Na troca dos gringos no Ministério da Educação, o capitão quer “uma garotada sem interesse na política”. Ele quer uma garotada alienada, do tipo robô, burra, amordaçada, que não pense, mais ignorante e manipulada em suas fileiras, que cresça e sirva somente para votar. É este o Brasil lindo, acima de tudo. E a sociedade continua calada.

Em entrevista à revista “Muito” do jornal A Tarde, o jornalista de economia Alexander Busch fala da grande onda das fake news nas redes sociais que têm 70%, conforme pesquisa, de serem vistas como verdadeiras, e diz que a imprensa escrita pode combatê-las usando sua seriedade e responsabilidade profissional jornalística.

Num dos trechos da entrevista, o repórter cita que na internet circulam comentários de que a história diz sobre a ditadura militar do Brasil é exagero, por exemplo. Até o holocausto foi contestado. É como se a história fosse frágil e ninguém mais confiasse em nada. O que se pode fazer para reverter isso?

Em sua resposta, ele chega a afirmar que no Brasil vai ser muito difícil. Na Europa se dá muito prestígio ao passado.. Tem muitas pessoas jovens que estudam a história. Aqui no Brasil, se a gente olha 50 ano para trás, já é muito. Aqui não se dá valor para as coisas passadas, analisar os acontecimentos passados para tirar uma conclusão do hoje.

O senhor publicou o livro Brasil, país do presente, em 2009. Fala do crescimento econômico do país e da perspectiva de nos tornarmos uma potência mundial. Qual sua visão de hoje? Evoluímos ou regredimos?

Meu livro fez muito sucesso na Alemanha e foi, inclusive, traduzido para o chinês, mas acho que hoje, 10 anos depois, as minhas projeções, a minha esperança que tinha nesse livro, sobre pontos fortes da economia, da política, da sociedade brasileira, não se confirmaram. Naquele momento, a análise estava certa, mas essas coisas que achei fortes… empresários que entrevistei, políticos e metade deles  estão presos. É uma grande decepção.

Em sua coluna na Deutsche Welle diz que a imprensa europeia tem perdido o interesse no Brasil. Quando fala com jornalistas estrangeiros, o que eles perguntam sobre o país? Como está a nossa imagem lá fora?

A pessoa do presidente está chamando muito a atenção. Eu nunca tinha visto isso. Na Alemanha, independentemente de pessoa e até quem vive no campo, todo mundo pergunta quem é esse cara lá, que está falando essas coisas, essas baboseiras. A imagem do Brasil lá fora é muito ruim

Você acha que piorou? Sem dúvida, piorou. Na Alemanha, mesmo os de direita não gostam de homofóbicos, de pessoas que desprezam a democracia, de pessoas que falam “vamos fazer uma festa para o golpe de 1964”. Acho que vai ser muito difícil para os políticos de lá receberem o Bolsonaro. Acho que uma Ângela Merkel, a chanceler alemã, não iria querer dar a mão para um Bolsonaro. Vai ser como no Chile onde o presidente do Senado não participou de um jantar.

A TROCA DE GRINGOS RETRÓGRADOS

Por ironia, o capitão-presidente trocou um gringo por outro com a mesma mentalidade atrasada de querer negar a história e criar uma escola, não sem partido, mas sem pensar, onde os alunos consumam seu slogan e aprendam somente as matérias dentro da sua ótica deturpada de visão.

Ele não trocou o ministro da Educação por suas declarações destrambelhadas, conservadoras e de extrema-direita, mas porque ele não tem capacidade nem para administrar uma creche sequer. Como no tempo da ditadura, a qual eles negam ter existido, a educação no Brasil está sendo militarizada. Na pasta só vão ficar os militares.

Como acabou de dizer o jornalista Alexander Busch, a imagem do Brasil lá fora só tende a piorar. Será que são todos comunistas de esquerda? Em pleno século XXI, com a evolução do pensamento, mudanças de conceitos e de comportamentos, comunista neste país ainda é visto como comedor de criancinhas e matador de velhos.

Se o nível de conhecimento educacional no Brasil já é um dos piores do mundo, vamos engrossar agora as fileiras dos alienados, e negar até que houve escravidão, torturas, chacinas, Inconfidência Mineira e outras revoltas contra a opressão. Só vai sobrar a República do marechal Teodoro da Fonseca. A nossa cultura é finada e quem tenta ressuscitá-la merece ser internado em camisa de força, ou ser herói nacional. Vamos de fake news.