O PSB (Partido Socialista Brasileiro) de Vitória da Conquista fez uma live (tudo neste país é em inglês) para debater e homenagear o Dia do Estudante (11 de agosto) e aí fiquei aqui em meu canto a pensar nos movimentos passados mais recentes da nossa juventude, desde o início da ditadura civil-militar de 1964, e agora nos tempos atuais onde não mais se ver a estudantada nas ruas para combater esse fascismo aterrorizante.

Para ser verdadeiro e não ficar naquele “blábláblá” e “lengalenga” de tentar cobrir o sol com a peneira, e cada um querendo “puxar sua sardinha” para mostrar suas virtudes, vamos à dura realidade de alienação a que chegamos, em decorrência da pobreza educacional, da miséria no âmbito cultura e do encolhimento das forças progressistas, quase silenciosas.

DECEPCIONADOS

Por sua vez, estas “forças” deixaram milhões de jovens decepcionados pelo país a fora porque não fizeram o dever de casa e se comportaram mal como meninos travessos, com suas malandragens políticas, pilantragens, malfeitos, atos de corrupção e conluios com a elite e a burguesia safada que, mais cedo ou mais tarde, iriam passar a rasteira na esquerda que derrapou e capotou na curva da história.

Por esse pecado capital, ou político mesmo das ditas esquerdas que prometeram ética e moralidade e deram vergonha e desesperança, apareceu o dragão de fogo do retrocesso, do fascismo, do moralismo familiar e patriótico, do ódio, do racismo e dos negacionistas da ciência (seguidores da morte), para arrebanhar nossa juventude com ideias medievais, ao ponto de defender uma intervenção militar (a volta da ditadura) para nosso país.

A invés de ficarmos rememorando a história e arrotando conhecimento e sabedoria, deveríamos fazer um mea culpa pelos erros cometidos, e tentar consertar os tropeços do passado, com mais ações e exemplos, do que falatórios bonitos, rebuscados e barrocos. Devemos falar menos daquilo que fizemos e falarmos mais daquilo que deixamos de fazer e sermos humildes para pedirmos desculpas por termos prometido uma coisa e feito outra.

Confesso que fico muito triste quando vejo nossos estudantes e a juventude nas praças e ruas desfilando bandeiras retrógradas e de intolerância, de um governo que não veio para construir, mas para destruir nossos princípios, nossa evolução, nossas crenças na igualdade, na inclusão social para todos, na pluralidade de pensamento e, principalmente, na liberdade de expressão.

A RECONQUISTA DOS JOVENS

Mesmo diante dessa “catástrofe de retrocessos”, a maioria continua com o pensamento carreirista na política, na base da máxima nefasta de que os meios justificam os fins para se chegar ao poder e alimentar interesses particulares de terceiros. Se insistirmos nessa linha, não vamos reconquistar nossos estudantes e a juventude para a luta de reconstruir o nosso Brasil que, infelizmente, está despedaçado.

Minha mensagem não é de parabéns ao Dia do Estudante, dentro daqueles jargões e chavões de sempre, de que os jovens são o futuro do Brasil, sem antes fazer uma reflexão realista, porque esse futuro tão desejado não se constrói apenas com palavras. Claro que os jovens são o futuro do Brasil, mas não pregando propostas antidemocráticas e de revanchismos.

Os nossos jovens sempre foram o carro-chefe que arrastavam multidões nas ruas, atraindo a adesão de operários e outras categorias, inclusive professores, artistas e intelectuais na briga por uma escola pública de qualidade, por mais justiça social, por melhorias na distribuição de renda, contra o autoritarismo e a corrupção, e até para derrubar governos. Cadê esses estudantes que, mesmo sendo massacrados, sempre foram porta-vozes das nossas esperanças por dias melhores?

Os partidos políticos de linha progressista, que não estão aí comungando com esse governo destruidor do meio ambiente e de nossos ideais de liberdade e igualdade para todos, têm a obrigação de se redimir e fazer com que os estudantes e os jovens em geral voltem a acreditar que ainda é possível recomeçar e retomar o caminho da reconstrução.