Para sermos diretos no assunto, a polícia militar pode fazer greve mascarada, como aconteceu em Fortaleza, mas o cidadão trabalhador comum não pode. O grevista civil que sai mascarado é considerado de vândalo e bandido, quando não é preso e torturado pela própria polícia.

Temos que conviver com estes paradoxos e contradições, sem contar outros absurdos que existem no Brasil. Mesmo não sendo constitucional, os policiais civis que fazem motins, cometem crimes contra a população oprimida e fazem barricadas destruindo viaturas e dando tiros, terminam depois sendo anistiados.

Depois da reforma trabalhista, com o consequente desmantelamento dos sindicatos, principalmente a maioria das categorias sem poder de barganha, as greves acabaram no país, e o trabalhador teve que baixar a cabeça e aceitar as condições dos patrões. A verdade é que, neste regime de escravidão, com cerca de 13 milhões de desempregados, não existe mais acordos.

Só não enxerga quem não quer e se faz de surdo, mudo e cego, mas as manifestações populares e seus segmentos foram literalmente esmagados pelo capital e o poder governante protetor dos empresários.

Quando Temer, o Mordomo de Drácula (sumiu e não se fala mais nele) consegui, com apoio do Congresso, fazer a reforma trabalhista, os capitalistas, em unanimidade, bateram palmas. Estava claro que começava a era propriamente dita da escravidão.

Para completar os estragos da reforma, veio o capitão-presidente e acabou com o Ministério do Trabalho. Foram totalmente abertas as porteiras da escravidão. Hoje, somente as categorias mais privilegiadas, como de petroleiros, metalúrgicos e bancários (olhe lá!) têm ainda algum cartucho para queimar.

Ninguém dá importância para greve dos professores, inclusive a sociedade que nem está aí para educação. É uma decadência total, e estamos vivendo no Brasil como gados ferrados, sendo levados para os abatedouros.  Sem fiscalização, boa parte dos trabalhadores de baixa renda com carteira assinada não está recebendo o salário mínimo de direito constitucional.

Um grande número de empresas assina a carteira, na base do faz de conta, e paga pouco mais da metade do salário mínimo para o operário que, na situação de pobreza e calamidade, é obrigado a aceitar a migalha, senão outro chega e toma o seu lugar. Não existe mais essa de ganha mais quem tem mais competência, quando desapareceu por completo o poder de barganha. Aí, meu amigo, o mercado faz o que bem quer, sem ser incomodado.

Estamos aceitando de cabeça baixa toda essa opressão. Estão nos empurrando goela abaixo todo monturo do capitalismo selvagem e predador dos tempos anteriores da Revolução Industrial do século XVIII.

Mentem descaradamente quando dizem que a reforma previdenciária vai beneficiar os mais pobres, quando está visível a permanência dos benefícios para as chamadas categorias especiais. Cada grupo defende o seu quinhão individual, e o coletivo mais pobre que se lasque.