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NO AÇOITE DO DIA

Poema de Jeremias Macário

Suor quente da face escorria

Do sol tostado das cinco horas

No poente da nuvem se ia

Para entrar o breu da noite

Com a conta do açoite do dia.

 

Conspira a noite, açoita o dia,

Pena o corpo e a alma vigia.

 

Conheci o auge do império,

A explosão e o gelo do inverno,

A Odisseia de Homero e a fera,

Em luta dos mares revoltos da era

Com monstros saídos do inferno.

 

Fui beato de reza e da bruxaria

Entre a cruz, a foice e o martelo,

Vaqueiro berrante de uma boiada,

Um coronel cruel de papo amarelo

Dono e rei de todo o açoite do dia.

A PONTE EM RUÍNAS, A INDÚSTRIA DAS MULTAS E AS MUDANÇAS DO LUCRO

Fecharam nossas ferrovias, acabaram com as belas estações e deixaram pontilhões e pontes históricas em ruínas, para implantar rodovias infernais mal construídas e superfaturadas, criar a indústria das multas e ainda inventar mudanças descabidas para lucrar e extorquir os cidadãos que neste país só têm deveres, e onde “desacatar” um funcionário público é crime, mas não quando acontece o contrário de ser destratado.

Fiz uma recente viagem a Juazeiro, no norte da Bahia e, como sempre, corto pela Chapada Diamantina para curtir as paisagens da natureza (muita parte destruída pela ganância do homem). O que seria um prazer tornou-se irritação com o perigo das estradas mal conservadas, estreitas e árvores por cair nas pistas, como de Andaraí até a ligação com a BR-242.

A partir de Suçuarana até Ituaçu o que ainda restava do asfalto virou só buracos. Devido a buraqueira, logo apareceu uma forte pancada na lateral direita do carro com a quebra de um pivô, uma peça da suspensão, uma bucha da bandeja e a perda de uma calota. Consegui dirigir até Juazeiro e lá tive que gastar quase 500 reais de serviços na oficina. Quem pagou o prejuízo? Por certo que não foi o Estado que cobra IPVA, pedágios e monta a indústria das multas através de radares escondidos.

PONTE DE IAÇU EM RUÍNAS

No retorno entrei em Senhor do Bonfim e peguei a estrada para Jacobina-Piritiba via Antônio Gonçalves, Pindobaçu, Saúde e Caem, com mais buracos e sofrimento. Todo cuidado era pouco. De Piritiba resolvi seguir por Mundo Novo, Baixa Grande, Rui Barbosa, Itaberaba, Iaçu, saindo em Milagres pela BR-116 até Vitória da Conquista.

Mais decepção com meu estado da Bahia e com o nosso país. Desta vez, foi ver um patrimônio histórico de mais de 100 anos em ruínas. Trata-se da ponte férrea de Iaçu que por ali passaram tantos trens de passageiros vindos de Minas Gerais e atravessando todo sertão baiano até Senhor do Bonfim para fazer conexão com Salvador.

Claro que parei para tirar umas fotos da destruição e lembrei quando menino que tantas vezes viajei naquele trem chamado de “Groteiro”, saindo dali, vindo do Seminário de Amargosa, com destino a Rui Barbosa, Jequitibá ou para minha querida Piritiba, Quanta tristeza e dor ver aquela bela arquitetura caindo aos pedações, enferrujada e dentro do mato!

Recordo ainda que há poucos anos a comunidade da cidade, gente da região, defensores da preservação da nossa memória fizeram movimentos para recuperar a obra, mas não deram a mínima. O negócio deles, governantes, é montar a indústria das multas e introduzir mudanças para beneficiar fábricas particulares de placas, extintores e outros bagulhos.

A INDÚSTRIA DAS MULTAS E AS EXTORSÕES

Na Europa e outros países civilizados existem autoestradas, sempre em bom estado de conservação e sem controle de velocidade. Por aqui ocorre o contrário, e o Conselho de Trânsito ou os Detrans impõem 80 e 100 quilômetros em rodovias estaduais e federais. Imagine todos rodando neste ritmo numa longa viagem! Para os agentes, 120 quilômetros é alta velocidade, e ai tome multa através dos radares surpresas. Para ser coerente, no Brasil as montadoras deveriam colocar a potência do veículo só até 100 quilômetros.

Não precisa descer o pé no acelerador para 150 ou 200 quilômetros, mesmo porque as pistas são imperfeitas, estreitas, esburacadas e com defeitos de engenharia. Acho contraditório o limite de 80 e 100 quilômetros. A maior parte dos acidentes não é por velocidade, mas por imprudência nas ultrapassagens, imperícias e embriaguez. Não há como ultrapassar uma carreta com 80. Os governos não fazem suas partes e aí colocam toda culpa nos motoristas, usando a indústria das multas.

Na verdade, neste país os cidadãos e os contribuintes só têm deveres e nada de direitos. Pagam altos tributos por duas vezes, como é o caso do IPVA e os pedágios. Por que o governo e os políticos não cobram os serviços de melhoramento da Via Bahia na BR-116, conforme determina o contrato? Está BR, de Feira de Santana para a divisa com Minas Gerais, por exemplo, ainda não foi duplicada e o asfalto já está descascando e cheio de problemas, como constatei. Para embromar, colocam uns operários para limpar o mato nas margens das rodovias.

Então pergunto: Qual moral tem o governo de montar esta indústria de multas através dos “caças-multas”? Outro problema são os quebra-molas, não mais recomendáveis, que estão por toda parte nas pistas, nas cidades e nos povoados. Em muitas vias, principalmente as estaduais, não existem sinalizações, tanto horizontal como vertical. Sem aviso, quebra-molas surgem aos montes pegando os motoristas de surpresa. São arrebemtam veículos.

Como os kits socorros, extintores e outras exigências descabíveis, agora inventaram essa besteira da placa do Mercosul, um acordo entre países do sul que virou um fracasso no comércio e nos relacionamentos entre os governos de ideologias diferentes. Essa mudança é mais uma extorsão ao contribuinte para alimentar as indústrias de emplacamentos. Para fazer o serviço, o cidadão é explorado, humilhado e roubado, financeiramente e em seus direitos.

 

JOVENS ESPERANÇOSOS JOGAM A “COPINHA”

Carlos González – jornalista

O verde no uniforme traduz a esperança de 20 jovens, que enfrentaram 1.800 quilômetros de estrada, comemoraram a virada do ano dentro de um ônibus, levando na mochila o sonho de um belo futuro no futebol. A equipe Sub-20 do Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista atravessou os estados de Minas Gerais e São Paulo para chegar à cidade paulista de Assis, onde vai disputar, a partir desta quinta-feira (dia 3), a 50ª Copa São Paulo de Futebol Júnior, a “Copinha”. Cinco membros da Comissão Técnica, sob o comando do treinador Guilhermino Mendes, acompanham a delegação.

Convidado pela terceira vez pela Secretaria de Esportes de São Paulo e pela Federação Paulista de Futebol, o “Bodinho”, como é carinhosamente chamado por sua torcida, é um dos 128 clubes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal, ao lado dos seus co-irmãos Bahia, Vitória, Jacobina e Atlântico, divididos em 32 chaves.

O Vitória da Conquista faz parte do grupo 4, ao lado do anfitrião Vocem, do Sport do Recife e do alagoano Porto Calvense, de Porto Calvo. Os dois primeiros classificados passarão para a segunda fase do torneio, que se encerrará  no próximo dia 25, data do 464º aniversário da cidade de São Paulo. Os canais ESPN e Rede Vida farão a transmissões de TV ao vivo,

A partida de estreia do alviverde conquistense está marcada para começar às 13h40m, no Estádio Antônio Viana Silva (Tonicão), justamente contra os donos da casa. Os jogos seguintes serão  no dia 5, às 16 horas, contra o Sport, e no dia 9, às 16 horas, diante do Porto Calvense. Se passar para a segunda fase enfrentará o Cruzeiro, o Babaçu (Maranhão) ou os paulistas Linense ou Marília.

Acho que vale a pena revelar alguns fatos curiosos da equipe mais popular da progressista Assis, chamada de Cidade Fraternal, com 434 km² e uma população de 103.666 habitantes. Com o pomposo título de Vila Operária Clube Esporte Mariano, o Vocem foi fundado em 21 de julho de 1954 pelo padre Aloísio Bellini, com a finalidade de mostrar aos jovens, através do esporte, os caminhos da religião católica.

A associação do “Esquadrão da Fé” com o catolicismo está expressa nas cores do uniforme: o bordô e o branco significam o vinho e o pão, servidos por Jesus Cristo aos seus apóstolos na Última Ceia; no distintivo estão inscritas as frases em latim “Audite vocem Domini” e “Non ducor, duco”, que traduzem, respectivamente, “Ouviste a voz do Senhor” e “Não sou conduzido, conduzo”. Naquela época não era necessário ser bom de bola para ganhar uma vaga no time. O jovem tinha obrigação de assistir à missa aos domingos. Antes dos jogos, o padre Bellini participava da preleção no vestiário e rezava com os atletas.

O profissionalismo

O Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista terá uma breve vida útil este ano. A presença do seu time de profissionais nos gramados deve se limitar ao período de janeiro a abril, caso consiga uma vaga entre os quatro semifinalistas do Campeonato Baiano. Se isso não ocorrer, dará adeus mais cedo às atividades do futebol profissional, precisamente no dia 17 de março, atuando fora de casa – a despedida de sua torcida, no Estádio Lomanto Júnior, se daria sete dias antes.

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