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:: 16/set/2020 . 10:56

BOB JEFF É “O CARA”

Carlos González – jornalista

“Homem como ele está em extinção no Brasil”, referiu-se Herzem Gusmão ao deputado cassado Roberto Jefferson, seu convidado de honra na convenção do MDB, que confirmou seu nome como candidato a permanecer mais quatro anos à frente da Prefeitura de Vitória da Conquista. A troca de gentilezas entre os dois ex-simpatizantes do PT começou ainda no Aeroporto Glauber Rocha, quando o visitante lançou o nome do prefeito ao governo da Bahia.

Picado pela “mosca azul” que Jefferson trouxe no bolso do colete, Herzem já se vê em 2022, quando terá 74 anos, residindo no aprazível casarão do Alto de Ondina, em Salvador. Provavelmente, nem imaginou que uma derrota nas eleições municipais de novembro, o que é viável, diante dos erros que vem cometendo como gestor, irá enterrar o sonho de chegar ao mais alto cargo no Estado.

Sem a presença do prefeito ACM Neto – a empresária Sheyla Lemos foi a Salvador para fazer o convite – Herzem Gusmão reservou o tapete vermelho e as palavras de elogio a um político cuja carreira foi alimentada por escândalos financeiros, somados a uma condenação a 10 anos de cadeia, pena reduzida para sete anos, ao se assumir como  delator. Num passado recente, o prefeito conquistense tomou como padrinhos os irmãos Vieira Lima (Geddel e Lúcio), condenados por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Neto, que já fez parte do time  de gurus de Herzem, não veio a Conquista, evitando, assim, ouvir as injúrias proferidas contra ele pelo xerife Bob Jeff (ele gosta do apelido, que o liga aos mocinhos e bandidos do velho oeste americano), Um dos prazeres do caubói do asfalto é posar com um rifle de longo alcance, ameaçando os traidores da pátria, os ministros do STF e a imprensa.

Enquanto o anfitrião da festa aprimorava os elogios ao novo padrinho, fora do recinto da convenção, servidores públicos, moradores da periferia, professores e rodoviários, faziam justas e pacíficas reivindicações à administração municipal. No mesmo instante, a Polícia Federal procurava pela ex-deputada Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, acusada de fazer parte de uma organização que desviou R$ 120 milhões do Estado do Rio.

Respostas evasivas

“Presidente Jair Bolsonaro, por que sua esposa recebeu R$ 89 mil em depósitos de Fabrício Queiroz?”. A pergunta, que motivou ameaça a uma repórter, foi a mais difundida nas últimas semanas em todos os cantos do país. Já em Vitória da Conquista há também o interesse da população em saber onde foram aplicados os 17 milhões de reais enviados pelo governo federal e destinados ao enfrentamento da Covid-19.

Resposta dos Bolsonaro: os depósitos bancários correspondem ao pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil (bem menos do que o valor comprovado pela “Folha de S. Paulo”), feito pelo casal ao leal amigo da família. Aqui, Herzem Gusmão explicou que o dinheiro está guardado para futuras intervenções contra a pandemia.

Priorizando a reeleição, o birrento alcaide conquistense levou para o terreno da politização a saúde da população, alimentando uma briga quixotesca com o governo do Estado, sem querer admitir que a Covid 19 encontra na cidade um campo propício para avançar. A reabertura do comércio, contrariando uma ordem judicial, foi determinante para o aumento de infectados pelo vírus e o de leitos ocupados, Esses elementos impediram a normalização do transporte rodoviário intermunicipal.

Vitória da Conquista, que em 2019 festejou um primeiro lugar, caiu este ano mais de 50 posições no quesito “Governança”, avaliado pelo Connected Smarts Cities. A queda foi divulgada pelo jornal Sudoeste Digital, revelando que a redução de investimentos na saúde e educação foram fatores determinantes para esse revés, que entra na conta do passivo da prefeitura a dois meses das eleições.

Ao concluir, lembro aos responsáveis pela saúde e esportes do município o cumprimento do protocolo da CBF, encaminhado às cidades onde são realizados jogos pelo Campeonato Brasileiro. A estreia do Vitória da Conquista na série D do Brasileirão está marcada para domingo, às 16 horas, contra o Coruripe, de Alagoas, no Lomantão. O guia médico inclui uma série de medidas de proteção para atletas, comissões técnicas e pessoal de apoio nos estádios, nesse período de pandemia

 

PSB RETIRA CANDIDATURA PRÓPRIA E SE COLIGA COM JOSÉ RAIMUNDO DO PT

A executiva regional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Vitória da Conquista, durante sua convenção na noite do último dia 14 (segunda-feira), realizada no auditório da Câmara Municipal de Vereadores, anunciou a retirada do nome de Mozart Tanajura como pré-candidato a prefeito, para apoiar a coligação majoritária da chapa do PT que vai disputar a Prefeitura de Conquista com o nome de José Raimundo nas eleições de novembro.

Na abertura dos trabalhos pelo presidente regional André Ará, houve um momento de pesar pelo agravamento da saúde do companheiro Genivan Neri (um grande e histórico batalhador do partido), que se encontra hospitalizado depois de um acidente de carro nas imediações da Vila Mariana, entre Aracatu e Anagé. Todos desejaram um pronto restabelecimento do seu quadro e seu retorno à sua vida familiar.

Retrocesso e dificuldades financeiras

José Carlos, membro da diretoria do partido, fez uma retrospectiva sobre a inclinação da política no mundo atual, cujos governos, inclusive do Brasil, optaram por uma posição de viés extremista de direita, e que as forças progressistas precisam se unir para quebrar essa tendência hegemônica de retrocessos, citando os partidos de esquerda como uma alternativa para derrubar esse panorama de exclusão social e caos em que vivemos.

Com esse preâmbulo, José Carlos aproveitou para explicar a decisão que o partido tomou para, mais uma vez, marchar ao lado do candidato José Raimundo, visando unir forças para a coligação sair vitoriosa contra a reeleição de Hérzem Gusmão que, segundo ele, representa o retrocesso nos avanços conquistados pelo município nas políticas públicas.

No entanto, a problema financeira de poucos recursos na cota do Fundo Partidário que cabe ao PSB para Conquista, foi apontado por José Carlos e Gildelson Felício como um dos principais motivos para a retirada da candidatura própria na corrida à Prefeitura Municipal, embora boa parte dos pré-candidatos a vereadores tenha preferido caminhar com o nome de Mozart Tanajura, agora candidato a vereador.

Não vai apoiar e retirada de candidatura

O pré-candidato a vereador, Caio Coelho, por exemplo, foi bem enfático em seu pronunciamento quando discordou da coligação e disse que não iria apoiar o nome indicado pelo PT durante sua campanha. Por razões da pandemia da Covid-19, problemas financeiros e outros de ordem pessoal, o pré-candidato Jeremias Macário aproveitou a ocasião para em pública retirar o seu nome na corrida por uma cadeira na Câmara de Vereadores.

Em sua fala, sua posição foi bem clara quando defendeu uma candidatura própria para o partido, mesmo diante das dificuldades financeiras, como forma do PSB mostrar sua cara e firmar sua imagem socialista na sociedade conquistense. “Há muito tempo, tenho me colocado nessa defesa, principalmente no atual cenário político municipal e nacional, onde o PSB deveria demarcar seu lugar, apresentando suas propostas”.

Jeremias fez um tributo aos mais de 130 mil mortos de brasileiros pelo coronavírus; sugeriu que o partido fizesse uma declaração de protesto contra a destruição do meio ambiente que vem ocorrendo através das queimadas no Pantanal e na Amazônia por negligência proposital do governo federal para beneficiar os poderosos; e desejou boa sorte aos companheiros na campanha eleitoral.

Muitos outros candidatos a vereador, como Florisvaldo Rodrigues, Ricardo Marques e Mozart Tanajura (agora candidato a uma cadeira na Câmara) disseram que o partido tem um bom quadro de qualidade para propor e criar mudanças avançadas e progressistas no âmbito político e social para a cidade de Vitória da Conquista. Mozart afirmou que vai marchar com os colegas para que o PSB consiga uma maior representação no legislativo conquistense, com nomes de peso.

Florisvaldo fez duras críticas à atual representação da Câmara de Vereadores, segundo ele, de baixo nível nas discussões, e que a Casa não exerce seu real papel de legisladora porque a maioria é despreparada para o cargo, prestando apenas a dizer amém ao que manda e faz o executivo municipal.

 





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