Primeiro é o monstro da corrupção (roubam bilhões dos cofres públicos), que ainda continua a fazer o seu massacre, eliminando, lentamente, a vida de milhões de brasileiros através da precariedade na educação, na saúde e com a disseminação da miséria e da fome.

Agora, num país já em situação de terra arrasada pelos poderosos do capital (acharam de soltar umas migalhas em forma de solidariedade), vem a pandemia do coronavírus que, sem piedade, e de forma dolorosa, espalha medo, pânico e terror, e deixa, rapidamente, o seu rastro maléfico da morte por onde passa.

Numa nação de Terceiro Mundo.

Desde colônia, a história do Brasil está repleta de massacres e teve seus tiranos genocidas, sem falar das pestes e das doenças, típicas de uma nação de Terceiro Mundo. Nesses mais de 500 anos, as maiores vítimas sempre foram os mais pobres que ficaram para trás antes do tempo. No momento atual, não está sendo diferente, e estamos vislumbrando um cenário ainda pior onde poderá haver um extermínio em massa.

Tomara que esteja sendo alarmista, mas num país atrasado em praticamente todos os setores, com suas finanças em frangalhos e com um governo sem unidade federativa, que estimula a debandada de todos para as ruas, contrariando as recomendações da ciência, só posso enxergar um quadro de colapso total, e uma mortandade sem igual nesses mais de cinco séculos desde a chegada de Cabral.

Na verdade, os mais pobres são os maiores grupos de risco, e nem tanto os idosos como se convencionou a dizer desde o início da pandemia, como se fossem portadores do Covid-19. Milhões deles (os pobres e aposentados do salário mínimo) se aglomeram e se arriscam nas filas dos bancos e nos postos de doações de alimentos, na ansiedade de receber algum auxílio social. Outros milhões de desempregados e informais ficaram a ver navios, diante de uma pedra no meio do caminho do passo a passo dos aplicativos e dos telefones que não funcionam.

A falência do sistema de saúde, que já existia desde antes do coronavírus, com pacientes falecendo nos corredores dos hospitais por falta de leitos e atendimento médico, agravou-se ainda mais, e as pessoas choram seus mortos em distância, numa dor ainda mais doida e aguda porque não podem realizar seus rituais de sepultamentos, na maioria coletivos. Do outro lado, a imprensa divulga a criação da telemedicina nas unidades particulares, como grande feito, mas esquece de estampar a outra triste realidade daqueles que dependem da saúde pública e penam por uma consulta presencial.

Num país à deriva

O capitão-presidente, num país à deriva, vivendo um massacre em massa, diz que tudo não passa de uma “gripezinha” e vai às ruas pegar na mão de seus seguidores da morte e pregar o fim do isolamento social que, a esta altura, já é uma falácia quando a pobreza é obrigada a desobedecer a quarentena porque com fome ninguém consegue ficar parado.

Para completar o quadro de horror, o “Bozó” exonera um ministro da Saúde e nomeia outro para encobrir as informações sobre o massacre seletivo. Com todo esse caos, o novo titular da pasta ainda está conversando com seu chefe sobre a montagem do seu gabinete, com a indicação de mais um general para mandar seus soldados baterem continência. Vergonhosamente, vivemos num país submisso às ordens e às posições do destemperado e desequilibrado Trump, dos Estados Unidos, que cortou a ajuda à OMS.

Imagens de terror e o nazifascismo

Na posse, todos se misturam, se abraçam e se beijam, inclusive o demitido que pregou uma coisa e fez outra, dando má exemplo para o povo em polvorosa. Do outro lado, a mídia escancara as imagens macabras nos hospitais e nos cemitérios lotados. São cenas de filmes de ficção apocalípticas que deixam os lares abalados. Aumentam o medo e o pânico, como se todos estivessem num prédio de mais de 50 andares em chamas.

Em meio a todo esse massacre brasileiro, ainda aparecem os aproveitadores, cafajestes e oportunistas de plantão parta superfaturar os preços dos equipamentos hospitalares e obras destinadas a construir novos leitos para atender os contaminados. Milhares estão morrendo por falta de UTIs, principalmente os pobres que só têm o plano do SUS.

Para completar esse “Inferno”, de Dante Alighieri, um grupo de nazifascista, de imbecis e idiotas vai às ruas para pedir uma intervenção militar no Brasil já arrasado, o fechamento do Congresso Nacional e do Tribunal Superior Federal. O capitão vai até lá para elogiar a ação e fala de “democracia”, que ele mesmo menospreza com suas atitudes contra repórteres e as minorias. Na verdade, já vivemos num regime militar disfarçado onde o quartel-general é o Planalto.

Enquanto isso, na surdina, a Amazonas vai sendo derrubada pelos madeireiros e fazendeiros, que nem querem saber se um vírus está devastando o país. Eles preferem o fogo. Os garimpeiros, com suas máquinas assassinas, deixam seus escombros e expulsam os índios de suas terras. A humanidade gasta trilhões de dólares em armas por ano, mas não é capaz de derrubar um vírus maligno. Não é uma ironia? É isso aí, a história está cheia de fatos e exemplos onde os pobres sempre foram massacrados e exterminados.