Neste modesto poema, falo da época das eleições e comparo com a Lua Cheia onde os lobos, hienas e os ratos (candidatos políticos) aparecem disfarçados e bonzinhos à caça dos votos. Neste período, esses animais não viram monstros como diz a superstição. Esta letra está sendo musicada pelo grande músico e compositor “Papalo”. Está no forno para em breve ser gravada. Para o autor é uma honra e realização. É uma obra de cunho político. Faça sua reflexão.

NAS CILADAS DA LUA CHEIA

De autoria de Jeremias Macário

 

Os lobos ficam moucos na lua cheia,

Do Planalto prateado do céu tropical,

Onde os bandos fazem sua farta ceia,

Vinda do arado suado braço serviçal.

 

As hienas viram renas na lua cheia,

Para a engorda gulosa do grande dia,

Enchendo seus trenós em cada aldeia,

Para mais quatro anos de mordomia.

 

Os ratos armam ciladas na lua cheia,

Os malignos vendem gato por lebre;

A mente pobre segue o canto da sereia,

E quem sempre paga o pato é a plebe.

 

Depois dessa festa da lua cheia,

A chama da fé começa a minguar,

Até a veia da esperança vai-se embora,

Chora o velho, a senhora e a criança,

Na falta da justiça, do remédio e o pão,

E do direito digno de viver e sonhar,

De não mais ser boiada de patrão.

 

No aboio, ou no rasgo da guitarra,

Vamos embora, minha gente!

Esse tempo de espera nos devora!

Vamos embora, gente forte valente,

Não mais no aguardo do Deus dará!

Vamos acabar de vez com a farra

Dessa vil bicharada em nosso luar.