Como já comentei dia desses, essas eleições municipais para prefeito e vereadores vão ser bem diferentes, de pouco contato presencial, reuniões e palanques limitados, e bem mais virtuais através das redes sociais, sem excluir a propaganda impressa em folhetos, “santinhos”, cartazes e carros de som.

Diante desse quadro nacional, com um governo federal negacionista da ciência e sem liderança, sem contar a falta de gestão de muitos governos estaduais e municipais para controlar a situação e a pobreza e o desemprego generalizados que dificultam o isolamento social, não sabemos ao certo quando tudo isso vai passar.

Com essas incertezas, vamos continuar na insegurança e na ausência de confiança para a aproximação mais pessoal durante a campanha, principalmente, com relação aos grupos mais vulneráveis, não somente idosos, como pessoas com doenças crônicas e, infelizmente, os mais pobres.

VOTE EM QUEM TEM COMPROMISSOS

Como vai ser mais virtual e com outros métodos, o eleitor tem que ficar ainda mais atento, pesquisar mais o candidato e votar em quem tem compromissos com a vida, com o meio ambiente, com a educação, com a cultura de sua comunidade e, especialmente, com o social. Tudo isso tem que ficar bem claro para o eleitor, sem esquecer da competência, do preparo para o cargo e da honestidade do candidato. É só analisar o passado de cada um.

Passou do tempo de dar um basta nos candidatos-vereadores que confundem seu papel de legislador com o de executivo e adotam aquela cultural coronelista do assistencialismo, confundindo e aproveitando da vulnerabilidade do eleitor.

A Câmara Municipal de Conquista, por exemplo, precisa de mudanças no sentido de legislar pelo coletivo da cidade, e não ficar cada um voltado, exclusivamente, para seu “lote”, atendendo e promovendo interesses particulares que, indiretamente, significa a compra de votos. Quem vota por favor está sendo vendido.

Nesse aspecto, no caso de Vitória da Conquista, a terceira maior cidade da Bahia, a Câmara de Vereadores precisa estar atenada e estruturada à altura do engrandecimento da cidade em termos de grandes projetos de infraestrutura, como a questão da água, da mobilidade urbana, do novo plano diretor urbano e definir uma política cultural para o município visando, sobretudo, a atração de mais investimentos públicos e privados para a geração de renda e emprego. O setor criativo sempre foi esquecido pelo poder público, como política secundária.

Mais uma vez, vai ser uma eleição de poucos recursos em que o candidato, pelo seu próprio perfil, tem que convencer o eleitor a votar em quem tem esses compromissos com a cidade, para exercer sua real função de vereador. Necessitamos de uma Casa com conteúdo e força, e não aquela que sempre diz amém para o executivo e faz vistas grossas no âmbito da fiscalização.

É tempo de mudar e eliminar quem é contra a ciência; excluir o fundamentalismo religioso; renegar os seguidores da morte; e, principalmente, que ainda conserva ideias preconceituosas, racistas e retrógradas, como defender intervenção militar e fere de morte a nossa democracia.