Em mais de 320 anos de romarias religiosas em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, talvez este ano seja o primeiro de toda sua história que os peregrinos deixarão de marchar de várias partes do Brasil para testemunhar sua fé e pagar suas promessas numa das grutas mais visitadas do país.

As romarias começam a agora em julho e vão praticamente até o final do ano, como a Procissão das Águas e a Nossa Senhora da Soledade, sem falar da maior ao Bom Jesus. Não há dúvida que não somente a Igreja Católica, mas toda economia do município vai entrar em colapso, principalmente o setor hoteleiro.

MAIS DE UM MILHÃO

Todos os anos, conforme as estimativas feitas pelos organizadores das festas, Bom Jesus da Lapa recebe mais de um milhão de pessoas, não apenas da Bahia, mas também de outros estados da Federação. Tudo leva a crer que os fiéis vão ter que professar sua fé de distância, ou de maneira virtual.

Quem já esteve na Romaria do Bom Jesus, como eu que já fiz várias coberturas jornalísticas, sabe como a cidade ferve no maior dia, com hotéis totalmente lotados e o comércio cheio de consumidores nas lojas de lembranças, artesanatos e nos bares e restaurantes. É um formigueiro de gente.

Esse vazio vai, com certeza, provocar uma situação de crise financeira em todos os setores da economia do município, especialmente no segmento de serviços, inclusive artistas locais e muita gente de fora que viaja de longas distâncias para ganhar uns trocados para a sobrevivência.

Não vai ser somente Bom Jesus da Lapa que vai sofrer os impactos, mas todas as cidades que estão no roteiro das romarias, sobretudo as da região sudoeste a partir de Vitória da Conquista, como Brumado, Caetité, Igaporã, Riacho de Santana e municípios vizinhos que fazem caravanas utilizando o transporte de vans e ônibus.

Claro que toda essa ausência dos tradicionais romeiros e até mesmo turistas que se deslocam para Bom Jesus da Lapa nessa época do ano se refere ao letal coronavírus que deixou estragos irrecuperáveis por muito tempo e transformou 2020 num ano perdido para o futebol, para o ensino educacional já precário, para as festas juninas, para a cultura de um modo geral e outras atividades que movimentam o Brasil.

PARECE UMA MALDIÇÃO

Além das perdas nos eventos religiosos e culturais, a propagação da Covid-19, particularmente em nosso país pobre, desgovernado e politicamente em caos, deixa em todos nós um sentimento de tristeza, medo, pavor, dor e lágrimas pelos mais de 30 mil brasileiros abatidos por essa pandemia que continua a avançar pelos rincões do nosso território já arrasado por outros desmandos.

Você não sabe o que é pior! Parece mais uma maldição que caiu sobre nós. De um lado, o terror do vírus. Do outro, um capitão-presidente desatinado e sem postura, que sai de helicóptero com o nosso suado dinheiro para apoiar um grupo de nazistas e fascistas de carteirinha pedindo ditadura no Brasil.

Ele escancarou de vez, se misturando entre os contras à democracia, montado num cavalo em plena pandemia! Não respeita nem os mortos! Faz acordos com deputados ladrões e corruptos. Aquilo mais pareceu uma encenação da proclamação nazista de Hitler em 1933. O que será do nosso país, em terra arrasada? A nação unida tem que d