO PODER DO MAIS FORTE

Não conheço e nem estou aqui defendendo suspeitos de corrupção, mas nesse imbróglio, ou rolo do governador do Rio e seus compassas, tem o braço do poder do mais forte. Tudo cheira a um esquema maquiavélico para enganar a opinião pública e encobrir os malfeitos do passado da família do capitão.

O Tribunal Superior Federal, com seus costumeiros ministros da soltura e dos arquivamentos, está aliviando a cara de muita gente. Cabral e outros perigosos logo vão estar livres. Até o Gedel das malas de dinheiro no apartamento voltou para sua mansão, sob o argumento de que poderia pegar Covid-19 na cadeia. Nesse caso, teria que abrir as grades das penitenciárias para todos os bandidos.

O esquema é desviar as atenções para o Rio de Janeiro enquanto vai-se enterrando a Lava Jato e abrindo as cadeias dos que foram presos pela Força Tarefa sob a batuta do juiz Sérgio Moro, que ontem era ovacionado pelos seguidores do Bozó e hoje está sendo excomungado e defenestrado pelos mesmos brutos da direita fascista. O negócio é deletar o juiz “caçador de corruptos”.

Cheira muito estranho esse afastamento tão rápido do governador do Rio de Janeiro pelo Superior Tribunal de Justiça, sem ouvir a defesa, quando o processo deveria primeiro passar pelo crivo da Assembleia Legislativa. Por que outros governadores que estão sendo alvos de investigação idêntica também não foram atingidos?

Longe de mim ser um defensor do governador carioca, muito pelo contrário, mas que o julgamento foi esquisito, isso foi. Estamos diante de mais um caso que foge aos tramites democráticos num estado de direito. Dizia um amigo meu que “neste mato tem coelho”, e dos grandes!

“RENDE BRASIL” COM MAIS VOTOS

Viram a proposta da reforma administrativa enviada pelo executivo ao Congresso Nacional onde deixa de fora as castas dos militares, do legislativo e do judiciário? Nossas praias vão continuar infestadas de tubarões sedentos de sangue brasileiro. A base da pirâmide vai permanecer pagando o pato.

Nesse bojo do conluio entre o poder executivo federal e o legislativo (o Congresso Nacional), que agora estão de lua-de-mel, está sendo lançado o “Renda Brasil”, ou “Rende Brasil”, porque vai render muita fartura e fortuna para os mesmos! A lavoura está sendo bem irrigada!

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DE CONQUISTA BROTAM BAIRROS

Foto do jornalista Jeremias Macário

Quando aqui cheguei, há quase 30 anos, para assumir a chefia da Sucursal do Jornal A Tarde, Vitória da Conquista tinha poucos bairros, e os mais conhecidos eram Alto Maron, Candeias, Recreio, Bairro Brasil, Ibirapuera, Patagônia, Kadija, Jurema, Guarani, dentre outros. De lá pra cá, a cidade experimentou um dos maiores crescimentos do Brasil, principalmente no final dos anos 90 e início dos anos 2000, e um dos fatores que mais contribuiu para isso foi o avanço na educação, com novas faculdades públicas e particulares. A construção civil foi o setor que mais se beneficiou com a vinda de novos estabelecimentos de ensino superior. Desse desenvolvimento brotaram novos “bairros” que, na verdade, não passam de logradouros e loteamentos que precisam ser oficialmente ordenados pelo poder público através de um novo Plano Diretor que nunca chega. Na falta desse planejamento, criou-se uma tremenda confusão, e qualquer ajuntamento de ruas termina virando nome de bairro, dado pelos próprios moradores. São tantos que aparecem todos os dias na mídia, que se for fazer uma lista, o número ultrapassa os 170 bairros existentes em Salvador. Onde resido, por exemplo, existem três CEPs com denominações de Jardim Guanabara, Felícia e Jatobá. Tem ainda quem chame de Filipinas. Cada conjunto de casas e pequenas ruas viram um bairro, e cada um dá um nome e endereço diferentes, criando um sério problema para os correios. É preciso que no próximo ano, no mais tardar, a Câmara de Vereadores estude a fundo esta questão e aprove o novo Plano Diretor, fazendo um ordenamento oficial dos bairros, bem como, dos nomes das ruas, que é outra torre de babel, com números de casas repetidos e desencontrados. Onde moro, por exemplo, a rua é conhecida como “G” e também de Veríssimo Ferraz de Mello. Em cada conta tenho um comprovante de endereço diferente. E cada vez mais brotam bairros em Conquista!

UNS BROTAM E OUTROS SUGAM

Autoria repentina do jornalista Jeremias Macário

Tem uns poemas que borbulham e brotam,

Como olhos d´água nas nascentes;

Outros lhe torturam e sugam sua alma,

Como vampiros de afiados dentes.

 

Não sei se é inspiração,

Ou o tema que lhe deixa com edema,

Pra botar uma dose na cuca

Viajar no extremo ácido surreal,

Mesmo que não seja coisa real,

E sentir o céu e o inferno;

Transar com o eterno Supremo,

Na pegada de uma corona bituca,

Da mística beleza maluca.

 

Só sei que uns brotam,

E outros sugam,

Mas alguma coisa fica e liga,

Como intriga política,

Onde tem o ódio e a intolerância,

Dos imbecis que arrotam,

Preconceito e ignorância.

 

Tem os racismos,

Os sabichões dos ismos

E a cria da homofobia,

Mas sempre vencem,

A fé, a ciência e a sabedoria

 

Misture, então, seu moço,

Esse extremo colosso,

De uns com os outros,

Que pode brotar,

Do espinho, a flor da poesia,

Que alguns chamam de amor,

Outros dizem que é dor,

E assim, uns brotam,

Outros torturam e sugam.

 

 

OS PARADOXOS BRASIL-BRASÍLIA E A EXPLOSÃO DA COVID-19 NAS ELEIÇÕES

A capital Brasília, de acordo com pesquisas feitas pelo IBGE, apresenta o maior poder aquisitivo do país, que influi, de certa forma, positivamente na qualidade de vida dos cidadãos. Essa constatação vem seguida de uma pergunta sobre o que produz Brasília para alcançar esse nível de destaque, tendo em vista não ser centro industrial e financeiro, sobressaindo mais na área de serviços.

A resposta está nos altos e supersalários dos três poderes executivo, judiciário e legislativo, que mamam, diuturnamente, nas tetas dos contribuintes, isto é, sugam todo nosso dinheiro público. Seu poder aquisitivo não advém do setor privado, e nem a São Paulo industrial, que é o carro-chefe da economia, consegue superar os valores salariais de Brasília.

Inchaço e péssimos serviços públicos

Este é um dos grandes paradoxos do nosso rico-pobre Brasil que contribui para os rombos fiscais e a crescente dívida pública com a emissão de mais e mais títulos para cobrir os déficits. Além dos altos salários, existe o inchaço do quadro de pessoal, feito por indicações políticas em todos os poderes. Como resultado, a prestação de serviços é péssima, deixando muito a desejar em termos de qualidade e produtividade.

É um paradoxo entranhado no outro. Mesmo contrariando a lei, os supersalários de magistrados, funcionários públicos que acumulam uma série de benefícios em suas caixas receptoras, deputados e outros cargos vão além do teto estabelecido e tolerado dos ministros do Supremo Tribunal Federal, de pouco mais de 40 mil reais mensais. Milhares ganham mais de 100 mil reais por mês.

É uma verdadeira farra, e ninguém quer abrir mão de suas mordomias, mesmo num estado de guerra sanitária. Estou falando de supersalários, mas ainda existem as benesses por fora nos três poderes. Cinicamente, ficam lá, vez por outra, “defendendo” dar mais umas migalhas para o povo, como forma de cala boca.

Portanto, Brasília é o monstro sugador do Brasil, um país rico, mas, paradoxalmente, pobre com a pior desigualdade social do mundo. A capital não produz praticamente nada, mas tem o maior poder aquisitivo. Vá explicar isso para um estrangeiro! Interessante que um bando de políticos cobra menos gasto público, justamente montado num Congresso mais caro do mundo. É muita hipocrisia, incoerência e insensatez!

É, minha gente, o Brasil é um poço de paradoxos e, se fosse listá-los aqui, passaria um mês escrevendo e não se esgotariam! Um dos mais escancarados e recentes está vindo do governo fascista e retrógrado que retira dinheiro do orçamento da educação e da saúde para botar na compra de armamentos para as forças armadas.

Lembra do menestrel Juca Chaves quando fala que o Brasil vai à guerra, comprou navios, torpedos, submarinos e vai ser uma potência nuclear? Aprovam arrojados projetos de saneamento básico (mais da metade da população não tem serviços de esgoto); reforçam o Fundeb (ensino básica) com mais recursos e, ao mesmo tempo, o governo corta verbas da educação. Será que alguém aí pode me explicar? Só queria entender!

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