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:: 13/ago/2020 . 22:49

O SARAU E A COVID-19

Há quase seis meses (o último foi no início de fevereiro – dia 7) que o nosso Sarau Cultural A Estrada deixou de ser realizado, de reunir nosso grupo, e nem é preciso explicar os motivos. Não posso falar por todos, mas acredito que os frequentadores estão com saudades dos nossos encontros bimensais todos os sábados, com aquela alegria fraternal, com aqueles abraços, descontração e, principalmente, dos temas abordados, das declamações de poemas e causos (Jhesus, Dorinho, Itamar e tantos outros), das piadas e das violadas cancioneiras da música popular brasileira com Mano Di Souza, Baducha, Moacyr Mocego, Walter Lages, Gabiru e outros tantos músicos e artistas visitantes. Tentamos recomeçar em agosto, mas houve posições contrárias, pois o tal coronavírus ainda não nos deu uma trégua. Diante dessa situação, não temos condições de fazer um sarau presencial, mas José Carlos deu a ideia de realizarmos um evento virtual para matarmos a saudade, talvez no próximo sábado à noite, dia 22, para quem estiver interessado num papo descontraído. No início do ano estávamos traçando um plano para comemorarmos os dez anos do nosso Sarau, completados em julho. Pena que tudo foi desfeito, e não sabemos se ainda vamos festejar esta data neste ano de 2020, tão importante para a nossa iniciativa cultural que começou em 2010 num encontro de amigos com o nome de “Vinho Vinil”, onde só entrava o vinho e só se ouvia os velhos e saudosistas vinis (bolachões) com aquelas lindas capas de boas músicas de grandes e eternos compositores e cantores. Da minha parte, sempre aos sábados, sinto um grande vazio no “Espaço Cultural A Estrada” quando decido, com a anfitriã da casa e minha esposa Vandilza, tomar um vinho e ouvir um som. Imagino todos reunidos naquele barulho e sempre pedindo silêncio para a fala, ou apresentação do artista. Lembro todos chegando com suas colaborações de bebidas e comidas, para incrementar nossos eventos que, de tão bons, varavam a madrugada.

 

DECASSÍLABO

Autor : Evandro Gomes Brito

Homenagem a Jeremias Macário de Oliveira, cujo nome é um verso de dez sílabas com acento na sexta e na décima silabas, no seu livro “TERRA RASGADA”.

“ O casal finge que casou,

A prostituta que gozou…

A Igreja finge que não pecou

E que a Inquisição já passou…

O caminhão é o cavalo de aço do asfalto”

 

Jeremias Macário de Oliveira,

No seu livro voraz, “Terra Rasgada”,

No Centro de Cultura, vez primeira,

Já nos veio trazer grande alvorada.

 

E deixando de lado o preconceito,

Usa língua do nosso bravo povo:

…”Prostituta”…”Gozou” eu já aceito

Em tudo fingimento, agora louvo.

 

“A Igreja”… vem dizer “que não pecou”.

Feroz Inquisição se foi embora:

E vem pregar com fé o grande amor,

Dizendo que os famintos ela chora.

 

Jeremias Macário de Oliveira,

Nossa vida é assim grande floresta,

Mas rugir do vulcão, lava certeira,

Na palavra candente que nos resta.

 

Com imagens tão lindas, coerentes,

Canta a vida, o sertão de nossos pais,

Falando das boiadas, dessas gentes,

Tempos idos, costumes nunca mais!

 

Do asfalto, caminhão, cavalo de aço,

Corre veloz com medo dum assalto,

Homenagem prestar, eu hoje faço,

Os seus versos vivazes já ressalto.

 

AGRADECIMENTO DO HOMENAGEADO:

Meu companheiro e grande amigo Evandro,

Não mereço tanta louvação desse seu celeiro.

Só escrevo para libertar a mente,

Enxugar meu pranto e continuar lavrando,

Misturando as letras no suor dessa gente.

 

 

 





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