:: 28/dez/2019 . 1:07
NOVO SÓ MESMO O CALENDÁRIO
Logo mais as luzes e os shows encantadores do Natal da Cidade de Vitória da Conquista se desligam e se apagam, e entram os fogos do Ano Novo, que não tem nada de novo, a não ser o calendário que vai marcar os meses e os dias para o próximo chegar. Nada muda, nada se transforma e tudo continua em seu lugar, como as paixões, os amores e as desilusões. Não é o ano que pode ser ruim ou bom, mas você que vai dar o tom e o seu toque especial para que sua vida seja diferente para melhor. Não adianta só pedir.
Mais um final de correrias, de gastanças e consumismo exagerados. O alvo foram os presentes da cultura tupiniquim do Papai Noel do Polo Norte. Conquista se iluminou para receber seus moradores, namorados e visitantes que foram às praças e avenidas com suas famílias para festejar o Natal. O Espaço Glauber Rocha recebeu milhares para ouvir as lindas canções das bandas musicais, com artistas locais e de fora. Todos desejaram um Feliz Natal e Boas Festas. O show acabou.
NO SEU ESPÍRITO
As festas dos comes e bebes estão chegando ao fim, para dar entrada à ressaca das noites etílicas e das despesas. As doações vão minguar e as barrigas pobres voltam a roncar de fome. O novo não está dentro do ano, mas dentro do seu espírito, de suas ideias e do seu pensamento. Os caras lá do Planalto serão os mesmos das falas exóticas e bizarras, atentando contra a nossa democracia através de suas atitudes autoritárias. Não é o ano que vai tirar o Brasil das profundezas das desigualdades sociais.
Não peça mudanças para o ano que está a bater em sua porta. Ele não tem esse dom de transformação. O tempo prossegue com seus mistérios e seus enigmas. Siga seu caminho correto, reforçando seus princípios de bom caráter, para desvendá-los, ou tome cuidado para não ser por ele (o tempo) devorado. As mortes, as tragédias e as catástrofes vão acontecer, e somente a consciência humana ambientalista pode mudar algum rumo do aquecimento global.
Não é o ano que vai reverter o retrocesso político e melhorar o nível da nossa combalida educação. Os corredores dos hospitais vão continuar no mesmo vale de lágrimas por falta de atendimento médico. Os bandidos vão estar lá na esquina e no asfalto de armas na mão. Os militares atirando para abater, inclusive cidadãos inocentes, e mais gente vai rogar por justiça, sem ser escutado.
É o ano de mais eleições municipais para você carimbar sua cidadania democrática, seu direito de escolher, como prega os chavões da mídia e dos políticos, correndo como loucos atrás dos votos, não importando os meios empregados. O corrupto vai continuar roubando e dizendo para os investigadores que é apenas inocente. Que nada fez.
Não é o ano que vai ter a magia de mudar a mentalidade comodista e individualista do brasileiro. Só o senso de coletividade é que pode mudar a cara do ano, e não ele que vai acalmar as águas turbulentas com seu santo cajado. O milagre está dentro de cada um, sendo mais unido e com mais tolerância e menos ódio. Nada adianta fazer doações e ser solidário de campanhas maquinais de final de ano.
Não adianta programar um monte de metas, ou fazer uma extensa lista de planos para realizar, se seu espírito não tiver a força de vontade para dizer que o novo é você, e não o ano. O calendário passa depressa como o ponteiro do relógio, tocando o “tic, tac, tic, tac” no compasso do tempo, que é cruel e não para. Ele não dá a chance do recomeço.
Sem essa de que existe ano novo. É uma pura ilusão. As perguntas vão continuar sem respostas. O fundamentalismo radical vai engrossar o caldo, se as pessoas não respeitarem as escolas dos outros. Seu calendário pode ser seu carrasco, e não o ano, que nada tem a ver com isso. A saída é o conhecimento e o saber que podem fazer com que seu ano seja bom. Nada é novo. Tudo se copia. Seja você mesmo e tente acertar mais ainda as arestas.
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