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:: 12/ago/2020 . 23:27

ESTUDANTES E A JUVENTUDE NA POLÍTICA

O PSB (Partido Socialista Brasileiro) de Vitória da Conquista fez uma live (tudo neste país é em inglês) para debater e homenagear o Dia do Estudante (11 de agosto) e aí fiquei aqui em meu canto a pensar nos movimentos passados mais recentes da nossa juventude, desde o início da ditadura civil-militar de 1964, e agora nos tempos atuais onde não mais se ver a estudantada nas ruas para combater esse fascismo aterrorizante.

Para ser verdadeiro e não ficar naquele “blábláblá” e “lengalenga” de tentar cobrir o sol com a peneira, e cada um querendo “puxar sua sardinha” para mostrar suas virtudes, vamos à dura realidade de alienação a que chegamos, em decorrência da pobreza educacional, da miséria no âmbito cultura e do encolhimento das forças progressistas, quase silenciosas.

DECEPCIONADOS

Por sua vez, estas “forças” deixaram milhões de jovens decepcionados pelo país a fora porque não fizeram o dever de casa e se comportaram mal como meninos travessos, com suas malandragens políticas, pilantragens, malfeitos, atos de corrupção e conluios com a elite e a burguesia safada que, mais cedo ou mais tarde, iriam passar a rasteira na esquerda que derrapou e capotou na curva da história.

Por esse pecado capital, ou político mesmo das ditas esquerdas que prometeram ética e moralidade e deram vergonha e desesperança, apareceu o dragão de fogo do retrocesso, do fascismo, do moralismo familiar e patriótico, do ódio, do racismo e dos negacionistas da ciência (seguidores da morte), para arrebanhar nossa juventude com ideias medievais, ao ponto de defender uma intervenção militar (a volta da ditadura) para nosso país.

A invés de ficarmos rememorando a história e arrotando conhecimento e sabedoria, deveríamos fazer um mea culpa pelos erros cometidos, e tentar consertar os tropeços do passado, com mais ações e exemplos, do que falatórios bonitos, rebuscados e barrocos. Devemos falar menos daquilo que fizemos e falarmos mais daquilo que deixamos de fazer e sermos humildes para pedirmos desculpas por termos prometido uma coisa e feito outra.

Confesso que fico muito triste quando vejo nossos estudantes e a juventude nas praças e ruas desfilando bandeiras retrógradas e de intolerância, de um governo que não veio para construir, mas para destruir nossos princípios, nossa evolução, nossas crenças na igualdade, na inclusão social para todos, na pluralidade de pensamento e, principalmente, na liberdade de expressão.

A RECONQUISTA DOS JOVENS

Mesmo diante dessa “catástrofe de retrocessos”, a maioria continua com o pensamento carreirista na política, na base da máxima nefasta de que os meios justificam os fins para se chegar ao poder e alimentar interesses particulares de terceiros. Se insistirmos nessa linha, não vamos reconquistar nossos estudantes e a juventude para a luta de reconstruir o nosso Brasil que, infelizmente, está despedaçado.

Minha mensagem não é de parabéns ao Dia do Estudante, dentro daqueles jargões e chavões de sempre, de que os jovens são o futuro do Brasil, sem antes fazer uma reflexão realista, porque esse futuro tão desejado não se constrói apenas com palavras. Claro que os jovens são o futuro do Brasil, mas não pregando propostas antidemocráticas e de revanchismos.

Os nossos jovens sempre foram o carro-chefe que arrastavam multidões nas ruas, atraindo a adesão de operários e outras categorias, inclusive professores, artistas e intelectuais na briga por uma escola pública de qualidade, por mais justiça social, por melhorias na distribuição de renda, contra o autoritarismo e a corrupção, e até para derrubar governos. Cadê esses estudantes que, mesmo sendo massacrados, sempre foram porta-vozes das nossas esperanças por dias melhores?

Os partidos políticos de linha progressista, que não estão aí comungando com esse governo destruidor do meio ambiente e de nossos ideais de liberdade e igualdade para todos, têm a obrigação de se redimir e fazer com que os estudantes e os jovens em geral voltem a acreditar que ainda é possível recomeçar e retomar o caminho da reconstrução.

A PANDEMIA, A ÉTICA E AS ELEIÇÕES

Tem muito pré-candidato às eleições municipais   que já está fazendo campanhas nas zonas rurais e urbanas, provocando aglomerações em plena pandemia do coronavírus, ainda em alta no Brasil, colocando em risco o próprio pretendente e a outras pessoas em seu entorno. Estão acontecendo casos de ajuntamentos através de reuniões com comunidades.

Ainda como pré-candidato a vereador pelo PSB a uma cadeira para a Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista considero uma atitude antiética, mesmo antes de ser eleito. Quem acredita que, acima de tudo está a vida, o pré-candidato que assim procede, não resta dúvida, que está sendo contraditório consigo mesmo e não leal com o eleitor.

Em minha opinião particular, como simples cidadão, sou a favor de que estas eleições deveriam ser prorrogadas para o próximo ano, elevando os mandatos dos atuais políticos em exercícios por mais um ano, tendo em vista que se trata de um caso excepcional onde a vida deve estar acima de tudo.

Sei que muitos não concordam com esta medida, mas sempre procurei me pautar pela ética, sensatez e honestidade, e não é agora que vou violar meus princípios, começando a disputar um cargo na Câmara adotando uma prática na qual avalio como errada. Não vou me expor diante da atual situação de gravidade, e entendo que o eleitor consciente deve ficar de olho em quem não está respeitando e preservando a vida.

Como não existem sinais de que o pleito deste ano seja adiando para o próximo ano, em outras ocasiões, comentei aqui que estas eleições serão bem diferenciadas em termos de campanha, concentrando-se basicamente através das redes sociais, televisão, carros de som, cartazes, folhetos e pouco contato com as pessoas. Ainda coloco aqui a questão financeira da escassez de recursos que vão marcar estas eleições, mais ainda que a passada.

Talvez esteja sendo radical, mas, em minha visão, 2020 é um ano praticamente perdido para o Brasil, e devemos encarar esta realidade porque não temos nenhuma certeza que esta pandemia vá logo passar, pelo menos a custo prazo até dezembro, visto que já estamos no meado de agosto e o número de mortes e infectados continua entre a estabilidade e alta, salvo alguns estados que oscilam de um dia para o outro.

A esta altura, nem é mais necessário falar que, por diversos fatores de precariedades nas áreas da saúde, da educação, do saneamento e das desigualdades sociais (muita pobreza), o nosso país vai ainda demorar um pouco para controlar e reduzir de vez a contaminação por esse vírus tão mortal.

Por essas e outras é que não acho nada prudente a volta às aulas nessa época do ano, o início do campeonato brasileiro de futebol (muitos atletas estão testando positivo) e a realização das eleições municipais. Não se trata de pessimismo, embora alguns possam assim me julgar. A minha posição é mais de eleitor e cidadão, do que de um pré-candidato a vereador.

 

 





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