Carlos Albán González – gonzalezcarlos@oi.com.br

Na página da Federação Bahiana de Futebol (FBF) na internet constam regulamento e tabela do combalido Campeonato Baiano, edição de 2019. Observa-se que, no espaço reservado â indicação do local dos jogos do Primeiro Passo Vitória da Conquista, naqueles em que terá o mando de campo, não existe uma definição. O quê está sucedendo, pergunta o torcedor do alviverde, há mais de seis meses sem ir ao estádio, desde que o seu time foi prematuramente eliminado da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro da série “D”.

Na primeira vistoria que a FBF realizou nos estádios que vão receber o “Baianão” (ou seria “Baianinho) de 2019, não foram aprovados os de Vitória da Conquista, de Riachão do Jacuípe e de Alagoinhas. Com relação ao “Lomanto Júnior”, o principal motivo do veto foi o gramado, onde o mato e plantas daninhas chegam a 30 centímetros de altura. A falta de instalações para o trabalho da imprensa escrita, alvo de críticas de jornalistas que estiveram na cidade para cobrir as partidas da Copa do Brasil, foi outro erro determinante da reprovação do “Lomantão”.

A grama, conhecida como Bermuda Tifway, plantada nos 12 estádios brasileiros que sediaram a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, foi adquirida por quase R$ 1 milhão pelo ex-prefeito Guilherme Menezes. Assessores do prefeito Herzem Gusmão, ligados à Secretaria de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer, prometem recuperar o gramado até 3 de fevereiro, quando o Conquista estreia em casa diante do Atlético.

Além da partida contra o representante de Alagoinhas, o Conquista receberá no “Lomantão” o Jequié, dia 10 de fevereiro; o Bahia, dia 17; e o Juazeirense, dia 10 de março. As partidas longe de sua torcida serão disputadas contra VitórIa (24 de janeiro), Bahia de Feira (27 de janeiro), Jacuipense (6 de fevereiro), Fluminense (27 de fevereiro) e Jacobina (17 de março).

Analisando a programação do Conquista avalio que os jogos contra Bahia e Jequié, ambos em domingos, são os únicos, a priori, que poderão lotar o “Lomantão”. Como a FBF pretende programar alguns jogos para as manhãs de domingo, a diretoria do alviverde está perguntando em seu site aos torcedores se preferem os jogos às 10, 10h30 ou 16 horas.

Com um calendário imposto pela CBF, as federações estaduais são obrigadas a realizar seus torneios regionais num curto período, entre 20 de janeiro e 17 de março, em apenas 51 datas. Com um calendário que asfixia centenas de clubes brasileiros e coloca nas filas do desemprego milhares de atletas, a CBF tem passado a  ideia de que pretende acabar com os campeonatos estaduais.

O ano de 2019 não projeta dias promissores para o Vitória da Conquista, que deve encerrar suas atividades futebolísticas no meado de março, caso consiga passar à fase semifinal do Baianão, ao contrário deste ano quando o time chegou a disputar o Brasileirão da série “D” e a Copa do Brasil.

A participação dos times baianos nos próximos torneios nacionais já está definida. O Bahia jogará o Brasileiro da série “A” e a Copa do Nordeste. O Vitória tem vaga garantida na série “B” e no “Nordestão”. A Copa do Brasil assegura vagas para os três melhores colocados no “Baianão” de 2019. O futebol baiano não terá representante na série “C” do próximo Nacional, enquanto na “D” serão contemplados Fluminense e Bahia de Feira de Santana, Juazeirense e Jacuipense.

Não há notícia de que uma voz – clubes e federações – se levantou para protestar contra o atual estado de coisas. Segundo o polêmico radialista Jorge Kajuru, eleito em outubro senador por Goiás, a CBF repassa mensalmente para as federações R$ 70 mil e para os seus presidentes R$ 25 mil. Será que, diante desses “afagos”, alguém protestaria?

Vejamos o caso da Bahia, a nona federação no ranking da CBF entre as 27 filiadas. No cargo de presidente há 16 anos o conquistense Ednaldo Rodrigues, sempre eleito por aclamação por mais de 200 ligas de futebol do interior do estado, tem sido um fiel aliado dos últimos “cartolas” da entidade nacional, desde Ricardo Teixeira a Marco Polo Del Nero, passando por José Maria Marin,  hoje “gozando férias” num presídio norte-americano.

Rodrigues, finalmente, vai deixar o cargo, que, a partir do próximo dia 15 será ocupado pelo vice Ricardo Lima. O motivo da renúncia: em abril ele assume uma das oito vice-presidências da CBF, a convite do presidente Rogério Caboclo.

Objetivo do Conquista

Ficar entre os três primeiros colocados no Campeonato Baiano de 2019 é o objetivo do Primeiro Passo Vitória da Conquista F. C., para ter direito a disputar a Copa do Brasil. Seus jogadores se apresentam no dia 17 para início dos treinamentos. O presidente Ederlane Amorim quer formar um time competitivo, com atletas que têm como propósito fazer carreira no futebol. O dirigente tem viajado nos finais de semana para observar jogadores que estão disputando o Intermunicipal. Os novos contratados serão mesclados a alguns jovens do elenco sub 20. O técnico está sendo mantido em segredo.

A temporada 2019 para o Vitória da Conquista está prevista para iniciar  dia 3 de janeiro, às 13h45 (horário de Brasília), diante do Vila Operária Clube Esportivo Mariano (Vocem), da cidade paulista de Assis. A equipe baiana, ao lado de Bahia, Vitória, Jacobina e Atlântico, é uma das 128 participantes da 50ª Copa São Paulo de Futebol Júnior, promovida pela prefeitura da capital paulista e que serve de experiência para mais de 2 mil jogadores de todo o país, com idades entre 16 e 20 anos.

Sob o comando de Guilherme Lima, o Conquista levará 20 jogadores das suas divisões de base. Além do Vocem, o grupo 4, sediado em Assis, terá o Sport do Recife e o Porto Calvense, da cidade alagoana de Porto Calvo.

Depois dos convênios firmados com a FTC, na área de Educação Física, e com a Fainor (Fisioterapia e Odontologia), o Vitória da Conquista assinou na semana passada um protocolo de intenções com a UESB, nos campos da Medicina e Nutrição. Chamo a atenção de Amorim que a Havan, que abriu recentemente uma loja em Conquista, tem por costume patrocinar clubes de futebol e de voleibol nas cidades onde se instala.