UNS SE VÃO E OUTROS FICAM
De Jeremias Macário, em homenagem ao meu compadre e amigo-irmão “Luizão”
Olá, meu amigo-irmão!
Pra você que se foi,
Partiu sem me avisar,
Assim é a nossa vida:
Uns chorando nascem,
Outros no silêncio se vão,
E muitos por aqui ficam,
Para seguir o ciclo da lida,
Desse misterioso círculo,
Que nunca vai se fechar.
Todos, compadre-irmão!
Temos que aprender a lição
Das horas certas e incertas,
Com a sua conta a pagar
Todos os meses e dias,
Preenchendo essas guias,
Enfadonhas e burocráticas,
Que só as linhas do amor,
Nos consolam dessa dor.
Os que amaram o viver,
A quem a todos cativou,
Aprendeu fazer sua conta,
Sem nunca ligar para o ter,
Como em sua via fez você,
Do jeito que nos ensinou,
A não se desviar do traço,
E quando por acaso lá se for,
Manter o mesmo afago,
Do abraço do dia que chegou.
Assim é o ciclo da vida,
Meu compadre, amigo-irmão:
Uns nascem e outros se vão,
E toda gente que aqui ficou,
Continua a fazer sua conta,
Como diz a canção do poeta,
Para o dia que vai chegar,
De um círculo, meu amigo,
Que nunca vai se fechar.