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UMA NOITE COM GREGÓRIO DE MATOS NO “SARAU A ESTRADA”

A poesia de circunstância, aquela voltada para o meio social, a cidade e o Recôncavo, a poesia lírica, denominada erótico-irônica e a religiosa que tematiza a culpa e o perdão, na crítica do pesquisador José Miguel Wisnik, de Gregório de Matos Guerra, o “Boca do Inferno” foram debatidas no “Sarau do Espaço Cultural A Estrada”, no último sábado (dia 13/04) pela palestrante Nádia Márcia Campos, com a contribuição do jornalista Jeremias Macário, os professores Jovino Moreira, Itamar Aguiar e demais participantes do encontro.

Foi um tema empolgante que atraiu as mais de 20 pessoas que estiveram presentes ao evento colaborativo, recheado entre algumas cantorias, contação de causos e declamações de poemas, de um bom vinho, umas cervejas geladas e bons petiscos e tira-gostos trazidos pelos frequentadores. Mais uma vez, recebemos em nosso espaço, visitantes, como a atriz e pintora Elizabeth David, Valdir, Claudinésia Rocha e Fabiana Cristina de Oliveira.

A Academia de Letras de Vitória da Conquista esteve representada nas pessoas de Rozânia e Evandro Brito, e outras pessoas que sempre prestigiaram nosso sarau, como a cantora Marta Moreno, Maria Cleide Santos Teles, Gildásio Amorim, o fotógrafo José Silva, Tânia Macedo, Aline, Jhesus e demais presentes que foram recebidos pela anfitriã da casa Vandilza Gonçalves.

Foi mais uma noite de descontração num papo diversificado e fraternal que varou a madrugada como sempre acontece em nossos saraus culturais que estão completando nove anos de existência. Nas discussões e na troca de ideias, todos deram suas contribuições, como a atriz Elizabeth (Beth) que apresentou seu álbum de pinturas, e até Jhesus deu uma de cantor sertanejo, sem contar que foram ouvidos vinis de Zé Ramalho, Raul Seixas, Ruy Maurity e artistas nordestinos.

Gregório de Matos e seu outro lado

Nádia Márcia fez uma bela explanação sobre o poeta seiscentista barroco do século XVII, nascido em Salvador, de pais fidalgos, em 20 de dezembro de 1633, e falecido em 1696. Teve como irmãos Pedro de Matos e o orador Eusébio de Matos que tiveram complicações com a Companhia dos Jesuítas. Gregório formou-se em direito em Coimbra e, em Lisboa, foi juiz Civil de Crime e de Órfãos. Com estilo camoniano, Gregório teve em Quevedo e Gângora as suas grandes referências.

Além de suas críticas à burguesia negociante corrupta e subserviente à metrópole de Portugal da metade do século XVII, a palestrante do tema mostrou também o lado bonachão, machista e preconceituoso no tratamento com as mulheres, principalmente as negras e as mulatas, chegando a afirmar que se fosse no tempo atual, o poeta seria enquadrado na Lei Maria da Penha. Ela citou alguns poemas onde Gregório trata a mulher como objeto sexual.

No livro “Poemas Escolhidos de Gregório de Matos”, o prefaciador relata que o poeta exercitou-se em sátiras contundentes e teve acesso ao rei Pedro II. Depois ficou viúvo e caiu das graças do rei por rejeitar a missão de devassar, no Rio de Janeiro, os crimes de Salvador Correia Benevides.

Destaca Miguel que o poeta baiano retornou ao Brasil em 1681 a convite do arcebispo da Bahia, aceitando o cargo de vigário-geral, ao qual não se adaptou pelas suas atitudes nada convencionais, e foi desligado de suas funções. Casou-se com Maria dos Povos a quem dedicou famoso soneto “Discreta e Formosíssima Maria”. Vendeu terras que recebeu como dote e jogou o dinheiro num saco no canto da casa, gastando-o fartamente.

A certa altura deixou cargos e encargos e saiu pelo Recôncavo como cantador itinerante, convivendo com todas as camadas da população, metendo-se no meio de festas populares. Era um boêmio. Diz José Miguel, confirmado por Nádia, que o “Boca do Inferno”, diante da sua crítica da corrupção, dos desmandos, dos arremedos da fidalguia e pelo puro prazer de sádico, foi deportado para Angola. “De lá pode retornar sob condição, desde que não à Bahia, mas a Pernambuco, e calado a sátira num rigoroso “ponto em boca”.

Gregório, de acordo com a crítica de Miguel, viveu numa época de transição na Bahia entre a decadência dos produtores da cana-de-açúcar e a ascendência da burguesia negociante. No período, os engenhos viviam em plena crise. Afirma o prefaciador do livro da “Companhia das Letras” que na poesia de Gregório de Matos trava-se a luta de duas sociedades, cada uma delas absurdas perante a outra.

“UMA GAROTADA SEM INTERESSE PELA POLÍTICA”

Os adultos também devem parar de pensar e não mais se interessar por política, que é coisa do diabo, ou do satanás belzebu. Mas, quem não se interessa por política, já está fazendo  política, que é uma atitude negativa e neutra de se isolar e se acomodar, só que ele não sabe disso. Assim agindo, a pessoa está anulando a si mesma.

Mais uma das barbaridades do capitão-presidente de que “quer uma garotada sem interesses em política”, quando da posse do novo gringo no Ministério da Educação militarizada, nos deixa estarrecidos, isto é, nem todos, porque a maioria está aceitando os atentados contra o livre pensar. O rumo que as coisas estão tomando pode nos levar à morte lenta da democracia e da liberdade, das quais ele tanto fala para nos enganar.

Até agora, a estratégia nestes 100 dias de governo, pouco percebida, tem sido de enfraquecer e minar as instituições, o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público (ninguém fala mais do caso do filho senador e suas trambicagens quando deputado pelo Rio de Janeiro) e criar uma animosidade com o Congresso Nacional para angariar a simpatia do povo e dar o golpe fatal para montar seu esquema autoritário, chamada de “democracia de força”, com os generais comandando o poder.

Pela reforma da Previdência Social, com o papo de se tratar de uma categoria com peculiaridades especiais e diferentes, a classe militar está sendo alçada ao seu posto mais privilegiado dentre as outras castas já existentes dos três poderes, incluindo ai o setor empresarial e o financeiro. Ao povo de trabalhadores e de menor poder aquisitivo dá-se um alento mentiroso de que os deputados vão ter suas aposentadorias igualdas.

O pacote da PEC contra a violência está nele incluído uma cláusula onde dá permissão e autorização ao militar para matar, como aconteceu recentemente com o fuzilamento do músico e sua família no Rio de Janeiro. O capitão Bozó nada falou (só depois de dias saiu dele um morno lamento), e o exército apenas prendeu os soldados para dar uma hipócrita satisfação à sociedade. Em pouco tempo, não se fala mais nisso. No caso da Marielle, prendem os milicianos, e não se vai mais longe quanto aos verdadeiros mandantes. A mídia está sendo amaciada e vai fazendo seu factual para a calada e muda sociedade.

GAROTADA SEM POLÍTICA

A grande maioria da nossa juventude atual, infelizmente, detesta estudar, ler e pensar, e agora recebendo está injeção venenosa de não mais se interessar pela política, vai ficar mais inculta e alienada. O capitão está derrubando todos os conceitos científicos e filosóficos, inclusive dos sábios gregos Sócrates, Aristóteles, Platão, Arquimedes e outros que diziam que o homem é por natureza um ser político, e que é ela que move o mundo para o bem ou para o mal. o qual está sempre acordado e vencendo porque o outro dorme. :: LEIA MAIS »

JÚLIO CÉSAR E O TRIUNVIRATO QUE LEVOU ROMA A UMA GUERRA CIVIL

macariojeremias@yahoo.com.br

O grande general calculista e ardiloso Caio Júlio César combateu vários inimigos, como Pompeu; subjugou o Senado; impôs suas leis e reformas; dominou o poder com mão de ferro; e terminou sendo assassinado por gente que vivia ao seu lado. Depois da sua morte, isto por volta dos anos 40 a.C., o reino foi dividido por ambiciosos que levaram Roma a uma guerra civil. Ali nasceu a ideia de mudar o império para o Oriente.

Lépido, Marco Antônio (astuto não confiável) e Otávio, o Otaviano Augusto (sobrinho ou filho de Júlio César) formaram um triunvirato de intrigas e acordos não cumpridos que levaram Roma a uma guerra civil entre seus exércitos. Otávio levou a melhor contra Antônio que queria o trono, conservando Roma no seu nível de império mundial.

Quem conta essa história em seus detalhes, mostrando as circunstâncias políticas e econômicas da época é o pesquisador e historiador M. Rostovtzeff em “História de Roma”.  Indro Montanelli também dá a sua versão de uma forma mais empolgante, destacando as figuras ímpares de Júlio César e Otávio, com algumas curiosidades a mais. Vamos aos fatos desses personagens que se imortalizaram na história.

O ódio partidário

De acordo com Rostovtzeff, Roma e a Itália viviam o ódio partidário entre o grupo popular (democratas) e os aristocratas que odiavam o Senado. Os distúrbios eram fortes entre a multidão de escravos. A tentativa de melhorar as condições sociais e econômicas dos cidadãos foi esquecida. A Constituição do Senado e de Sila tinha muitos inimigos.

Entre aqueles que ambicionavam o lugar de Sila havia um homem jovem e hábil chamado Pompeu. Conquistara sua posição graças ao seu desempenho nos períodos revolucionários. Combateu ao lado de Sila durante a guerra civil anterior. Pela sua atuação, foi enviado à Sicília e à África para combater os exércitos democráticos.

Ao voltar, recebeu o nome de “O Grande”, e a honra da marcha triunfal, recebido como herói, mesmo sem ter direito a ela por não ser magistrado, nem ter sido vencedor do inimigo estrangeiro numa guerra justa (bellum iustum). Quando Sila morreu, Pompeu estava na Itália, comandando um exército, e o Senado o usou para esmagar a tentativa revolucionária de Lépido. Pompeu exigiu um comando na Espanha para combater Sertório. A guerra na Espanha arrastou-se por sete anos, de 78 a 72 a.C.

Diante das crises no Leste e no Oriente, Pompeu e Crasso se juntaram para enfrentar o Senado, atraindo os cavaleiros (homens de negócios) e os democratas. Isso mostra como os programas políticos e a ideia do bem comum foram superados pela ambição pessoal dos chefes militares. O Senado foi obrigado a ceder. Pompeu e Crasso foram cônsules em 70ª.C. A anarquia política que Sila contornara, voltou a reinar em Roma.

Em 67 a.C., com apoio dos tribunos, Pompeu recebeu poderes extraordinários para eliminar os piratas no Mediterrâneo e realizou a tarefa com êxito, tanto que substituiu Lúculo no comando contra Mitridates no Leste. Em pouco tempo conseguiu o controle total sobre todo o Leste. Em seguida, anexou as províncias orientais de Roma como partes do reino sírio, incluindo a Judéia e Jerusalém.

Em Roma, os democratas, cujo líder político era Júlio César, tentavam acabar com a Constituição de Sila, mas pairava a ameaça de uma segunda ditadura quando Pompeu voltasse. Ele foi um coadjutor de Sila. O Senado também desconfiava dele. Encontraram em Sérgio Catilina, aristocrata arruinado, homem de ambição que possuía grande influência sobre os jovens nobres empobrecidos e sobre a ralé da sociedade em Roma, um instrumento para aumentar a agitação. Na verdade, ele queria ser cônsul.

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ASSIM NASCEU CONQUISTA

Foto reprodução de José Silva. Assim nasceu a vila do arraial de Conquista  que hoje é a terceira maior cidade da Bahia, cheia de progresso, mas também de problemas de infraestrutura para serem resolvidos pelos governantes e pela sociedade. Conquista espera por todos.

SUA IMAGEM

Poema de autoria do jornalista Jeremias Macário

Fui fluir a saudade no vento

(do campo).

Nas flores perfumadas do sertão

(em cores),

vi sua imagem toda colorida

(do verde verão).

Fui buscar o sentido da vida

(nos espinhos).

Os pássaros em festa voaram

(de seus ninhos),

e lá na barragem estava sentada

(na mesa de sempre).

Mirei a paisagem para encontrar

(a paz).

Meu pensamento voou até as nuvens

(de cera),

e sua imagem esculpida na pedra

(faceira).

As árvores viçosas brotaram

(da seca).

Quero consumir todo o seu amor

(por inteira).

Não consigo descolar sua imagem

(dessa minha viagem).

0 ABANDONO DO “CARLOS JEHOVAH” E OS PROBLEMAS NA EDUCAÇÃO

O vereador do PT, Coriolano Moraes, denunciou, ontem (dia 10/04), na sessão da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, o estado lamentável em que se encontra o Teatro Carlos Jehovah onde falta até o básico para os artistas e o público quando acontece um show no local. Disse que a casa de espetáculo foi abandonada pelo poder público, destacando a inexistência de segurança durante a noite, e equipamentos como banheiros e o camarim sujos e sem materiais de uso.

Numa conversa rápida com o radialista Wilson Brasil, da FM Melodia, ele resumiu numa só frase que toda Conquista sabe da situação precária do Teatro. No último sábado, dia 06/04, aconteceu o show “Cantorias A Estrada”, e os artistas que participaram do evento ficaram decepcionados com o quadro de abandono, sem vigias e sem um administrador para cuidar e zelar pelo estabelecimento cultural.

EDUCAÇÃO

Sem educação não existe cultura, e é isso que está ocorrendo em Conquista, na Bahia e no Brasil em geral. Na mesma sessão da Câmara, a presidente do Sindicato dos Professores do Município, Ana Cristina Silva Novais, ocupou a Tribuna Livre para criticar os problema na educação e solicitar dos parlamentares ajuda para encontrar as soluções.

De acordo com ela, o ano letivo de 2019 teve início com problemas ainda maiores do que no ano passado, sobretudo nas questões do transporte escolar e até na falta de merendeiras. Denunciou que não existe diálogo entre os professores e a equipe do prefeito Herzem Gusmão, principalmente no tocante ao plano de saúde e de carreiras.

Em seguimento à sua palavra, citou que o projeto “Conquista Criança” está abandonado e prestes a fechar as portas. “O projeto não pertence ao prefeito, mas à sociedade, e os pais estão preocupados e não puder contar mais com o Conquista Criança”, criado nos anos 90 no governo de Guilherme Menezes.

O parlamentar David Salomão bradou da Tribuna sobre a falta de segurança na cidade, apontando que Conquista está entre as 50 cidades mais violentas do Brasil, e culpou o prefeito pela situação, dizendo que quando foi eleito, sugeriu a ele a criação de uma Secretaria de Segurança e a implantação de uma polícia municipal, mas não foi ouvido. Segundo ele, a única coisa que o executivo fez até agora foi instalar a indústria das multas para atanazar os cidadãos e arrecadar mais dinheiro. “Precisamos de um prefeito de verdade”.

Outras questões foram abordadas, como a falta de água na zona rural, pelo vereador Bibia; o abandono da parte oeste da cidade, por Nildma Ribeiro; e Lúcia Rocha pediu a implantação de um SAC no Bairro Brasil. Cícero Custódio também defendeu mais atenção por parte do poder público para com a zona oeste.

Na ocasião, a Câmara de Vereadores prestou uma homenagem ao juiz Reno Soares, da Vara Criminal de Conquista, pelos serviços prestados com seriedade e retidão à comunidade. Há dez anos, o juiz atua em Conquista realizando um trabalho de destaque, sempre ágil em suas ações contra a criminalidade.

COMO CONQUISTAR OS LEITORES PERDIDOS PELAS FAKE NEWS?

Na troca dos gringos no Ministério da Educação, o capitão quer “uma garotada sem interesse na política”. Ele quer uma garotada alienada, do tipo robô, burra, amordaçada, que não pense, mais ignorante e manipulada em suas fileiras, que cresça e sirva somente para votar. É este o Brasil lindo, acima de tudo. E a sociedade continua calada.

Em entrevista à revista “Muito” do jornal A Tarde, o jornalista de economia Alexander Busch fala da grande onda das fake news nas redes sociais que têm 70%, conforme pesquisa, de serem vistas como verdadeiras, e diz que a imprensa escrita pode combatê-las usando sua seriedade e responsabilidade profissional jornalística.

Num dos trechos da entrevista, o repórter cita que na internet circulam comentários de que a história diz sobre a ditadura militar do Brasil é exagero, por exemplo. Até o holocausto foi contestado. É como se a história fosse frágil e ninguém mais confiasse em nada. O que se pode fazer para reverter isso?

Em sua resposta, ele chega a afirmar que no Brasil vai ser muito difícil. Na Europa se dá muito prestígio ao passado.. Tem muitas pessoas jovens que estudam a história. Aqui no Brasil, se a gente olha 50 ano para trás, já é muito. Aqui não se dá valor para as coisas passadas, analisar os acontecimentos passados para tirar uma conclusão do hoje.

O senhor publicou o livro Brasil, país do presente, em 2009. Fala do crescimento econômico do país e da perspectiva de nos tornarmos uma potência mundial. Qual sua visão de hoje? Evoluímos ou regredimos?

Meu livro fez muito sucesso na Alemanha e foi, inclusive, traduzido para o chinês, mas acho que hoje, 10 anos depois, as minhas projeções, a minha esperança que tinha nesse livro, sobre pontos fortes da economia, da política, da sociedade brasileira, não se confirmaram. Naquele momento, a análise estava certa, mas essas coisas que achei fortes… empresários que entrevistei, políticos e metade deles  estão presos. É uma grande decepção.

Em sua coluna na Deutsche Welle diz que a imprensa europeia tem perdido o interesse no Brasil. Quando fala com jornalistas estrangeiros, o que eles perguntam sobre o país? Como está a nossa imagem lá fora?

A pessoa do presidente está chamando muito a atenção. Eu nunca tinha visto isso. Na Alemanha, independentemente de pessoa e até quem vive no campo, todo mundo pergunta quem é esse cara lá, que está falando essas coisas, essas baboseiras. A imagem do Brasil lá fora é muito ruim

Você acha que piorou? Sem dúvida, piorou. Na Alemanha, mesmo os de direita não gostam de homofóbicos, de pessoas que desprezam a democracia, de pessoas que falam “vamos fazer uma festa para o golpe de 1964”. Acho que vai ser muito difícil para os políticos de lá receberem o Bolsonaro. Acho que uma Ângela Merkel, a chanceler alemã, não iria querer dar a mão para um Bolsonaro. Vai ser como no Chile onde o presidente do Senado não participou de um jantar.

A TROCA DE GRINGOS RETRÓGRADOS

Por ironia, o capitão-presidente trocou um gringo por outro com a mesma mentalidade atrasada de querer negar a história e criar uma escola, não sem partido, mas sem pensar, onde os alunos consumam seu slogan e aprendam somente as matérias dentro da sua ótica deturpada de visão.

Ele não trocou o ministro da Educação por suas declarações destrambelhadas, conservadoras e de extrema-direita, mas porque ele não tem capacidade nem para administrar uma creche sequer. Como no tempo da ditadura, a qual eles negam ter existido, a educação no Brasil está sendo militarizada. Na pasta só vão ficar os militares.

Como acabou de dizer o jornalista Alexander Busch, a imagem do Brasil lá fora só tende a piorar. Será que são todos comunistas de esquerda? Em pleno século XXI, com a evolução do pensamento, mudanças de conceitos e de comportamentos, comunista neste país ainda é visto como comedor de criancinhas e matador de velhos.

Se o nível de conhecimento educacional no Brasil já é um dos piores do mundo, vamos engrossar agora as fileiras dos alienados, e negar até que houve escravidão, torturas, chacinas, Inconfidência Mineira e outras revoltas contra a opressão. Só vai sobrar a República do marechal Teodoro da Fonseca. A nossa cultura é finada e quem tenta ressuscitá-la merece ser internado em camisa de força, ou ser herói nacional. Vamos de fake news.

“CANTORIAS A ESTRADA” FOI UM SUCESSO DE APRESENTAÇÃO DE GRANDES ARTISTAS

Um encontro inédito de grandes artistas locais da música e da poesia resultou num dos maiores espetáculos de Vitória da Conquista, realizado no último sábado (dia 06/04), no Teatro Carlos Jehovah, com cantorias, causos e poemas, pena que o público foi pequeno para a grandiosidade cultural do evento, e quem não foi perdeu de ouvir lindas canções que deixaram todos encantados e maravilhados.

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Fotos de José Carlos D´Almeida

Lamentável o nível baixo a que está sendo relegada a nossa cultura em Conquista, na Bahia e no Brasil, mas foi uma noite memorável que reuniu Alisson Menezes, Jânio Arapiranga, Evandro Correia, Papalo Monteiro (convidados especiais), Marta Moreno, Alex Baducha, Dorinho Chaves e Paulo Gabiru que fazem parte do grupo do CD Sarau, e entoaram lindas canções autorais e de artistas nacionais da música popular brasileira.

Além da música de boa qualidade, o “Cantorias A Estrada” contou ainda com a apresentação de causos e declamações de poemas de Vandilza Gonçalves, Regina Chaves, José Carlos D´Almeida, Gildásio Amorim, Jhesus, Dorinho Chaves e Jeremias Macário que também se encarregou do cerimonial, ao lado de Vandilza. Marta Moreno, acompanhada de Jânio Arapiranga e Baducha, cantou de sua autoria “Flores Amarelas”.

O show foi aberto com a narração da história sobre o “Sarau a Estrada” que está completando nove anos, e como surgiu a ideia de criação de um CD do Sarau para documentar nossos eventos de debates, música, poemas e um bom bate-papo descontraído e fraternal. Logo em seguida, Paulo Gabiru brindou o público com uma música de Dorinho.

O “Cantorias A Estrada” prosseguiu cada vez melhor com grandes canções violadas, intercaladas com poemas que deixaram o público extasiado com o nível das apresentações dos artistas durante uma hora e meia de pura cultura. Todos queriam mais, mas o convidado Alisson Menezes, com sua voz e violão afinados, fechou “O Cantorias” com duas belas canções, para lamento dos presentes.

No final todos os artistas se apresentaram no palco para cantar em conjunto com o público a música “Pau de Atiradeira”. E foram só elogios no encerramento. Muitos chegaram a dizer que em Conquista nunca houve um show que reunisse tantos artistas da terra, 14 ao todo porque não puderam comparecer o cantor e compositor Walter Lajes, o professor Itamar Aguiar e a atriz Edna Brito por questões de força maior.

Todo o grupo do CD Sarau que está arrecadando recursos para gravação de uma mídia, agradeceu a boa vontade dos participantes especiais Jànio Arapiranga, Papalo Monteiro que musicou e interpretou a letra “Nas Ciladas da Lua Cheia”, de Jeremias Macário, Evandro Correia e Alisson Menezes. O grupo agradeceu também a divulgação feita sobre o evento pelas rádios da cidade, pelos blogs e pela TV Sudoeste.

Teatro em abandono

O ponto destoante do show foi o aspecto em que se encontra o Teatro Carlos Jehovah, em total abandono, com camarim sujo, sem as mínimas condições de abrigar os artistas, banheiros sujos e até sem papel higiênico. Todos artistas ficaram estarrecidos com o quadro e comentaram que a cultura em nossa cidade está sendo destruída e jogada no lixo.

No sábado meio dia, mesmo com pedido feito à Secretaria de Cultura, não foi possível encontrar um funcionário para abrir o teatro para uma tomada de entrevista com a TV Sudoeste. O Teatro necessita urgentemente de um administrador para cuidar do equipamento. Como está, fica difícil e complicado realizar um evento ali, mesmo com uma boa divulgação por parte da mídia, como foi o caso do show do último sábado.

O pior de tudo é a falta de segurança no local, tanto que o rapaz que cuidou do som, recomendou que não ficássemos com dinheiro na entrada porque corríamos o risco de passar um bandido e levar tudo. Não existia, pelo menos, um vigia para nos proteger, e depois do show as pessoas tiveram que sair em grupo com medo de assalto.

As pessoas temem ir ao Teatro à noite com medo de se deparar com um ladrão ou assassino, daí tão pequeno o público que tem comparecido ao local, ameaçado de desaparecer. Existe também o perigo de bandidos fazerem um arrastão durante um evento e levarem celulares e pertences de todos, o som e objetos do Teatro, além dos instrumentos dos artistas.

 

PELAS TREVAS DAS NEGAÇÕES DA HISTÓRIA

Como no poema de Maiakovski em que o sujeito invade o seu quintal, quebra suas flores e a pessoa nada faz, o capitão-presidente Bozó nega que  houve ditadura, e a sociedade fica calada. A ministra da Mulher e dos Direitos Humanos diz que menino veste azul e menina veste rosa, e a sociedade não reage. O ministro das Relações Exteriores declara, em Israel, que o nazismo foi um movimento de esquerda, e só alguns pronunciamentos de contestação. Agora vem o ministro da Educação, o gringo que não fala português, anuncia que vai mudar os livros didáticos para ensinar nas escolas que não houve golpe militar, nem ditadura, e sim uma “democracia de força”, e a sociedade fica calada. Só apenas alguns ruídos contrários.

Do quintal, eles vão entrar em nossas casas à força e levar tudo que ainda nos resta de dignidade, de princípios, de conhecimento, de conquistas igualitárias, e nos impor a negação da história, nos deixando nas trevas. É este o caminho que estão traçando para um nazifascismo, segundo os próprios, de esquerda, fazendo o Brasil voltar pra trás. É um massacre lento e compassado de ideias retrógradas, selvagens e primitivas, atingindo, principalmente, as minorias, com seus preconceitos homofóbicos, xenófobos e racistas.

Diante do que ele já falou de impropérios no passado contra mulheres, gays, negros e outros segmentos da sociedade, o próprio capitão nem imaginaria que seria eleito. Entrou como um aventureiro e tomou um susto quando começou a ser carregado nos braços do povo. Eleito, deve hoje reconhecer que não tinha nenhum preparo para o cargo, e que o maior culpado foi o próprio povo que, tomado de raiva, o escolheu para se vingar do outro.

Em toda a minha vida nunca esperava que iria ouvir este termo destrambelhado de “democracia de força”; que fossem negar uma ditadura de torturas e mortes só porque, a princípio, o golpe contou com apoio dos civis e até da Igreja Católica! Nunca esperava ouvir que o nazismo foi um movimento de esquerda. Que regime é esse de democracia de força quando um Ai 5 oprimiu, censurou, fechou Congresso, torturou e matou nos porões escuros e sujos de sangue, dores e gemidos? Agora estão querendo negar tudo isso e ensinar aos nossos jovens outra história falsa e mentirosa!

Num artigo da imprensa da capital, “O País do Carnaval”, o arquiteto e professor Paulo Ormindo de Andrade, diz num dos trechos que as canções e a ironia são trincheiras da resistência. “Vencemos a ditadura de 64 embalados pelas músicas de Vandré, Chico Buarque e outros”. Cita o Barão de Itararé (1895-1971), crítico de Vargas, depois de ser espancado pelos agentes do Dops, colocou na porta: “Entre sem bater”, que ganhou a mídia censurada.

Acrescenta o professor que são dele frases como “o voto deve ser rigorosamente secreto, só assim o eleitor não terá vergonha de votar no candidato”; “a crítica diz o que faz, o velho o que fez e o idiota o que vai fazer”; “nunca desista de seu sonho, se acabou em uma padaria, procure em outra”; “este mundo é redondo, mas está ficando muito chato (terraplanistas)”.

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NO TÚNEL DO TEMPO

A foto reprodução de José Silva é como entrar no túnel do tempo nos primeiros anos da formação de Vitória da Conquista ,antiga vila fundada pelo desbravador João Gonçalves da Costa. A feira reunia moradores do local e da zona rural nos tempos dos coronéis. Hoje Conquista é a terceira maior cidade da Bahia, ainda carente de muitas obras de infraestrutura. O progresso trouxe bem-estar e também violência e transtornos para os moradores. Conquista precisa ser pensada como cidade grande. A feira é secular e é ponto de encontro. É pura cultura popular.





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