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:: 28/maio/2020 . 0:02

AINDA É TEMERÁRIA ESSA ABERTURA

Para um país que nunca chegou ao nível de 70% de isolamento social, mesmo com medidas drásticas de fechamento de ruas, bairros e toques de recolher à noite, sem muito resultado, ainda é cedo para os estados e municípios começarem a abrir o comércio. Já disse aqui e repito que o nosso povo é indisciplinado e, geralmente, não obedece ordens. Não somos como os orientais.

Como o Brasil sempre procurou imitar e copiar decisões de países estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, da Europa e até asiáticos, só imagino que é mais um acompanhamento do que está acontecendo por lá. Acontece que são realidades diferentes, porque na Europa e na Ásia, por exemplo, o vírus começou a atuar mais cedo, bem como, o isolamento foi respeitado pela população, mais disciplinada e mais consciente.

ISOLAMENTO SÉRIO

Nesses países, como China, Japão, Coréia do Sul, Itália, Espanha, para não citar outros, a pandemia matou milhares de seres humanos e só veio baixar com o isolamento sério, com quase todos os habitantes ficando em suas casas. Aqui, a situação começou a se agravar lá pelos meados de março, e os governadores e prefeitos demoraram de tomar medidas mais drásticas. Não acreditaram muito no que viria pela frente.

Com a curva ainda ascendentes de mortes na maioria das capitais e das grandes cidades, como Vitória da Conquista, somado com a indisciplina do brasileiro e da falta de consciência social, educacional e política, é temerária a abertura do comércio, mesmo impondo restrições e fases para cada setor da economia. A verdade é que a nossa gente só segue normas na base do ferrão, da pressão e do policiamento ostensivo.

Não sou nenhum infectologista, nem epidemiologista, mas com o quadro crescente de contaminação e mortes, cerca de 26 mil e mais de 400 mil infectados no Brasil, a abertura gradual deverá acelerar mais esses números, e aí fica difícil se fazer um retorno forçado de fechamento. Não quero ser pessimista, e oxalá esteja sendo, mas a tendência é piorar com as aglomerações, como estamos presenciando em muitos lugares da Bahia e de outros estados.

Sabemos que o caso do Brasil é um dos mais graves do mundo (em mortes por dia superou a de todos países), inclusive na América do Sul, porque se trata de um país com profundas desigualdades sociais, de muita pobreza, miséria e desemprego, cujas pessoas nessas categorias são as maiores vítimas do coronavírus. Por outro lado, tem uma economia em frangalhos, em estado terminal e falido, com um governo sem liderança de comando. Uma bagunça!

Mesmo assim, não se pode colocar a economia acima das vidas, decidindo a abertura das atividades laborais quando a pandemia ainda dá sinais de crescimento. O tiro pode sair pela culatra, e mais pobres e pessoas vulneráveis (os maiores grupos de riscos) serem abatidos por esse vírus tão mortal. As autoridades deveriam repensar seus planos e poupar mais vidas, o dever mais importante de um governante.

 





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